terça-feira, 11 de maio de 2010

BENTO XVI E A REPÚBLICA PORTUGUESA



"A viragem republicana, operada há cem anos, abriu na distinção entre a Igreja e o Estado, um espaço novo de liberdade para a Igreja" [Bento XVI]

"Nos cem anos da República, as minhas felicitações e a minha bênção a Portugal inteiro, país rico em humanidade e cristianismo" [Bento XVI]

in visita de Bento XVI a Portugal (11/05/2010)

via Almanaque Republicano.

sábado, 8 de maio de 2010

TWIST OF ASSIS & RODRIGUES'S



Duo mui almofado, de corpo gingão, voz das antigas. A dupla artística Assis & Rodrigues saiu frenética de S. Bento (dever d’ofício) e exportou-se para a paróquia. As TV’s imortalizaram o instantâneo e o excitativo momento. O senhor Rodrigues, conselheiro do Assis & flor ascendente do sr. Sócrates, diz que é irreflectido. O companheiro Assis, em agitação juvenil, é solidário, lembrando-se de outros recalcitrantes espíritos matosinhenses. O senhor Rodrigues é excessivo de munições contra os jornaleiros. E Assis, correndo a sua lista de mazelas, assegura que Rodrigues é dos "melhores" na deputação. Rodrigues ferve de indignação, enquanto lambisca gravadores. O sr. Assis, imaginoso no detalhe, garante que Rodrigues é rapaz de "grande lealdade, capacidade política e rigor". Os Abrantes, de imediato, esguicham postas urbi et orbi. A canalha sorri. O expediente deve continuar. O twist lascivo da dupla Assis & Rodrigues é um desastre. "Haja hoje para tanto ontem" [Leminski].

domingo, 2 de maio de 2010

ATÉ SEMPRE MANEL!


Era um Homem popular entre os vendedores da Feira da Ladra, um resguardo único para os amantes dos livros usados, um dedicado amigo do seu amigo. Todos os sábados, ignorado o sol ou a chuva, lá estava ele na Feira da Ladra vendendo velhos e novos alfarrábios, jornais e revistas, livros amarelecidos pelo uso e tempo, papéis pintados de outros homens e mulheres, com energia e sem fadiga, semeando conversas, paixões, generosidades. Em redor da sua carrinha, em tantas manhãs, quantos grupos de amadores de livros descerraram curiosas conversas, ergueram cânticos a livros perdidos, trocaram palavras de circunstância, enquanto o sr. Manel, com um sorriso nos lábios alumiava a Feira com o seu pregão matinal.

O Manel, homem rijo, espontâneo, franco, enérgico, deixou-nos na passada semana. O Manel da Feira da Ladra, forte e corajoso, não resistiu à presumida benevolência do tempo que tudo esquece. Todos os seus amigos – que são muitos – irão sempre relembrá-lo. Homens destes, que se cultivam pelo afecto, não ficam esquecidos. O Manel tinha um lugar especial entre nós, amantes dos livros, e ficará para sempre na nossa memória.

Ao Manel o nosso profundo respeito. Á família, aos filhos que continuarão a sua obra, o nosso pesar.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

IN MEMORIAM JOSÉ VITORINO DE PINA MARTINS


"O verdadeiro bibliófilo é aquele que deseja possuir livros para com eles dominar a logosfera e pelo respeito que eles merecem tanto no plano da cultura como no da própria beleza, raridade da espécie e da elegância das próprias encadernações – factores, estes, de autêntica estesia"

[João Vicente de Pinto Marques, aliás pseud. de José Vitorino de Pina Martins, in "Para o Perfil de um Bibliófilo", Catálogo da Biblioteca R. de G. (admirável e terno texto de Pina Martins, de leitura necessária), Leilão da Azevedo & Burnay, Lisboa, Maio de 1984]

José Vitorino de Pina Martins foi um dos mais brilhantes estudiosos da História do Livro, um erudito da História do Humanismo e do Renascimento, um fulgurante investigador e bibliófilo notável. O seu saber admirável, autêntico, iluminado, marcou exuberantemente a cultura portuguesa. A sua obra literária e científica é sublime, mesmo desconcertante. O seu legado de bibliófilo de excepção, perturbante pela sua imensa erudição e de raríssimo entusiasmo sobre os alfarrábios, deixou-nos estudos extraordinários e um acervo bibliográfico sem igual. A sua opulenta biblioteca pessoal – decerto a mais valiosa dos nossos tempos -, adquirida há anos pelo grupo Espírito Santo, é disso testemunha. Até sempre doutor Pina Martins. Um abraço fraterno!

