

"
Life, as we know it, does not exist" [
S. Mhakhaphi]
A paróquia assistiu (
assiste) ao
mise-em-scène da "
morte" política anunciada do sr.
Sócrates. A encenação foi corretamente composta, passe o facto de o palco ter dimensões curtas. O sr.
Sócrates implantou a cena, fez as marcações e assinalou o ritmo. O estilo - o
curioso-dramático estilo tão copiosamente caracterizado pelos doutos politólogos indígenas -, de facto, não é importante: há muito que a cenografia & a iluminação da governança do sr.
Sócrates eram uma extraordinária estapafúrdia, um
vaudeville, que nem um padre-nosso (a existir!) salvífico nos emprazava das bengaladas atrevidas da
fuhrer Merkl ou da benzina milagrosa do sr.
Sarkozy. A
sopa dos pobres, pitoresco expediente paroquial & tão de agrado da clientela partidária do bloco central, está para durar, sempre insinuante e terna.
A continuar!
Ontem a questão era simples - porém complicada de se lhe seguir como tragédia -, a saber:
Sócrates ou Nós. Demasiado simples! Na verdade, o roteiro
Socrático foi (e será) um desastre completo. A
ruína financeira (que nos tem cativos), a
afrontosa ditadura do merceeiro
Teixeira dos Santos, a capitosa
inconsciência social, a
fraude & a mentira intolerável (o valor real do défice, não aqui é um simples pormenor), o
despotismo corrosivo da cidadania e a
alucinação que tudo destrói, trouxeram ruína à acomodatícia ruína do país. O negrume destes anos (e dos que se lhe vão seguir) é um
sério aviso ao cidadão livre e fraterno. Por isso, as palminhas grupais que os serviçais do sr.
Sócrates - essa infernal facção política que
liquidou a honra do
Partido Socialista e arruinou o país - vão fazendo cair, em fingimento nas redes sociais e nos seus enlevos partidários, é perigosa mesmo que seja uma caricatura.
Ontem a questão era simples, a saber: por fim à fraude, à demagogia, à falta carácter revelada pelo sr.
Sócrates & amigos. Porque um país não pode viver na mentira, na incerteza, na falta de esperança de futuro, em campanhas de ódio permanente. A
chantagem política e a
incompetência tinham de ter um fim.
Que do claro-escuro desta peça nos surjam galãs cómicos (o sr.
Portas & garotos amestrados), até um contra-regra no
Palácio de Belém agora em ensaios constitucionais primaveris, ou, principalmente, um novo encarregado do palco, um sr.
Coelho espingardeando demagogicamente velhas urdiduras do ex-assinante sr.
Sócrates, esclarece a
tragédia cínica disto tudo e a pateada que se lhe vai seguir. O sr.
Coelho (com os oráculos neoliberais à ilharga), como antes o "maravilhoso" sr.
Sócrates, teima em salvar Portugal. O aranzel é conhecido: livrar-nos do Estado, deixar em rota livre o espírito pensador dos nossos empresários, que, como bem se sabe, são inteligentes, empreendedores, competentes e, curiosamente, até mesmo empresários. O resto (dizem) virá por especial simpatia e visão empresarial, qual graça ou solene
te-deum de 800 anos de ex-votos pátrios. O
défice subordinar-se-á, por fim, aos deveres do alheio, o
exercício cívico será luminoso e logo observado, a economia será alavancada em grandiosidade nunca vista e os insubmissos especuladores (os tais…
esses mesmos) serão domados, como num passe de mágica. E a Europa será nossa!
Ecce filius tuum.