quinta-feira, 16 de março de 2006


Boa Noite ... Camilo! [n. 16 Março 1825]

"A opinião pública (...) é uma esfinge com cabeça de burro" [C.C.B.]

"Dizia um filósofo humanitário a certo povo infeliz: 'Sede melhores, e vós sereis mais felizes'. E o povo respondeu ao filósofo humanitário: 'Fazei-nos mais felizes, e nós seremos melhores" [C.C.B., in A Verdade, 1856]

"Que me importa a mim o futuro? Caído por este desfiladeiro da vida , com os olhos fitos lá em baixo na terá negra do túmulo, - que tenho eu contigo, futuro? (...)
Eu sou do passado: ficou-me lá o espírito; amo o tempo que foi: vivi então mil séculos num instante - amarguei-os, mas que importa?
" [C.C.B., in O Nacional, 1948]

"É inegável que somos europeus, e até podemos avançar que se fala de nós lá fora como um povo civilizado (...) Caminhamos airosamente na via láctea do progresso, porque as estradas cá em baixo o mais que podem é pôr-nos em contacto com o progresso dos antípodas por meio dos abismos insondáveis que o macadame aperfeiçoou (...)

Temos tudo quanto podem ambicionar os netos daqueles que civilizaram mundos novos. Só nos falta - diga-se a verdade sem presunção - falta-nos uma pequena coisa, que faça os homens bons: falta-nos a virtude e a moral; falta-nos o respeito à lei, e a lei que deva respeitar-se; falta-nos esse quasi nada que faz dum povo de traficantes e de corruptos uma sociedade de irmãos e amigos" [C.C.B., in O Portuense, 1853]

segunda-feira, 13 de março de 2006


Figueira da Foz & o seu Casino altaneiro

As variedades da noite passada na Catedral da Luz, supostamente artísticas e melodiosas, deviam ser admiráveis. Nobilíssimas. De bom gosto e farto recato. Nada de saraus dramáticos, como acontece aos impúdicos d'Alvalade. Absolutamente diferente do enxoval minguado da equipa do sr. Costa das Antas. Podiam até ser dançantes. Tanto se nos dava.

Meus amigos: este domingo presumia-se suavemente genial, mas, por ironia pungente do estimado juiz Carlos Xistra, demos em dar esmolas a andrades e lagartos. Não amoedámos. Mas fica (mais uma vez) essa chateza das prodigiosas "ilusões de óptica" ou inteligência notável do árbitro de Castelo Branco. O homem, conhecido por marcar penaltys, expulsar jogador e voltar atrás na decisão (FCP-Marítimo), ontem mostrou que tão bem norteado está. Quem estranhará o serviço!? E que bonito estava o Casino da Figueira da Foz.

sexta-feira, 10 de março de 2006


Boris Vian [n. 10 Março 1920 - 1959]

"J'suis snob ... J'suis snob
C'est vraiment l'seul défaut que j'gobe
Ça demande des mois d'turbin
C'est une vie de galérien
Mais lorsque je sors à son bras
Je suis fier du résultat
J'suis snob ... Foutrement snob
Tous mes amis le sont
On est snobs et c'est bon ...
" [ler aqui]

Boris Vian - J'suis snob Castpost

Catálogo 53 da Livraria Moreira da Costa

Acaba de sair o Catalogo do mês de Março da Livraria Moreira da Costa (Rua de Avis, 30, Porto). Peças curiosas, a preços bem acessíveis. Consultar on line.

