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sábado, 7 de janeiro de 2012
COMO IDENTIFICAR UM MAÇON * Anúncio completamente grátis
V. Excia é da família do sr. José Cabral (genuflexão!), aquele que escarafunchou & vassourou a infame Maçonaria da paróquia nos tempos idos do dr. Botas de S. Comba (de muita memória), e está chocalhante de saudades desses sacros tempos? V. Excia arreganha (graciosamente) a dentuça quando se fala em maçonarias, enquanto dá brilho à venera cruz gamada ou à orelha de judeu que traz no bolso do casaco? V. Excia quer obsequiosamente conhecer a estoriadora Helena Matos para constituir família reaccionária e para se arrumar como escriba blasfémio em versão José Manuel Fernandes ou inspirado comentadeiro de blog, mas não sabe como desovar postas contra a infame pedreirada e o maçonismo? V. Excia, à cautela mas com grande espírito fraternal, deseja experimentar o sol alentejano (com cão de caça ao fundo) ou o Algarve pitoresco (burricando por Monchique) em companhia do eminente tudólogo M. Sousa Tavares, mas não sabe identificar um maçon (com palavra, peso e medida) de avental e jóias? V. Excia que tem uma paixão intelectual (e carnal) pelo sapientíssimo jornaleiro Ricardo Costa do Expresso/SIC, essa autoridade ou mito vivo da glória nacional, mas não dardeja (ou esgaratuja) um livre-pensador ou um jacobino (de perfil suave) a um palmo de si (em pé e à ordem) ou em contorno sugestivo? V. Excia, que é um José Agostinho de Macedo de sofá, almeja lutar pelo trono e o altar (e a divina Providência) espreitando, benevolente, trabalhos maçónicos, mas teme o irmão terrível e não sabe manejar o maço e o cinzel... então tem V. Excia ali (em cima) à sua disposição um magnifico vídeo doutrinal que não o deixa ficar filosoficamente atormentado quando se fala nos hereges filhos da viúva.
Boa noute!
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
ANNIE ERIN CLARK - ST. VINCENT "STRANGE MERCY"
"Strange Mercy" - St. Vincent
"Oh little one I know you've been tired for a long, long time
And oh little one I ain't been around a little while
But when you see me, wait
Oh little one your Hemingway jawline looks just like his
Our father in exile
For God only knows how many years
But when you see him, wait
Through double pain
I'll be with you lost boys
Sneaking out where the shivers won't find you ..." [AQUI]
LOCAIS: St. Vincent / St. Vincent / St. Vincent - "Strange Mercy"
terça-feira, 24 de maio de 2011
BOA GENTE!
domingo, 15 de maio de 2011
CASO E PROVA
"Não há boas leis, só há boas repressões" [Fourier]
"O nosso século, em face do século XIX, parece um renascimento da Fatalidade" [André Malraux]
"Certo pobre pedia esmola a um arcebispo, dizendo-lhe: Monsenhor, estou cheio de fome. Ao que o prelado respondia: Bem podes dar-te por contente, mariola. Palavras justas de ambas as partes, pois se para o pobre é uma desgraça não ter nada de comer, para o arcebispo, que tem sempre a mesa posta, ter fome só pode ser uma alegria" [Fourier]
"O pêndulo do relógio tornou-se a medida exacta da actividade de dois operários, como o é também da velocidade de duas locomotivas. E então não se deve dizer que uma hora de um homem vale uma hora de outro homem, mas antes que um homem de uma hora vale outro homem de uma hora. O tempo é tudo, o homem já não é nada, quanto muito é a carcaça do tempo" [Karl Marx]
"Sabemos perfeitamente como o cretinismo quantitativo sabe reivindicar-se da democracia para a esmagar sob as piores ditaduras ou para fazer dela a coutada dos intelectuais. Ela levou ao poder o nazismo, o fascismo, o estalinismo, o integrismo, a corrupção política e esse parlamentarismo tão ignorante da vida, que pretende alimentá-la com o feno da democracia e a protecção mafiosa. Basta fazer engolir sapos aos homens e aos povos, para que eles defequem víboras" [Raoul Vaneigen]
"Necessariamente, expomos um caso e o provamos. Não podemos expô-lo e omitir a prova, ou apresentar esta sem declarar o caso; aquele que prova deve ter o que provar e aquele que antecipa uma declaração fá-lo com o objectivo de prová-la." [Aristóteles]
"Dissimular o que se é, simular o que não se é... Isto implica inegavelmente: não dizer – nunca – o que se pensa e o que se crê; e também: dizer – sempre – o contrário." [A. Koyré]
"Quando se faz uma estátua, não se deve estar sempre sentado no mesmo lugar; é preciso vê-la de todos os lados, de longe, de perto, de cima, de baixo, em todos os sentidos" [Montesquieu]
"Mas a liberdade começa na escravidão e a soberania na dependência. O sinal mais vivo da servidão é o medo de viver. O definitivo sinal da liberdade é o facto de o medo deixar espaço ao gozo tranqüilo da independência.
