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segunda-feira, 22 de setembro de 2003

O BRASÃO DE COIMBRA

"As armas de Coimbra, que figuram no estandarte da Câmara Municipal e no Arco de Almedina, representam uma figura de mulher coroada, com as mãos erguidas, tendo metade do corpo, a cinta para baixo, metida num cálice; à direita da donzela uma serpente [serpe alada] e à esquerda um leão.

É opinião muito corrente que este brasão alude às lutas entre os dois inimigos, Ataces e Hermenerico, lutas que tiveram seu termo a troco de Cindazunda, filha de Hermenerico que a cedeu em casamento a Ataces. Vários escritores têm feito referência a este brasão, explicando-o por esta forma.

No cartório da Sé de Coimbra foi em tempos encontrado um manuscrito pelo qual se ficou sabendo que as armas desta cidade, antigamente, não eram iguais às que depois foram adoptadas e acima descritas. Em 1385 eram bem diferentes, como se vê de um selo pendente no auto da eleição de D. João I, realizada em Coimbra, no dia 6 de Abril de mesmo ano. Em 1265, 120 anos antes, já se usava o selo que passamos a descrever, e que faz muita diferença do actual: as antigas armas de Coimbra eram representadas por meio corpo de mulher coroada com touca ou véu. Por baixo uma cobra querendo meter a cabeça num cálice; aos lados de meio corpo da mulher dois escudos das armas de Portugal. À volta a seguinte inscrição: « Sigillum consillii cieitatis Colimbrix». (...)" [A. s/d]

Bibliografia a consultar: Sá Miranda (Fábula do Mondego – "... Que fue médio Serpiente / que el mismo Oriente / De si en cinta dexó, dexole un vaso / Rico por que bebia ...") / Gil Vicente (Comédia sobre a divisa da Cidade de Coimbra) / Inácio de Morais (Conimbricae Encomium) / Frei Heitor Pinto (Imagem da Vida Cristã) / Pedro de Mariz (Diálogos da Vária História) / António Maria Seabra de Albuquerque (Considerações sobre o Brasão da Cidade de Coimbra) /Frei Jorge Pinheiro (Sermão, Outubro de 1625) / Frei Bernardo de Brito (Monarquia Lusitana) / João Rodrigues de Sá e Meneses (Tratado da Cidade de Coimbra) / Manuel Severim de Faria (Armas das Cidades de Portugal) / Vasco Mousinho de Quevedo (Afonso Africano) / António Carvalho da Costa (Corographia Portuguesa) / D. José Barbosa (Archiathenceum Lusitanum) / Augusto M. Simões de Castro (O Brasão de Coimbra – Resenha do que escreveram e disseram acerca d’elle alguns auctores distintos; e O Brasão de Coimbra) / D. Luiz Gonzaga de Lancastre e Távora (O Selo Medieval de Coimbra e o seu Simbolismo Esotérico) / Maria F. Azevedo Pires (Lenda do Brasão da Cidade de Coimbra) / Mário Nunes (O Brasão de Coimbra).