Algumas referências: Portugal no Mundo, de Luís Albuquerque, 1989, VI+1 vols / Mistérios da Praia da Rocha, por Marcos Algarve, 1926 / O Movimento Monarchico, de Álvaro Pinheiro Chagas, 1913-14, II vols / Os Três Livros de Cícero. Sobre as Obrigações Civis, por Miguel António Ciera, 1784 / Auto-Biographia e Cartas, por Trindade Coelho, 1910 / O Portugal Vinícola, de B. C. Cincinato da Costa, 2000 (reeimp. 1900) / A Lanterna, por Paulo Emílio, 1909 / As Origens da Caravela Portuguesa, de Pedro Quirino da Fonseca, 2003 / Grandes Portugueses, ed. SPN, 1943 / Tratado do Jogo do Voltarete, de António Rodrigues Veloso de Oliveira, 1814 / Theoria do Discurso Applicada á Lingoa Portugueza em que se mostra a estreita relação, e mutua dependencia das quatro Sciencias intellectuaes, a saber Ideologia, Grammatica, Logica, Rhetorica, Offerecida a sua Alteza, por António Leite Ribeiro, 1819 / As Ditaduras. O Regímen Revolucionário, de Bazilio Telles, 1911

quinta-feira, 9 de março de 2006


Mircea Eliade [n. 9 Março 1907 - 1986]

"Passei cerca de cinco anos em Portugal (...) Parece-me que para os Portugueses (como aliás para os Romenos), o Tempo, a História, a Morte e o Amor conservam o caracter de mistérios" [Mircea Eliade]

" ... a revelação de um espaço sagrado permite que se obtenha um 'ponto fixo', e permite, portanto, a orientação na homogeneidade caótica, o 'fundar o mundo' e viver realmente. Pelo contrário, a experiência profana mantém a homogeneidade e portanto a relatividade do espaço. Já não é possível nenhuma verdadeira orientação, porque o 'ponto fixo' já não goza de um estatuto ontológico único; aparece e desaparece segundo as necessidades diárias. A bem dizer, já não há 'Mundo', há apenas fragmentos de um Universo fragmentado, massa amorfa de uma infinidade de 'lugares' mais ou menos neutros onde o homem se move, forçado pelas obrigações de toda a existência integrada numa sociedade industrial" [M. E., in O Sagrado e o Profano]

Locais: Mircea Eliade (1907-1986) / Mircea Eliade / Mircea Eliade em Portugal (1940-1944)

Óscares 2006: guardando a estatueta

Eis-nos em probidade amestrada & em virtuoso, quanto infernal, trabalho de guarda. Podem ver-nos, ali ao lado, em ilustríssimo ajuntamento, resguardando a estatueta da noute dos Óscares. Minuto a minuto, hora a hora. Não há estatuetas grátis (lá dizia mestre César das Neves). Admirai o sorriso da sublime escultura. Deixai correr o vício da vossa indiscrição em tamanha manufactura. Conhecei, por uma vez que seja, a submissão. E sede felizes.

Cardeal Jules Mazarin [1602 - m. 9 Março 1661]

"Consulta amiúde os tratados dos grandes retóricos, pois sabem não apenas gerar o ódio mas também voltá-lo contra os que o geraram, sendo capazes de atiçá-lo ou atenuá-lo. Ensinar-te-ão igualmente como acusar ou como defender-te com maior eficácia. O mais importante é aprender a manipular a ambiguidade, a proferir discursos que tanto possam ser interpretados num sentido como noutro, de modo a que ninguém seja capaz de decidir"

[J. M., in Breviário dos Políticos, Guimarães]

Catálogo de Março da In-Libris

Acaba de sair o Catalogo do mês de Março da In-Libris (Porto). A consultar.


Lindoooooooooooooooo! Sir Benfica!

sábado, 4 de março de 2006


Antonin Artaud [1896 - m. 4 Março 1948]

"A tragédia no palco não me basta mais, vou transportá-la para a minha vida". [A.A.]

