quarta-feira, 19 de novembro de 2008
O ESTADO DA NAÇÃO!
O amigo do dr. Cavaco: "A operação de aquisição de duas sociedades com sede em Porto Rico pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), em 2001 e 2002, numa transacção ocultada das autoridades e não reflectida nas contas do grupo, foi liderada por José Oliveira e Costa, antigo líder do Grupo SLN/Banco Português de Negócios (BPN), e por Manuel Dias Loureiro – na altura administrador executivo do mesmo grupo. A operação envolveu duas empresas tecnológicas, contas em offshore e um investimento de mais de 56 milhões de euros por parte da SLN" [Público online, 18/11/08]
Ex-ministra da Educação ou um discurso muito familiar: "E até não sei se a certa altura não seria bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia" [M.L.R, perdão, M.F.L, in Público]
Golpes de vista: "O ministro português Fernando Teixeira dos Santos, é considerado pelo jornal britânico "Financial Times" (FT) como o pior ministro das Finanças entre os 19 países da União Europeia (UE) analisados" [in Jornal de Negócios]
Provavelmente ... Nª. Sra de Lurdes Rodrigues: "Acabamos com o anterior conceito de falta justificada ou injustificadas. Há faltas. E a escola tem de ter a possibilidade de decidir se aceita a justificação. Este estatuto não fomenta as baldas, pelo contrário. As escolas passam a poder interpelar os alunos e os seus pais e a intervir (...) Sabe quantos alunos reprovaram por faltas no ano passado? Provavelmente nenhum. Estamos a falar de margens. O que acontecia era que os pais justificavam todas as faltas aos meninos. Só os pais que queriam que eles chumbassem é que não justificavam. Portanto, provavelmente nenhum. Quem é que está em condições de avaliar as justificações e a medida coerciva a ser aplicada? As escolas e os professores ..." [M.L.R., 30/10/07, in D.N. – via Educar]
Independentemente ou a qualidade do despachante: "Sempre que um aluno, independentemente da natureza das faltas, atinja um número total de faltas correspondente a três semanas no 1.º ciclo ou ao triplo dos anos lectivos, deve realizar, prova de recuperação na disciplina ou disciplinas em que ultrapassou aquele limite (...) deve realizar (...) uma prova de recuperação …" [artº 22.º, n.º 2 do Estatuto do Aluno]
As regras da dicção jurídica do dr. Vital: "... deve tornar-se claro, sem equívocos, que não podem ser consentidos actos de desobediência à lei por parte de direcções das escolas ou de avaliadores ..." [V.M., in Público, 18/11/08]
Didáctica da régua: "Colocávamos a régua no bolso do casaco, deixando-a um bocadinho de fora, porque tinha algum efeito no sexo feminino (...) Bem, tenho de me ir embora, porque alguém tem de trabalhar" [Mário Lino em visitação a uma escola, travestido de Valentim Loureiro em glória tecnológica ao Magalhães - in Publico, 13/11/08]
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Gente medíocre
Um grupo de gente medíocre, incompetente, arrogante e com peculiaridades totalitárias, tomou de assalto (como se fosse coisa sua) o já debilitado e degenerado edifício do ensino e educação em Portugal. Nunca desde Abril arribou a uma pasta governativa gente tão idiotamente reacionária, porque tecnicamente incompetente e politicamente emproada.
O ensino e a educação levadas a cabo por esse grupo não tem – nunca teve – nada a ver com a instrução pública, a inovação e mudança necessária (organizacional, pedagógica e discursiva), que forçosamente configura uma Escola aberta e moderna, de exigência e de sucesso. E onde as suas estruturas e as suas práticas sejam (sem ambiguidades) democráticas.
O grupo em causa, sem qualquer experiência da governação, afastado do acto de ensinar e do território escolar, sem sistema de valores – o habitus de grupo que transmite é a mera reprodução de uma ordem hierárquica social totalitária, sob a capa de uma sociologia das profissões e da organização, ambas centradas na coisificação do pedagógico pela tecnociência e na dissimulação da "ideologia dos dons" (leia-se Bourdieu) aqui legitimada pela alienação do enunciador (o docente) com os destinatários da relação pedagógica. A gramática escolar dessa gente é apenas a overdose do seu trabalho de luto político e que resulta numa esquizofrenia, de um despotismo e conflitualidade nunca vista no campus escolar -, sem referências e instrumentos conceptuais de esforço e trabalho no campo da sociologia da educação, mas vigorosamente apoiado no corpo escolar mais reacionário do ISCTE (o novo pronto-a-pensar do regime) e na Presidência da República, destruiu completamente o sistema educativo indígena. E arrastou, na sua irrisória querela, o PS para a lama desta comédia nada ingénua de se arvorar em grande educador e reformador do povo.