Dir-se-á que preciso de ser dependente para conhecer o gozo de ser livre! É certamente verdade. À luz dos meus actos, percebo que toda a minha vida parece não ter tido por objectivo senão construir o seu próprio infortúnio: sempre me escravizou o que devia tornar-me livre" [Stig Dagerman]
"A falta profundamente sentida de personalidade criou um estado de incêndio espiritual. Os bois evadem-se dos currais a meio das chamas; o publicista evade-se do assunto a meio da cultura. A meio desta pestilência espiritual, a gente tapa as ventas" [Karl Kraus]
"Quando os vassalos recusarem sujeição e os funcionários se demitirem dos cargos, a revolução está feita" [Henry D. Thoreau]
segunda-feira, 3 de julho de 2006
UM GRUPO ... UMA EQUIPA
"Temos que baste: a pátria à janela
e a vontade na cama" [Eduardo Pitta]
Temos excelentes indígenas. Francamente vigorosos, quase perfeitos No trabalho, a obrar o ensino, na literatura, a fazer estádios, na organização da coisa pública, a construir presidentes, na oração económica, a montar projectos, na confissão de existir, a submeter cenários financeiros, no vigor da critica, a desconstruir o Estado. Somos inteiramente infalíveis. Na verdade somos todos úteis rapazes & muito melhores raparigas. Exemplos?
Temos o lavado Sócrates, a postulada Agustina, o prodígio Belmiro, a TV Cabo, o pastor José M. Fernandes, a família Palla & Costa, o compadre Marcelo, a sacristia do Espada, o spin Carlos Castro, a cabeça de Rui Rio, o laço primoroso de Nicolau Santos, a sandice de Vasco Rato, o professor Cavaco, a implacável Helena Matos, o Sporting, a Universidade de Coimbra, o mercado literário do E.P.C., a frontaria económica de Sérgio Figueiredo, o iconoclasta Rui Ramos, a diva Rebelo Pinto, o mundo parlamentar, a obra do Alberto João, o Nobel Sousa Tavares, a revista Atlântico, o autorizado liberal João Miranda, a luminária Inês Pedrosa e o senhor Pinto da Costa. Possuímos quase toda a inteligência e glória. Os nossos eruditos indígenas são magníficos. Iluminam. Somos quase bons.
Mas nada se compara com o futebol. No futebol, para espanto dos ignorantes & para alegria da canalha, é que somos, realmente e definitivamente, excelentes. O futebol, assim castigado pelo grupo de Portugal, arrebata a perfeição em cada um. Bastaria o esforço e dedicação contagiante dos nossos jogadores, contra a velha Albion, para mudar o país. Mais provavelmente, restaria unicamente o profissionalismo e seriedade de Ricardo para sermos um país normal, com uma elite inteligente, prática e estudiosa. Não será difícil, sabe-se agora, imaginar que, se porventura os nossos governantes fossem estrangeirados, a nossa viagem seria uma outra. E o país não falaria sozinho. Dúvidas?
quarta-feira, 30 de junho de 2004
BOCAS DA SAISON
- Notícias postas a circular por varinas sensatas e utilíssimo para todos os remédios, contra o sono do esquecimento [ou à saudosa memória do Pão com Manteiga]
Alberto João Jardim declara que os Santanistas andam mais de bicicleta que os Mendistas ou Barrosistas porque desde criancinhas foram ensinados a pedalar / Telmo Correia afiança que Jorge Sampaio é o melhor dos presidentes em exercício / Luís Delgado intervém na SIC assegurando ter sido "assassinado no dia anterior" por um comando Ferreira Leite / Marques Mendes vai a S. Bento, mas não entra porque a lotação está esgotada / Dias Loureiro põe a circular o rumor de que Durão Barroso continua primeiro-ministro / António Borges "come o porta-moedas" que Manuela Ferreira Leite lhe ofereceu, junto ao Banco de Portugal / Vasco Rato não garante que a seguir a Barroso, o Breve, suceda Santana, o Demorado / O Comissário Europeu Martins da Cruz "vai colocar uma ratoeira debaixo de uma das teclas" do PC de José Manuel / Michael Moore convida Luís Delgado para herói da sua próxima película / Um grupo de militantes do PPD/PSD envia "um frasco de sapos vivos" a Marcelo Rebelo de Sousa / Durão Barroso declara que vai demitir-se perante o pavor de Santana Lopes que ensaia a fuga para S. Bento / João Almeida mascara-se de Morais Sarmento, pelo que está a deixar crescer a barba / Fonte anónima assegura que a sorte grande saída a Paulo Portas se trata de inside trading / Paulo Pinto Mascarenhas não tem dúvidas: "Um regime autoritário acerta sempre no 13" / Adelino Salvado confessa que "as escutas telefónicas são feitas por fiscais de linha"
quinta-feira, 29 de janeiro de 2004
PREGADORES INSTRUÍDOS
"O homem verdadeiramente sábio è aquele que não despreza coisa alguma"
De novo a questão da vida e da morte. Nunca daí saímos. Fecha-se a alma, clamam alguns. Fugir da morte, desembaraçar-nos dela, praticam outros. "Redescobrir a mágica estranheza, a singularidade das coisas evidentes" [Álvaro Siza] é o que é preciso.
