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segunda-feira, 27 de junho de 2011

HOJE - LEILÃO DE LIVROS E MANUSCRITOS


LEILÃO: Livros e Manuscritos. Séculos XVI a XX;
DIA27 de Junho (21 horas);
LOCAL – Palácio da Independência (Largo S. Domingos, 11, Rossio), Lisboa;
ORGANIZAÇÃO – Leilões Artes e letras;
CATÁLOGOAQUI & AQUI.

A Leiloeira Artes e Letras (sob direcção de José Vicente & Luís Gomes) organiza um Leilão de Livros e Manuscritos (Século XVI a XX), de Literatura, Viagens, livros Estrangeiros sobre Portugal, livros ilustrados, Arte, HOJE, dia 27 de Junho (21 horas) no Palácio da Independência (ao Rossio, Lisboa). São 532 peças bibliográficas estimadas, valiosas e raras que são colocadas à venda.

Façam favor de consultar AQUI ou AQUI o seu Catálogo online.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

XVI MARCHÉ DE LA BIBLIOPHILIE - PARIS



XVI Marché de la Bibliophilie (Paris) - 23 a 27 de Junho.

110 Livreiros, todos de grande estimação, montam as tendas na Place Saint Sulpice. Das 11 in matinas até ás 2o horas, haverá lugar a um corropio ao livro antigo, estimado, raro ou de ocasião. Paris me mata!

Organização: GIPPE

domingo, 28 de fevereiro de 2010

IN MEMORIAM JOSÉ MINDLIN 1914-2010


"Je ne fay rien sans gayeté" [tema do ex-libris de J. Mindlin, retirado do livro de Montaigne, "Ensaios"]

[Mindlin] "ensina que a mais importante qualidade de um bibliófilo não é a fortuna, ou a erudição, mas a paciência"

"a gente procura o livro e o livro procura a gente"

Morreu em S. Paulo o mais estimado bibliófilo de língua portuguesa, o promotor da cultura e da arte, e principalmente do livro e da sua leitura. José Mindlin, leitor incansável e onívoro, jornalista efémero, secretário da cultura do Estado de S. Paulo, advogado, ex-empresário [da empresa Metal Leve], membro da Academia Brasileira de Letras e devoto amante do livro raro, coleccionou ao longo da sua vida mais de 60 mil volumes, com perto de 20 mil fazendo parte de uma Brasiliana absolutamente notável. Como diz: "A Biblioteca foi crescendo por si mesma".

Com preciosa e vasta erudição sobre os assuntos bibliográficos, o coleccionador Mindlin, como bibliófilo apaixonado, preocupava-se com a ilustração, o aspecto gráfico, a edição, o papel, a encadernação, a tipografia – "o aspecto físico". Curiosamente, se os clássicos não lhe eram de todo estranho, os autores modernos (jovens e desconhecidos) atraíram-no, sem explicação plausível. Mas era a emoção [que não deixava transparecer ao livreiro vendedor] do exemplar do livro raro e a sua incessante busca (e sorte) que o motivava. As suas histórias em torno da compra de raridades bibliográficas [ver José Mindlin, "Uma Vida entre Livros", Companhia das Letras, 1997], a sua "garimpagem" quase doentia e extravagante (com a cumplicidade de sua esposa Guita, o que não deixa de ser bem curioso para alguns amadores de livros), indicam que não se trata aqui de um simples acumular de livros, mas de um projecto intelectual de vida. "Uma felicidade extravagante", como diria J. L. Borges [cf. "Memórias de uma Guardadora de Livros”, de Cristina Antunes (conservadora da Biblioteca Guita & José Mindlin], Escritório do Livro, 2004]

A ler sobre bibliofilia brasileira e o livro raro: o belíssimo exemplar, "Uma Vida entre Livros", de José Mindlin, Companhia das Letras, 1997 / "O Bibliófilo Aprendiz", de Ruben Borba de Moraes / "Uma Vida", de Plínio Doyle, Ed. Casa Rui Barbosa / "Memórias Esparsas de uma Biblioteca", com José Mindlin & "Memórias de uma Guardadora de Livros", com Cristina Antunes, Escritório do Livro, 2004 / "No Mundo dos Livros", de José Mindlin, Agir.

