sábado, 3 de setembro de 2005
... Recuerdos do Rio de Janeiro
"Olererê, baiana,
eu ia e não vou mais ...
Eu faço
que vou
lá dentro, oh Baiana,
E volto do meio p?ra trás ..."
" ... O sertão é bom. Tudo aqui é perdido, tudo aqui é achado (...) O Sertão é confusão em grande demasiado sossego ..."
"... Apreciei demais essa continuação inventada. A quanta coisa limpa verdadeira uma pessoa de alta instrução não concebe! Aí podem encher êste mundo de outros movimentos, sem os êrros e volteios da vida em sua lerdeza de sarrafaçar. A vida disfarça? ..."
"... Sertão não é maligno nem caridoso, mano oh mano!: - ... êle tira ou dá, ou agrada ou amarga, ao senhor, conforme o senhor mesmo ..."
"... Sertão velho de idades. Porque - serra pede serra - e dessas, altas, é que o senhor vê bem: como é que o sertão vem e volta. Não adianta se dar as costas. Êle beira aqui, e vai beirar outros lugares, tão distantes. Rumor dêle se escuta. Sertão sendo do sol e os pássaros: urubú, gavião ? que sempre vôam, às imensidões, por sõbre ... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e se abaixa. Mas que as curvas dos campos estendem sempre para mais longe. Ali envelhece vento. E os brabos bichos, do fundo dêle ..."
[João Guimarães Rosa, in Grande Sertão: Veredas, Livr. José Olympio, 1967]
quinta-feira, 1 de setembro de 2005
Arrumações - Vynil, CD's e Cassetes Piratas
As arrumações são um malogro heróico. Não obedecem à vontade do dono. Crescem respeitosamente, sem proveito nem resignação. A maldade dos livros, opúsculos, separatas, bem como o descansado & saudoso vynil, o furor dos CD's ou as alegres cassetes pirateadas, promovem sempre inconsoláveis blasfémias contra a condição humana, as ideias poéticas ou a tormenta musical. Não há ventura que resista a esse ciclópico trabalho de classificar, catalogar, arrumar. O tempo não resiste à indomável & zelosa acumulação e, evidentemente, a recordações chorosas. È uma arte para esquecer.
Hoje, em trabalho doméstico, escutamos cânticos sublimes que fizeram a nossa fortuna. Os arrumos inspiram-nos às mais doces recordações. E serão esses os nossos próximos trabalhos corporais. Para devotos do sublime.
Assim, para corações pios & lamentos musicais amargos, ali do lado esquerdo da tábua, de maneira aprazível, recordamos mestre Frank Zappa, no perfume encantatório de Bobby Brown. Para lábios macios ... fides ex auditu.
"Oh God I am the American dream
I do not think I'm too extreme
An' I'm a handsome sonofabitch
I'm gonna get a good job 'n' be real rich ..." [letra aqui]
Obviamente, Mário Soares!
Os mistérios presidenciais são um escolho fatal. Entre a razão e a emoção, entre súplicas e saudades, o sentimento que sobrevive a tudo isso é estar-se presente uma desconfortável anomalia da vida política lusa. As flagelações intelectuais dos comentadores dos crentes, a longa jornada do calvário opinativo presenteada aos indígenas pelos régulos costumeiros & o decoro de alguns putativos candidatos, são enternecidas retóricas suspiradas sem felicidade, encanto ou glória, mesmo que a devoção seja imensa. Se o acontecimento presidencial não deixa de ser uma tristeza absoluta, o desvelo de algum discurso oficioso resta um imenso ruído, habilmente alimentado. Mesmo uma outra qualquer discursividade, situada ou não à margem do território falante institucionalizado, esbate-se nessa paisagem de tédio e desassossego que consagra, definitivamente, a incapacidade de renovação do tecido político luso, à esquerda ou à direita. Daí a inquietude em tudo isto. E a bondade & o apuro da escolha.
A querela Soares versus Cavaco, apresentada com antecedência como facto consumado, tem as virtudes, além do exercício submisso de retórica, de clarificar, de uma só vez, quem quer novas e insanas rupturas de regime - à boa maneira da enunciação de António Barreto nos tempos idos da AD (e que deu no que deu), e que contam com o entusiástico apoio de Paulo Rangel et al, bem como do sector neoconservador. A tarefa em causa será sempre uma imensa cambalhota, se o putativo candidato for Cavaco Silva [C.S.]. Veremos se o "pai" do monstro e apóstolo fervoroso da consumação do actual estado social, económico-politico, deixará de inspirar, para citar Vasco Pulido Valente referindo-se ao prof. de Boliqueime, "um sentimento muito próximo do horror", apesar de V.P.V. nos assegurar que "um homem como ele não pode existir". Temos algumas dúvidas desse sentimento vicioso.