Sobre a biografia e a bibliografia (muito copiosa) de José Vitorino de Pina Martins consultar a entrada da Wikipédia (que está conforme o texto de Manuel Cadafaz de Matos, publicado nos "129 Trabalhos Científicos de um Grande Investigador José Vitorino de Pina Martins", Catálogo de Exposição Bibliográfica, B. N., Lisboa, Março de 1998, pp. 7-12). Como curiosidade, observa-se em textos (sob pseudónimo, como o que atrás referimos, mas outros mais sugerem ter saído da mesma pena, e curiosamente aparecidos em Catálogos) uma inquietação em torno da simbologia, uma curiosa escrita de teor, que se pode apelidar, "esóterica" ("secreto amador de obras raras" ?), o que não será alheio o profundo conhecimento que tinha das obras de Camões, Bernardim Ribeiro, D. Francisco Manuel de Melo, Dante e do grande Padre António Vieira. Por último, Pina Martins escreve, ainda, poesia, sob o nome de Duarte de Montalegre.

Outros Locais: Pina Martins (Diário de Coimbra)/ Obituário: Pina Martins faleceu hoje em Lisboa (Correio da Beira Serra) / J. V. de Pina Martins em Convívio com os Clássicos (Aires A. Nascimento) / Palavras de afecto, com memória (Aires A. Nascimento) / Giovanni Pico della Mirandola: (1463-1494)

CRUELDADE!


"crudelem medicum intemperans aeger facit"

Anda por aí um arrazoado colectivo & pouco higiénico sobre uma presuntiva conspiração – como é óbvio, "revolucionária" – de uns inçados especuladores capitalistas que, na sua gula d’ofício, folgam por levar o nosso piedoso país à bancarrota. Pelo que se diz no balneário paroquial, a bordoada última da (outrora) benemérita Standart & Poor’s, ao avaliar (com a devida vénia à sra. Lurdes Rodrigues) o "estado de negação" do risco da dívida, mandou-nos para a galeria do junk e (pasme-se) fez subir o CDS (i.e., os credits default swaps). Mais, consta que tais infames empresas de rating nos trazem pela trela. A ferocidade é, salvo melhor opinião, de assinalar.

A lista de mazelas que repentinamente ilustrou a situação é conhecida. A disenteria dos argumentos da veneranda classe dos economistas & demais incumbentes da coisa pública, em torno da "turbulência", "nervosismo" e "credibilidade" que acossa a paróquia, é formidável. Ó inclemência!

É certo que o embalsamado Vieira da Silva desapareceu e o sr. Teixeira dos Santos deambula por todo o lado, mas não havia razão para, nesse divertimento de estar o país a arder pelas patifarias a soldo de excitados capitalistas, ver surgir o raminho filosofante dos Campos e Cunha, Eduardo Catroga, Braga de Macedo (petit-maître ajuramentado), o Bagão Félix, Pina Moura (o arreda-deficits) ou, mesmo, esse novo poeta-economista, Nicolau Santos (na falta dos Silva Lopes & Cia). É uma crueldade o que fez, a estes patriotas, o cacete de infames capitalistas d’além-mar. Abaixo a especulação, grita o Valter Lemos, em bom economês.

É certo que o ex-administrador do Oásis, o dr. Cavaco, adverte que não vai perorar; é verdade que o casto Paulo Portas capricha no "seu" CDS, vertendo lágrimas viçosas anti-capitalistas; está provado que os clones Sócrates & Passos Coelho se sentaram (matreiramente) no dorso da besta do PEC, qual repolho d’amor indígena, requerendo medidas urgentes à canalha; está até conforme as doutas e sábias demonizações anti-capitalistas dos associados da CIP, sendo que o sr. Van Zeller, a pedido de várias famílias, legitimou até o engenho revolucionário que vem decerto por aí; foi bonito ver o sr. Mendonça, das Obras a publicar, anunciar, no seu génio de distinto académico, aeroportos e TGV’s, em pura emanação divina.

