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quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

PARACELSO [1493-1541]


 
Paracelso [1493 - 1541]

Nasce em Einsiedeln (Suiça), a 17 de Dezembro de 1493

"Embora a historia conhecida da filosofia hermética remonte aos primeiros séculos da era cristã, cabendo à tradição mágica, gnóstica e alquímica um papel de relevo (...) pode dizer-se que a historia da medicina hermética se desenvolve sobretudo a partir de Paracelso e dos inúmeros paracelsistas que proliferaram na Europa do seculo XVI e XVII. Ao contrário do que se possa julgar, em Portugal não se vivia alheado destas novas correntes.

Já a Pedro Hispano, o Papa João XXI são atribuídos inúmeros tratados herméticos, entre eles o Tractatus mirabilis aquarum ... onde se descreve a agua de vida, o elixir dos alquimistas [A Maria Helena Rocha Vieira se deve o estudo da obra medica de Pedro Hispano ...]. E na «Rellação» da livraria de Frei Vicente Nogueira (1586-1654), confiscada pela Inquisição, descobrem-se, entre muitos tratados as obras de Paracelso, o que demonstra a sua circulação entre nós (...)

A alquimia oferece um corpo doutrinal específico, que não pode deixar de ser do agrado do homem renascentista. Nascida, como diz Festugière, da pratica egípcia da ourivesaria e da filosofia grega de Platão, misturada com sonhos e visões místicas, revelam-se nela três fases sucessivas: alquimia como arte, alquimia como filosofia, alquimia como religião ..."

[Yvettte K. Centeno, in "Madeira Arraes e o Vitríolo dos Filósofos", prefácio-apresentação de "Tratado dos Óleos de Enxofre, Vitríolo, Philosophorum, Alecrim, Salva, e da Água Ardente" de Duarte Madeira Arraes, Edições Salamandra, 1993]

Locais: Biografie di alchimisti / A Rosa de Paracelso (Jorge Luis Borges) / Paracelso - Sabedoria, Presunção e Misticismo / O Movimento Rosacruciano No Tempo de Damião de Góis / O discurso alquímico: um imanentismo transcendente? (José Augusto Mourão) / Subsídio para o Catálogo da Tratadística Antiga ... (Manuel Gandra) / Alquimia em Portugal (Manuel Gandra) / V Colóquio Internacional "Discursos e Praticas Alquímicas"

domingo, 30 de novembro de 2003

FERNANDO PESSOA



Fernando Pessoa [1888-1935]

"Não procures nem creias: tudo é oculto" [Fernando Pessoa]

"... Poeta, sobretudo poeta, mas também dramaturgo, pensador, crítico, ocultista, astrólogo, teorizador apaixonado da secreta verdade de um Portugal-mito, pesquisador subtil de realidades visíveis e indivisíveis...”
[in prefácio de António Quadros, para: "Livro do Desassossego", Europa-Ámerica, Lisboa, 1986]

"... Fernando Pessoa encontra na filosofia hermética uma via para o instruir sobre a natureza do homem (e da arte), como sua mais elevada dimensão, a natureza do universo e de Deus. Alcança deste modo uma forma de sabedoria, a que lhe permite fechar o círculo da serpente ouroboros, descobrindo e afirmando que «tudo é um» e que ao artista, como ao adepto, compete «reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo» ..."
[in prefácio de Yvette Centeno, para: "Fernando Pessoa e a Filosofia Hermética", Lisboa, Editorial Presença, 1985]

" ... Quem somos e para onde vamos, são duas perguntas que ele [Fernando Pessoa] procura responder através do conceito da alma tripla a evoluir em cada um de nós, e da afirmação duma Ordem Secreta e dum plano divino no qual se insere a vida do país, a alma da nação, que teve nos Templários, e na Ordem de Avis e na de Cristo os seus mediadores e avatares mais conscientes. Com estes e outros iniciados se catalizou, em Portugal, a harmonia social, a cultura tradicional, o culto do Espírito Santo, as descobertas, a universalidade. E, se houve depois queda e dormência do país, causadas pelas mais diversas influências, como nos relataram Antero e Pessoa entre outros, haverá agora a possibilidade de se dar um segundo movimento da Ordem Iniciática que me Portugal inspirou os Templários e a Ordem de Cristo. E, é para essa tarefa que Pessoa diz que é a hora (...)"
[Pedro Teixeira da Mota, in "A Grande Alma Portuguesa", colectânea de textos de Fernando Pessoa, Edições Manuel Lencastre, 1988]