"Quem sou eu?
Donde venho?
Sou Antonin Artaud e mal digo isto
como só eu o sei dizer
imediatamente vereis o meu corpo actual
voar em estilhas
e refazer sob dez mil formas
um corpo
no qual jamais
me podereis esquecer
" [Antonin Artaud]

"Pai, pátria, patrão - a trilogia que serve de base à sociedade patriarcal e à canzoada fascista (...) os homens hão-de erguer-se e hão-de arruiná-la, fundarão a sociedade fraterna dos companheiros de trabalho, do poder e da solidariedade humana"

[in Manifesto do Surrealismo, e citado por Artaud em Mensagens Revolucionárias, & Etc]

Locais:Antonin Artaud / Antonin Artaud (1895-1948) / Antonin Artaud / A. Artaud / Antonin Artaud, el más grande entre los malditos del pasado siglo / Artaud / Antonin Artaud: Loucura e lucidez, tradição e modernidade / Antonin Artaud / O Teatro Político de Antonin Artaud / Jacques Derrida évoque Artaud

4 - Aniversário - 4

Dois (2) blogs liberais que se agitam nos abismos disciplinados da blogosfera e outros dois (2) de luz especial, ou qualidade abraçada da vida, cumpriram os seus aniversários.

Das apreciações ponderosas do Blasfémias ou sobre o preito da superstição liberal do Insurgente, já muito se disse. Os primeiros analisam as bulas da paróquia e os tempos infectos da relaxação estadual. Fazem epístolas fervorosas aos crentes indígenas. Os seus letreiros políticos são (dizem!) uma regeneração espiritual & um encantamento dedicado ao apostolado. Estão de parabéns.

Os segundos são o nosso almanaque de todos os dias. A aventurança de Um Blog Sobre Kleist é uma amparo de rebeldia, como a história profana do nosso/vosso Michael Kohlhass. As festividades, uma cintilação das belas letras. Com xadrez ao fundo. Do Memória Inventada, onde salta a tesoura do Vasco sobre a moléstia dos comentadores desenganados, a sua pena fulminante não tem custódia. Daí o nosso proveito, o nosso tributo. E que não se apaguem as letras. Graças!
Revistas & Arrumações

[Mário Saa. Notícia breve de um espólio]

Da Revista da Biblioteca Nacional, vol 1, nº2, Julho-Dezembro 1981, um artigo de António Braz de Oliveira sobre Mário Saa, onde nos é apresentado uma curta nota biográfica do escritor (refere a controvérsia sobre a data e local do seu nascimento). Salienta-se a problemática sobre os escritos astrológicos de Saa, a partir do seu espólio (onde e a propósito da sua obra sobre Camões, é considerado a sua preocupação de "interpretação" e não qualquer intuito ocultista, o que não deixa de ser curioso), analisa a obra complexa do Evangelho de S. Vito (ms. completo no espólio), "escrito filosófico peculiar", cujo primeiro título intitulou-o M. Saa por «Pégadas», decerto a sua primeira versão. Encontra A. B. Oliveira paralelismo dessa obra com a notável Explicação do Homem, e refere a existência de "uma outra obra ainda inédita e enquadrável nos escritos filosóficos", "um conjunto de pequenos blocos de notas onde o escritor recolheu pensamentos para uma obra que chegou a anunciar em 1917 e que intitularia Infinitismo". Depois, A. B. O., relata os trabalhos genealógicos e "sobre geografia antiga" de Saa, salientando a expressiva existência de manuscritos sobre tais assuntos no seu espolio, tais como um "Dicionário de Camões" (1925), "Família Pires - Coruche" (1923), "Memória histórica acerca da herdade de Pêro Viegas" (1923) e "Compêndio genealógico dos Paes Teles da Província do Alentejo" (1970). Como curiosidade, A B. O. , diz-nos que não encontrou o original da "célebre obra A Invasão dos Judeus (1925) nem quaisquer apontamentos que, directa ou indirectamente, se ligassem com tão controverso escrito". Finalmente, é apresentado um conjunto de trabalhos de escrita sobre grafologia, entre os quais se encontram "curiosos autógrafos de Fernando Pessoa" e os escritos poéticos.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006


Livros Proibidos [anotações do Censor(es) de serviço]

[sobre a "Seara do Vento", de Manuel da Fonseca] - "É um romance de análise critica da vida miserável dos rurais do Alentejo em época de falta de trabalho. Não é uma obra imoral ou pornográfica, mas sim uma obra de significado político, de especulação da mais pura ética comunista (...) Também faz um ataque indirecto aos esteios da ordem, no meio rural a 'Guarda Nacional Republicana', apresentando-a como estando às ordens dos lavradores gananciosos (...)"

