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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

NOVOS FEITORES


"Nenhuma sandwiche é completa!" [J.M.J.]

Estávamos em amena orquestração gastronómica – sobre o jantar divino de véspera na "A Travessa", em Benfica [graças sr. Vítor] -, isto é, em respeitável gozo evocativo, quando vislumbramos (por mero escapismo televisivo) um trio de admiráveis politólogos na TVI 24, pelas nove e picos da noute. Estes novos feitores, cuja taxinomia está para a cidadania como o mordomo está para o seu amo, são afrontosos na sua rusticidade, virtuosos nos maus costumes, ignorantes nas palavras de ordem. O comício dessa gente é sempre uma bricolage pouco cuidada.

O trio de rapazes que desse modo flutuava na TVI 24 manteve uma narrativa em nada diferente dos seus poderosíssimos irmãos mais velhos – o fatal Sousa Tavares (Filho), o inenarrável Metello, o Cantigas do ISEG, o vómito Rangel, o inefável Pedro Guerreiro, o desopilado Pedro Marques Lopes ou o medicinante estoriador Rui Ramos. Aqueles que nos brindam cada semana com alguns truques labiais & outras baixelas políticas, para que lhes paguemos o dízimo. Os novos feitores rogam como os velhos e aceites comentadores. Afinal, os modernos correspondentes não são mais que uma contrafação obsequiosa dos primevos. A dupla Sócrates & Coelho está de boa saúde. Não estão, portanto, desamparados.

Do trio de politólogos de serviço à TVI 24 – dois rapazes e uma senhora -, o zelo maior pertenceu ao conozudo José Bourdain. O presuntivo rapaz, que é cristão-novo do CDS, escriba do Diabo e nas horas vagas mestral em política comparada, apareceu burlescamente via TVI como politólogo. O expediente idealizado pelos da TVI é imaginativo: coloca docemente um atormentado candidato do CDS como expert em ladrilhos sócio-politicos, como poderia (espiritualmente) fantasiar o sr. Emídio Rangel como director do ex-SNI. O que seria de todo impossível! Como se sabe.

O rapaz do CDS praticou o insulto a qualquer inteligência conhecida, foi estéril em "política comparada" – não nos fatigou com a sua conhecida fábula de vivermos numa "bandalheira", nunca nos ciciou da necessidade do fim da Presidência da República ou se referiu à sua patrulha campónia contra as auto-estradas – e muito industrioso em estatística, que não pratica nem conhece. Os queixumes do rapaz explicam (a descoberto) como se escorcha bem os indígenas, sem razão suficiente ou elegância critica. Mais: na sua labareda politóloga, sempre muito suspirosa, vilipendiou a classe docente, apesar de não ser original, porquanto o sr. Sousa Tavares (Filho) é muito mais babélico. E desenvolto!

O rapaz do CDS, tornado politólogo pela TVI, arremessou umas 25 horas de trabalho semanal para os professores, já se vê mondadas da conhecida colectânea estatística do sr. Sócrates. Curiosamente estes filarmónicos da sra. Lurdes Rodrigues jamais desembrulham da escrivaninha as horas lectivas de leccionação dos lentes universitários, quando se trata de asnear amabilidades ou lançar testemunhos. Percebe-se porque é assim: o abono corporativo deve ser judiciosamente garantido. Os mestrados não podem deixar de ser esses hortos (perfumados) da escolástica, que justificam perversos silêncios, entre a falta de liberdade, estudo e trabalho efectivo.

Como diria o nosso Gonçalo Trancoso: "o néscio calado por sábio é contado". Confere!

terça-feira, 2 de janeiro de 2007


Analistas & colunistas - Best off 2006

"mostrem-nos a vida" [Dziga Vertov]

São irreverentes, adoram escrever, são brutais de fruição. De discurso sério quanto malicioso, dissertam com um sorriso nos lábios. Deslumbram. Dão consultas ao longo da semana. Ao Domingo, lá estão na missa contra o tédio. Não se cansam da vida. Os porfiados exercícios, ora livres de amarras, ora ardilosamente tempestuosos, quase sempre espantam. Por vezes caem em diatribes (próprio da idade), à cautela da reputação e da liberdade, mas o remanso regressa de seguida. Lavram excelentes croniquetas, que se lêem com prazer, mesmo que delas se discorde. E que acontece quase sempre. Mas é sempre impossível substitui-los. São o nosso armazém político-literário. Originais, não se trocam contra reclamações. E sabem disso. Gracias!

