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sexta-feira, 30 de junho de 2006
Inês Pedrosa: a menina que rouba gargalhadas
Inês Pedrosa, derradeiro génio do Alegrismo indígena e escriba da "Crónica Feminina", foi atormentada por um jornal com uma exuberante questão escolástica: "Os professores são culpados do insucesso escolar?". Atrevida e ingrata interrogação do jornalista, mas que não intimidou a redactora deliciada de "nas tuas mãos".
A inspiração da versada Inês, envolta em educação literária e deslumbrante na sua pública anemia política, deu-lhe para dizer: "Sim. Se metade dos alunos chumbam não é porque são mais burros que os outros. A culpa é dos professores e de quem os educou. A ministra está a ser corajosa". A arborização deste argumento pedrosiano abate qualquer um. Assim transida de pedagogês escorreito, a tesourada que a formidável Inês deu, honrou-a para todo o sempre.
Pode, de algum modo, estar Inês num noante laudatório à mulher-ministra, ou mesmo em exercícios de venadoria rosa, mas lembramo-nos sempre do que judiciosamente afirmou, alhures: "há sempre gente pronta a aplaudir os que fritam os outros, para não se queimar".
Ora não consta que Pedrosa mexa em questões de exorcismo pedagógico, à cause da angústia literária. E sabe-se, também, que a única banalidade de base sobre o ensino que tricotou recentemente foi preconizar que "uma criança de 3 anos" deva ler Manuel António Pina ou Sophia (prudentemente não refere as histórias para crianças dos autores, para não arreliar os papás). Ora, como a ministra da educação expurgou do exame de eduquês ao 9º ano o vate Camões e o ourives Gil Vicente, à revelia dos programas & à sorrelfa da contemplação de Inês Pedrosa, estamos decididamente confundidos. Será que é desta que a serviçal do eduquês ministerial escrevinha um folheto sobre as "Instruções aos amantes" da educação? Agradecia-se dedicatória. Obrigado!
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