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quarta-feira, 10 de setembro de 2003

LEON TOLSTOI [n. 9 Setembro 1828]


"Não há liberdade quando não se permite dizer o que se pensa, nem quando não se pode viver como se crê necessário"

"Definir liberdade como direito de fazer tudo o que não atinja a liberdade de alguns, tudo o que não é proibido pela lei; evidentemente, não corresponde ao conceito da palavra liberdade. E não poderia ser de outro modo, porque uma definição semelhante atribui ao conceito de liberdade a qualidade de algo positivo, quando liberdade é uma concepção negativa. Liberdade é ausência de travas. O homem é livre somente quando ninguém lhe proíbe, sob a ameaça da violência, de executar certos actos. Os homens não podem ser livres em uma sociedade onde os direitos das pessoas estão definidos de uma maneira onde se exige ou se proíbe certos actos sob pena de castigo. Os homens podem ser verdadeiramente livres apenas quando todos igualmente estiverem convencidos da inutilidade, da ilegitimidade da violência, e obedeçam as regras estabelecidas, não por medo da violência ou da ameaça, e sim, pela convicção arrazoada."

"Os governos existem; desde há muito tempo conhecem a seus inimigos e os perigos que os ameaçam, e por esta razão tomam as medidas que tornam impossível a destruição do estado de coisas por meio do qual se mantém. E os motivos e os meios que os governos usam são os mais fortes que podem existir: o instinto de sobrevivência e o exército disciplinado."

"Para livrar-se dos governos não é necessário lutar contra eles pelas formas exteriores (insignificantes até o ridículo diante dos meios de que dispõem os governos) é preciso unicamente não participar em nada, basta não sustentá-los e então cairão aniquilados. E para não participar em nada dos governos nem sustentá-los é preciso estar livre da fragilidade que arrasta os homens aos laços dos governos que lhes fazem seus escravos ou seus cúmplices."

"Evocar em nós mesmos uma sensação experimentada e, tendo-a evocado em nós, por meio de movimentos, linhas, cores, sons ou formas expressas em palavras, transmitir essa sensação de maneira que outros a experimentem - é esta a actividade da arte. A arte é uma actividade humana que consiste nisto: um homem, conscientemente, por meio de símbolos externos, transmite a outros determinados sentimentos que experimentou de forma que esses outros sejam afectados por esses mesmos sentimentos e também os experimentem."

"Os povos europeus apreciam trabalhar por estabelecer novas formas de vida, elaboradas desde há muito tempo nas consciências, mas é sempre o velho despotismo grosseiro que lhes guia a vida. As novas concepções da vida não somente não se realizam, como até mesmo as antigas, aquelas que a consciência humana tem denunciado desde há tanto tempo - por exemplo, a escravidão, a exploração de uns pelos outros em proveito do luxo e da ociosidade; os suplícios e as guerras - se afirmam a cada dia de uma maneira cruel. A causa é que não existe uma definição do bem e do mal aceite por todos os homens, de maneira que qualquer que seja a forma de vida posta em prática, há de ser sustentada pela violência."

"Nós, as classes ricas, arruinamos os operários, nós os obrigamos a um trabalho rude e incessante, enquanto desfrutamos luxo e lazer. Nós não permitimos que eles, esmagados pelo trabalho, tenham a possibilidade de criar o florescer espiritual, o fruto espiritual da existência: nem poesia, nem ciência, nem religião. Nós procuramos dar-lhes tudo isto e damos-lhes uma falsa poesia - 'Para que partiste para o Cáucaso destruidor etc., uma falsa ciência - jurisprudência, darwinismo, filosofia, a história dos czares, uma falsa religião - a igreja oficial. Que pecado terrível. Se nós não os sugássemos até o fundo, eles fariam aparecer a poesia, a ciência, a doutrina sobre a vida."

"Todo homem, para começar a estudar as questões mais importantes da vida, necessita primeiro refutar as estruturas de falsidade que foram acumuladas ao longo das eras."

Pages:

- Leo Tolstoy
- Leão Tolstói /Antiarte e Rebeldia, por Boris Schnaiderman
- Lev Nikolaevich Tolstoy (1828 - 1910)
- Images of Leo Tolstoy
- About Leo Tolstoy
- Bob Bamont's Leo Tolstoy Page