Associações de Coimbra ( I )
► A Irmandade dos Clérigos Pobres de Coimbra (1530), ao que diz o Conimbricense, pode "considerar-se como uma associação de socorros mútuos", sendo que a data citada se refere ao "mais antigo compromisso" da instituição em causa. Fundada na Igreja da Sé Velha, passou depois para a paróquia de S. Cristóvão, e em 1905 tinha sede na Igreja de S. João de Almedina. Além de prestar socorros médicos e farmacêuticos, fornecendo subsídios a doentes e impossibilitados, tinha como lugar central o culto da Virgem, "especialmente no mistério da sua Apresentação".
[In, Conimbricense, Ano 1905]
► Rancho de Carqueja (1720)
Ao que se sabe, no ano de 1720/21, estudantes da Universidade de Coimbra formaram uma sociedade a que se deu o nome de Rancho de Carqueja. Tal nome vinha do facto de, com carqueja, terem queimado a porta das casas de João de Sequeira. Sabe-se que os membros dessa associação "praticavam os maiores atentados na cidade, estando os habitantes e as autoridades em terror permanente". Como a questão não se resolvia, D. João V mandou no dia 20/02/1721, um regimento de cavalaria e outro de Infantaria "tomar as portas da cidade", tendo-se procedido a buscas nas casas dos principais mentores da associação. O seu chefe era Francisco Jorge Ayres, que foi condenado á morte e degolado em Lisboa (para onde forma enviados os membros do grupo), "sendo a sua cabeça espetada num pinheiro e trazida para Coimbra, sendo exposta na Praça de S. Bartolomeu". Camilo C. Branco, no 1º volume de "Noites de Insomnia" (1874), deu "ao Rancho o nome de Rancho de Carqueja, dado fazer parte um facínora de Viseu, chamado Carqueja”, embora “erradamente como demonstrou o estudioso e antiquário Martins de Carvalho." [ibidem]