[sobre "Vindima", "Bichos", "Diário", de Miguel Torga] - "Escritor de forte poder de aceitação por leitores de deficientes recursos espirituais. Procura motivos sugestivos, em prol da descrença, da aversão ao dirigente ou ao afortunado, fomentando o desrespeito social (...) As obras deste autor não devem ser consentidas em agremiações operárias, por razões várias"

[sobre "Nome de Guerra", de Almada Negreiros] - "A principal acção do livro é uma mancebia ilusória, baixa e reles, com uma pêga de cabaret (...)"

[sobre o livro "Comunicação", de Natália Correia] - "O intróito, a forma derrotista como apresenta o Poema (felizmente não na integra!), a sensualidade, a libertinagem e a falsa de senso moral bem verificados, levam sem sombra de dúvida, a não autorizar a sua circulação"

[sobre "O Vinho e a Lira", de Natália Correia] - "Apresentam-se no decurso da obra expressões eróticas imorais, algumas expressas em termos escatológicos e insinuações de ordem política com tendência dissolvente, o que é suficiente para se propor a sua proibição de circulação no País"

[sobre o livro "Canto Psicadélico", de Dórdio Guimarães] - "Por muito estranho que pareça este livro saído dos prelos de uma tipografia que pertence ao Patriarcado de Lisboa é uma publicação indesejável por ser obscena em grau excessivo e também anti-patriótica"

[sobre o livro "Lutas Operárias Contra a Carestia de Vida em Portugal", de José Pacheco Pereira] - "Esta obra é uma analise do movimento operário e sindical português durante a República (...)" / "Trata-se de uma compilação de textos do partido comunista do período entre 1917 e 1923. Os textos estão escritos de forma acessível e, como todas as proclamações de princípios, são aliciantes, sobretudo para espíritos pouco preparados"

[sobre o livro "O Dilema da Política Portuguesa", de Mário Sottomayor Cardia] - "Não se trata de um livro, trata-se de um panfleto político, talvez o mais violento que aparece de há muito tempo para cá. O tema é a luta entre o fascismo e a democracia"

[sobre "Um Auto para Jerusalém", de Mário Cesariny Vasconcelos] - "Esta obrinha de um dos próceres do surrealismo português parece-me absolutamente inaceitável, isto é: francamente censurável (digna da mais severa censura) não só pela irreverência em matéria religiosa ou de fé, como pela chocante intromissão satírico-política no tema filosófico-moral que o A. se propôs (...) A 'fala' de Jesus é absolutamente definidora do espírito achincalhante da obrinha, que, por isso, bastantemente por isso, me parece de proibir"

[sobre o livro "Mocidade, Vivei!", de Pinto Quartin] - "Trata-se dum panfleto de tipo anarquista, certamente muito apreciado pela mocidade vanguardista. Foi editado em 1907 e, portanto, deve estar completamente esgotado, o que não é razão para deixar de apreender os exemplares que apareçam. Em nossa opinião o panfleto não deve, pois, circular"

[sobre "Os Irmãos Karamazoff", de Dostoiewsky] - "Não se ignora que Dostoiewsky apesar do seu misticismo e fervor religioso foi um dos deformadores da consciência do povo russo na preparação para o bolchevismo. O romance e autor são bastante conhecidos entre as classes mais cultas do nosso país para ser necessário a sua tradução. As classes menos cultas julgo não tirarem qualquer vantagem da sua leitura"