Tudo isso é justo, deslumbra, é até erótico de se seguir, mas cremos que não havia nexexidade! A paróquia já deu sobejas provas que se afunda sozinha, com ou sem mercenários especuladores. Aliás, o dr. Cavaco Silva está onde está para a provar que "plutôt mourir que changer". Apertem os punhos!

domingo, 25 de abril de 2010

25 DE ABRIL




"Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar,
Minho verde, Algarve de cal,
jerico rapando o espinhaço da terra
...
Ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!
...
Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem entretém,
perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso de todos nós..."
 
[Alexandre O’Neill]

sexta-feira, 23 de abril de 2010

DIA MUNDIAL DO LIVRO


"Quem não lê, não quer saber; quem não quer saber, quer errar" [P. A. Vieira]

"Na leitura, a amizade é subitamente reconduzida à sua pureza primordial. Com os livros, nada de amabilidades. Se passarmos a noite com esses amigos, é porque assim verdadeiramente nos apetece. A eles, pelo menos, só a contragosto é que muitas vezes os deixamos". [Marcel Proust]

"Que outros se gabem das paginas que têm escrito; a mim orgulham-me as que tenho lido. Não terei sido um filólogo, não terei inquirido sobre declinações, os modos, a laboriosa mudança das letras [...] mas ao longo dos meus anos tenho professado a paixão da linguagem" [Jorge Luís Borges]

"Temos o direito de exigir aos poetas que não levem com eles para o túmulo os segredos do seu ofício" [Mayakovsky]

"Pode-se avaliar a beleza de um livro pelo vigor dos safanões que ele nos deu e pelo tempo que levamos depois a recompor-nos" [G. Flaubert]

"É preciso olhar os livros por cima do ombro do autor" [Paul Valéry]

"A leitura não é a mesma coisa aos vinte anos que aos sessenta. O jovem lê tudo. O ancião não lê senão o que lê. O jovem lê tudo e de tudo aproveita pouco. O ancião lê pouco e do pouco aproveita tudo [...] Dizia um filósofo que o importante é saber não o que se há-de ler, mas sim o que ‘não’ há que ser lido" [Azorín]

"Nunca nos entregaremos suficientemente ao trabalho apaixonante que consiste em aproximar os textos". [Marguerite Yourcenar]

"Divido todos os leitores em duas categorias: os que lêem para lembrar e os que lêem para esquecer" [William L. Phelps]

"Uma das melhores maneiras se recriar o pensamento de um homem: reconstituir a sua biblioteca". [Marguerite Yourcenar]

"Há o hábito de pensar que se entra numa biblioteca para procurar um livro. Não é verdade. Sim, por aí se começa, mas o que na realidade se busca é a aventura" [Umberto Eco]

"Fundar bibliotecas era ainda construir celeiros públicos, acumular reservas contra um inverno do espírito que, por certos indícios, vejo que infelizmente se aproxima" [Marguerite Yourcenar]

"O coleccionador sente que o seu capital está seguro, que deixa uma herança mais certa que propriedades urbanas ou papéis de crédito. Se isso não é ainda a maré de rosas para os escritores de hoje, é um consolo: o consolo de que terão a velar-lhes pelos tempos fora, e a calá-los da traça, a mão fina e cuidadosa do bibliófilo" [Aquilino Ribeiro]

"A História do Livro é, a seu modo, uma tentativa de recuperação deste mundo complexo onde o mai amplo saber convive em boa paz com as lacunas do quod nihil scitur. Tarefa aliciante para os que saberão sempre muito pouco". [Artur Anselmo]

"Quantos ledores, tantas as sentenças" [Sá de Miranda]

sexta-feira, 16 de abril de 2010

REGRESSO À PARÓQUIA!


"É nas taças que se entorna o tempo" [Guimarães Rosa]

Este viçoso estabelecimento, discreto nas reimpressões e libérrimo para a correcção das "miudezas da vida", andou folgado & em trabalhos d’arrumação e aprumo. Na verdade, como bem nos disse Max Jacob:"tudo o que existe está situado". E assim foi, porque as "obras son amores" de calendário e não há, de facto, o risco de morrer de tédio. Deixámos as antiqualhas, a maledicência e ferros curtos para outros, e, é verdade, não frequentámos os actos. Reaprendemos as leituras d’ocasião, as marginálias, os recortes, marcámos jornais e revistas, aplicamo-nos no excesso dos textos malditos, curámos instruções e fomos estranhamente ociosos no recreio. Ordenámos o espírito.