Os sermões morais em torno da san(t)idade comportamental da populaça, proferidos por alguns intelectuais (intelectual=aquele que se desdobra, Camus dixit), sobre as manifestações de espanto e pesar na morte de um jogador de futebol são extraordinárias. Tais pregadores instruídos, do alto do seu catecismo chic, patenteiam uma nova liturgia de vida, receituário a imitar pela plebe inculta, que faria sorrir se nao estivesse encoberta pela costumeira alusão aos malefícios dos media, que curiosamente tão sabiamente utilizam e manipulam. O expediente constante ao flagelo dos media, vindo de quem vem, permite assim, com elegância, afastar qualquer debate ou controvérsia sobre esse estranho mundo dos intelectuais pregadores.
Porque, afinal, o que está em jogo é a eterna controvérsia sobre a vida e os seus interstícios, mal ou bem interiorizada ou vivida, e não uma qualquer "pornografia" mediática que todos nós estaríamos devotamente consumindo. Portanto, "saudade da vida", paixão ou espanto, prazer ou desprazer, saber e consciência, sentido que seja da vida ou da morte, permanece além de uma qualquer experiência conversável. Compreende-se que assim seja. Mas não nos comove. Na verdade, "para se achar que a vida pode ser bela e fácil, é necessário não a ter conhecido" [Camus]
Pornografia
Este é um governo de expedientes, manhas e truques, doença mental sempre em hora de telejornal. Aqui a vida é redonda. A arte é ser conformista. Celeste Cardona na TV anuncia: "Para que haja um crime fiscal é preciso que haja a apropriaçao de um património. É preciso que haja a intenção fraudulenta". Aconteceu-me fiscalidade diz um governamental. Evidentemente, diz a mioleira de Lobo Xavier. Quem age são os exportadores. Exportam. O Fisco não larga o Iva. Liberdade pornográfica, pois então. Quem diria! O Alberto João veio a Lisboa regularizar com Durão. Quanto o aluguer? Aberração: "o caminho em linha recta vai do querer ao ter, pelo poder" [António Pedro] Distraidamente os milhões para a investigação caiem. É raro florirem rosas em Janeiro, sorri Durão. O Tribunal de Contas está muito Alfredo e pouco Sousa. Preferimos o choque pornográfico, dizem. José Manuel de Mello muito seco pede Hispânia por favor. Ludgero Marques privatizações. A minha avó Leopoldina "apanhava comboios com um anzol". Sem preço.
"Basta
O público está fatigado
Mas não serei eu quem favorecerá esse desejo
Porque se o publico adormece
Não há feijão este ano" [Breton]
ANOTAÇÕES
"This is Moleskinerie, a blog dedicated to the proposition that not all notebooks are created equal. (...) Moleskine is not my obsession, it’s an attitude. I use other journals also. This site is not here to pontificate. It just is." / an Eudæmonist › ciceronian / [Via Whiskey Bar] Davos Discovers the Blogs
"Hoje a sociologia entrou na ordem natural das coisas. Há sociólogos mais à esquerda, outros mais à direita, e provavelmente a média dos sociólogos situa-se mais à esquerda do que a média dos nossos economistas. Mas não deixa de ser sociologicamente significativo que entre os anúncios da secção "Relax" de uma grande quotidiano português apareça esta sugestiva proposta: "Inesquecível socióloga, 26 anos, exótica, elegante, corpo perfeito, convive distinto cavalheiro." A semiótica poderia deter-se nas conotações deste "distinto cavalheiro". Mas uma visão mais sociológica não poderá deixar de considerar como particularmente interessante esta "inesquecível socióloga". Será inesquecível enquanto socióloga? Será inesquecível apesar de ser socióloga? De qualquer forma, ser socióloga é manifestamente uma mais-valia e imaginamos como uma relação erótica poderá ser completada por uma animada conversa sobre a polémica entre Luhmann e Habermas, as críticas de Jeffrey Alexander a Bourdieu, o sentido da sociedade de risco de Beck ou a terceira via de Giddens." [Eduardo Prado Coelho, in Publico]
quinta-feira, 22 de janeiro de 2004
À VOLTA DOS BLOGS & CIA
* João Oliveira dá missiva no seu blog sobre a produção da comunidade bloguística da zona de Aveiro * Sous les pavés, la plage - o regresso em versão blog de alguns dos fazedores do saudoso projecto Zona Non. De novo Coimbra e os seus encantamentos. Bem-vindos Rui Bebiano, Tiago Barbosa Ribeiro, Tó Lopes e Carlos Osório * Fernando Pinto Amaral, Nuno Júdice, Mário de Carvalho, Hélia Correia, Francisco José Viegas, Mia Couto, os rostos da escrita postados pela Silvana da Costa no Cometas * Regresso do Outro Eu, cada vez mais prendado e de merecida estimação. Transmissível ... sempre! * O Princípio da Atracção de Teresa Direitinho, ou o amor à luz da Ciência como nos foi indicado por um amigo. A ler, evidentemente. * Para leedores caprichosos, eis que saiu o número de Janeiro 2004 da Revista de Cultura Agulha: Ciência e surrealismo de Estela Guedes; Heidegger e Artaud: o percurso da angústia, por Wilson Coelho; Picasso versus Duchamp e a crise da arte atual, por Alberto Beutenmuller; Poesia Completa, de Cecília Meireles: a edição do centenário, por Antonio Carlos Secchin; Saramago e Drummond: o verdadeiro senhor dos arquivos, por Maurício Matos; Surrealismo e marxismo? por Claudio Willer; desenhos de Júlio Resende.