Deixando de lado, por ora, esse cúmulo da perversidade que é transpor para a actual situação politica a impostura da exigência do debate económico, como se o Presidente fosse governo ou tivesse mandato para tal espectáculo; esquecendo mesmo, que no actual estado de coisas, um economista bom é um economista "morto", tal o fado das vozes sediciosas, de Beleza a Ferreira Leite ou de Pina Moura a Constâncio, que ao longo dos anos nos conduziram a esta ruína ignominiosa; resta sorrir daqueles que, ora entendem, no reboliço das suas emoções, que um presidente como Soares dará cobertura e apoio à actual governação de direita (daí, dizem, o esmero de Sócrates na sua candidatura) ora gemem, em abatimento cívico, pela suposta conflitualidade que Soares provocaria na maioria governamental. O gozo existente destas meditações não dá importância a qualquer contraditório. Isto é, se ao invés de Soares lermos Cavaco Silva, qual o cenário em ambos os casos? Parece difícil atinar com as instruções dos cavaquistas.
Mas evidentemente que não é essa a questão principal. Mudar o regime, configurar o caudilho, dar novo fôlego à trapaça política e a novo compadrio clientelar, eis o que é prometido. Contra isso, apesar das muitas criticas possíveis, resta apoiar ... obviamente, Mário Soares.
Desaparecido
Desapareceu no sábado passado da última página da revista Actual, em arrojada discrição & virtude liberal, o colunista do jornal Expresso, ainda membro da Oxford Society, douto professor na Universidade Católica e comensal do Oxford & Cambridge Club, João Carlos Espada. Na altura vestia um classic black tuxedo King & Allen, bow ties-strap Dior e xanatas Armani. Foi visto pela última vez, em sentido pranto, num workshop sobre sir K. Popper, lendo a obra do mestre: "Die Beiden Grundprobleme der Erkenntnistheorie". O desaparecido sofre da doença da confusão Popperiana, visível nos imensos dinners and parties que organiza, costuma levitar sobre Oxford em noites de lua cheia liberal e quando agitado não importuna ninguém. A quem souber do seu paradeiro, pede-se o favor de contactar com o director da revista literária & putativo candidato a Nobel da literatura, José António Saraiva. Dão-se alvíssaras!
Nelson Rodrigues 25 Anos
"É preciso ir ao fundo do ser humano. Ele tem uma face linda e outra hedionda. O ser humano só se salvará se, ao passar a mão no rosto, reconhecer a própria face hedionda" [N.R.]
"O homem começa a morrer na sua primeira experiência sexual" [N.R.]
"Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca" [N.R.]
Durante um mês (28 de Julho a 28 de Agosto), no Conjunto Cultural da Caixa, Teatro Nelson Rodrigues, no Rio de Janeiro, prestou-se homenagem a Nelson Rodrigues "um de seus escritores mais controversos, homem polémico que inovou o jornalismo e a dramaturgia" [in Nelson Rodrigues 25 Anos, ed. de Nelson Rodrigues Filho). Quando Nelson Rodrigues estaria fazendo 93 anos, a obra Rodrigueana e a vida do "tarado, génio, revolucionário" esteve presente através de leitura e dramatização de algumas das suas crónicas (A vida Como Ela É, p.ex.), uma exposição com cartazes de encenação e filmes da sua obra, algumas peças teatrais (Anjo Negro, p.ex.). Para lembrar!
"Hurricane Victims Need Your Help Today"
Locais: Complete Coverage Hurricane Katrina [NYT] / Did New Orleans Catastrophe Have to Happen? / How You Can Help The Victims Of Hurricane Katrina / Hurricane Protection Budget Cuts Exact a Big Price / Katrina's destructive waves / Katrina Exposes Racism / Katrina's Real Name / No One Can Say they Didn't See it Coming / Paging ABC, CBS and NBC / Star-Crossed Times For the Crescent City / The Hurricane President / Thousands feared drowned in New Orleans
segunda-feira, 29 de agosto de 2005
[Custo e preço de um medíocre]
"Senhores leitores: encarregaram-me de vos dizer que a direcção protectora decidiu proibir que vos fosse mostrado quanto custa e rende um medíocre, porque o inquérito, feito por sujeitos competentes, tinha o grave defeito de mostrar o medíocre a nu, cena eventualmente chocante para a estabilização da bolsa de mercadorias. Em seu lugar, prometemos redescobrir o Brasil, a bem da mediocração"
[Mário Henrique-Leiria, in Aqui, nº 2, Setembro 1976]
"Senhores leitores: encarregaram-me de vos dizer que a direcção protectora decidiu proibir que vos fosse mostrado quanto custa e rende um medíocre, porque o inquérito, feito por sujeitos competentes, tinha o grave defeito de mostrar o medíocre a nu, cena eventualmente chocante para a estabilização da bolsa de mercadorias. Em seu lugar, prometemos redescobrir o Brasil, a bem da mediocração"
[Mário Henrique-Leiria, in Aqui, nº 2, Setembro 1976]
A espuma intelectual
"... O bom povo e os revolucionários de ontem deram lugar às vítimas de hoje..." [Helena Matos, in Publico]
A festa da semana, entre os intelectuais, teve a inspiração de uma deliciosa Carta Aberta de Maria João Seixas a esse talento restaurado do jornalismo, de nome Helena Matos. Na brisa do dia seguinte, o protesto à patifaria de MJS escarrapachou-se nas Cartas ao Director - cortesia José Manuel Fernandes & por amor à plebe -, pondo a descoberto essa ferramenta do intelecto (E.P.C. dixit) que assina para a imortalidade da escrita indígena, Inês Pedrosa. Ficámos entendidos.
