► Sociedade de Theatro da Rua da Calçada (1824) - Era uma "sociedade de curiosos", que davam espectáculos num "prédio da
Rua da Calçada", hoje
Ferreira Borges. [
in, Conimbricense, 1905]
► Sociedade do Theatro Trovão (1825) - "De 1825 para 1826, foi construído nas casas de
José António Rodrigues Trovão, na extremidade da
Rua Sargento-Mor, com frente também para o Caes, um dos melhores theatros particulares que houve na cidade". [
ibidem]
► Sociedade Philomatica de Coimbra (1827) - "Constituída por alunos de
Sciencias Naturaes, foi fundada no mez de Maio de 1827". Tinha por objecto o estudo dos diferentes ramos das ciências naturais. [
ibidem]
► Sociedade do Theatro de Mont'Arroio (1828) - Em casa de
José Pedro Velhoso [
ibidem]
► Sociedade dos Divodignos [Divodigus] ou Divodis (1828) - Era composta, na quase totalidade, por estudantes liberais - o seu presidente era
Francisco Cesario Rodrigues Moacho -, e de onde saíram os estudantes que participaram nos assassinatos e ferimentos aos lentes e cónegos [
Jeronymo Joaquim de Figueiredo e
Mattheus de Sousa Coutinho, foram os lentes mortos], no dia 18 de Março de 1828, além de
Condeixa [sítio do Cartaxinho]. Tinham as reuniões na
Rua do Loureiro, em umas casas pequenas do lado esquerdo logo acima do Arco de D. Jacintha" [
in,
Apontamentos para a História Contemporânea, p. 93]. Tinham os
Divodignos "uma constituição, uma lei orgânica, que prescrevia a obrigação de actos violentos, e nestes, até o assassinato" [
cf.
Alberto de Sousa Lamy,
in A Academia de Coimbra 1537-1990]
Segundo um elemento pertencendo à sociedade [conta
Joaquim Martins de Carvalho] faziam os
Divodigus as assembleias num casarão quase subterrâneo, sito nos
Palácios Confusos. Foi, aí, que se resolveu a trama de
Condeixa, isto é, o cumprimento da deliberação de tirar do caminho de Lisboa os "
membros das duas deputações " que levavam felicitações ao rei d. Miguel.
Assistiram a essa sessão dos Divodignos, 200 académicos liberais, tendo sido sorteados 13 deles para o cumprimento da missão. Segundo
Joaquim Martins de Carvalho [
op. cit], os membros dos Divodignos que "
desfecharam as armas" foram:
Delfino Antonio de Miranda e Mattos [de Barcelos],
Bento Adjuto Soares Couceiro e
Antonio Correia Megre.
Perante a descoberta ocasional do crime ocorreram populares e uma força de Cavalaria, que ali passava, pondo em debandada os
Divodignos. Foram presos e enforcados [cf.
Joaquim de Carvalho, op. cit, p. 96]
nove deles [Bento Adjuto Soares Couceiro, Delfino Antonio de Miranda e Mattos, Antonio Correia Megre, Domingos Barata Delgado, Carlos Lidoro de Sousa Pinto Bandeira, Urbano de Figueiredo, Francisco do Amor Ferreira Rocha, Domingos Joaquim dos Reis e Manuel Inocêncio de Araújo Mansilha]. Foram conduzidos para Lisboa e do processo resultou na sentença [muito contestada juridicamente] de morte por "
enforcamento" no dia 20 de Junho de 1828, no "cais do Tejo, a Santa Apolónia" [
cf. Lamy,
op. cit].
Ainda segundo
J. Martins de Carvalho evadiram-se os quatro restantes [diga-se que
José Germano da Cunha, nos "
Apontamentos para história do Concelho do Fundão" (Lisboa, 1892) diz-nos que foram enforcados 10 dos membros dos Divodignos e que escaparam 3, referindo: Bernardo Nunes, o padre Bernardo Antonio Ferreira e Francisco Sedano Bento de Mello], registando
Martins de Carvalho os seguintes:
Antonio Maria das Neves Carneiro (do Fundão, e que acabou por ser enforcado em 1830),
Francisco Sedano Bento de Mello (Caldas da Rainha),
José Joaquim de Azevedo e Silva (Lisboa) e
Manuel do Nascimento Serpa (falecido na Misericórdia de Lagos, com o nome de "
Fresca Ribeira"- ver obra citada e, principalmente, o Capitulo XII, "
Sentença que condenou à morte os 9 estudantes enforcados a 20 de Junho de 1828"; do mesmo modo, consultar os "
Grande Dramas Judiciários", de
Sousa e Costa; idem para
Oliveira Martins,
in Portugal Contemporâneo, vol I.; ou
Teófilo Braga, "
História da Universidade de Coimbra", tomo IV; tb
Camilo Castelo-Branco,
in "
O Retrato de Ricardina".
[
texto com aditamentos vários]