LOCAIS: O Bibliófilo José Mindlin / Páginas de Vida / Morre o bibliófilo José Mindlin / Morte do bibliófilo José Mindlin.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

FOLIES, FRESQUES, FORCES ET FAIBLESSES DU BIBLIOPHILE


"... Je veux dire par là qu'il y aurait tant à dire sur le caractère du bibliophile ou plutôt pour être plus juste sur sa physiologie, qu'un livre reste à écrire sur le sujet. Une approche purement psychologique du sujet en quelque sorte. Que cela ne vous empêche pas de nous signaler des travers et des éclats de génie que vous jugerez propres au bibliophile et qui pourtant s'attachent plus à son aspect physique ou son comportement. Tout ici sera bon à prendre, pour nous esclaffer des autres ou rire de nous-même, tenter une amélioration par biblio-blogo-thérapie ..."

ler TUDO AQUI

domingo, 8 de novembro de 2009

LEILÃO DA COLECÇÃO CAPUCHO - BIBLIOTECA (Parte III)


Continuação do invulgar Leilão do riquíssimo espólio (Colecção e Biblioteca de António Capucho) que foi pertença de António Emídio Ferreira de Mesquita da Silva (1918-2009), pai do Presidente da C.M. de Cascais, António d’Orey Capucho, conforme AQUI referimos antes.

Amanhã (dia 9) e a continuar no dia seguinte (dia 10), pelas 15 horas, no Palácio do Correio Velho (Calçada do Combro, 38 A, 1º, Lisboa), decorrerá o LEILÃO da escolhida e riquíssima BIBLIOTECA CAPUCHO (III parte). A não perder.

consultar o Catálogo AQUI.

terça-feira, 5 de maio de 2009



LEILÃO DO PALÁCIO CORREIO VELHO – COLECÇÃO CAPUCHO

LEILÃO DO PALÁCIO CORREIO VELHO– COLECÇÃO CAPUCHO

Começa hoje (pelas 21 horas) e segue nos próximos dois dias, o invulgar Leilão do riquíssimo espólio (Colecção e Biblioteca de António Capucho) que foi pertença de António Emídio Ferreira de Mesquita da Silva (1918-2009), pai do Presidente da C.M. de Cascais António d’Orey Capucho, um notável homem de arte e cultura, bibliógrafo e apaixonado coleccionador [ver, "António Capucho. Retrato do Homem através da Colecção", de Luísa D’Orey Arruda et al, Civilização, 2004].

O Leilão, que decorre no Palácio do Correio Velho, apresenta 764 lotes, entre azulejaria, faiança portuguesa, pintura, mobiliário português, uma notável colecção de registos de santos e imagens religiosas, uma curiosa colecção de camafeus e, também, um acervo de livros e manuscritos raros e invulgares, como uma preciosa cartas de armas , iluminuras estimadas e livros de horas.

Absolutamente a não perder.

Consultar os bonitos Catálogos, AQUI.

terça-feira, 6 de maio de 2008


Bibliofilia

"De loin vous en flairez l'arome avant-coureur;
Vous contemplez, ravi, sa date reculée;
Vous caressez du doigt sa marge immaculée,
Et de sa rareté vous pronez la valeur.

Vous en animez la tranche a la vive couleur,
La nervure du dos, ou svelte ou protelée,
La robe au blanc satin, d'um filet dentelée,
Le noir changrin, brodé par le fer du doreur"