Graciosamente, o trato espiritual da douta questão fez correr no berço da blogosfera uma série de afectadas gratidões liberais pela cheia de graça Helena, profundos & piedosos desagravos contra a sentença de MJS, acabando em reputadas sentenças em torno da moral cristã, do dever & culto da discrição intelectual, afinal qualidades temperadas nas delicias da tinta instruída da paróquia lusa. A afronta assim desmerecida fez, entre o pânico dos livres-pensadores neoliberais, esperar uma qualquer esculpida réplica pela pena ajuizado da própria Helena Matos. Debalde! O brilho profano da jornalista semanal e historiadora em part-time não se vislumbrou. A prosa e os atropelos à gramática da dita senhora foram mais um descalabro. A vassourada da doce Helena teve a inteligência dum garoto do ciclo preparatório. E o folheto heróico celebrou a inteligibilidade costumeira - nenhuma. Pobre Lucília!
Ingrid Bergman [n. 29 Agosto 1915-1982]
"I was informed that you were the most beautiful woman ever to come to Casablanca. That is a gross understatement." Captain Renault (Claude Rains) to Ilsa Lund (Ingrid Bergman), Casablanca (1942)
Locais: The Official Ingrid Bergman Web Site / Ingrid Bergman / Ingrid Bergman Gallery
quinta-feira, 25 de agosto de 2005
Elogio da vida portuguesa & aviso aos nobres leitores
"Dois copos no balcão. A garrafa / à mão" [E. G. Carneiro]
Senhores, o temor das palavras deslavadas que do charco da Nação ainda nos surpreendem, pisam os nossos pés. Acabados de arribar do doce pecado além-mar ou luz do mundo, a voz dos indígenas asseguram-nos que estamos em pastagem lusa. O taxista que não pastoreia já coisa alguma, diz-nos a oração costumeira: "os povos felizes não têm história". Evidentemente!
Sentimos, entretanto, a respiração do dr. Sampaio quando bradava contra o mundo infecto dos incendiários e ... padecemos. Sampaio tinha o corpo crivado de anos de relaxação governamental e felicidade urbano-depressiva. Todos desconheciam esse glorioso desembaraço. Mesmo os jornalistas. Sem mais, essa língua do céu que é o DN, declara a candidatura presidencial do excitante prof. Silva. Sem lastimar a nossa sorte, que as desgraças são tantas & sem repouso, sentimos de imediato a venerada atenção das donas-de-casa lusas, o arrebatamento republicano da sopeiral Helena Matos, o convite chez Espada Club para um tea-party liberal, a energia da escrita de Pulido Valente filho e as avés-marias de meia-dúzia de intelectuais ditos de gauche, todos esperando o Godot de Boliqueime. Entretanto, Figueira da Foz ardia e Coimbra expirava de dor. No resto do país o choro e o luto eram totais. Home sweet home.
Antes de abrir a alma ao casual rebuliço do leito, antes mesmo de tocarmos o silêncio no descanso das palavras, soubemos do encerramento do Arqueólogo, do Aviz, Azul Cobalto, Fora do Mundo e Joaquinzinhos. O mundo está, de facto, perigoso.
domingo, 7 de agosto de 2005
... além mar
Informamos os estimados amigos, que em boa hora caminham para o lava pés costumeiro e em inocente saudade juvenil, que os descansos deste mês de Agosto, para nós, têm o encanto de além-mar. É verdade: o Rio de Janeiro continua lindo! Diremos que a lide diária é prometedora. Estamos mais instruídos. Os sebos fazem-nos uma dor imensa, é certo, mas obedecemos à voz da perseverança. Peca-se por aqui, de felicidade. O resto não dá para dizer.
Desta forma, para que não vos canseis de horrores sócraticos & mendistas, daqui vos damos um sopro de viração & devoção ardente, ali do lado esquerdo da pedra. Nada mais que o tumulto de José Mário Branco em "Cantiga de Alevantar". Que é o que mais precisamos. Aceitai-o no vosso coração. E a continuação de boas férias, sol & banhos. Disse.
Curtas ou como amontoar cascalho
"Há penúria de escriturários. Tudo corre para o jornalismo" [Karl Krauss]
- à sombra da adega, que a noite era devota para animar o gentio de Vilarelho, a rapaziada da Periférica fez uma ousada entrevista a Helena Matos, conhecida militante liberal e escriba privativa d'O Público. A ventura desta arrojada paixão pelas sentenças sopeirais da dita senhora lá foi germinando, presume-se entre algum desporto líquido presenteado pelo verde puríssimo e o debate sobre as ilustrações da Atlântico, ocupando algumas páginas hilariantes da revista dos moçoilos. O calão político vulgaríssimo da grande educadora liberal foi de uma puerilidade feminina espantosa. A erudição não foi bem trabalhada. A trovadora liberal orna a ignorância com vistosa colheita de mesa-de-café. Compreende-se, pois, que o clamor picaresco da estimosa senhora eduque a boa gente liberal. Após alusões de circunstância e outras regateiradas, os entrevistadores e a insigne senhora partiram de enxada às costas para novas pregações. Virtude admirável! Quem os viu assegurou que os seus lábios eram avaros. Tal como os dias.