[sobre o livro "Viagem", de Graciliano Ramos] - "A leitura diz-nos que o autor é comunista e que o livro não pode deixar de ter sido elaborado com o fim expresso da propaganda respectiva. Sou, pois, de parecer que seja proibida"

[sobre o livro "Mémoire d'une jeune Fille Rangée", de Simone Beauvoir] - "Estas memórias autobiográficas da Autora apenas se aceitam, como obra decente e válida, até aos seus 15 anos. Mas daí por diante começa o descalabro e a inconveniência, que atinge o máximo a partir de p. 334 (data do encontro com Sartre, seu actual amante). Da imoralidade (digamos: intrínseca) da Autora e de sua estadeada vida amoral colhemos traços, a p. 85-88, 102-103, 165, 189 (defesa, em tese, do aborto), 269, ..."

[pareceres dos censores, in Mutiladas e Proibidas, de Cândido de Azevedo, Ed. Caminho, 1997]

Olha a Censura!

"O alarme na opinião pública, provocando a desordem nos espíritos, gera a indisciplina e perturba a ordem as ruas. A Imprensa que o provoca abusa do seu direito e esquece o seu mais instante dever".

[Circular de 28/08/1931 da Direcção Geral de Censura à Imprensa, ponto 17º, in Mutiladas e Proibidas, de Cândido de Azevedo, Ed. Caminho, 1997]

"Urge (...) acalmar as paixões que dia a dia se vêm manifestando em certo número de jornais, quer adversos quer não, uns debatendo-se e dispersando opiniões, outros alegando os perigos já conhecidos de carácter político, religioso e social, todos esquecendo o que devem à Nação.
Aos serviços de Censura pertence o encargo de corrigir o ambiente político"

[A. Salvação Barreto (director da D. G. Censura, ibidem]

"A Censura era um preservativo do 'velho regime' (...) Não havia Exame Prévio. Nem presos políticos. Nem suicídios. Nem barracas. Nem cólera. Nem aumentos de preços. Nem abortos. Nem guerra. Nem hippies. Nem greves. Nem droga. Nem gripes. Nem homossexuais. Nem crises. Nem massacres. Nem nudismo. Nem inundações. Nem febre amarela. Nem imperialismo. Nem fome. Nem violações. Nem poluição. Nem descarrilamentos. Nem tifo. Nem Partido Comunista. Nem fraudes. Nem poisos extraconjugais. Nem racismo.
E os governantes (impávidos, serenos, luminosos) não viajavam, não adoeciam, não sofriam acidentes de viação, não comiam, não improvisavam e, quando eram exonerados, faziam-no sempre 'a seu pedido'. Era o país-ficção contra a evidência do país-real"

[César Príncipe (Os Segredos da Censura), ibidem]

Obrigado, Vítor Baía!

Meus amigos, que impetuoso frango. Aquele esvoaçar do grande Baía - em boa hora regressado do viveiro das Antas - ao remate de Robert, tem o fulgor delicado e tenro de um galináceo. Olhai as suas encorpadas asas, o seu peito amplo, os seus esporões bem armados. Jamais se criou tão mimoso galináceo, em tempo assim tão invernoso. Não há homenagem possível que resista a uma noite destas. Só a inquebrantável claque do F. C. P., munida astutamente contra a guerra das galinhas, proporcionou tamanho espectáculo. E de graça.

domingo, 26 de fevereiro de 2006


Natércia Crisanto - Até sempre!