Desta forma, já não é a "cabeça" dessa gente alucinada que se pede, em toda esta tragédia. Mas a do próprio partido. A obstinação doentia tem limites. Seguramente, a infausta derrocada chegará. Estamos cá para ver e contar.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
THE FERNANDO PESSOA AUCTION
É já no dia 13 de Novembro, curiosamente na data da morte do Infante D. Henrique, que há lugar ao LEILÃO DO ANO: o Leilão Fernando Pessoa – Manuscritos, Documentos Dactilografados, Livros, Revistas de Arte e Literárias, Fotografia e outros objectos do seu espólio, pertença dos seus herdeiros. A realizar no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, pelas 21horas, por Luís Trindade e Bernardo Trindade.
Já muito se disse (nos jornais) sobre este invulgar leilão, sob direcção da Leiloeira e Galeria de Arte P4Ltd (Potássio Quatro Limitada). Desde poemas, apontamentos, planos de estudos e manuscritos do poeta (publicados ou não), várias cartas enviadas pelo poeta a amigos e aos jornais, até ao cobiçado lote do "dossier" Aleister Crowley
[teremos em leilão cartas originais de Fernando Pessoa, Aleister Crowley, Augusto Ferreira Gomes, Israel Regardir, Karl Germer, Marcelle Noel, Hanni Larissa Jaeger; textos manuscritos e dactilografados sobre o "suicídio" forjado do "mágico" Crowley e publicado no DN e Noticias Ilustrado, de 5 de Outubro de 1930; várias anotações, traduções e o original dessa notável novela policiária, “"Mistério da Boca do Inferno"; um conjunto de cartas astrológicas de Fernando Pessoa, notas manuscritas do mago Crowley em papel do Hotel l’Europe (Lisboa), telegramas, etc.]
um conjunto valioso de revistas literárias (Orpheu, Presença, Contemporânea, Athena, A Águia, Sudoeste, Centauro, Ressurreição, A Renascença), livros raros do próprio Pessoa, mas também de António Botto e o invular e raro "De Secretis Libri…" (Basileia, 1598, VI vols), de Wecker Johann Jacob (trata de magia, astrologia, anjos e demónios), fotos, etc.
Falaremos do leilão ao longo da semana. A não perder.
Ensino: agravos, calúnias & blogs
1. Maria de Lurdes Rodrigues, ainda ministra da educação, deu ontem uma série de entrevistas às televisões a propósito da manifestação de repúdio dos professores contra a sua pessoa. Esteve em todas elas, pastoreando os incautos espectadores e celebrando a sua incompetência política. Em todas elas, a arrogância e "teimosia" assumidas apontam para a sua insipiência em "matéria de gestão de organizações". Que é total.
Tratando quer um "quartel”" quer uma escola, como sendo uma única e a mesma organização, logo iguais conceptualmente, o seu exercício intelectual e académico põem em evidência as suas fracativas competências científicas-pedagógias na matéria. E revelam o estado do ensino académico indígena. E logo ela que, não por acaso, aparece como sendo uma putativa expert nesse folheto curioso que é a sociologia das organizações. Se não se soubesse que tal panegírico é assunto recopilado via o imaginário providente de João Freire (anarquista aposentado), com o apoio dos inefáveis empregados do regime que vegetam no ISCTE ou desconhecendo-se como a douta socióloga aplica na prática política e governativa os ensinamentos teóricos que lecciona, seríamos julgados a acreditar na bondade das suas medidas. Infelizmente não é assim! Qualquer um que queira saber as razões que estão por detrás do conflito entre (todos) os professores e a ministra tem à sua disposição na internet todos os materiais para uso do contraditório nessa matéria. Que o faça, livremente. Se for ainda capaz.