Com proba lucidez formámos cadernos, pastas cartonadas, bordámos papel, raspámos livros, cosemos folhas & papéis, alceámos velhos cadernos, consolidámos a livralhada e papel velho. Subimos estantes, viajámos na livraria (qual António Francisco Barata!) e ordenámos o caos.

Lá por fora, o tumor da bancarrota não nos fez usar a erva das "sezões". A paróquia do sr. Sócrates & Amigos é uma "febre" insana ou lugar "mal frequentado", que nem a colherada do BCE ou a crónica do FMI (que por aí vem, de mansinho) nos tira do sério. O corpo há muito se habituou a tão danosa gente. O choro folhetinesco sobre a economia, o deficit, a corrupção em trânsito do país, a falta de carácter dos governantes, a decadência das instituições nesta "fermosa estrivaria", as epístolas cúmplices do dr.Cavaco ou o gorjeio das oposições, são assunto para jornaleiros & indígenas protegidos e proveitosos para essa curiosa cáfila de economistas que se espalham por todo o lado, primorosos a enriquecer de teorias (nunca verificadas) a mioleira do gentio (que treme de medo ao ouvir o iluminado dr. Cantigas Esteves ou o evangelista Silva Lopes) e o seu próprio bolso. Nada de espanto!

E, com a bazófia e logro dessa estranha gente, fica reparada a mansidão indígena, para que a "vidinha" continue. Para nós, que não temos obra a fazer nem cabedal a cobiçar, lembramo-nos, sempre, do que disse Lincoln Ralphs: "Os nossos pais talvez não estivessem seguros sobre o que o futuro poderia ser, mas raramente punham em dúvida que viesse a haver futuro". Ámen!

terça-feira, 23 de março de 2010

EM MUDANÇAS


"Feito de pó e tempo, o homem dura menos que a leviana melodia” [Borges]

Estamos em mudanças reparadoras. Cheios de boas intenções (vadre retro sr. Teixeira dos Santos!), zizagueando entre estantes de carpintaria muito lambiçada e trabalhos profanos hercúleos. Assim desvalidos da blogosfera militante não temos assistido à soirée piedosa & fogosa de todas as noutes. Temos, no invés, praticado a amável reflexão de mestre Heidegger:"A língua é flor da boca". Estamos, portanto, tão audaciosos como extravagantes.

Ainda tentámos, à cause da pátria, consagrar a qualidade destes dias (risonhos, para nós) a elevar o pensamento com as receitas postas a correr por esse cérebro indígena que dá pelo nome de Teixeira dos Santos. Da Mercearia Teixeira dos Santos, Lda. Confusos, decidimos preferir a originalidade (e a comédia) desse esfusiante comediante (e diseur) que se alapa há 5 anos na cadeira da governação – o sr. Sócrates. A maravilha da sua dicção, sempre a mesma com ou sem PEC, ou o auto-elogio diário ao seu carácter e distinta personalidade, é comovente.

Não se compreende, deste modo, que uns alcaiotas da política caseira vadiem, agora, indiferentes aos sábios conselhos do grande timoneiro do Largo do Rato. Não falamos dos boulevardeiros Abrantes, que há muito ultrapassaram, muito justamente, esses amadores disponíveis do sr. Pres. do Conselho, O. Salazar. Tais cérebros são, decerto, emocionantes em habilitações literárias, genuflexões e empregos, mas de uma previsibilidade reaccionária desconchavada. Referimo-nos, principalmente, aqueles suados rapazes, que dizem estar deitados na esquerda do boudoir socrático, e que ousaram profanar os seus versos panegíricos ao grupo de interesses do sr. Sócrates. Ler & ouvir o que diz o evangelista Pedro Adão e Silva, o bucólico Paulo Pedroso ou o prócere Vítor Ramalho, sobre o PEC, a economia, a justiça, a saúde e a educação, imortaliza o ridículo e põe a descoberto tais traficantes d’outrora. Ao pé deles, o sr. José Lello é inteligente! O Augusto S.S. é um clássico chamareleiro. E o sr. Vieira da Silva um perigoso marxista!

