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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

NO HORTO D’ALVALADE


"Futebol não tem mistério. Difícil é jogar bonito."

A vitória "doce e santa" dos vermelhos da Luz(itânia) no Horto d’Alvalade é duas vezes melhor. Por educação jogamos com dez jogadores. Fomos benevolentes! E em indelével paciência - que a bola não rola para todos – contemplamos o tormento e o luto lagartal. Fomos sinceros! Na arte – em sumário e puro exercício espiritual – demos honras ao nosso cavalheirismo. Não fingimos: jogámos bonito, olho na bola e passe de mágica para afastar a monotonia. Eis o que foi uma "vitória doce e santa".

O jogo não tem história. E se na verdade Hélder Postiga – essa metáfora do futebol – é apanhado mais vezes em fora de jogo que o sr. Sócrates em contradições ou devaneios, não se pense que é por malévola ambição. Ou por arte de espera. Postiga (ou o outro) não é desses.

Ao contrário, o filme do jogo relatado pela dupla jornalistas de serviço à SportTV do distinto vendedor Joaquim Oliveira é bizarra e madraça. A oratória anti-vermelha desses troveiros não passa de uma () cópia do "Tratado sobre a Invenção" de mestre Cícero, mas sem nenhum trabalho ou suposta reflexão. Antes as festivas colunas de João Marcelino no Diário da Manhã ou a pesporrência reaccionária do adolescente Raposo (Henrique) no presépio do Expresso. Há que ter originalidade para não matar o talento. No resto, uma vez SLB, sempre SLB!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

DESCULPA LÁ VILLAS BOAS!


"Quem ajoelha é padre, e na Igreja, meu filho" [?]

O fabuloso intelectual dos Andrades, o tecnocrata Villas Boas, quando hoje foi flagelado por duas lascivas bolas, cegou de vez para o futebol. A fama desse inglório Mourinho d'Oporto, que tanto entusiasmou as românticas peixeiras do Bolhão e fez mesmo arquejar os estilistas do Blasfémias [o JMF não conta, é intelectual], esfumou-se pela grandeza de 2 (duas) eruditas bolas. E o gentio da paróquia das Antas – aqueles que na véspera folcklorizaram em V. Nova de Gaia - nunca lhe perdoará... jamé.

A equipa dos Andrades apresentou-se de cintura dura na defesa, numa estrutura de arrufo e ranço futebolístico, roncando aqui e ali no último terreno de jogo com essa alma penada do esconde-esconde, o clássico & festivo Hulk. Os vermelhos ignoraram-no, por que o dia não era de caça. A instrução de Jesus foi perfeita, mesmo sádica: fazer pressing impetuoso, ocupando espaços, saindo da marcação com inteligência e gozo, e marcar. E o intelectual Villas Boas ajoelhou, manso e místico. E converteu-se! Mas que duas bolas "boas de paz"!

Obrigado Maicon! Desculpa lá, Oh! Villas Boas.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


SPORTING: O ATREVIMENTO

Paulo Bento é o maior folgazão dos treinadores de futebol. Um perfeito sobrevivente carnavalesco. E, curiosamente, não há assessor político que não o corteje e estude. Não por ser uma perfeita nulidade no seu mister (o que seria tranquilamente normal) ou pelo patético vocabulário usado em cada flash interview, mas pela faina assombrosa de nunca assumir tropeçar na sua própria miséria. Daí os arrufos da rapaziada dos governos & dos think tank indígenas, pela singular personagem. Na verdade, Paulo Bento está para a teoria política como o eng. Sócrates para o palanfrório futebolístico da Assembleia Nacional. No futebol a máxima de ambos é que o "crítico é um privilegiado que só começa a jogar quando o jogo termina: por isso ganha sempre". E, dizem, não há combate mais limpo que esse. Até o Santos Silva – se lhe soletrarem docemente – entende. Deo gratias!