- a saraivada de "livros para férias" que o prof. de Oxford, João Carlos Espada, da mansidão da rotina da silly season descreve, no Expresso, para uso e abuso de veraneio, são mimosas leituras para corpos delicados e espíritos abatidos. O colunista do "Mar Aberto", averso a leituras ao longo do annus horribilis de práticas gastronómicas, assinala copiosas obras, a saber: o conhecido Martin Wolf, tormento do magistério de José Manuel Fernandes; o lembrado "What América Can Learn from School Choice in Other Countries", onde se celebram virtudes aos pobres e à classe operária em geral; as controvérsias de Scalia, para constitucionalistas prudentes e seus confessores; a narrativa social-cristã de D. António dos Reis Rodrigues sobre o lugar da Família, da propriedade privada e do Estado (versão soft de Engels); um tal "Milagre Português", croniquetas de desmando panfletário do César das Neves e 1 (um) romance recrutado ao inefável arq. António José Saraiva. Ficámos acabrunhados. Nem um policial de algibeira, uma poesia inspirada, ou romances e novelas graciosas, nos foram impacientemente sugeridos. O clima poético ou romanceado da livraria avulsa do colunista não atinge a altura intelectual chez Espada. O coração livresco do desabusado professor é um desastre. Confirma-se, assim, o dizer: "as obras fazem os homens diferentes". Boas leituras.
"Bem-aventurado o coleccionador! Bem-aventurado o homem privado!" [Walter Benjamin] [aqui]
"O bibliófilo está sempre garimpando. Basicamente é o «viciado» por obras raras ou edições de arte ... Interessa-nos a capa, a encadernação, as ilustrações, a dedicatória, o autógrafo, as anotações no meio do livro ..." [José Salles Neto, Presidente da Confraria dos Bibliófilos]
"A arte de «bookinar», expressão do poeta Carlos Drummond de Andrade, está cada vez mais difícil" [professor Marcondes] [in A paixão na prateleira]
"Apesar dos anos de garimpagem, [José] Mindlin não se define como um colecionador, mas, antes de tudo, um leitor inveterado. «Estou sempre com um livro na mão», conta. «Sou um leitor que passou a bibliófilo.» A leitura foi a origem de sua vasta coleção, com os livros sendo adquiridos um a um. Mas como Mindlin interessa-se pelos mais variados assuntos - ficção, poesia, teatro, biografia, ensaio, relato de viagem, para ficar em alguns -, a biblioteca cresceu «indisciplinadamente», como ele gosta de frisar (...) Aos poucos, vai surgindo o interesse pelas primeiras edições, as encadernações, as tipologias, ou seja, a atração do livro como objeto. Chega-se então à busca de raridades. Nesse ponto, o leitor já está irremediavel mente perdido. Foi o que aconteceu comigo. Dei-me conta de que era uma doença incurável, mas, ao contrário das outras, só me fazia bem. Por isso, nunca me preocupei." [ler mais aqui]
"... não somos nós que temos a biblioteca, ela é que nos tem" [Guita]
Chamas do nosso desvario
nós temos chegado ao fim de tudo. o fado deste país é andarmos a ser, desde sempre, administrados por criaturas banais. o discurso confiado na classe política é a perda na nossa dignidade. deputados ou ministros, jornalistas e cidadãos, todos nós estamos resignados. chorados. pagamos o tributo desde o óasis cavaquista, que nos desviou da lide agrícola em troca dos enfeites citadinos e da maravilha da sociedade de consumo. passámos prestáveis pela cobiçada aventurança guterrista que nos fez prostrar de joelhos no défice e no compadrio dos boys. encantamentos tivemos na apalavrada época barrosista, afinal protector de uns poucos para perseguição, sacrifício e desgraça de muitos mais. e que nos condenou para todo o sempre a sermos as ovelhas negras da União. sorrimos na desgraça do santanismo & da sua garotada, que o desastre era já ali. voltámos a ser fervorosos da saudade decente de querermos um governo digno, proveitoso, moralmente são. sem qualquer esperança tudo nos arde. incautos deparámos com novas humilhações. a nossa virtude é não termos virtude alguma. sermos rascas. delicadamente grosseiros. a censura não passa, nunca, por aqui. está sempre noutro lado. estamos, decisivamente, embaraçados. assombrados de miséria.