Nota: O Rio já corre. O venerável escriba do blog sem mancha e patriarca do Correio da Manhã, jornal para intelectuais debutantes ou espaço lúdico fogoso e subtil para seguir o bem e afugentar o mal, esta de volta. Com ditos sentenciosos, espirituais & morais, deu à estampa uma prudentíssima posta, bem esgalhada por sinal, que perdura entre um relato de futebol a João Marcelino e uma vigorosa discursata Bushiana, varrendo sem empacho as postumeiras dissertações do terrível Sousa Tavares. Na verdade "pretium laborum non vile". Evidentemente.
terça-feira, 13 de janeiro de 2004
VOX POPULI
[Dos Jornais] Causou impacto nos meios intelectuais do Correio da Manhã, novíssima Maria para taxistas e mulheres-a-dias, a antevisão do processo Casa Pia (Casa Pia, Últimos Episódios) pelo articulista Alberto Gonçalves. Consta que: um conhecido homem de leis aliviou-se em plena rua, com um sorriso nos lábios; um grupo de políticos, reunidos em local oculto, fulminou o autor com impropérios vários e ditos grosseiros; um liberal Eborense lembrou à edilidade que seja dado o nome de Avenida do Alberto-a-Dias, a uma artéria da cidade, substituindo a Rua Berlin; um popular activista Bolsista confessa que realizou avultados investimentos em acções CM; em reunião de comentaristas & Cia, foi debatido a excessiva verbosidade e a vulgaridade do texto, enquanto se ouvia um Audaces Fortuna Juvat proveniente da plateia popular, considerando-se que é caso para dizer, "não apalpes em casa de ferreiro, nem peças em botica bom mercado". Ó tempora, ó mores ... oh tempo das amoras!
[Novo Guia das Ruas de Portugal] Acaba de sair um precioso Guia (Edições Papelaria Laranja), onde se regista o local de todas as artérias das cidades portuguesas, com inclusão das alterações ultimamente feitas em vários arcos, arruamentos, azinhagas, bairros, calçadas, casais, estradas, jardins, largos, miradouros, paróquias, parques, praças, pracetas, ruas, residenciais, rotundas, sítios, travessas e vilas. Os autores agradecem penhorados ao major Valentim Loureiro as sugestões e contribuições apresentadas. Como curiosidade, registe-se as seguintes novidades: Travessa do Luís Delgado; Praça Bush; Azinhaga José Manuel Fernandes; Quinta Celeste Cardona; Residencial Tavares Moreira; Arco Ferreira Leite; Chalé Portas; Miradouro Marques Mendes; Circunvalação José Luís Arnaut; Escadinhas Bagão Félix; Mercado Dias Loureiro; Posto Morais Sarmento; Paróquia Telmo Correia; Rotunda Miguel Beleza; Vila Durão Barroso; Pátio Rebelo de Sousa; Cais Santana Lopes;... Bem Hajam!
quarta-feira, 7 de janeiro de 2004
O PAINEL D'O PÚBLICO E A ELITE À LA ROSADO DE CARVALHO
O jornal O Público brinda-nos, cada segunda-feira, com um suplemento absolutamente extraordinário sobre economia. Esta semana, sob direcção desse inefável Rosado de Carvalho, estabeleceu um ranking das luminárias da governação com base num espantoso painel de inquiridos, aliás bem costumeiro.
Tais exegetas da coisa económica classificaram, com a proverbial certeza que guia sempre os que frequentam a quintarola do poder, positivamente (sem necessidade de ida à oral, é bom de ver) Ferreira Leite, Sevinate Pinto, Luís Filipe Pereira, Carmona Rodrigues e Bagão Félix, reprovando Celeste Cardona e Carlos Tavares. Registe-se que um inquirido do painel, em comovido esforço de amestração, atribuiu a nota máxima à senhora Ministra do défice, um brilhante 20 valores.
Outro, com menos segurança, pouco social, mas decerto com mais trabalho intelectual, classificou Bagão Félix com 19 valores. E até o desaparecido Carlos Tavares, obteve de um intelectual do painel um luminoso 17. Encantador. Curiosamente, só depois de percorrermos a listagem dos examinadores do douto painel, entendemos bem a sua capacidade avaliativa. Enfim, como diria o saudoso brasileiro Joãozinho 30, aqui se testemunha que "pobre gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual".
segunda-feira, 5 de janeiro de 2004
A RODA DOS ECONOMISTAS
"Quando se está metido até à garganta com crocodilos, é difícil reter na memória que o objectivo, no princípio, era secar o pântano" [anónimo]
Numa carta a sua mulher, Lydia Lopokova, Lord Keynes dizia: "o economista não é rei; é verdade. Mas devia de ser! É um governante melhor e mais avisado do que o general ou o diplomata ou o advogado notarial".
