quinta-feira, 21 de julho de 2005


Hart Crane [n. 21 Julho 1899-1932]

"Muitas vezes das ondas, do largo desta escarpa
os dados de ossos dos afogados que ele vira mandam-lhe
embaixadas. Os números quando os notava
caíam na praia e se volviam obscuros.
...
E então no circuito calmo de uma vasta curva,
encantado o chicotear e conformada a malícia,
gelados olhos havia que levantavam altares;
e silentes respostas se esgueiravam de astro a astro.

Bússolas, quadrantes, sextantes já não forçam
mais marés. Alta nos azuis declives
a monodia ao marinheiro não despertará.
Esta sombra fabulosa só o mar a guarda"

[Hart Crane, "No Túmulo de Melville", trad. de Jorge de Sena]

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