Hoje, porém, o Paulo Bento está livre desse admirável raminho de críticos. Até mesmo dos que, de peito generoso, dizem:"A bola rola para todos, mas só dá bola para alguns". Paulo Bento, mesmo que não tenha memória, deixou jogar. A derrota contra os boches foi uma liberalidade. Arriscada! O atrevimento dos seus jogadores foi pensar que depois da viciosa correria contra o nosso Glorioso (2ª parte, no sábado passado) tinham pernas, coração e ânimo para o jogo do Bayern. Paga-se caro a tolice, a aventura e a intrujice. Esqueceram-se, há três dias, que num jogo de futebol "quem corre é a bola, senão era só fazer um time de batedores de carteiras". Hoje viu-se no que isso dá. Muito atrevimento.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008


Vedi Lisboa e poi muori



"... de beleza és diva,
e em qualquer modo sempre me és querida,
ou anelante, ou esquiva;
e quer fujas, quer sigas,
suavemente me destróis e obrigas "

[Torquato Tasso, in Vita de la mia vita]

domingo, 6 de maio de 2007


Benfica: destruir ... dizem eles!

A equipa do Benfica arrasta-se, dolorosamente e melancolicamente, em campo. Como qualquer incipiente equipa, vegeta ao longo do tempo sem força física e anímica que se veja. Os últimos jogos confirmam (mas não seria só por eles) que o Benfica tem sido admiravelmente destruído. Não há paciência para, todos os anos, assistir à grosseria de ouvir dizer que "se vai (re)construir uma equipa", quando ela é, simplesmente, liquidada.

O inefável Presidente da instituição Sport Lisboa e Benfica muito contribui para esta faina paupérrima e degradante da equipa. Coleccionador de cacofonias para a canalha do peão sorrir de malvadez clubística, o senhor Luís Filipe Vieira, meio guerrilheiro de bancada meio palrador alucinado, devia respeitar mais os associados, os adeptos e a camisola do clube. E o seu grandioso passado! Mesmo que os saloios do velho 3º anel acreditem, e obscenamente assim acontece, o ensaio da tão putativa equipa-sonho confunde qualquer observador de futebol não-fundamentalista. Aquilo não é uma equipa de futebol. Quanto muito um alegre grupo excursionista que em horas varonis dá uns pontapés numa bola.

O sábio engenheiro (não inscrito na Ordem) Fernando Santos, singular escolha do sr. Vieira, é a miséria das misérias nativas. Aluno megalómano da excêntrica táctica do triângulo invertido, não conseguiu nunca entender para que serve aquilo. Descaradamente, o valor da história que lhe venderam é nulo. Pior que isso! É que a equipa ficou, de vez, sem aquilo que os mais tradicionais chamam de meio-campo e sem qualquer ligação entre sectores. A menos que essas minudências tenham desaparecido da prática de futebol, pode-se afirmar que como organizador e treinador de equipas de futebol o eng. Santos presume que dá cavadelas na relva mas não apanha minhoca alguma. A obra do eng. é completa, soberba e eficaz para acabar de vez com um grupo de trabalho. O dr. Artur Jorge, ao pé dele, é um principiante. Erudito, bem entendido. Mas principiante! Decididamente.

segunda-feira, 30 de abril de 2007


A intensidade da vitória

"Vitória é aquela vez em que a gente não perdeu" [Millôr Fernandes]

Amarga vitória dos andrades no campeonato de futebol! Triste e natural fim da lagartagem! Má sina a nossa, ó camaradas do glorioso!

O desaforo e fanfarronice dum miserável presidente do SLB, que escolhe tão fracativos jogadores e professa tão estulto treinador; o comando sem génio, firmeza estratégica, técnica e física desse cérebro mirrado que dá ao nome de eng. do Tenta; a intensidade pérfida do "triângulo invertido" do bronco Fernando Santos (a novidade táctica insultuosa dos indígenas treinadores lusos); o ruído proferido pelos vassalos falantes da Sport TV ao longo do jogo do Benfica-Sporting e de todos os outros, que é um study-case indígena só comparado ao espírito varonil do dr. Santos Silva em defesa do retorno do exame prévio; a inútil polémica sobre a putativa intensidade do toque faltoso do lagarto Caneira sobre Miccoli (as regras da arbitragem nunca se cumprem, aliás como tudo neste delicioso país) ou, ainda, a "ceifa" feita em Karagounis que o oficial do exército (que não árbitro, que é uma outra coisa) Pedro Henriques não puniu devidamente; os comentários desbragados, virtuais e doutrinários do Bruno Prata - o oráculo do sr. Pinto da Costa em terra dos Andrades; tudo isso exalta e, ao mesmo tempo, amansa qualquer adepto de futebol.