Dito deste modo, ficamos até com pena dos economistas de antanho, assim tão susceptíveis à paixão do jogo do poder. O mesmo não ocorre com os extraordinários economistas portugueses, a quem cedemos à força da sua infalível argumentação. Estes saltimbancos da economia politica dão invariavelmente no início de cada ano, fabulosas lições de gramática económica, sempre atestadas de adocicadas estatísticas, sempre deliciosos nas piedosas intenções de explicar os cenários macroeconómicos. A sensibilidade económica dos nossos putativos comentaristas é um padre-nosso que todos os anos se renova. E nem ofende que nunca acertem nas previsões, tão solenemente reveladas. Ou sequer lhes incomoda, que o que possam dizer hoje, poder ser negado amanhã. Afinal a ciência económica é um simples metanarrativa, um sermão gratulatório aos crentes indígenas. E estes bem sabem que "temos de trabalhar, senão por gosto, ao menos por desespero, pois, no fim de contas, trabalhar é ainda menos aborrecido do que divertirmo-nos" [Baudelaire].
Seja como for, o que os dignos eruditos da coisa económica desvelam é uma provinciana maneira de comunicar que a douta classe não tem autonomia científica, politica e ética no seu ofício. Senão que dizer da entrevista dada por Eduardo Catroga ou os artigos de Sérgio Rebelo, Miguel Frasquilho ou do inestimável João César das Neves? Ou será que os economistas são sempre mais belos que os nossos annus horribilis?
sexta-feira, 19 de dezembro de 2003
OS FILHOS DO "DELGADO"
"Cada gota de saliva que se liberta da conversação transforma-se em ouro" [Tristan Tzara]
Vão, rapazes! Que está o Luís Delgado na T.V. a esclarecer os indígenas lusitanos. Reparai na boca fina e piedosa do comentarista, mesmo quando o esgar urbano e respeitável o martiriza e o traço maledicente se manifesta. Estais de orelhas atentas, sabemos bem. Vós, a quem a felonia nunca incomodou, pois tendes razões secretas que a recita conservadora vos enterneceu e a gravidade democrática vos perturba, estais esta semana excessivamente sentimental. O Delgado, entre o tédio do défice e o riso ministerial, fez-vos partir à desfilada contra os fantasmas costumeiros. Espevitem bem as orelhas que o Bolo-Rei, desta semana, saiu no Iraque. Estava alapado numa toca qualquer, algures, no assombroso triângulo sunita. O mesmo onde vocês, bravos combatentes de sofá, outrora caminharam civilizacionalmente contra os tenebrosos xiitas, os infames curdos, os demónios iranianos, os pérfidos comunistas iraquianos. Com a mão no peito pela Humanidade, com a América por generosidade, pela Europa por determinação, por todos nós. Graças Senhor nessa Santa Hora. E graças, ainda, pelo Bolo-Rei oferta Bush para todos os guerreiros da imaculada cruzada neoconservadora, nesta quadra natalícia. Abri os vossos portáteis e postai.
Postai até que o torpor da volúpia, as comoções da vertigem do fim-de-semana, o espectro daquele homem-de-barbas vos ensine que "sobre o mais belo trono do mundo nunca se sentou senão um rabo" [bem nos dizia Montaigne].
quinta-feira, 11 de dezembro de 2003
O NOSSO DESASSOSSEGO
"/ Tudo interstícios, / Tudo aproximações, / Tudo função do irregular e do absurdo, / Tudo nada. / É por isso que estou tonto ..." [Fernando Pessoa]
"Leve o diabo a vida, e a gente a tê-la" [Álvaro de Campos]
É muito possível que as coisas devam ser, sempre, assim. Que nos dias-ligados-a-dias sem dormir nocturno tudo se reduza, afinal, a este imenso cansaço, virtudes déspotas, mal-estar revolto, desassossego, agitação sem graça, venalidades, tudo numa intensa agitação em desvairadas linguagens, que nos desagua porta dentro, pateticamente.
A televisão, esse electrodoméstico, é a nossa desvelada fresta do mundo. Todos os dias nos lembra o dizer de Bernardo Soares: "não sei que sentido tem esta viagem que fui forçado a fazer, entre uma noite e outra noite, na companhia do universo inteiro”". Porém, somos espantosamente reincidentes.
Ficamos confundidos nessa mágica Barrosista, do trânsito da cooperativa Universidade Lusíada a fundação austera e de prometida estimação, que afinal é, unicamente, um genuíno desvario natalício oferecido aos seus amigos; temos brutais pensamentos quanto ao fado desse invulgar gestor Tavares Moreira, sem-abrigo em conselhos de administração durante sete anos, mas coagido a ser porta-voz e fechadura governamental, a contra-gosto; guardamos rancor aos defensores desse putativo candidato à agregação, que no acto recolheu bolas negras suficientes para lhe barrar o acesso à carreira docente e a uma vida decente, pois o receituário legislatório académico, evidentemente democrático, não atende tarefas de alegação e justificação de posições tomadas, que os lentes ainda por cá andam; suspiramos quando ouvimos a dança da economia, essa deusa das lamentações ou muro da Ferreira Leite, aonde todos os folgazões neocon, em engraxados défices, marcam o ritmo de tanto a moer, mas que os números (oh! sopro maldito) contradizem em pancadas surdas todos os trimestres; esfregamos as manápulas, gulosamente marialvas, quando Portas o Grão-Vizir confessa que bateu politicamente na Cruz Vermelha Soarista, que é bom desencorajar as artistas sagradas, enquanto examinamos com volúpia, de soslaio, as nossas patroas na cozinha.
