Na blogosfera caiu um manifesto petulante de sabedoria e prenhe de seriedade, dada à
lux como resposta a um artigalho intitulado «
Pacheco Pereira agita a Web» no Expresso, pelo
Paulo Querido. O
agitprop incompreensível, porque revelador do perfil de altar iluminado e iluminante que o bando dos oito nos lança sobre a forma de choro desvalido, torna-se assim o novo melhoral para a azia jornalística existente no burgo, e de que, curiosamente, os subscritores se afastam como o diabo da cruz. Assinam, todos muito arrumadinhos, os da
A Coluna Infame,
Blog de Esquerda,
Blogue dos Marretas,
O País Relativo,
Cruzes Canhoto,
Prazer_Inculto,
Valete Fratres!,
O Intermitente.
A coisa não seria de espantar, se a excitação demonstrada pelo bando militante não fizesse a ponte entre a direita engraçada e a esquerda festivaleira. Sem empacho algum, desatam num chorrilho de postumeiras vontades sobre jornais e jornalistas, seguindo o farol da tradição que «
inimici sui amicum nemo in amicitias sumit», no que foi acompanhado imediatamente por outros blogs, todos eles numa de «
amicus fidelis». Afinal se pretendiam dizer mal do amigo
Pacheco Pereira, porque não passaram a publicidade, e deram por bem empregada a pena?
Afinal que tinha o artigalho de Paulo Querido, que é bem melhor jornalista que xadrezista, assim tão bizarro? Acaso não é verdade, que a entrada do Pacheco na blogosfera agitou a dita? E não nos é referido, ao longo do texto, que PP foi recebido com fidalguia e com a etiqueta devida? E será que, de facto, não vem PP «reforçar qualitativamente uma blogosfera de expressão portuguesa»? Ou era só para bater no
Expresso, tecendo mandas aos do
DN sempre bestialmente governamental e a esse jornal de extrema direita, que é hoje o
Independente?
Ora parece que a furibunda diatribe do bando, assim atirados como gato a bofe contra
Paulo Querido, é mais uma pose de magister a dar uma de lição de blogar, que outra coisa qualquer. E vindo de um
Lombas, agora bolinando entre a teimosia de querer ser conhecido pelo
Luiz Pacheco da direita e a chateza de não saber se
Paulo Portas mentiu ou não ao tribunal; ou de um fogoso mercador de poesia, de nome
Mexia, que calcorreia o rincão natal a dar desvairadas meta-comunicações sobre a poesis aos crentes; ou que dizer, desse luzeiro dos jornais, suspicaz filósofo encartado no seu isolamento de vida de cão, no
Independente, e que conseguiu à sua custa baixar supinamente a tiragem do seu jornal, tal o bom-gosto e o bom-senso que o move; afinal, a trombeta assim esgrimida por tais personagens, iluminada com tão íntegros profissionais da imprensa como subscritores, explica-nos bem a brandura que têm com a direcção dos seus jornais. É que, de facto, não há qualquer diferença entre o engenheiro Saraiva e os seus pares Ribeiro Ferreira ou Inês Serra Lopes. Não é tempo de fustigarem os seus directores, meu caros bloguistas, em vez de mandar missivas por portas travessas?