E assim andamos em grande aranzel, tormentosos nas mudanças, tolerantes na fadiga e ilustrados no sonho. Ainda estamos por aqui. Pensem nisso!

PS: aos crânios severos que sustentam a nossa caixa de correio, temos a dizer o seguinte: "Em vinte pessoas que falam de nós, dezanove dizem mal, e a vigésima, que diz bem, di-lo mal". É de Rivarol. E tal como a ele, o Inferno para nós é intuitivo. Quod abundat non nocet.

segunda-feira, 8 de março de 2010

LEILÃO DE IMPORTANTE BIBLIOTECA - DIAS 9, 10 e 11 de MARÇO



LEILÃO DA RENASCIMENTO - Dias 9-11 de Março, pelas 21.30 horas
LOCAL - Rua Agostinho Lourenço (ao Areeiro, Lisboa), 20 C

Trata-se de uma invulgar Biblioteca de várias proveniências, com 1547 lotes estimados e raros, com curiosas peças de colecção, de temas variados, desde a Literatura [com a incontornável Mensagem de Pessoa, a um conjunto precioso de Vitorino Nemésio, uma Camiliana muito procurada, um lote apetecido - ao não fosse o autor, por vezes o nosso alter ego - de peças de José Daniel Rodrigues da Costa, obras de Almada Negreiros, Ferreira de Castro - atenção ao rarissimo "MAS...", peça que guardamos sempre com muita avareza ao profano -, obras de Herberto Helder, Luiz Pacheco, Ruy Belo, o sempre invulgar António Botto, Natália Correia, um rara peça Camoneana, outra de grande raridade, a peça de Santo Agostinho, e quase os melhores escritores e poetas lusos], História, Periódicos, uma curiosa e rarissima peça de Alquimia [de Athanasius Kircheri, de 1652, em IV vols, com referência à sempre venerada Isis] e outras obras de excepção e raridade.

O LEILÃO decorrerá ao londo de 3(três) porfiadas noites e o amador de livros poderá aceder ao seu CATÁLOGO, feito com o esmero habitual de José Vicente, AQUI.

Boa leitura e excelentes aquisições!

sexta-feira, 5 de março de 2010

IN MEMORIAM ROGÉRIO ANTÓNIO FERNANDES 1933-2010


Nasce em Lisboa a 18 de Outubro de 1933. Em 1951 frequenta a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, participa no movimento estudantil, tendo sido eleito para a Comissão Pró-Associação. Forma-se (1955) em Ciências Histórico-Filosóficas, lecciona como professor eventual do Ensino Técnico e do Ensino Secundário Particular [cf. "O Pensamento Pedagógico em Portugal", de Rogério Fernandes, ICP, 1978], e foi segundo assistente de Filosofia na sua Faculdade, de 1957-60 [cf. Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, 2001, Vol VI], tendo pedido a rescisão do contrato. Mais tarde (1972-1974) foi professor do Instituto Superior de Serviço Social, em Sociologia da Educação, e do Instituto Superior de Psicologia Aplicada [ibid.].

Rogério Fernandes, proibido de leccionar pela ditadura, ingressa no jornalismo, colaborando a partir de 1962 na revista Seara Nova, tendo sido seu sub-director e director (1962-1967) e na Vértice (ver vol. 37). A partir de 1967 é redactor (e chefe da redacção) do jornal A Capital, onde coordenava a Secção de Educação, e aí se manteve até 1970. Foi consultor da Editora Livros do Brasil e secretário da direcção do Grémio dos Editores e Livreiros [cf. AQUI]. Escritor ["Três Tiros e uma Mortalha", Contos, 1969], autor e co-autor de várias obras e ensaios [...]

Ler TUDO AQUIAlmanaque Republicano

terça-feira, 2 de março de 2010

YO LEO EN LE BAR - OBRAS DE BORGES EM CAFÉS E BARES DE BUENOS AIRES


"Buenos Aires tem algumas coisas inacreditáveis de tão bacanas.

Vejam só o projeto lançado ontem: chama-se 'Yo leo en el bar'.

Consiste na instalação de bibliotecas com as obras do escritor Jorge Luis Borges em 15 cafés e bares da cidade. Todos eles fazem parte dos cafés notáveis. A proposta foi anunciada no bar do Hotel Alvear.