Decididamente, não somos sonhadores, porque verdadeiramente o " sonhador é que é o homem de acção" [Bernardo Soares]. Nós, decididamente, mortos.
domingo, 7 de dezembro de 2003
IRMANDADE DOS SENHORES DO DÉFICE
"O leitor deve preparar-se para assistir às mais sinistras cenas" [E. Sue, in Os Mistérios de Paris, citado por Pérez-Reverte, O Clube Dumas]
Plano fixo: Sala com pouca gente. Conversam em grupos. A câmara desliza em seu redor, detendo-se nos rostos. De repente, o ruído de vozes baixa de tom, ouvem-se fortes passadas no soalho, um bater de porta metálico. A sala fica vazia. O silêncio é total. A câmara avança rapidamente e detém-se, fixando X, imóvel sob uma janela de ferro. X surge em primeiro plano, ar angustiado, olhar atento. A câmara executa um movimento de rotação. A silhueta escondida salta para o sobrado, cautelosamente, avançando na direcção de uma larga mesa. O seu movimento é regular, movendo-se com decisão. O plano recomeça, mostrando jornais, papéis misturados com fotos e mais papéis, que se encontram espalhados sobre a velha mesa. A câmara aproxima-se e faz ver: um artigo do jornal O Publico, "2006: o ano em que vamos ter de nos ver ao espelho", cravado por uma «Henry-Bowie» de nove polegadas; várias miniaturas de submarinos e aviões; um mapa do Iraque; um aceite do aumento de capital de 400 milhões de euros para a CGD; ordem de serviço - invasão Espanha. Ao lado, já amarelecido, o caderno de encargos da Portucel; um discurso de Tavares Moreira para a "Irmandade dos Senhores do Défice"; uma fotografia assinalando a vermelho o rosto de Teodora Cardoso; um par de óculos oferta do Prof. Cavaco. Acolá, um curioso opúsculo em defesa do "Incumprimento do PEC pela França, Alemanha e Holanda"; uma fotografia do Ministro da Administração Interna a sorrir a Alfredo Assunção; a "Revisão do PEC" assinado por Durão Barroso; uma foto com dedicatória de Luís Delgado. Mais além, a acta do "Endividamento da Madeira", encontro secreto das Finanças e Alberto João Jardim; um volume rasgado da "Política Orçamental e a Estabilização Económica" de Cavaco Silva; uma "Carta prudente para uma razão indolente", copiosos conselhos de Miguel Cadilhe aos crentes. Novo plano: X , inclina-se sobre a mesa, apanha uma manuseada e gasta moleskine. Depois, ouve-se uma voz off:
Voz de X: A Lei de Ferreira Leite ou a Arte de Governar, necessária a todo o género de pessoas, utilíssima aos cidadãos e aos pregadores desenganados, novamente feita e ordenada pela Ilustríssima e Reverendíssima Senhora Ferreira Leite, qualificadora da Nova Reforma, Consultora da Bula do PEC, e Pregadora do Condado Portucalensis, & etc, & etc, Ano de 2003, a Ocidente da Península Ibérica
- Os dicionários dizem ser a Política a arte de governar um estado. A confusão começa sempre por aqui.
- O poder vem de não ter. As clientelas esperam, por isso, querer é poder.
- "Aconteceu-me um ministério" - eis o que deve dizer o neófito da governação.
- O que mais importa na governação são as cunhas que se acolhem. O resto é matéria para intelectuais.
- A Ministra das Finanças, com um ataque de choro, caça défices.
- Se um Governo tem uma ponta, procure, que tem outra. Lá estará, concerteza, Tavares Moreira.
- Uma das boas coisas que há para acreditar é na existência de Carlos Tavares.
- Todas as leis, sejam medíocres, más ou piores, devem ser seguidas à risca. Na dúvida perguntar ao Marques Mendes.
- Em presença de Santana Lopes, nunca comprar abóboras meninas.
- O Ministro da Defesa, dentro de um submarino, assobia sempre a Portuguesa.
- Não se chateie se o Programa da Oposição lhe parece idiota: amanhã será pior.
- Mais vale uma Câmara na mão do que várias a protestar por cima das nossas cabeças
- Incompetência mais incompetência é igual a um Governo perfeito.
- Se houver vontade politica suficientes, o INE prova qualquer coisa.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2003
DANIEL, O REVOLUCIONÁRIO
"Quando chegam as andorinhas, nunca se deve modificar a forma de andar" [MHL, AO, CC]
Decididamente, e contrariando boatos da reacção que insistiam em dar como extinta a excelsa classe dos revolucionários, eis que através de uma posta, o grande Daniel confessa-se e mostra que está vivo os ideais da revolução. Incomodado com as manifestações pequeno-burguesas da camarada Odete, dado a sua instrumentalização pela perfídia do capital e antevendo um perigoso desvio direitista na luta de classes moderna, o camarada Daniel vilipendia não só a senhora, mas ainda tem tempo de, num desvairado reconhecimento, confessar a sua "formatação" ao longo de 80 submissos anos. Fomos às lágrimas. Na foto acima, pode testemunhar-se a vitalidade revolucionária do Grande Daniel "em plena campanha de mobilização das massas contra a reacção", enquanto suspirava por Alexandra Kollontai e Rosa Luxemburgo.
