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sábado, 8 de março de 2008
In Memoriam de Maria Gabriela Llansol [1931-2008]
"Maria Gabriela Llansol nasce em 31, de um pai bibliófilo, de uma mãe extremosa e de um avô que intentona, e é deportado. Estudos de Direito. Advocacia rejeitada, para se vir encontrar num dos lugares filosóficos decisivos: viver com miúdos” [in Depois de os pregos na erva ..., 1973]
"... Escondeu-se para escrever; mas, antes, começou por ler no livro em que possuía a sua infinita felicidade
permanecia no princípio mas não tinha princípio; era o próprio princípio e, por consequência, não havia princípio; um no outro estava como o amado no seu amigo; e este amor que os une tem o mesmo valor que num e noutro, a mesma igualdade ...
Leio um texto e vou-o cobrindo com o meu próprio texto que esboço no alto da pagina mas que projecta a sua sombra escrita sobre toda a mancha do livro. Esta sobreposição textual tem por fonte os olhos, parece-me que um fino pano flutua entre os olhos e a mão e acaba cobrindo como uma rede, uma nuvem, o já escrito ..." [in O Livro das Comunidades, 1977]
"... Era uma vez um animal chamado escrita, que devíamos, obrigatoriamente, encontrar no caminho; dir-se-ia, em primeiro, a matriz de todos os animais; em segundo, a matriz das plantas e, em terceiro
a matriz de todos os seres existentes ..." [in Causa Amante, 1984]
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