Os livros serão doados pela editora Planeta e ficarão a disposição da comunidade local e turistas.

Serão ofertados exemplares de Atlas, Borges de Buenos Aires, Crónicas de Bustos Domecq, El Aleph, El Compadrito, El libro de arena, El Libro de los seres imaginarios, Fervor de Buenos Aires, Literaturas germánicas medievales, Los mejores cuentos policiales, Luna de enfrente, Obras Completas I, II, III y IV, Prólogos, Seis problemas para Don Isidro Parodi, Textos recobrados (1919-1929) e Textos Recobrados II (1931-1955) ..." [ler TUDO AQUI]

via Aquí me quedo.


Outros Locais: Literatura e bares, de Jorge Marmelo (Público, 2/03/2010) / Yo leo en el bar / El programa para encontrar a Borges en los bares / Obra de Jorge Luis Borges disponible en bares de Buenos Aires

domingo, 28 de fevereiro de 2010

IN MEMORIAM JOSÉ MINDLIN 1914-2010


"Je ne fay rien sans gayeté" [tema do ex-libris de J. Mindlin, retirado do livro de Montaigne, "Ensaios"]

[Mindlin] "ensina que a mais importante qualidade de um bibliófilo não é a fortuna, ou a erudição, mas a paciência"

"a gente procura o livro e o livro procura a gente"

Morreu em S. Paulo o mais estimado bibliófilo de língua portuguesa, o promotor da cultura e da arte, e principalmente do livro e da sua leitura. José Mindlin, leitor incansável e onívoro, jornalista efémero, secretário da cultura do Estado de S. Paulo, advogado, ex-empresário [da empresa Metal Leve], membro da Academia Brasileira de Letras e devoto amante do livro raro, coleccionou ao longo da sua vida mais de 60 mil volumes, com perto de 20 mil fazendo parte de uma Brasiliana absolutamente notável. Como diz: "A Biblioteca foi crescendo por si mesma".

Com preciosa e vasta erudição sobre os assuntos bibliográficos, o coleccionador Mindlin, como bibliófilo apaixonado, preocupava-se com a ilustração, o aspecto gráfico, a edição, o papel, a encadernação, a tipografia – "o aspecto físico". Curiosamente, se os clássicos não lhe eram de todo estranho, os autores modernos (jovens e desconhecidos) atraíram-no, sem explicação plausível. Mas era a emoção [que não deixava transparecer ao livreiro vendedor] do exemplar do livro raro e a sua incessante busca (e sorte) que o motivava. As suas histórias em torno da compra de raridades bibliográficas [ver José Mindlin, "Uma Vida entre Livros", Companhia das Letras, 1997], a sua "garimpagem" quase doentia e extravagante (com a cumplicidade de sua esposa Guita, o que não deixa de ser bem curioso para alguns amadores de livros), indicam que não se trata aqui de um simples acumular de livros, mas de um projecto intelectual de vida. "Uma felicidade extravagante", como diria J. L. Borges [cf. "Memórias de uma Guardadora de Livros”, de Cristina Antunes (conservadora da Biblioteca Guita & José Mindlin], Escritório do Livro, 2004]

A ler sobre bibliofilia brasileira e o livro raro: o belíssimo exemplar, "Uma Vida entre Livros", de José Mindlin, Companhia das Letras, 1997 / "O Bibliófilo Aprendiz", de Ruben Borba de Moraes / "Uma Vida", de Plínio Doyle, Ed. Casa Rui Barbosa / "Memórias Esparsas de uma Biblioteca", com José Mindlin & "Memórias de uma Guardadora de Livros", com Cristina Antunes, Escritório do Livro, 2004 / "No Mundo dos Livros", de José Mindlin, Agir.

LOCAIS: O Bibliófilo José Mindlin / Páginas de Vida / Morre o bibliófilo José Mindlin / Morte do bibliófilo José Mindlin.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ILHA DA MADEIRA - SOLIDARIEDADE!



" ... Estas são sempre as casas. E se vamos morrer nós mesmos,
espantamo-nos um pouco, e muito, com tais arquitectos
que não viram as correntes infindáveis
das rosas, ou as águas permanentes,
ou um sinal de eternidade espalhado nos corações
rápidos.
...
Falemos de casas como quem fala da sua alma ...
"

in A Colher na Boca (1953), de Herberto Helder [nascido no Funchal em 1930 e, aí mesmo, meteorologista nos tempos idos de 1954]

[idem postado no Almanaque Republicano]

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

HOJE ... ANDÁMOS ASSIM!