[Será conveniente referir, que não seguimos o que Barthes afirmava sobre o carácter conservador da fotografia, e que muito bem questionou o nosso Terras do Nunca, pois muito embora a imobilidade e a fixação do instante da pose exista, o que pode significar uma manifestção de conservadorismo, julgamos que o camarada Daniel jamais será manipulado pela verdade fabricada do real (Barthes dixit) que a fotografia sugere. Pois canté!]
quarta-feira, 26 de novembro de 2003
MEUS KIDOS MOSQUETEIROS
Meus kidos mosqueteiros:
Fui no outro dia ao escritório do meu pai com a minha irmã para ela me contar a história dos três mosqueteiros que vem num jornal qualquer acho que é um tal Indy porque a minha stora diz para ler para não vir a ser uma merceeira como a senhora Leite e depois dar erros nas redacções trocar os números e nâo saber a tabuada e a irmã Berta contou-me a estória do menino Lomba, do Mexia e desse como me jurou a mana que fala do Zorro diz os números da tabuada e fala francês e que é o Luciano que é nome bonito demais para fazer carreira jornalística disse o mana e que falou sobre halterofilismo ou lá o que é isso e que eu já vi na TV num programa ou da Teresa Guilherme ou do Bush não me recordo bem e a mana Berta leu um bonito conto sobre os meninos e as meninas de 16 anos que querem votar mas o Barroso não deixa e gostei de ouvir dizer que os meninos de 16 anos não tem frustrações que é aquilo que os stores da universidade tem quando vão para as aulas e elas tem um cadeado e depois conheci que me leu a mana o Pacheco que só tinha visto pela televisão e que tem um computador e um lápis que escreve no computador e depois aparece num ecrã de cinema e sabe os países e a geografia como a minha stora de ciências também sabe e depois parece que o menino Lomba não gosta do menino Cunhal que o meu avô está sempre a falar e não percebi porque o Pacheco tem de dizer o que dizem todos que é dizer mal do Cunhal apenas porque como também diz o meu avô é revolucionário como me explicou a minha empregada que está sempre a falar de Abril que é um mês bonito mas adiante que eu quero é falar daquele que tem um nome bonito demais para ser jornalista que escreveu sobre uma reunião de meninos em paris de França ao que parece segundo disse o meu papá o Luciano é mais velho que a fotografia do jornal porque até se recorda dos maoistas e dos troskas que não sei bem o que são porque segundo me disse a minha empregada depois um menino mau de nome staline mandou bater neles todos mas o Luciano tem suores que lhe embaciam os óculos como me explicou a mana e só vê socialistas e comunistas em todo o lado coitado ao que me contaram apanhou a doença infantil do bushismo que é pior que uma gripe como me disse a stora na aula e não há vacinas para isso como se queixa o Luciano que diz que há sinais de delinquência politica dos grandes países europeus o que é verdade pois eu vi como em França o balneário dos jogadores de futebol foi estragado e coitado deles não se puderam vestir em condições como disse aquele senhor que é major e depois a minha mana não me contou mais porque tinha que fazer os deveres mas eu gostei muito de ler os Três Mosqueteiros e por isso vos mando esta carta
Belinha
I EXPOSIÇÃO ALMOCREVE DAS PETAS
"Para ti, para que não julgues que o dedico a outra" [Almada]
O mar acorda o bloguista ainda no berço.
Que lindo conto! As ondas calmas e iguais levam
consigo os peixes. Quem saberá cantar?
Um dia! um dia! Morte e aventura sairão das espumas.
Para bem esclarecer as gentes que ainda estão à espera, o ALMOCREVE informa que:
- passaram 6 meses desde o primeiro fragmento de liberdade. Os seus lábios - disse ela - eram macios!
- acaba de promover a sua I Exposição. Deu entrevista ao Expresso ... valha-nos o Saraiva.
- vai estar atento ao movimento bloguístico. Mais de 30.000 cliques foram sentidos. Tomem nota!
- se tornou um Blog honrado e está à espera de alguns bisnetos. A colheita foi boa.
- declara nunca mais cuspir letras, simular modéstia ou permanecer mudo. Olha para mim, gentil mulher!
- está decidido a fazer uma pequena revolução. Temos a pedra filosofal. Já telefonámos a avisar.
- acaba de comprar um novo dicionário para fazer arte. Estamos fartos do Torrinha. Acautelem-se!
- confessa que não tem nenhuma obsessão por défices. Não temos rugas na cara. Nem o Durão para aturar.
- está vigilante. "Les recuperateurs sont parmi nous". Falamos francês. Somos do velho mundo!
- já está a acreditar em toda a gente. "Para andar, a cabeça nunca é necessária". Escrevemos, já, ao Zé Manel Fernandes.
- tem um novo ex-libris: "Porque la servidumbre ninguma parte puede tener com la libertad" [S. Juan de la Cruz]
- compreende il peccato di lussuria. Lugar às damas! Que os deuses não se esqueçam de nós. Pois ...!