sábado, 30 de julho de 2005
Patroa e amiga:
todo mundo dize que vosmecê presta a tensão a fala que ressoa dos lados de cá, assim a modos que sustança espanto & danação. a senhora patroa conhece de mim, não a quero desencaminhar, mas conversa já conversada a atrasado me deu saudade e um soluço dificultoso como romance-velho e a modos estou por cá muito descriado no vai e vem desta vida. eu não queria querer contar, que a dotôra "que é da cidade tem diproma e posição", mas tem um particular remexendo na lembrança é que sôr Virgulino mais a jagunçada braba morre em terras de Angico aventurando balas amor carinho riso e nem a senvergonha da noticia na miudez das normas da blogosfera o fraseado de seu Lampião sai. carece de prevenir. arrespeite mê pai o cabra português contava que sôr Virgulino "olhava, sem pousar os olhos" os cabras periquitavam assobiando e Maria Bonita era rio de braveza. descarecia. sabe todo o mundo espera que o sertão vem até que o dia deu mas o sertão é dentro da gente lá canta Guimarães Rosa.
pelo dito e visto vosmecê me lembra a honra dessa gente por isso encaminho a missiva
deus a tenha
almocreve
PS: com sua licença dada e reprazer dos ledores lhe mando um desenho de sêo Lampião mais Maria Bonita e solto ali de lado a sentimento meu uma moda dançadinha que cá sou pé de salão a musica recantada de seu Luiz Gonzaga o vira e mexe que "a vida é ingrata no macio de si". agradecido.
Virgulino Ferreira da Silva (Lampião) [1897-m. 28 Julho 1938]
"Virgulino Ferreira, o Lampião
Bandoleiro das selvas nordestinas
Sem temer a perigo nem ruínas
Foi o rei do cangaço no sertão
Mas um dia sentiu no coração
O feitiço atrativo do amor
A mulata da terra do condor
Dominava uma fera perigosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor..." [Zé Ramalho]
Locais: Lampião / Lampião: O Rei do Cangaço / Biografia de Lampião / Biografia de Virgulino / Conheça a história de Lampião, o "Rei do Cangaço" / Maria Bonita / A verdadeira história de Lampião / Lampião 65 anos sem o rei do Cangaço / História do Cangaço / Justiça para Lampião / Cangaço no teatro / A Volta de Virgulino pra consertar o Sertão (Literatura de Cordel) / A Chegada de Lampião ao céu (Literatura de Cordel)
Por uma vez ...
«pode o Governo s.f.f. colocar em linha os estudos sobre o aeroporto da OTA para que na sociedade portuguesa se valorize mais a 'busca de soluções' em detrimento da 'especulação'?» [JPP]
... ou o choque tecnológico não permite traduzir, ainda, os sinais dos tempos e a necessária transparência do debate sobre o investimento e gestão dos bens públicos? Ou deve continuar a permitir-se, ainda, que anúncios tão abundantes e robustos, estudados por tamanho cabedal de ideias, restem no bolor dos gabinetes sem servir a causa pública e à mercê de cruzadas pessoais e partidárias? Afinal, o sacrifício imposto (despudoramente) aos cidadãos contribuintes, ao longo destes malfadados anos de prosápia anti-défice, não merece respeito e atenção? Será que não vos assusta a vossa indolência governativa e a vossa miséria democrática? Será!?
«pode o Governo s.f.f. colocar em linha os estudos sobre o aeroporto da OTA para que na sociedade portuguesa se valorize mais a 'busca de soluções' em detrimento da 'especulação'?» [JPP]
... ou o choque tecnológico não permite traduzir, ainda, os sinais dos tempos e a necessária transparência do debate sobre o investimento e gestão dos bens públicos? Ou deve continuar a permitir-se, ainda, que anúncios tão abundantes e robustos, estudados por tamanho cabedal de ideias, restem no bolor dos gabinetes sem servir a causa pública e à mercê de cruzadas pessoais e partidárias? Afinal, o sacrifício imposto (despudoramente) aos cidadãos contribuintes, ao longo destes malfadados anos de prosápia anti-défice, não merece respeito e atenção? Será que não vos assusta a vossa indolência governativa e a vossa miséria democrática? Será!?
Dias frenéticos de molha pés
A imprudência destes dias sem blogar nocturno resultou numa reviva de lembranças & delícias saudosas, desconhecidas. E, como diria E.P.C., "um dia não acaba em um dia". Louvado seja, pois, o talento da preguiça e a credibilidade dos restaurantes. Diremos que as águas estavam de uma canseira suave em demasia para homem esclarecido. Não inspiravam assunto. Nem vontade de desprender horizontes. Como o areal andava sem alvoroço e os mercadores de jornais nem vê-los - toma lá Ó arq. Saraiva! -, ficámos entre os letrados d'A Bola & a instrução do Record, acompanhando gratuitamente o vexame governamental pronunciado pela memorável assistência de veraneantes. A oratória fortalecida do bridge nocturno foi a nossa piedosa salvação. Estamos de volta, do meio da água, retemperando forças para novas vigias além-mar e a respeito do mundo temos súbitos enfados. Nada mais.
