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sábado, 7 de abril de 2007


Momento de vacationes

Andamos em trovas, antigas e modernas, de forma dialogal e sem apetites doutrinários. O nosso affaire é semear o olhar e a depravação. Entre um tinto barroca, bem feminino por sinal, que é uma intemperança de malvadez, copiosas livrarias de uso beneditino, os jogos do Glorioso superiormente temperados por receitas que nenhuma pragmática pode castigar, duas ou três postas no Almanaque, eis que a nossa vidinha é esta: "sem ter pátria, nem lei". O vate Gomes Leal sabia-o bem! São, pois, os nossos exercícios pascoaes de imensa validade, ou não fôssemos "um profissional de velhas gerações" [Nelson Rodrigues dixit]. A coisa, de tão admirável se descobre, faz-nos revigorar.

Estamos assim afastados das confecções levadas a cabo pelo ilustríssimo dr. Santos Silva, o novel evangelizador socrático e do escarcéu da Universidade Independente (ou, do mesmo modo, da converseta do falso lento Zé Mariano). E embora nos custe conferir o que em tempos foi o legítimo Santos Silva (idem para o Mariano) e descobri-lo, agora, arrastando-se em lastimoso dever de obediência censória e de notório mau gosto, recusamos, por ora, produzir qualquer prancha. As nossas transacções, como se nota, são inocentemente limpas. Porque, afinal, "o mais do azar / É Salazar / que sabe de palavrinhas mansas / e não consta que faça hipoteca" [mestre Vespeira, ele-même]

Terminamos, enviando ao futuro Ilustríssimo Senhor Director da Divisão de Censura & Diversões Públicas do Governo, com a devida vénia, e para os nossos prudentes ledores

Tom Zé - Requerimento à Censura