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quarta-feira, 30 de julho de 2003
SAUDADE
Saudade do fim das tardes de Verão, Torreira para trás que o corpo também cansa, e da obrigatória paragem na Murtosa para castigar umas enguias ou uma lampreiada. Murtosa sempre foi uma paisagem de paixão. Como Ovar e o Furadouro. Tempos outros em que reinventávamos caminhos, rostos, paixões. Doçura das coisas perenes.
"Como é vil o coração que, incapaz de amar, não pode conhecer o delírio da paixão! Se não amas, és indigno do sol que te ilumina, da lua que te consola"
(Omar Khayyam)
Nota: reler as Notas Marinhoas do Dr. José Tavares Afonso e Cunha. Julgo que são 5 volumes, mais um fascículo, que nos dá as noticias históricas do concelho da Murtosa e das duas freguesias marinhoas do concelho de Estarreja.
MURTOSA
"Os campinos de Garrett abateram a prôa, assim que ouviram falar duma luta de oito dias com o mar. Para lhes travar para sempre as campainhas, bondava agarrar-lhes pela jaleca e levá-los ali à Torreira, numa madrugada em que o búzio soasse e duas companhas arrancassem para a «recachía».
Os de Ílhavo são peixes de água salgada. Vivem no mar. O comando da nossa marinha mercante está nas mãos deles.
Os da Murtosa, esses não se contentam em ser mareantes. Acham aquilo monótono e, salvo horas naufragantes, luta branda. A pesca, sim, que é movimentada, que pede força, que tira de condição a coragem, que faz preço à audácia, que requere do homem a agilidade da onda e o segredo do ritmo. É a paixão dos murtozeiros. Não é este nem aquel'outro. Observem-os e verão que aprender um é conhecê-los a todos. (...)"
[Joaquim Leitão, Pescadores da Murtosa. Extracto da Canção do Regresso, Ottosgráfica, Lisboa, s/d, ed. fora do mercado]
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