O mundo do futebol doméstico é uma merdice, tais os dotes que todas essas figuras ostentam. Os manguitos a esses cavalheiros, que ainda se podem fazer (thks! ó comissário Santos Silva), são o único orgulho que nos resta. Porque o futebol, ó meus amigos, o sublime futebol ... está a circular lá fora. Não há pachorra para estas lambugens pátrias e para a perda de tempo desta curiosa mentira, que é o futebol nativo. Há mais vida, mesmo que menos perfeita, para além do futebol. Trate disso, ó leitor!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

FLORES PARA MIKI FEHÉR



Sabemos da bondade da vida. Quantas vezes se julga que não a sabemos merecer. No entanto o lugar que ocupamos "é o único temível porque nos prende". Hoje os deuses esqueceram-se de Miklós Fehér. Ou foram os homens? A tristeza embala-nos os olhos, enquanto o que a TV mostra, nos mata aos poucochinhos. Um sorriso nos lábios, o coração a ceder, inclinação e morte. É demasiadamente perturbante para ser verdade. Magoa-nos. Torna-nos inúteis. É noite e hoje aqui não está ninguém. Até sempre Miki.

terça-feira, 28 de outubro de 2003

PASSA POR MIM NA CATEDRAL ...



"Todo o sentimento poderoso provoca em nós a ideia do vazio" [Artaud]

Passa por mim na Catedral, disse meu pai. Assim fiz, nunca se deve contrariar os progenitores. Nem a saudade. Muito menos, os investimentos do nosso imaginário. E fazia sentido, que os "homens não têm com o mito uma relação de verdade, mas de uso" [Barthes dixit]. O luto estava longo. O seu caminho, desde a noite negra que o dito Presidente do Benfica vendeu o clube a um partido político, tinha sido feito. Passar a espera, quedar-me na margem, eis o sortilégio cometido. Depois? Depois, entrou-se na Catedral, devagar, entre o mundo dos homens. Na memória o esquecimento incapaz. Já assim tinha sido, in illo tempore, de mão dada com o meu pai. "Le centre du monde est partout et chez nous" [Eluard].

A nova Luz, o "grande perturbador" ou a sua metáfora. "Eu" torno-me "tu", e todos manos, por isso não podes entender. Compreende-se. Para vós, o futebol sempre foi "decoração", "ópio do povo", mito maior das "massas", alienação. Outros referem, que reproduz o mundo do trabalho, et pour cause ... Porém, "o futebol tem uma alma" [Peter Handke]. E, assim, talvez o "homem necessite do mito e do símbolo" [Gert Hortleder, in Humboldt, nº 29], que os tempos estão "perigosos" e as palavras metem medo. Os intelectuais, em todas as versões, sempre ficaram à sua margem, numa estranha lamentação, mortos por não terem "corpo", nesta "cultura foot", muito "light". Outros (Cardoso Pires, Mário Zambujal, Lobo Antunes, Assis Pacheco, Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, João Cabral de Melo Neto, Lins do Rego, Ubaldo Ribeiro, Vinicius de Moraes, Oswald de Andrade, Philippe Soupault, Camus, Eco, Valdano, ...) deram-lhe a devida importância, numa paixão que alguns, hoje, contestam face a uma (real, diga-se) era da futebolização da sociedade, de facto, preocupante. "Tudo que sei sobre a moral e as obrigações do homem, devo ao futebol" - dizia Camus - terá, hoje, algum sentido?

Aparte isso, a Catedral estava bela. Como sempre.