[François Fertiault, in Sonetos de um bibliophilo, aliás, in Neves de Antanho (1918), do Conde de Sabugosa]

quinta-feira, 15 de janeiro de 2004

LIVROS USADOS



"... Para onde foram os livros usados, os que tinham na capa esse visgo publicitário, as brochuras encardidas, as encadernações de pobre, os folhetos, as revistas do tempo de Rodrigues Alves? Tudo isso também é gente, na cidade das letras, e, como gente, ninho de surpresas: no mar de obras condenadas ao esquecimento, pesca-se às vezes o livrinho raro, não digo raro de todo, pois o farol do mercador arguto o escondeu atrás do balcão, e destina-o a Plínio Doyle, ao Mindlin paulista ou à Library of Congress, que não dorme no ponto ... mas, pelo menos, o relativamente raro, sobretudo aquele volumeco imprevisto, que não andávamos catando, e que nos pede para tirá-lo dali, pois está ligado a circunstâncias de nossa vida: operações de resgate, a que procedemos com alguma ternura. Vem para a minha estante, Marcelo Gama, amigo velho, ou antes, volta para ela, de onde não devias ter saído; sumiste porque naqueles tempos me faltou dinheiro para levar a namorada ao cinema, e tive de sacrificar-te, ou foi um pilantra que te pediu emprestado e não te devolveu? Perdão, Marcelo, mas por 5 cruzeiros terei de novo tua companhia ..."

[Drummond de Andrade, Sebo, in O Poder Ultrajovem]

sábado, 4 de outubro de 2003

JORNAL BIBLIOGRÁFICO DA LIVRARIA VIEIRA

 
   Jornal Bibliográfico, Outubro de 2003, da Livraria Vieira

Acaba de chegar aos clientes da Livraria Vieira, Rua das Oliveiras, Porto, o catálogo ou jornal bibliográfico correspondente ao mês de Outubro. Com 398 obras escolhidas ao seu dispor, o bibliófilo ou amante dos livros dispõe de uma grande escolha em matérias que vão da poesia ao ensaio, do romance à história, monografias, etc. sendo que algumas peças estão há muito esgotadas ou fora do mercado.

Algumas peças constantes do catálogo: Academia das Siencias de Lisboa. Homenagem a António Cândido, Coimbra, 1922 / Descrição histórica, corográfica e folclórica de Marco de Canaveses, por P. M. Vieira de Aguiar, Porto, 1947 (raro) / Noticia histórica e genealógica da família, ascendentes e allianças do Exmo Sr. General Palmeirim, pelo Visconde Sanches de Baena, Lisboa, 1882 / Arte Portuguesa. Pintura, sob direcção de João Barreira, Edições Excelsior (s/d) / Arte Portuguesa. Arquitectura e Escultura, de João Barreira (s/d) / Echos d’uma voz quasi extinta, de António Cândido, Porto, Edição póstuma, 1923 / Antero de Quental, por José Bruno Carreiro, II vols, 1948 / O Regime florestal e a câmara da Lousa, de Adriano José de Carvalho, Porto, 1911 (sobre a inexactidão do folheto A câmara da Lousa e o regime florestal – questão das matas e baldios de Serpins) / Monografia da Cidade do Porto, de Aurora Teixeira de Castro, 1926 (raro) / Salomé e outros poemas, de Eugénio de Castro, Coimbra, Lvmen, 1923 (c/ dedicatória do autor) / Terra Fria, de Ferreira de Castro, ilustrações de Bernardo Marques, Guimarães, 1966 / Cartas de Longe, por Homem Christo, 1915 / Gandaia, de Romeu Correia, Guimarães, 1952 / Elogio académico do Sr. Dr. Teixeira de Queiroz, AMP, 1919 (raro) / Elogio académico do Dr. Sidónio Pais, 1919 / Grandes Dramas da História, por Sousa Costa, Editorial O Século, 1941 (luxuosa encad.) / Os Arados portugueses e as sua prováveis origens. Estudo etnográfico, por Jorge Dias, desenhos de Fernando Galhano, Coimbra, 1948 / Salazar o Homem e a sua Obra, de António Ferro, 1933 / Engrenagem, por Soeiro Pereira Gomes, Edições SEM, Porto, 1951 / O fenómeno religioso e a simbólica (subsídios para o seu estudo), por Aarão de Lacerda, Porto, 1924 / Prosas Perdidas, de Manuel de Laranjeira (notas de Alberto de Serpa), Portugália, 1958 / Colecção de memorias relativas ás vida dos pintores, e escultores, architetos, e gravadores portugueses … seguidas de notas pelos Dr. J. M. Teixeira de Carvalho e Dr. Vergílio Correia, Coimbra, 1922 (tiragem especial de 100 expls) / Theoria do Socialismo, por Oliveira Martins, Lisboa, 1872 / Os Sonetos Completos de Anthero de Quental, publicados por Oliveira Martins, Porto, 1890 (2ª ed.) / Sistemas de atrelagem dos bois em Portugal, por Ernesto Veiga de Oliveira, Fernando Galhano & Benjamim Pereira, Lisboa, 1973 / Matérias para a Historia da Figueira nos séculos XVII e XVIII, por António dos Santos Rocha, Figueira da Foz, 1893 / A Teoria da Nobreza, por António Sardinha, Famalicão, 1916 (separata nº12 da Nação Portuguesa, órgão do Integralismo Lusitano) / O Judeu Errante, romance por Eugénio Sue, V vols enc., Lisboa, 1850-51 / Rua de Miguel Torga, Coimbra, 1942 / Alguma palavras a respeito dos púcaros em Portugal, de Carolina Michaelis de Vasconcelos, Coimbra, Impr. Un., 1921 (raro) / A Barba em Portugal, por Leite de Vasconcelos, Lisboa, IN, 1925 / Grande Dicionário portuguez ou Thesouro da Língua Portugueza, pelo Dr. Frei Domingos Vieira, V vols, Porto, 1871-74.