2. Calúnias. Não falamos das afirmações do caluniador e provocador Emídio Rangel, porque o caso é de foro psicanalítico e não argumentativo. As palavras insulsas ficam sempre bem a quem as profere.
Mas os editoriais do DN e do JN, pelo fraseado gasto e a manifesta inverdade no que escrevem, para além de ridículo são de lamentar. O editorial do DN é, de facto, de uma leviana ignorância e maledicência ao considerar puras deturpações como "casos concretos". O jornalista (?), presume-se o próprio Marcelino, não estudou a matéria em causa, limitando-se a repetir os rumores lançados pela ministra da educação. É ignorante porque afirma que "professores avaliados tem apenas de preencher uma ficha de definição de objectivos com duas páginas" – o que não é verdade totalmente – repetindo ad nauseam o que é lançado via governo. O porquê deste extraordinário e típico rumor era curioso de descobrir. O João Marcelino tinha (e tem) ocasião de saber se é ou não assim: basta ir a uma qualquer escola ou consultar documentação na internet.
Mais: o João Marcelino repete "que há muitos professores que já foram avaliados". O Marcelino, dando préstimos a iguais afirmações da ministra, não sabe que tipo de professores foram avaliados, em que contexto e como. Esquece-se de dizer que a tais docentes (os contratados e os que subiam de escalão até final do ano lectivo) não se utilizou a mesma metodologia (só tiveram de fazer a sua autoavaliação) com que agora se brinda os docentes do quadro e que, curiosamente, se encontram actualmente a trabalhar, na sua maioria, em caixas de supermercado ou estão no desemprego. Mas podia saber quem foi "avaliado" (e como?) se fosse autónomo, tivesse interesse, fosse atento e soubesse fazer uma simples pesquisa. Isto é, se fosse jornalista.
Por fim, é inútil referir o study case desse típico gerente dos jornais dos regimes, o senhor José Leite Pereira, director do JN. Num editorial abjecto, repetindo a pataco as enormidades do seu camarada João Marcelino (porque será?) pincela uma sensaborona croniqueta, onde o que avulta é apenas a pífia repetição desse espantalho das corporações e da defesa de direitos adquiridos. Para isso estamos conversados. Não é o jornalista Leite Pereira que pode vir dar lições sobre essa matéria. Ou a vergonha caiu de vez?
3. Por sua vez a Blogosfera, quase sempre escrava de factos e da retórica política posta a correr por criaturas sem nome, dorme "como um cevado". Bem comportadinha e sem liberdade de acção, como qualquer liceal, faltou à chamada. O ensino ou a educação irritam-lhe ou parcos neurónios, sonega-lhe a inspiração e a verve. A Blogosfera embirra com o ensino e os educadores. Fosse outro o escarcéu, já tinha publicado excelentes gatafunhos de gramática política & parido tão artificiosos como retrincados textos. Muitos dos blogs, ditos de referência, estão mais para a agulha e o dedal partidário. Ou sindical. Ou corporativo. Afinal porque razão haveriam de prosar e debater o ensino ou a educação? Acaso alguns desses extraordinários "cães de guarda" do regime, na sua boémia internauta, poderiam gastar as teclas, contestar ou opinar sobre a questão, talvez, absolutamente vital do país que é o ensino e a educação? Não podiam! Isto porque, tais fervorosos bloguers frequentam, como almas gémeas ou como comensais, o repasto do regime. Ora nunca se viu alguém morder a mão que lhe dá de comer. Evidentemente que não.
José Maria da Costa e Silva (Almarjão) 1920-2008
Estão de luto os amantes dos livros, todos aqueles que cultivam a sua paixão única e intemporal. No passado dia 4 de Novembro faleceu (com 88 anos; nasceu a 3 de Janeiro de 1920) um dos mais notáveis livreiros-alfarrabistas portugueses: José Maria da Costa e Silva (Almarjão). Fundou a estimada Livraria Histórica e Ultramarina (1956), outrora situada na Travessa da Queimada (Bairro Alto), tendo mudado há pouco tempo para a Rua José Lins do Rego. José Maria da Costa e Silva, conhecedor da sua arte e ele mesmo um coleccionador curioso, era um invulgar cultor de tertúlias sobre o livro ou documento antigo e sempre disponível para ajudar investigadores e estudiosos.