Agradecemos o rol de missivas, que nos fizeram corar de assombro e alvoroçada alegria, prometendo responder a todos sem distinção. Vale!
sexta-feira, 29 de julho de 2005
Alexis de Tocqueville [n. 29 Julho 1805-1859]
"A liberdade política dá, de quando em quando, a certo número de cidadãos, sublimes prazeres. - A igualdade oferece diariamente uma multidão de pequenos gozos a cada homem. Os encantos da igualdade sentem-se a todo o instante, acham-se ao alcance de todos; os mais nobres corações não lhe são insensíveis e as mais vulgares almas nela encontram suas delícias. A paixão originada pela igualdade deve, pois, ser simultaneamente enérgica e geral"
"Nos tempos de igualdade, os homens não têm fé alguma uns nos outros, por causa de sua semelhança: esta própria semelhança, porém, dá-lhes uma confiança quase ilimitada no juízo do público, pois não lhes parece verosímil que, possuindo todos luzes semelhantes, não se encontre a verdade com a maioria ... Por conseguinte, o público possui, entre os povos democráticos, um poder singular, cuja ideia as nações aristocráticas não podiam sequer conceber. Mão insinua, mas impõe as suas crenças, fazendo-as penetrar nas almas, por uma espécie de imensa pressão do espírito de todos sobre a inteligência de cada um?"
"[é] na comuna que reside a força dos povos livres. As instituições comunais são para a liberdade o mesmo que as escolas primárias para a ciência; colocam-na ao alcance do povo, permitem-lhe saborear o seu uso tranquilo, habituam-no a servir-se dela. Sem instituições comunais, pode uma nação escolher um governo livre, mas não possui o espírito da liberdade. Paixões efémeras, interesses momentâneos, o acaso das circunstâncias podem dar-lhe as formas exteriores da independência; mas o despotismo, recalcado no interior do corpo social, cedo ou tarde reaparecerá na superfície"
[Alexis de Tocqueville]
Catálogo 50 da Livraria Moreira da Costa
A Livraria Moreira da Costa (Rua de Avis, 30, Porto) deu à estampa o seu Catálogo, número 50, de livros raros, esgotados ou curiosos. Pode ser consultado on line.
Algumas referências: Álbum dos Vencidos, de Alberto Pereira de Almeida, s.d. / Portugal Económico (tomo I e único publ.), por Anselmo de Andrade, 1918 / Mea Villa de Gaya (Guia illustrado do Concelho de Gaya), de António Arroyo et al, 1909 / O Último Cartuxo. Da Scala Caeli de Évora, por António Francisco Barata, 1891 / Les Deus Prostitutions, de F. Carlier (contem uma parte que trata da homossexualidade masculina "considerada um estudo pioneiro"), 1887 / Uma Página da Universidade. Precedida de uma carta ao author por Levy Maria Jordão, de José Cardoso Vieira de Castro, 1858 / Colecção Portucale, Edições Inapa, 2001, XI vols / Vida Debaixo da Terra. Tragedia histórica de um preso politico de Caxias, por Fernão Corte-Real, 1912 / A Democracia Nacional, de Henrique de Paiva Couceiro, 1917 / A Guerra de Africa em 1895 (Memorias), de António Ennes, Lisboa, 1898 / A Restauração de Portugal. Alma Portugueza, 1902-1903, III vols /O Balio de Leça, de Arnaldo ama, 1872 / História de Portugal (dir. de Damião Peres), 1928-81, IX vols / Analyse da Carta Constitucional da Monarchia Portugueza, por Fr. João Baptista de Jesus, 1863 / Discurso Juridico, Historico e Critico Sobre os Direitos Dominicaes ?, de Manuel de Almeida e Sousa de Lobão, Lisboa, 1819 / Manifesto dos Direitos de Sua Magestade Fidelíssima, a Senhora Dona Maria Segunda e Exposição da Questão Portugueza, Londres, 1829 / Socialismo Libertário ou Anarchismo. Historia e doutrina, de Silva Mendes, 1896 / Novo methoso para Aprender a Grammatica Latina, de Manoel Monteiro, 1746 / Guia do Viajante nos Caminhos de Ferro ao Norte do Douro ..., por Júlio César d'Abreu Nunes, Porto, 1879 / Guia do Viajante na Cidade do Porto e seus Arrabaldes, de Alberto Pimentel, Porto, 1877 / Código Pharmaceutico Lusitano ou Tratado de Pharmaconomia ..., de Agostinho Albano da Silveira Pinto, 1836 / Revolta Militar no Porto em 31 de Janeiro de 1891. Os Conselhos de Guerra e as Respectivas Sentenças, Porto, 1891
quinta-feira, 21 de julho de 2005
Habilitações necessárias para Ministro
[em louvor & pasmo de Teixeira dos Santos]
Saídos do banho em delícia de veraneio & honrando o corpo a expensas de prazeres muito carnais, para leitores instruídos, porém devedores do santo trabalho, daqui, desta espuma que o exílio evoca, lançamos ao respeitável público o rol de "habilitações necessárias para ministro", obviamente dedicado ao novel Ministro da Fazenda. E à paixão do défice, que tem enterrado os nossos melhores filhos. Sem um único queixume mas com sofrimento & tragédia pública. O carinho com que acompanhamos, em banho de lágrimas diga-se, a solução do magno problema da fazenda faz-nos andar com "as mãos na água" e a "cabeça no mar". Entenda-se!
Mas é bom regressar a Eça de Queiroz. Assim, neste hora solene, quasi post-sócratica, dali, da pedra esquerda consolativa, agitamos, para reanimar as gerações vindouras, o ilustre Eça de Queiroz em "Habilitações necessárias para ministro". Sob leitura de Jacinto Ramos. Boa tarde!