domingo, 12 de outubro de 2003

13 DE OUTUBRO DE 1307 - TEMPLÁRIOS SÃO PRESOS EM FRANÇA



13 de Outubro de 1307 - Templários são presos em França

"... Apesar de ainda na véspera o grão-mestre acompanhar o Rei [Filipe O Belo] às exéquias de uma cunhada deste, a notícia da prisão estala como uma bomba a 13 de Outubro de 1307, em que os Templários são presos nas suas comendadorias. Desde então, o Rei promove, através de Nogaret [Guillaume de Nogaret, professor de direito em Montpellier, e Chanceler do Reino] e dos inquisidores dominicanos, a divulgação de acusações contra a Ordem, como heresia, idolatria, sodomia e blasfémia, acompanhadas de um sistema de delações e torturas que pretensamente as confirmavam, descrevendo sacrilégios, ritos iniciáticos ..."

[Jorge de Matos, A Coroa Francesa e o Processo Templário, in jornal «V Império», nº 4, Maio 1991]

"... A Ordem, não consegue escapar ao processo que irá ser montado pelo rei francês. O inquérito por ele levantado, irá durar 7 anos, culminados com a morte de Jacques de Molay, o último Grão-Mestre da Ordem. Condenado à morte pelo fogo, em praça publica, a 18 de Março de 1314 (…) Clemente V, tinha sido o Papa que dois anos antes, mais precisamente a 3 de Abril de 1312, pela Bula Vox in Excelso, submetida ao Concílio de Viena, extinguira a Ordem do Templo, sem se pronunciar, no fim do inquérito, sobre a sua condenação canónica, por certo, devido às irregularidades do processo. O Processo iniciara-se a 13 de Outubro de 1307, em que era determinado a «todas» as Casas da Ordem, em França e no resto da Europa, fossem alvo de um inquérito semelhante e todos os seus bens imediatamente confiscados e que revertessem para as respectivas Coroas europeias ..."

No entanto, o processo dos Templários não vingará em terras portuguesas (...) D. Dinis, unido por forte laços de amizade com o Mestre Templário em Portugal, acedeu elaborar um inquérito, tal como o Papa o ordenara. Mas o inquérito leva o tempo sufuciente, para proporcionar a fuga dos templários para terras do Norte de Africa. Os seus bens passam temporariamente para a Coroa, enquanto D. Dinis se reúne com Fernando IV de Castela e Jaime II de Aragão. Nesse «Concílio», os templários portugueses e espanhóis são declarados inocentes ... [D. Dinis] prepara uma embaixada a Avinhão, encarregada de expor ao Papa João XXII (que em 1316 tinha sucedido a Clemente V) as razões da necessidade portuguesa na criação de uma nova «ordem», uma «santa milícia» ... É assim, que a Ordem do Templo extinta em 1312, por Clemente V, ver-se-á recriada na nova Ordem, por sugestão do rei D. Dinis em 1319, passando a denominar-se Ordem da Milícia de Jesus Cristo ou Ordem de Cristo ..."

[Teresa Mesquitela, A Mística das Descobertas (Portugal Profundo e Encoberto), Tomar, 1989]


"... O que é que permitiu que, em Portugal, a Ordem da Milícia do Templo continuasse a existir coberta pela Ordem da Milícia de Cristo? Este facto é simples: Portugal é a Ordem do Templo até D. Manuel I e desde a sua origem ..." [António Telmo, Historia Secreta de Portugal, Vega, 1977]

"... O silêncio de René Guénon sobre tudo quanto se passou em Portugal, depois da destruição na Europa da Ordem da Milícia do Templo, tem surpreendido e perturbado os raros investigadores que verificaram a relação directa existente entre o que ele escreveu no Rei do Mundo e os descobrimentos marítimos portugueses ... [idem]

"Todos os symbolos e ritos dirigem-se, não á intelligencia discursiva e racional, mas á intelligencia analogica. Por isso não ha absurdo em se dizer que, ainda que se quizesse revelar claramente o occulto, se não poderia revelar, por não haver para elle palavras com que se diga. O symbolo é naturalmente a linguagem das verdades superiores à nossa intelligencia, sendo a palavras naturalmente a linguagem d’aquellas que a nossa intelligencia abrange, pois existe para as abranger" [Fernando Pessoa, in Fernando Pessoa e a Filosofia Hermética (Yvette Centeno), Presença, 1985]

"Em todas as ordens definidas, mas com fundamento occulto, ha a ordem externa e a ordem interna. Assim os Templarios, na data da sua extinção violenta, era Chefe Externo (Grão Mestre) o cavalleiro francez Jacques de Molay, e era Mestre Interno (Mestre do Templo) o cavalleiro escocez Robert de Heredom" [idem]