Lastimavelmente, tempo antes, faleceu um outro estimado livreiro, o José Rebelo do Manuscrito Histórico (Calçada do Sacramento, ao Chiado).
Uma grande e irreparável perda para todos nós
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
COM OS PROFESSORES!
Num momento de aviltamento do ensino público - onde a arrogância, o cinismo e o desacerto técnico-pedagógico do Ministério da Educação são de uma insensatez perigosa e com evidente apoio e responsabilidade deste governo estéril e amargoso - ninguém pode ficar indiferente ao que se passa na escola pública e na educação em Portugal.
Os professores, expostos em praça pública aos mais sórdidos dos interesses pela tutela merecem, pelo manifesto equilíbrio das suas revindicações – que são, afinal, de interesse geral da nação, logo de todos nós–, pela evidência dos factos e pela exposição séria, clara e objectiva da sua disputa (consultar abundante material, p. ex, aqui), que se reponha a dignidade profissional e pessoal dos seus profissionais, tolhidos que estão na sua capacidade de esperança e renovação da Escola.
Que a dita "avaliação de desempenho" dos docentes seja avulsa, confusa, burocrática, subjectiva, abusiva, desconexa, arbitrária, contraditória, inaceitável, penalizadora de competências científicas e pedagógicas dos docentes e desrespeitadora do trabalho com os educandos e a comunidade – logo não se tratando, nem sendo uma verdadeira avaliação - e que, ironicamente, tais postulados não preocupem o Ministério da Educação, os pedagogos instalados no comércio do eduquês ou os "sábios" das escolas superiores da educação, é de momento e nesta atmosfera de medo e assombro em que se vive, indiferente. O tempo chegará para esse ajuste de contas! Por ora os professores resistem, com inquebrantável energia. Com convicção, sem servilismos! A todos, o nosso apoio.
Manifestação: Terreiro do Paço, 14,30h – Dia 8 de Novembro
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
A Coisa da Madeira
As tolices, palavrórios e mútuas injúrias, admiravelmente continuadas dos deputados da Assembleia Legislativa da Madeira, sempre pitorescamente acoitadas por Alberto João – esse trágico César da modernidade –, fazem a chacota, o riso e desprezo do gentio, imortalizando para sempre aquelas curiosas personagens.
Aponta-se quase sempre o estilo e o disparate desses inefáveis farsistas da coisa pública como resultado de um provincianismo ignorante, de um intrincado uso da palavra e do verbo ou, mesmo, do estigma da inexistência & uso de tradições democráticas, que obstinadamente e curiosamente imperam já depois da ditadura. O cadastro da coisa é enorme. Bem como os prevaricadores e o bate palmas de alguns dos incondicionais do PSD e seus acólitos. A valentia dessa gente toda diz muito sobre o país que temos.
O caso dos constantes "mimos" entre esses peritos do vitupério, sendo cómico ou trágico segundo os seus ledores, tomou hoje, porém, uma intolerância inaceitável. O grupo de deputados do PSD/Madeira decidiu "adiar as próximas sessões plenárias do Parlamento madeirense", em resposta às aleivosias de um deputado da oposição, como se o Parlamento fosse coisa sua. O grotesco desta decisão toma as raias de absurdo quando se assistiu ao impedimento físico de entrada no Parlamento do deputado prevaricador por um "comando" privado de seguranças (sem poder jurídico para tal), como se de uma casa privativa se tratasse.
Não se trata, já, de nos rirmos da bagunça constante no parlamento madeirense ou da sua repugnante agitação, mas sim de observar a existência de um vergonhoso abuso do poder, que confirma a mais completa inexistência de um estado de direito democrático. Que isso não incomode a sra. Ferreira Leite ou que possa merecer o silêncio do sr. Cavaco Silva, não se estranha nem surpreende. A coisa não é mais que a observância do enorme charco onde estamos atolados. Da prática política do sr. Sócrates à teoria política do dr. Cavaco, a diferença é nenhuma. As almas são, justificadamente, iguais. Santa miséria!