domingo, 3 de agosto de 2003

FOGOS & NOTAS VÁRIAS

- É sempre a mesma coisa todos os anos. Chega-se a Julho e Agosto, e de repente parece que fomos atirados para um outro país. Quem ouve o inefável ministro Figueiredo Lopes a dar ordens ao abrigo de um plano inexistente (ou que só na sua cabeça existia) fica na dúvida em que raio de país estamos. É que, afinal, fazem mil e umas leis, normas e planos que invariavelmente nunca são aplicados, ou quando o são imediatamente são colocados de lado para uma nova reformulação. Este ministro diz a mesma coisa que os seus anteriores diziam. E seguramente que os vindouros dirão a mesmíssima coisa. Triste país este, que é governado por tamanha gente.

- O Ministro da Defesaestá atirado para lume brando. E, de facto, merece-o. Nem se compreende como alguém com o perfil ético e político de Portas, conseguiu, um dia, ser ministro de alguma coisa. Não tem idade mental, estirpe democrática e humanidade para o desempenho do cargo. Quanto muito no Independente poderia mandar em alguma coisa, porque são todos bons rapazes. Mas no governo de um país, valha-nos Deus. Enfim, como diria Joyce"como não podemos mudar de país, mudemos de assunto".

- Estes dias em férias são óptimas para compras de livros, há muito esgotados ou desaparecidos. Não há concorrência nesta época do ano. A praia é um trabalho infinito e que requer tempo, mesmo para os mais audases. Ainda bem, para nós, que também somos praiantes de barriga ao sol, mas estamos atentos e cuidadosos sobre as insolações estivais. Et pour cause ...

Algumas das aquisições nestes dias de Agosto. [brevissima anotação]

* Catalogo da Valiosa e Interessante Livraria que pertenceu ao Ex.mo Snr. Dr. Pedro Augusto Ferreira (Continuador do Portugal Antigo e Moderno) por elle dispendiosa e pacientemente adquirida em leilões e vendas particulares, desde 1864 e que será vendida em Leilão, pelas 6 horas da tarde do dia 7 e seguintes no proximo mez d'Abril no Bazar de António Freitas, Rua de Passos Manoel, 199 - Porto s/d [Nota: contem todos os preços da arrematação, enc.]

