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quinta-feira, 21 de dezembro de 2006
PRENDAS DE NATAL
V. Excia deseja um presente evocativo, que trespasse de pavor e frémito o seu amigo(a) ou familiar, sem pieguices e absolutamente expressivo de virtudes humanas? Pois, V. Excia, tem à sua disposição uma oferta única e desenganada: uma TV admirável de modernidade. Na compra leva inteiramente grátis o génio (e as faces) do ilustre bando dos quatro. Numa loja perto de si. Stock limitado.
PS: não dispensa o prazer da leitura do prospecto, com assinatura Luís Amado.
quinta-feira, 13 de novembro de 2003
GNR, O IRAQUE, JOSÉ MANUEL FERNANDES & CIA
1. Alapados na secretária, copulando nas teclas, os [José Manuel] Fernandes & Cia estão num caminho coerente: nunca levantam as nádegas para a acção. Ainda não nos esquecemos do que expressavam sobre a guerra colonial. Estamos avisados.
2. Mesmo quando dizem: "on ne fait pas des omelletes sans casser des œufs", não nos assustamos, pois sabemos que é dito por manequins reformadores, embora lhes compremos os jornais, pois gostamos do cheiro da tinta tanto como os Fernandes & Cia suspiram pelo roncar das armas.
3. É falso que o problema do Iraque seja "nosso". Ainda não recebemos a primeira tranche em petróleo. Suspirar pela pátria é insultar a totalidade dos seus cidadãos, pois nunca vimos o "motor que produz a luz". Podem anotar.
4. Sabemos que a nossa GNR é fantástica e por isso lhes enviamos felicidades, mas estamos muito assustados. E, por isso, "nem um só grito sairá dos nossos lábios". Continuamos muito assustados.
5. Finalmente, dizemos, que o único responsável pelo que de bom ou mau acontecer aos agentes da GNR, tem um nome: José Manuel Durão Barroso. Não temos metafísica de míope.
terça-feira, 7 de outubro de 2003
MARTINS DA CRUZ, A DEMISSÃO E OS COMENTARISTAS
"E é tudo - excepto mais confusões" [Ludwig Wittgenstein]
Martins da Cruz demitiu-se. Não deixa qualquer saudade, nenhuma lágrima se derramará por ele. Foi, desde a primeira hora, arrogante e insolente com os seus colegas embaixadores. Senão, que dizer do afastamento do embaixador Francisco Seixas da Costa da vice-presidência da assembleia-geral das Nações Unidas, que cedo revela o carácter do ex-Ministro; e como interpretar a movimentação de mais de trinta embaixadores dos seus locais de trabalho, num tour nunca visto na diplomacia portuguesa, reflectindo mais a personalidade doentia e persecutória do ex-Ministro que as razões funcionais que a podem explicar; ou a transformação do Ministério dos Negócios Estrangeiros numa coutada visando os seus próprios interesses e do grupo que o apoia no governo (vidé a perseguição ao seu colega de partido, João Salgueiro, apenas por ele ter estado no "lado errado" da contenda entre Deus Pinheiro e Durão Barroso, e que foi verdadeiramente inaceitável); e como classificar os comentários "infelizes" e desbragados sobre altos dirigentes de países amigos a propósito da sua capacidade militar, no contexto da questão iraquiana.
De outro modo, a sua governação foi inoperante e ineficaz, bem escudada atrás dessa metáfora de "business centers", e onde a peregrina ideia de uma diplomacia económica nunca passou disso mesmo. Martins da Cruz foi isso tudo, e talvez mais como agora se sabe, mas nunca esteve verdadeiramente debaixo do "fogo" jornalístico. Estes seguem bem a máxima de Patton: "a investigação tal como a diplomacia é a arte do possível". E o possível pode não ser o necessário e o importante, entenda-se.
Por fim, neste obsceno caso das demissões de Pedro Lynce e Martins da Cruz, refira-se o estranho fenómeno do insucesso dos comentaristas. Com honrosas excepções (António José Teixeira, algum Pacheco Pereira e uma fatia do professor Marcelo) quase todos os comentaristas não o foram, no seu exacto sentido. E assim, falharam redondamente nas análises, sendo que os putativos Luís Delgado, Bettencourt Rodrigues (mais o primeiro que o segundo) nunca chegaram a compreender o que se estava a passar. Ou se compreenderam, tentaram com bastante infantilidade configurar um cenário fora da objectividade que se exige a um qualquer comentarista: bom senso político, honestidade intelectual e pragmatismo.
Quanto a Durão Barroso ... o caso segue dentro de momentos. As palavras por si proferidas de apoio a Lynce e a Cruz, a incapacidade de decisão numa situação de melindre político e, principalmente, a falta de coragem na demissão dos dois ministros, desvela que há algo de errado no reino do barrosismo. E pagará, mais tarde ou mais cedo, por isso mesmo. A paciência esgotou-se!
sexta-feira, 18 de julho de 2003
BARROSO E A ECONOMIA POLÍTICA
A prestação do PM na TV foi um enorme bocejo. Já se esperava ouvir tão melodiosa discursata, alias inserida numa «petição de princípios» (que corresponde a falta de argumentação, no dizer de Perelman) por um Portugal a recuperar da tanga em que foi metido, a caminho de novo oásis paradigmático. Para época de veraneio até não foi mal pensado. Ainda olhámos de soslaio para o faccis do nosso PM quando chamado a dar explicação para a aparente contradição entre a vacina da empresarialização contra o monstro insano referido por Cavaco Silva e a desbunda da gestão da Amadora-Sintra. Ou mesmo quando foi chamado à pedra para analisar a consolidação orçamental, ou o celebre PEC e a evasão fiscal. Atento, o nosso PM não foi na cantilena Juditiana. Afinal não estávamos na fase de open mindedness. Não havia riscos a correr. Barroso não é definitivamente uma open-minded person (H. W. Johnstone, Jr.). Eis o estilhaçar da teoria da argumentação, em todo o seu esplendor. Talvez José Bragança de Miranda nos possa elucidar sobre esta costumeira pragmática do discurso televisivo do poder. Por mim, essa personagem conceptual do governante em conversas ao país é mera ficção retórica.
Mas o que é preocupante são as afirmações sobre a performance económica do governo. Compreendemos que governar, hoje em Portugal, seja "alta competição", como refere o PM, mas que sobre a economia e os economistas nos atire com lapalissadas, é constrangedor. Se o PM se refugia numa exercício escolástico baseado em que "a economia não é uma ciência exacta" ou que "não há nenhum economista que possa prever" o que pode acontecer, então não se pode entender a sua convicção na prestação da politica económica e orçamental, nem se pode defender o cunho fundamentalista da senhora ministra das Finanças em torno da problemática do deficit. E muito menos se pode falar no putativo modelo económico escolhido, porque não se sabe muito bem o que isso representa. Não era esperado que o PM esgrimisse ideias em torno da controvérsia neoclássica versus pós-keynesianos. Nem que explicasse as diferenças substantivas entre o grupo constituído por Miguel Cadilhe, Silva Lopes ou Cavaco Silva, e o outro onde fazem parte Miguel Beleza, o inefável Tavares Moreira e Ferreira Leite. Não era obrigado a tal. Mas apenas que tivesse em conta que em "alta competição governativa" não ter em conta os dados estatísticos, manipulando-os conforme as estratégias, se pode pagar caro a ousadia. É que, quem se mete com a economia ... leva!
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