1. Vasco Pulido Valente (Público)
2. Nuno Brederode dos Santos (D.N.)
3. Baptista-Bastos (Jornal Negócios) / João Bénard da Costa (Público)
4. Augusto M. Seabra (ex-Público) / Jorge Silva Melo (Público)
5. Manuel Villaverde Cabral (R.T.P.N.) / Mário Mesquita (Público) / Vicente Jorge Silva (D.N.) / José Quitério (Actual)
6. José Medeiros Ferreira (D.N.) / José Pacheco Pereira (Público) / Miguel Cadilhe (Expresso)
7. António Guerreiro (Actual) / Eduardo Pitta (Mil Folhas) / Helena Barbas (Actual) / Joaquim Manuel Magalhães (Actual) / Torcato Sepúlveda (Sábado)
8. Fernando Alves (T.S.F.) / Frei Bento Domingues (Público) / João Vieira Pereira (Expresso)
9. Pedro Mexia (D.N.) / Rui Tavares (Público) / São José Almeida (Público)
10. João Bonifácio (Y) / João Lisboa (Actual) / João Lopes (D.N.) / Luís Guerra (Blitz)

Analistas & colunistas - Os Piores de 2006

"O que ler ensina, a vida sobre a terra esquece" [M. G. Llansol]

Não há artigalhos grátis, nem luvas limpas. Todos o sabem. O trilho de analista é uma interminável transcrição de encómios ao poder. Quando arrufam (o que acontece) é para iludir o defeito da prosa. Os governos passam, os colunistas ficam. O frete político tem de continuar. Deve continuar. Alguns deles estão há longos anos nessa egolatria. Enfatuados, com a vassalagem em dia, dizem sempre o que qualquer indígena espera que digam. Nunca ninguém errou nesse curioso jogo. Todos sabem de cor a maviosidade do inefável analista. A encomenda, essa, recebe-se sempre de véspera. O engodo, quando calha, vai de folia. Para que serve, então, um colunista? Para diversão! A mão oblige.

No entanto, há algumas encomendas, que de tão riscadas estão pela bajulice e a sem vergonha, que aparvoam o casto indígena. Não por maldade infausta, mas por simples desaforo. O cronista, anos a fio sem "acertar uma", no seu divertimento buliçoso, insiste em cenários rendilhados. Indecorosamente fatais. Pura depravação.

Alguns serviçais partidários obram a velha melodia afadistada do "desgraçadinho". Outros, bem mais caceteiros e iletrados, nem sequer dissimulam. Julgam que têm talento. Os lambe-botas, esses, apresentam-se por todo o lado, ao público. A indigestão do raminho de colunista & escribas enfastia. Não há decência. Apenas fantasia, hipocrisia e decadência.

Eis, portanto, para documentação aos vindouros ... o raminho que mais caprichou neste 2006. Ano da graça do eng. Sócrates e do dr. Cavaco. Actum est.

1. João Carlos Espada (Expresso) / João César das Neves (D.N.)
2. Fernando Madrinha (Expresso) / José António Lima (Sol) / Nicolau Santos (Expresso)
3. Eurico Barros (D.N.) / Luís Delgado (D.D.) / Vasco Rato (S.I.C.)
4. Helena Matos (Público) / Jorge Coelho (S.I.C.)
5. António Perez Metelo(T.V.I.) / Daniel Bessa(Expresso) / João Cândido da Silva(Dia D)
6. Mário Pinto (Público) / Mário Bettencourt Resendes (S.I.C.)
7. Henrique Monteiro (Expresso) / Manuel Carvalho (Público)
8. Nuno Rogeiro (S.I.C.) / Teresa de Sousa (Público)
9. Inês Pedrosa (Expresso) / Vítor Rainho (Expresso)
10. António Tadeia (C.M.) / Bruno Prata (Público) / Rui Santos (S.I.C.)