
Às 9h da manhã, um homem
subia as escadas monumentais com uma
borboleta poisada no ombro.
Nunca vi ciência mais exacta
Manuel Silva-Terra [in, Encantada Coimbra, D. Quixote)
Dizia sabiamente Oscar Wilde, que «quando os críticos divergem, o artista está de acordo consigo mesmo». Nada de mais lúcido, pensou logo o direcktor José Manuel Fernandes (JMF), d' O Público.
Esta nova direita, que não se cansa de vociferar contra a administração do Estado, porque é gastador compulsivo, porque o Estado não sabe administrar a coisa ou porque menos Estado é sempre melhor Estado, ao fim de um ano de nos tentar fazer a cosatumeira lavagem ao cérebro (Ah! que o 28 de Maio foi há dias) com piedosas intenções políticas, quando vai de governar consegue ser mais papista que o Engenheiro Guterres em dia de missa. Ou consegue ser mais hilariante que os posts desse impagável Lombas (o infame da nova direita liberal, o mais soft via frequência da FNAC, o que lê em inglês no original e tem sempre dúvidas sobre o mulherio e muito mais. Enfim ...). 
A casa do poeta que pertenceu à geração neo-realista - João José Cachofel (1920-1982) escreveu nas revistas 'Altitude', 'Novo Cancioneiro', 'Vértice', 'Seara Nova' e na 'Presença' -, nas cercanias da Sé Velha, em Coimbra, foi sempre uma porta aberta a todos os que da literatura e da arte faziam tertúlias pela noite dentro. Sabe-se agora que a sua casa de Coimbra será adquirida pela autarquia. Muitos debates, textos e ensaios oposicionistas de lá partiram. João José Cochofel merece.
Fomos maus com o engenheiro Macário no tempo do Cavaquistão. Fomos detestáveis na boçalidade dos nossos desejos. O engenheiro, demasiado ecológico, era para abater. A ele e aos fundamentalistas anti-tabaco. Atacámos muitas vezes de Cohiba em punho, Château de Beaulon na mão. Fomos cruéis. As mulheres eram sempre 'pedaços de mau caminho' pela noite dentro. Fomos marialvas. Desaparecido o engenheiro lá nas bandas de Tavira, a workar no poder local, eis que regressa à cena política, vesgastando os cinzentões da coisa pública. Ficámos em estado de choque. E gritou-se bem alto, que se ouviu em Cacela-a-Velha: Volta Macário, estás perdoado! Não é para mais. O artigo saído n'O Público fez-nos ter vergonha. Sai um Davidoff ... já!
Hoje na labuta de organizar a livralhada que se acumula numa sala mais afastada das outras, por maldição política diga-se, levei com o Bordiga (Bordiga et la passion du communisme, das Edições Spartacus, 1974; Bordiga ou la crise du prolétariat, Payot; e alguns mais), o Camatte (de novo sobre Bordiga) e o Jean Barrot (O Movimento Comunista) à mistura. Foi demais, confesso.
Não temos o prazer de conhecer a senhora jornaleira Helena Matos, mas do que lemos parece-nos sempre que está entre a pretensão de querer ser uma VPV de saias, com menos corpo e menos espírito, menos polida e menos escorreita de linguagem. Durante a intervenção ianque no Iraque a senhora que escreve n'O Público estilhaçou todos os argumentos em defesa da política bushiana várias vezes, tão soez foi na argumentação. Depois fica-se sempre no enfado de ler muitas linhas sem qualquer gozo de escrita. Helena Matos é frígida na linguagem. Gela-nos o estímulo da fruição intelectual. Ficamos castrados de tanta palavra, sem nexo algum.
O texto de Paulo Querido no Expresso é curioso. Sempre achei duvidoso o modo como algum cinema tentava ilustrar cenas de hacking, sempre da maneira mais grosseira. Confesso que não entendo nada do assunto, mas o disparate era bem visível. No texto de P.Q. no Expresso somos confrontados com uma cena do Matrix Reloaded muito rápida mas que alguns iniciados conseguem visualizar imediatamente. Fiquei espantado, mais a mais quando parecia real toda a cena com a intervenção do famoso scanner nmap e com a secure shell, utilizada para acesso a outro computador. E lembrei-me de alguns grupos hackers portugueses que tiveram alguma visibilidade na "nossa" luta a favor do povo de Timor Leste. Foi citado mais que uma vez o grupo Toxyn, autores de um célebre ataque a uma página indonésia;os Pulhas que os secundaram imediatamente e os Kaotik Team. Há ainda todo um movimento 'hacker' importante, com jornais, revistas e grupos de culto. Saliente-se o incontornável 2600 Magazine.