Barack Obama - Chicago Victory Speech
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
AMERICA 2008
"estamos prontos
e de barrete na mão
estamos prontos
prá desfiguração
Por um pedaço de pão
para o pai e para o filho
para toda a geração
estamos prontos
estamos tontos
somos pontos
d’interrogação
prontos
prá desfiguração ..." [?]
terça-feira, 4 de novembro de 2008
domingo, 2 de novembro de 2008
LEILÃO – BIBLIOTECA DO DR. JOSÉ JOAQUIM DE OLIVEIRA BASTOS
De 4 a 14 de Novembro, sempre pelas 21 horas – na Junta de Freguesia do Bonfim, Campo 24 de Agosto, Porto – vai decorrer um valioso leilão organizado pela Livraria Manuel Ferreira. Trata-se da venda da estimada e muito valiosa Biblioteca do ilustre advogado e bibliófilo Dr. José Joaquim de Oliveira Bastos, que apresenta 2851 peças de grande valia e excepção.
Com um acervo raro de manuscritos (como o acervo epistolar de Flávio Gonçalves, cadernos manuscritos do pintor João Glama Stroeberlle, poesias manuscritas de Camillo), um núcleo de estimados e raros Periódicos e Almanaques, livros de Arte, Pintura e Escultura, ex-Librismo, livros de História com alguns peças raras do fim do séc. XIX e já do período republicano, uma Camiliana absolutamente notável, uma excelente Queirosiana, muitas obras de Literatura Clássica e Moderna, a ex-Biblioteca deste conhecido bibliófilo percorre quase tudo o que é de interesse dos finais do séc. XIX e XX. Com copiosas anotações de Manuel Ferreira – conforme AQUI pode consultar – os 2 (dois) Catálogos produzidos para esse Leilão pela sua Livraria Alfarrabista são, como sempre, de grande esmero e erudição.
Leilão, portanto, a não perder, mesmo que os tempos sejam de crise.
Catálogo on line.
A crise financeira e os "boys" do regime
O estouro do sistema de crédito internacional, sejam quais os motivos que o geraram, tornou os bancos insolventes. A acção do establishment político-financeiro nesta bancarrota mundial, mesmo que tais "génios" mostrem abundantes "lágrimas de crocodilo", configura a maior burla no sistema financeiro que há memória.
Conhece-se há muitos anos a total promiscuidade entre auditores, consultores e revisores de contas nas mais diversas empresas e instituições, e que tiveram o aplauso e o apoio exemplar de sinistras figuras indígenas – quase todos, não por acaso, angariadores de fundos partidários - que se alaparam nos conselhos de administração e nos conselhos fiscais dessas mesmas empresa. Não espanta o que a crise financeira agora revela, nessa nauseabunda fraude sem limites, mais a mais quando o regulador – com interesses próprios no jogo partidário – nunca actuou, nem estava "autorizado" a fazê-lo, por motivos óbvios.
Contra esta evidente certeza, bem conhecida por todos - mesmo entre os jornaleiros dos media de referência -, neste charco actual onde se vive, surge agora esse paradigmático "boy" do regime, de nome Victor Constâncio, impunemente e com o maior dos atrevimentos, a lavar as mãos enquanto autoridade de supervisão bancária da situação de bancarrota a que chegou o BPN. Este galhardo funcionário do Banco de Portugal, adornado de títulos académicos mas com um péssimo desempenho profissional no seu trabalho de supervisor, deveria tirar as ilações do seu (mau) trabalho, que é pago à custa dos contribuintes, e demitir-se. A sua avaliação de desempenho é manifestamente negativa.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
JOAQUIM DE CARVALHO 20 ANOS DEPOIS - FIGUEIRA DA FOZ
TERTÚLIA – Joaquim de Carvalho e a ideia de Pátria
Com Carlos Pinto Coelho (moderador), Fernando Catroga e Miguel Real.
Presença de: Alexandre Franco de Sá, António Pedro Pita, Carlos André, Fernando Rosas, José Júlio Lopes, Pacheco Pereira, Paulo Archer, Reis Torgal.
30 DE OUTUBRO: 22 horas – Casino da Figueira da Foz
Ver no Almanaque Republicano ou no In Memoriam Joaquim de Carvalho: NOTAS POLÍTICAS SOBRE JOAQUIM DE CARVALHO - Parte I e Parte II
domingo, 26 de outubro de 2008
JOSÉ CARDOSO PIRES: 10 ANOS DEPOIS
... Cardoso Pires morreu na madrugada de 26 de Outubro de 1998 (...)