* Catalogo // das // Obras mais raras, valiosas e estimadas // da // Livraria // do bem conhecido e afamado bibliophilo // Agostinho Vito Pereira Merello // ex-corretor do Numero da Bolsa. // Bibliotheca Particular a mais importante do paiz, constando 12:358 lotes // Catalogada por seu filho // Julio Roque Pereira Merello // Agente de leilões da Praça de Lisboa // Seguido de um catalogo dos valiosos quadros, estampas e jornaes // Precedido de um breve prefacio por // Theophilo Braga // Lisboa // Typographia da Companhia Nacional Editora // ... // 1898, VII-337 pgs

"Habent sua fata libelli. É este um antigo aphorismo em que está implicita toda a historia litteraria; os livros têm a sua sorte, e não é menos dramatica a série de peripecias que constituem a sua historia externa, como a dos conflictos theoricos ou doutrinarios que levantaram, actuando na corrente da civilização. O livro é um prestigio (...) Quem ousará condemmar a bibliomania, se é ella um meio indirecto de conservar muitas riquezas do passado que fatalmente se perderiam na voragem do tempo! Sem essa preoccupação de enthezourar todas as raridades e especialidades bibliographicas, seria impossivel construir a Historia litteraria, a grande creação entrevista no seculo XVII por Bacon (...)

A livraria, que esteve sempre occulta como um thezouro cubiçado, é conhecida emquanto á sua importancia pelo fervor, sacrificios e constancia com que o proprietario se batia em todos os leiloes e pesquizas para alcançar as mais invejaveis preciosidades litterarias e artisticas. Desde 1844 a 1895 gastou Pereira Merello a ajuntar livros, capitalisando na sua Bibliotheca a melhor parte dos seus rendimentos provenientes das sua funções de Corrector do Numero da Praça de Lisboa. (...) Pereira Merello, de origem italiana, cultivou as letras na sua mocidade; escreveu artigos sobre economia e commercio em alguns dos mais importantes jornaes de Lisboa (...) Começou a a collecionar livros, quando ainda andavam em dispersão as bibliothecas dos conventos, e prosseguiu, quando ao correr do martello do leiloeiro se espatifavam as livrarias pacientemente formadas como a de Pereira da Costa. Foi n'este campo de combate que Pereira Merello se encontrou com Innocencio Francisco da Silva (...) É certo que tornaram-se inimigos inconciliaveis; Merello fechou a sua livraria com os setes sellos do Apocalypse, e elle mesmo levado pela preoccupação do livro chegou ao ponto em que já se não dominava, tornando-se elle proprio victima de uma como vesania. Para adquirir as obras mais raras já não olhava a dinheiro (...) todo o seu capital adquirido foi gasto com enthusiasmo em livros, quadros e em curiosidades de bric-à-brac. Faz lembrar por vezes essa figura mysteriosa e sympathica do Cousin Pons do romance de Balzac. Os livros custavam-lhe o melhor do seu sangue, o dinheiro e odios profundos com os outros bibliomanos; guardava-os com as mesmas etiquetas dos leilões, em sacos e em caixas, de forma que perdia o conhecimento d'elles. Daqui resultava o tornar a comprar muitos exemplares do mesmo livro, tal como aconteceu com outro acerrimo bibliophilo do Porto o Dr. João Vieira Pinto (...) Ao fim de quarenta annos de trabalho estava formada esta grandiosa Bibliotheca particular (...)"

[Theophilo Braga, A Livaria de Pereira Merello, pag. V/VI]

* Catálogo de Quatro Importantes Livrarias que serão vendidas em Leilão sob a direcção de João Vicente da Silva Coelho organizado por José dos Santos e com um prefácio de Gustavo de Matos Sequeira. ... constituindo o fundo das livrarias que formam do Conselheiro Anselmo José Braamcamp, do dr. JoãoForjaz, do dr. José Pereira de Paiva Pita e da família Cunha Sotomayor. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1925, 354 pag. [Trata-se de catálogo onde participam o dono da Livraria Coelho de Lisboa, José dos Santos da Livraria Lusitana (Lisboa) e com prefácio do bibliófilo Gustavo de Matos Sequeira.]