- sois encantadores
quarta-feira, 19 de novembro de 2003
EPISTOLÁRIO
Caro camarada a Dias:
Mando-te junto a croniqueta que o pessoal do Indy me pediu, porque sei que sociologicamente falando preferes o CM, o Crime e a Maria ou esse Record de grande jornalismo e não tens pachorra para leres prosas intelectuais. Dado os meus afazeres bloguísticos e, agora, com compromissos profissionais de monta, não te posso ir abraçar e dar-te uma monumental maçada sobre politica, música e futebol. Eu que até vesti a pele de mouro e tudo, enfim obrigações de intelectualóide lisboeta. Uma merda, pá. Mas o que me custa, é andar com os tipos do Público em cima. São uma cola, lá se dizia no Nino's Show, e não me posso ausentar das Lisbias. Deves compreender, que és nortista.
Tenho dias que não dá para blogar. Até pensei se não seria melhor começar a escrever obras de grande espessura, que o país precisa é leituras pesadas para adormecer com liberalidade, apesar de reinar a ordem em todo o país, mas depois penso que até uma segóvia era melhor. Coisas de tímido. Estava melhor era a fazer testes ao governo, mas a rapaziada neocon lá do jornal não compreenderia. A propósito, sabes que por vezes fico com a sensação (vi isso no A Perfect World, de Clint Eastwood) que o JPC é um infiltrado, assim que a modos que com prosa afiada de lumpen-fnacista a atirar para a sociedade sem classes? Enfim, com o PM é que não se pode contar, agora que anda em pousio pelos cafés e restaurantes em trabalho de escopofilia ao mulherio. Espero é que não tome a peito aquela máxima comuna de "a mulher a quem a trabalha". Seria a catástrofe. Que o céu não lhe caia em cima.
Tenho de acabar que estou com pressa de ir escrever dois ensaios ("Algumas palavras de conselho e estimulo aos nossos trabalhadores de blogs nobres" e "Ninguém há-de chorar os avós da classe operária"), um opinativo protestatório sobre "Jorge Sampaio em presidência à Berta" e terminar o livro de propaganda que o Portas me encomendou (quinhentinhos já cá cantam) que intitulei, "Schwarzenegger: um homem Lusitano".
Um abraço
segunda-feira, 3 de novembro de 2003
É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!
É já no próximo dia 31 de Novembro, às 13.00h, na FNAC junto à estante dos modernistas, ao Chiado, que decorrerá um ciclo de encontros "É a Economia, Estúpido!". Os participantes vão poder, finalmente, debater a economia libidinal, poesia sobre o deficit, luxúria de desemprego, neoliberalismo na comunidade primitiva, no que se seguirá um painel para aumento de ordenados, emagrecimento do Estado, luta por um caviar bolsista, em frente pela Barca Velha para todos, etc. Das comunicações a debate ao longo da jornada, refira-se as seguintes:
- Summa de casos de consciência, con advertencias muy provechosas para confessores, à cargo da Mercearia Ferreira Leite
- Descrição económica do eurobeatismo no território da comarca do Chiado, e próxima à margem direita da Benard, por Pedro Lomba
- Depois de Marx Abril, contributos para uma nova esquerda, por José Mário Silva
- Discursos sobre los comercios de havanos, donde se tratan materias importantes de gastronomía, y guerra, pelo Fumaças
- Uma seara nos dentes. Descobrir Berlin, pelo MacGuffin
- Genuína exposição das relações internacionais na Praça da Republica, ou o marasmo em que caiu a U. Coimbra e os seus lentes, por Ivan Nunes
- Alphabeto da malícia das mulheres com deficit ou dicionário de ardis, estratagemas e caprichos que o liberalismo combate, pelo Pedro Mexia
- O priapismo orgástico do proletariado na 1ª metade do Barrosismo, pelo Meu Pipi
- Este deficit é seu, estime-o, por NMP
- M. Oakeshott e a maligna engenharia social. Estórias de assombramento, por J. P. Coutinho
- Manual prático da cultura das batatas, e do seu uso na economia socialista, pelo Comprometido Espectador
- O deficit na hora da nossa morte. Contributos escatológicos, pelo Almocreve
- Modas e Bordados ou a Saliva Americana, pelo Homem a Dias
Dança de cadeiras na F. Foz
Absolutamente encantadora está a movida de cadeirais na Câmara Municipal da Figueira da Foz. O extraordinário Presidente Duarte Silva - segundo nos informa o jornal O Publico - "abichou" nada menos que 12 pelouros, anteriormente subtraídos a ilustres vereadores, mas num gesto despretensioso e altruísta atribuiu, de imediato, o pelouro das obras municipais nas freguesias a dois cidadãos figueirenses. Assim, a zona urbana foi graciosamente cedida ao inefável Lídio Lopes (chefe de gabinete), enquanto José Elísio (assessor de Lídio Lopes e presidente da concelhia do PSD) irá fazer a gestão da parte rural. Pouco interessa saber que nenhuns desses cidadãos foram eleitos, ou mesmo se a Lei nº169/99 configura tal desvelo presidencial. Apenas se regista que esse ávido leitor de BD e Presidente da localidade, assume com brilho e sapiência este novo período pós-moderno e santanista figueirense. Afinal, como diz a cantiga popular: Pilriteiro, dás pilritos / Porque não dás coisa boa? / Cada qual dá o que tem, / Conforme a sua pessoa. Os nossos aplausos!
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