Uma mulher admirável, activa e livre. Com um coração do tamanho do mundo. Uma cidadã prestante, fraterna e corajosa. Professora generosa, diligente, consagrada aos livros, ao ensino e aos alunos. Serviu a comunidade com convicção, dedicação, com carácter. Ninguém a esquece. Teve cargos públicos, ganhou e perdeu combates partidários, gozou sempre de estima geral. O amor ao ensino, à cultura, ao associativismo, o seu desassombro arrebatador, a sua honrosa robustez democrática, o seu envolvimento cívico na modernização na sua terra de adopção, a paixão pelo debate intelectual, são expressões que eternizam a sua memória. Uma demonstração de respeito e saudade. Natércia Crisanto faleceu no passado dia 25 de Fevereiro na Figueira da Foz. Mas mulheres assim, por serem preciosas, vivem sempre.

Até sempre, Natércia!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006


José Afonso [m. 23 Fevereiro de 1987]

"Semeio palavras na música. Não tenho pretensões de dar a estas minhas deambulações pela música qualquer outro rótulo. Faço apenas canções"

José Afonso - Ali está o rio Castpost

Publicação do jornal A Batalha [23 Fevereiro 1919]

"No dia 23 de Fevereiro de 1919, saía, em Lisboa, o primeiro número do jornal A Batalha, editado pela União Operária Nacional, embrião da CGT, tendo como redactor principal o conhecido militante sindicalista Alexandre Vieira ..."

[Maria Filomena Mónica, Almanaque de A Batalha 1926, ed. Rolim]

Jean-Baptiste Clément [1836 - m. 23 Fevereiro 1903]

"Quand nous chanterons le temps des cerises
Et gai rossignol et merle moqueur
Seront tous en fête.
Les belles auront la folie en tête
Et les amoureux, du soleil au coeur!
Quand nous chanterons le temps des cerises
Sifflera bien mieux le merle moqueur!...
"

[Jean-Baptiste Clément, Le Temps des Cerises]

Catálogo 76 da Livraria Castro e Silva

Acaba de sair o Catalogo, do mês de Fevereiro, da Livraria Castro e Silva (Largo do Calhariz, 12 - 1º, Lisboa). Pode ser consultado on line.

Algumas referências: A França, a Resistência à Renascença, de Alves Redol, Inquérito, 196? / Elogio Histórico de António de Serpa Pimentel, por Christovam Ayres, 1907 / Numero Comemorativo do Centenário de Alexandre Herculano, Boletim da Real A. dos Archeologos Portugueses, 1910 / Elogio Histórico de José Fernandes Costa, pelo Visconde de Carnaxide, , 1923 / Conde de Valenças. Homenagem e Edição do Noticias de Coimbra, 1909 / A Cidade de Palaguin, de Carlos Eurico da Costa, ed. ETC, 1979 / Murteira. Uma povoação do concelho de Loures, de Maria R. L. Dias da Costa, 1961 / Estatutos da Aula do Commercio ordenadas por ElRey ..., 1759 / Instituiçoens de Economia Portuguesa, de José Ferreira Borges, 1834 / Memorias com o Titulo de Annaes, para a historia do tempo que durou a usurpação de D. Miguel, por José Liberato Freire de Carvalho, 1814 / Estudo sobre o abastecimento d'agua da cidade do Porto, de Eugène Henri Gavand, 1864 / O Celibato, Clerical, e Religioso defendido dos golpes da impiedade, e da libertinagem dos correspondentes de Astrea, com hum appendice sobre o voto separado do senhor deputado Feijó, por Luiz Gonçalves de Sousa, 1830 / Estatuária Lapidar, por A. Gonçalves, 1923 / O Governo Britânico, e Portugal, por um Portuguez, 1843 / Indiculo Universal - Indiculus Universalis, 1804 / Historia de Victor Hugo, por Cristóbal Litrán, 188?, II vols / Scenas Contemporâneas, de Francisco Palha, 1887 / Poetas do Minho, de Alberto Pimentel, 1893 / Tractatus de Regia protectione, por Francisco Salgado de Samoza, 1841 / O Meu Jornal. Impressões de Teatro, de Rolando da Silva, 1934 / De Ivstia et Ivre, de Dominici Soto, 1569 / Os Ferreiros, por Frederico Soulié, 1849