Crise na Fazenda do Eng. Sócrates
"Os economistas são respeitáveis professores da ciência sombria" [Carlyle]
Este País não tem remendo possível. Ora se consome em palavrosos conflitos - bramindo sublevado ruídos sobre a validade da pátria - ora se abate em copiosas lágrimas por um repudiado ministro caído em desgraça, novo mártir que os opinativos colunistas erguerão em dor pungente. O cinismo disto tudo é um desaforo nada aceitável. Enquanto a soldadesca liberal regurgita de fúria face à desgraça pública da saída do ministro, animados que foram pela profunda reflexão de Campos & Cunha sobre a tormenta dos investimentos, dada à estampa no jornal do companheiro JMF, os incansáveis socialistas acham tudo absolutamente normal. Isto é, se o evangelho liberal, como sempre, navega à vista na confusão da sua revolução conservadora, os procuradores da maioria governamental são marionettes nada exigentes. A coerência é total.
O espantoso disto tudo é a quantidade de fantásticos professores-economistas que ao longo dos anos são deliciosamente maltratados. Ao trocar a prelecção da sebenta no cadeiral universitário pela efabulação do sofá ministeriável os senhores professores mostram não só o que aprenderam sob pavilhão estrangeiro mas também arriscam revelar o que na cátedra ensinam à mente conspícuo do estudante. É bom de ver que as formosas teorias económicas e financeiras tricotadas habilmente pelos lentes resultam invariavelmente, quando a prescrição exige e o BCE aplaude, numa enorme trapalhada de opiniões, que aliás a história do pensamento económico bem cedo anotou. Está na lembrança o opinioso protestatório em torno do milagroso superavit em tempos idos de Junho de 1913, sob a alçada de Afonso Costa, e a comoção havida entre os "economistas" domésticos. Não há, pois, gratidão ou respeito algum pela inteligentzia. Que a lamentação, em breve, de Teixeira dos Santos seja piedosa, é o que se deseja. A bem do magistério.
"Manifestação de apoio e não só"
"A multidão invadira a praça, rodeando a estátua que lá em cima apontava algo glorioso. Espezinhando canteiros, inundando ruas adjacentes, vociferante. A manifestação.
Palavras de ordem. Guinchos. Várias crianças à procura do pai.
Era o apoio. Incondicional, ininterrupto, ao Primeiro Ministro.
Ali, na praça enorme e paciente.
O Primeiro Ministro olhou por uma das janelas, no terceiro andar antiquíssimo do Paço Ministerial. Sorriu levemente. Apalpou a cara, passou uma das mãos pela lapela do casaco, numa carícia inconsciente. Acenou com a cabeça, discreto, um pouco irónico, ao ministério perfilado no fundo da Sala de Actos.
Dirigiu-se à varanda alta, sobre a praça apopléctica.
Abriu a janela num gesto paternal e deu um passo em frente.
Ouviu-se um som murcho e abafado, uma espécie de paff, lá em baixo, no empedrado decorativo que circundava o Paço.
Alguém tirara a varanda. Toda.
Isto não se faz, é muito feio."
[Mário Henrique-Leiria, in Aqui, nº 2, Setembro de 1976]
"A multidão invadira a praça, rodeando a estátua que lá em cima apontava algo glorioso. Espezinhando canteiros, inundando ruas adjacentes, vociferante. A manifestação.
Palavras de ordem. Guinchos. Várias crianças à procura do pai.
Era o apoio. Incondicional, ininterrupto, ao Primeiro Ministro.
Ali, na praça enorme e paciente.
O Primeiro Ministro olhou por uma das janelas, no terceiro andar antiquíssimo do Paço Ministerial. Sorriu levemente. Apalpou a cara, passou uma das mãos pela lapela do casaco, numa carícia inconsciente. Acenou com a cabeça, discreto, um pouco irónico, ao ministério perfilado no fundo da Sala de Actos.
Dirigiu-se à varanda alta, sobre a praça apopléctica.
Abriu a janela num gesto paternal e deu um passo em frente.
Ouviu-se um som murcho e abafado, uma espécie de paff, lá em baixo, no empedrado decorativo que circundava o Paço.
Alguém tirara a varanda. Toda.
Isto não se faz, é muito feio."
[Mário Henrique-Leiria, in Aqui, nº 2, Setembro de 1976]
Hart Crane [n. 21 Julho 1899-1932]
"Muitas vezes das ondas, do largo desta escarpa
os dados de ossos dos afogados que ele vira mandam-lhe
embaixadas. Os números quando os notava
caíam na praia e se volviam obscuros.
...
E então no circuito calmo de uma vasta curva,
encantado o chicotear e conformada a malícia,
gelados olhos havia que levantavam altares;
e silentes respostas se esgueiravam de astro a astro.
Bússolas, quadrantes, sextantes já não forçam
mais marés. Alta nos azuis declives
a monodia ao marinheiro não despertará.
