terça-feira, 10 de maio de 2011
AS TROIKAS
Nestes tempos de euforia salvífica da paróquia - pitorescamente posta a correr pelos jornaleiros da situação & outros caudilhos da União Nacional -, onde uns sadios e castos rapazes da Troika estampam o programa da governação para os fecundantes tempos que por aí vêm, não sabemos se devemos sorrir dessa belíssima comédia ou fugir do mau olhado que temos pela frente. E assim, por prudência, mantivemos a "pedagogia do silêncio", contra a ditadura do pensamento inevitável (obg. A. Nóvoa) e único.
Somos da opinião que as 2 (duas) Troikas que nos enfardelam a vida das palavras são admiráveis. A primeira, obrada pelo sábio Poul Thomsen, via o proverbial compêndio financeiro escolástico neo-liberal, mansamente adiou-nos o mandato de despejo para um próximo cenário. A nossa homenagem! A segunda, a nobre e percuciente União dos penitentes indígenas do sr. Portas, Coelho & Sócrates, vai fumegando ardentes barricadas partidárias, rosnando aqui e ali um "mudar e roupa", trivial & demagógico, sem divergência assinalável. Os mesmos que lavraram a situação dizem-se agora vítimas e propõem vencer a sua própria repugnância. A estrumeira fede! Admirável!
Nestes dias que nos restam até o sábio Thomsen fechar as contas & a fuhrer Merkl tapar a porta da União, os espirituosos candidatos eleitorais, vestindo no mesmo alfaiate, dão-nos lições rimadas nas TV’s (graças eng. Ângelo Correia; ás V. ordens Augusto S. S.), uma graciosa ventura futura (genuflexão dr. E. Catroga!) nos jornais e a serenidade do amor à mocidade & aos lavradores (a benção dr. Portas!). A garotada dos blogs anda, por isso mesmo, deslumbrada. Rústicos paroquianos junqueiram, por exemplo, belos éditos no Blasfémias & Cia. O aranzel do sr. José Manuel Fernandes é, de facto, exemplar único. Uma glória do jornalismo pátrio e um ornamento ao jornal Público.
Entretanto, a União Europeia – essa encanecida meretriz – repousa, entre uma moralidade encantadora e falsa luxúria, à medida que a virilidade do sr. Sarkozy patrocina & a arreata da sra Merkl desvela. Os acessórios, como esta paróquia aqui plantada á beira do Oceano, são meros detalhes. O sustento deste bordel é pensamento reservado. Por enquanto. Afinal, como diria Sancho Pança á sra Duquesa que ouvia orquestras no bosque, "onde há música não pode haver coisas más!". A ver vamos.