"Nenhuma terra de Portugal possue como Coimbra a característica inconfundível da sua tradicional cultura erudita, artística e literária. (...) Abastada de livrarias, a cidade do Mondego marca assim esse logar e a cada uma que se dispersa outra se forma. Estas que agora se vão vender em almoeda reflectem bem nitidamente a feição originária, o ar erudito, na abundância de clássicos, na escolha castigada dos melhores autores e na variedade dos assuntos.
A primeira, que pertenceu ao estadista Anselmo José Braamcamp, recheada de curiosidades clássicas e de bons livros de sciência política, (...) Segue-se a livraria do dr. João Forjaz, de Bemcanta (...) Mais copiosa e mais variada do que as anteriores è a biblioteca que foi do lente dr. Paiva Pita abundantíssima de obras jurídica de mérito e de clássicos dos melhores como (...) Áparte estes excelentes livros mencionados, enriquecem a livraria uma porção considerável de manuscritos que forma pertença do bispo Azeredo Coutinho, que foi de Elvas e Pernambuco, manuscritos entre os quais se destacam alguns de interesse capital para a história eclesiástica e geral destas duas cidades, mormente de Elvas. (...) A última biblioteca que foi da família Cunha Sotomayor, de Coimbra, (...)"
[Gustavo de Matos Sequeira]

quinta-feira, 31 de julho de 2003

BIBLIOFILIA - AQUILINO RIBEIRO


"Para Anatole France não havia leitura mais amena e sedativa que um Catálogo de livros. De facto, depois de ouvir um discurso nas Câmaras, dar-se o parecer sobre um relatório, sustentar uma polémica sobre existencialismo, não se pode encontrar entretimento mais repousador e edificante. É como estar debruçado à janela a ver passar, sem nos coagir a nenhuma forma de zumbaia, uma vistosa procissão à antiga."

[Aquilino Ribeiro, Ao Amador do Livro, Catálogo de Livros Seleccionados do Mundo do Livro, nº 3, Lisboa, 1955]

Pois, foi isso o que fizemos, Mestre. Depois de sermos esmagados por duas vezes no xadrez (a mania de ressuscitar a Portuguesa do António Ferreira foi fatal), ignobilmente esmifrados por uma irreverente jogadora, ainda para mais leitora de Augustina, deixou-nos à beira de um ataque de nervos. E ainda se diz que a mulher é "esse continente negro" ...

"Há ainda os lordes Byron da bibliofilia que apreciam um livro como apreciam uma mulher, primeiro pelo aspecto, beleza da mancha, tintagem, cores de título, boa ordenança do frontispício, depois pelo que encerra de recatado e supremo: o espírito. De facto há, não podia deixar de haver, uma certa voluptuosidade em roçar, cerebralmente, esses corpos sensuais, que são os livros bonitos, (...)"

[idem, ibidem]

sexta-feira, 11 de julho de 2003

BOLETIM Nº19 DE J. A. TELLES DA SYLVA

Chegou o Boletim nº 19 da Livraria Telles da Sylva, superiormente dirigida por Margarida Maria Pacheco de Noronha Soares Franco.

Estes boletins são sempre uma fonte de ensinamento, uma aprendizagem com muito gozo. É soberba a descrição biográfica dos autores, bem como as referencias sobre o livro à venda. Por exemplo, no numero 1359, "José da Silva Carvalho /e/ o seu tempo/ ... / " é-nos dito:

"José da Silva Carvalho nasceu em 1782 vindo a morrer em 1856. Magistrado no Porto fundou o Sinédrio que deu origem à Revolução de 1820. Esteve emigrado em Inglaterra durante o reinado de D. Miguel I, vindo posteriormente a ser ministro de D. Maria II, tendo negociado os empréstimos externos. A obra que apresentamos é composta por 2 volumes e um suplemento e trata da correspondência desta figura política de relevo com as diferentes estâncias oficiais da época, comentadas por António Viana. Exemplar com as capas de brochura um pouco deterioradas, com falhas de papel e por abrir."

Como o Boletim está disponível on line, deixo ao leitor e amante do livro a curiosidade da descoberta. Boas compras!