quarta-feira, 28 de maio de 2003

MACÁRIO CORREIA: RECICLADO

Fomos maus com o engenheiro Macário no tempo do Cavaquistão. Fomos detestáveis na boçalidade dos nossos desejos. O engenheiro, demasiado ecológico, era para abater. A ele e aos fundamentalistas anti-tabaco. Atacámos muitas vezes de Cohiba em punho, Château de Beaulon na mão. Fomos cruéis. As mulheres eram sempre 'pedaços de mau caminho' pela noite dentro. Fomos marialvas. Desaparecido o engenheiro lá nas bandas de Tavira, a workar no poder local, eis que regressa à cena política, vesgastando os cinzentões da coisa pública. Ficámos em estado de choque. E gritou-se bem alto, que se ouviu em Cacela-a-Velha: Volta Macário, estás perdoado! Não é para mais. O artigo saído n'O Público fez-nos ter vergonha. Sai um Davidoff ... já!

«A vergonha do caso Moderna faz com que o CDS-PP vá adiando sucessivamente o seu congresso, enquanto a imagem global do governo é afectada, mas ninguém ousa, de dentro, pôr o dedo na ferida e a mão na consciência. Quem adoptou princípios moralistas para terceiros não os aplica a si próprios. A nomeação de Nobre Guedes e a semelhança, em certos casos, de Marco de Canavezes com Felgueiras demonstram o resto

(...) É preciso agir. Mais do que nunca.»