'O Zé era um homem eternamente solitário apesar de estar sempre rodeado de gente'. Lobo Antunes [António]conta que em casa dele havia muito poucos livros e que não havia um único livro seu à vista. 'Tinha muito pudor'. Recebia imensos livros, rasgava a página da dedicatória e deitava fora o resto, revela. Tal como não tinh fotografias suas ou da família na sala mas tinha três do Hemingway (...)
in Cláudia Moura, "Um Escritor não chora", Notícias Magazine (D.N./J.N.), 26/10/2008
... Antes do seu primeiro exílio, em 1959, fundou e coordenou a revista Almanaque, com uma redacção composta por Augusto Abelaira, José Cutileiro, Luís de Sttau Monteiro, Alexandre O'Neill e Vasco Pulido Valente. 'O programa era simples: ridicularizar os cosmopolitismos como sinónimos de provincianismo, sacudir os bonzos e demonstrar que a austeridade é uma capa do medo e da ausência de imaginação', disse a Portela [Artur]. Mais tarde, com Vítor Silva Tavares, fundou o suplemento & etc. do Jornal do Fundão, para depois dirigir o Suplemento Literário e A Mosca, ambos do Diário de Lisboa (...)
no auto-retrato Fumar ao Espelho [Cardoso Pires] questionava 'E agora, José?'. 'A cada interrogação aspira, fundo e lento, até o morrão do cigarro abrir brasa no vidro do espelho, e há altura em que pensa de alto 'Acta est fabula', se assim me posso exprimir em sinal de despedida (...) E com esta me despeço, adeus até outro dia, e que a terra nos seja leve por muitos anos e bons neste lugar e nesta companhia'.
in César Avó, "E agora, José?", revista Tabu, nº111, 25/10/2008
sábado, 25 de outubro de 2008
Wassup 2008
Charlie Stone, de regresso. A nova Wassup entra na escolha presidencial. Eis a Bud, i.é., a Budweiser para os neófitos do desporto líquido, em versão geracional. Produção da Believe Media. A Pub no seu melhor.
Os rendilhados do mercado & seu doce cantar
"Há doenças que, quando curadas, deixam o homem sem mais nada" [Henri Michaux]
A miséria enturvada desta crise e o espectáculo da levada (falada e escrita) sobre a actual recessão global, habilmente postos a correr pela "pátria" que pensa, é uma pantominice ex-ironia doentia e infamante. A suspirosa pirueta de curiosos académicos & outros tantos comentadores – agora todos com um cu muito ajeitadinho à coisa pública –, após abandonarem o vernáculo da ortodoxia do mercado e receberem a guia de marcha a "caminho da servidão" de mais e melhor estado, prova a ignorância, a desfaçatez e impostura de tão singulares "sábios".
Tais sujeitos desprezíveis, sempre muito adornados por ridículos políticos formatados no eduquês governamental (que os bajulam, por sobrevivência) e escarranchados no dorso dos media (por ora desnorteados pela avalanche da crise económica e o terror financeiro, que lhes fedeu a alma de escriturários de jornais), tais boémios de verbo difícil (numa sem vergonha definitiva) e rendimento fácil – ou não andassem todos estes anos a comer na sopa do Estado e dos contribuintes –, tais transviados do estudo (sério, sem dogmas, nem sectarismos ideológicos) passaram – bem a passo de corrida - da flatulenta banalidade das suas teorias (via canhenho Hayek ou moleskine Von Mises) para o pesadelo da insuportável suspeita de serem "bolchevistas disfarçados", agarrados que estão por ora à crina do Estado e às putativas & beneméritas "migalhas" dos contribuintes. José Manuel Fernandes – um feroz patrono do nosso economês e metediço da coisa liberal – confessa que tropeçou ideologicamente nalguns. Acreditamos na gritaria, por muito tormentosa que sejam os fundamentos do comissário de mercado.