Esta sombra fabulosa só o mar a guarda"
[Hart Crane, "No Túmulo de Melville", trad. de Jorge de Sena]
Locais: Hart Crane (1899-1932) / Harold Hart Crane / Hart Crane (1899-1932) / À Ponte de Brooklyn [poema de H. Crane] / Contemplação do Urbano (Ensaio sobre a poesia de Hart Crane) / Brooklyn Bridge: facto ou símbolo? / As Vozes Submersas: Nome, Prece e Canção em The Bridge, de Hart Crane / O poeta Hart Crane suicida-se no mar [poema de Vinícius de Moraes]
sexta-feira, 8 de julho de 2005
Boletim Bibliográfico 26 de Luís P. Burnay
Referente ao mês de Julho, acaba de sair o 26 Boletim Bibliográfico do livreiro Luís P. Burnay (Calçada do Combro, 43-47, Lisboa), como sempre excelente. Peças monográficas, históricas, literárias, alguns lotes modernistas valiosos e raros, caracterizam este boletim.
Algumas referências: 30 Anos do Estado Novo, dir. Matos Gomes, 1957 / Mistérios da Praia da Rocha, por Marcos Algarve, 1926 / Obras Completas de Nicolau Tolentino, 1861 / Santos Portugueses, de João Ameal, 1957 / 3 primeiras edições de Sophia Mello Breyner (Livro Sexto, 1963; Mar Novo, 1958 e Dia do Mar, 1947) / Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, com notas de Natália Correia, ed. Rio de Janeiro / Roteiro da Ribeira de Lima, pelo Conde da Aurora, 1929 / Algarve Monumental, de Correia de Azevedo, 1977 / Ruas de Lisboa, de J. J. Gomes de Brito, 1935, III vols / Lisboa nas auras do povo e da historia, por Luís Chaves, 1961-69, IV vols / O Livro do Nómada Meu Amigo, de Ruy Cinatti, 1958 / Historia do Infante D. Duarte, irmão del Rei D. João IV, por José Ramos Coelho, 1920, III vols / Conta publicada pela Comissão encarregada de dirigir a distribuição do Donativo Votado pelo Parlamento do Reino Unido ... para socorro das Terras de Portugal devastadas pelo inimigo em 1810, Lisboa, 1813 / Documentos Históricos da Câmara Municipal de Lisboa. Livro dos Reis, Lisboa, 1957-1964, VIII vols / Documentos para a Historia da Arte em Portugal (or. De Raul Lino e Luís Siveira), 1969-1976, XV vols / 40 Noites de Insónia de fogo de dentes numa girândola implacável e outros poemas, de António José Forte, 1958 (raro) / O Saloio, por João Paulo (Mário) Freire, 1948 / Monografia do Parque da Pena, de Mário de Azevedo Gomes, 1960 / Ofício Cantante 1953-1963, de Herberto Hélder, 1967 / Historia de Portugal, de Alexandre Herculano, 1853-58, IV vols / Integralismo Lusitano (dir. de Luís de Almeida Braga, Hipólito Raposo), vol. I e II, Abril de 1932 a Março de 1934, 24 fasc. Em II vols / Os Pescadores da Vila de Peniche, por Albino Lapa, 1954 / Sindicalismo Personalista: plano de salvação do mundo, de Raul Leal, 1960 (raro) / Exercício sobre o sonho e a vigília de Alfred Jarry seguido de o Senhor Cágado e o menino, de António Maria Lisboa, 1958 (raro) / O Livro de Alportel, por Estanco Louro, 1929 / Legendas de Portugal, de Rocha Martins, XIV tomos em IV vols / Mundo Português: imagens de uma exposição histórica, 1940 / Orpheu, por Almada Negreiros, 1965 / Relevos, de Fernando Namora, 1937 / O verbo e amorte, por Vitorino Nemésio, 1959 / Entre a cortina e a vidraça, de Alexandre O'Neill, 1972 / Na Inquisição do Salazar, de Luís Portela & Edgar Rodrigues, pref. de Roberto das Neves (conjunto de cartas sobre "as atrocidades cometidas pela policia politica do Estado Novo" ? foi proibido em Portugal), Rio de Janeiro, 1957 / Nobilíssima Visão, de Mário Cesariny Vasconcellos, 1959 / Planisfério e outros poemas, idem, 1961 / Louvor e Simplificação de Álvaro de Campos, idem, 1953 / O Paço de Queluz, de Francisco Câncio, 1950 / Graal (revista), dir. António Couto Viana, nº 1 (Abril/Maio de 1956) a nº 4 (Dez 1956 /Julho 1957), IV nums, completa / Mau Tempo no Canal, de Vitorino Nemésio, Bertrand, 1944 (raro)
Locais: Al Qaeda strikes in London's heart / Al-Qaida is exporting the war from Iraq to Europe / And this is why they did it / Conflit de valeurs / Esta vez, Londres / Iraq: the wrong war / La presse européenne s'inquiète d'une menace globale / Let the Olympics be a memorial / London: The latest ground zero / London lives / Online photos proliferate after London blasts / Please Appease Me / The price of occupation / The struggle against terrorism cannot be won by military means
Subscrever:
Mensagens (Atom)