O extraordinário destes dias, e que só se verifica neste rincão à beira-mar plantado, é o cínico desplante de se assistir – passe as lamúrias incessantes da tribo – à originalidade do regresso dum raminho de enfadonhos economistas à lide dos jornais & Tv's. Dum só golpe surgiram as primícias teoréticas do sr. Silva Lopes - figura outrora lendária, antes de ter tombado no venerado colo do capital financeiro (o deus ex-machina) – em converseta com o inenarrável Expresso, do jovem insipiente Nicolau Santos; o reaparecimento da criatura Daniel Bessa (ver Expresso), ainda ofegante da fraseologia económica do "oásis" que nos andou a vender estes anos; também vimos (algures) a testada desse génio económico que dá ao nome Daniel Amaral, bem como foi grato assistir à cambalhota envergonhada da sra. Teodora Cardoso, que parece ter sepultado – em forma de responso – o infamante mercado.
Deixando a varejar na chacota pública essa prenda da Goldman Sachs e público neoliberal, António Borges, a contas com o espargir do demónio do Estado & as sandices da sra. Ferreira Leite; rindo-nos – assim mesmo – do impagável João César das Neves, típico amanuense do economês livresco ou de meia-dúzia de outros tantos ordinários economistas; não restam dúvidas que todas estas arrogantes figuras deviam não só serem avaliadas cientificamente em sede das Universidades (onde quase todos leccionam, não se sabe bem o quê!), mas também serem interditas de frequentarem espaços de conversação pública nos jornais e TV’s. Um período de "nojo", seria uma medida autorizada, para bem da nossa sanidade intelectual. O rendilhado do mercado pode derramar embevecidas teorias, mas de facto não comove, nestes tempos, quem ... simplesmente trabalha. O tédio ... esse, ficaria para uma outra vez. Ok!?
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Leilão - Ex-Colecção Ernesto Vilhena Biblioteca Jorge de Brito II Parte
Nos dias 21 e 22 de Outubro, pelas 21.30 horas – na Rua Agostinho Lourenço (ao Areeiro), Lisboa – vai decorrer mais um leilão organizado pela Renascimento. Trata-se do leilão de parte dos livros provenientes da Ex-Colecção Ernesto Vilhena (Biblioteca Jorge de Brito) - aqui na sua II parte - e que apresenta um estimado e raro núcleo de obras de Arte, Pintura e Escultura, História, Literatura Clássica, alguns curiosos Almanaques, estimados Periódicos (c/o Illustração Goana, Índia, 1864 ou o Jornal das Bellas-Artes) e Revistas, uma colecção de Estampas (intitulada Ruas de Lisboa), manuscritos, literatura e monografia Colonial.
Em Extra Catálogo vai à praça (no II dia) um valioso lote de obras (em magnificas e luxuosas encadernações). Em especial refira-se o procurado Sketches of the Country, Character, and Costume, in Portugal and Spain ... de William Bradford (ilustrada com bonitas gravuras), os Lusíadas sob publicação de Emílio Biel (1880), a valiosa 1ª edição da "Ecole de Cavalarie ..." de François Robichon de La Guerinieri (1733) que tem a curiosidade de ter nas pastas o brasão de armas da Casa de Lafões, vários manuscritos (ver carta de D. Manuel I ou uma carta régia de Filipe II), a admirável obra sobre Equitação "Methode et Invention Nouvelle de Dresser les Chevaux …" do Marquês de Newcastle, ou o valiosíssimo incunábulo "Pedro Hispano, Papa João XXI ..." (1500), conforme aqui pode ser lido e consultado.
Catálogo on line.
sábado, 18 de outubro de 2008
EVOCAÇÃO DOS 10 ANOS DA MORTE DE CARDOSO PIRES
"A Câmara Municipal de Lisboa, através do Pelouro da Cultura, evoca o 10.º aniversário da morte de José Augusto Neves Cardoso Pires. O romancista, contista, ensaísta, dramaturgo, jornalista, crítico e copy-writer de publicidade, nasceu a 2 de Outubro de 1925, na aldeia de São João do Peso, e viria a falecer a 26 de Outubro de 1998, em Lisboa, cidade que inspirou inúmeras crónicas, mas, principalmente, habitou toda a sua obra literária.
Conheça o programa cultural que a Direcção Municipal de Cultura organizou e que inclui, entre outras actividades, mostras bibliográficas e uma exposição de cartazes de divulgação das inúmeras obras do autor." [via Hemeroteca Municipal de Lisboa]
Locais: Biografia de J. Cardoso Pires / Obras de (sobre) J. Cardoso Pires / Recursos na Internet sobre Cardoso Pires
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