... sem carnavais, em conforto sossegado e sem nouvelles decadentes da coisa pública. De companhia e com boa qualidade de vinho! Na volta pela freguesia colhemos (surripiámos ... por vigia dela) esta singular converseta (ali em cima guardada) na Casa das Letras, versão facebookiana da Oficina das Letras. Ficámos um homem completo. Esta noite, em perfeita "sacanagem", irá correr por demais. Deixamos Jorge Amado mover a quadra:

"O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e Dona Andorinha
"

Boa noute!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

NOTÍCIAS DA FRENTE


"Fartar, gatos, que é dia de Entrudo"

É conforme eminentes sábios, que no minguante de Fevereiro se apanham as canas & vimes para "fazer cestos e obras grossas" [de novo o grande Palladio dixit]. E que ao se ouvirem os primeiros trovões do ano, há lugar a geada e, claro, pouca fruta [à atenção do Sr. Pinto da Costa]. Deste modo, os ensaios para novíssima biblioteca de V. Excia estão consolidados. A garimpagem bibliófila [na feliz dica de mestre Mindlin] será, pois, generosa, mesmo se o cabedal da fortuna está sombrio, por mor do sr. Teixeira dos Santos. É ocasião para enterrar os monos, ou couve-flores, dos novíssimos poetas indígenas, organizar o arquivo, limpar e colar lombadas, fazer anotações à margem e, principalmente, retirar os velhos livros dos nossos estimados clássicos dos armários. O coleccionador é um arrumador, apaixonado.

Depois? Bem depois ...

"Um pouco de sol
Num nada de sal
Virgem na praia.
Azul seu raio a medo o olhar criou.
Tão redonda na onda arfa uma saia?
Foi ela ou o meu dizer que se afogou?
" [Vitorino Nemésio ... claro!]

- a semanada não será suficiente sem ir ao Leilão da Livraria Antiquária do Calhariz (sob direcção de José Manuel Rodrigues), nos dias 17-18-19 (21 horas) na Casa da Imprensa, à Rua da Horta Seca, 20. Trata-se do Leilão de uma "valiosa e variada Biblioteca composta de Livros e Manuscritos, com destaque para Impressões Quinhentistas, Seiscentistas, História, Religião, Ciência, Literatura Clássica, Descobrimentos, Viagens, Arte, etc". Os leilões de José Manuel Rodrigues são aliciantes e desafiadores. Nunca se deve perdê-los! Voltaremos ao tema amanhã, mas entretanto pode consultar AQUI a referência feita pelo nosso camarada A. Mendonça, no Almanaque Republicano.

- a Livraria In-Libris compôs, para o amador de livros, um interessante Catálogo que reúne um ajuntamento de peças bibliográficas curiosas e incontráveis. Desde logo "Les Caractères de la Tragédie, publié d’aprés un manuscrit atribué a la Bruyére" (1870), uma peça de colecção; depois, mesmo a propósito destes infaustos tempos, a vibrante prelecção de Santo Agostinho (na edição da saudosa livraria Atlântida) “Contra os Académicos"; segue-se a rara edição do "Obscuro Dominio" de Eugénio da Andrade, com desenhos e sobrecapa de José Rodrigues; ainda as "Canções" de mestre António Botto, na sua melhorada 2ª ed.; para bibliófilos encartados, apresenta-se o "Catálogo das Obras Impressas nos Séculos XV e XVI", em II vols, com magnificas ilustrações; alguns livros publicados pela lendária & etc.; a curiosa narrativa d’A Grande Catastrophe do Theatro Baquet, de Jaime Filinto (1888); a rara peça poética de Garrett, "Lyrica de Joao Minimo" (1829); o estimado "Deux Cents Patiences Napoléon", pelo Barão Hugues, obra familiar para o jogo das paciências, e muito fresco para as noites de espera da demissão do sr. Sócrates; as competentes "Memorias de un Librero Catalon", pelo livreiro Antonio Palau y Dulcet; e o mais que AQUI pode voluptuosamente garimpar.

- informa-se, tardiamente é certo, que saiu novo Catálogo da contagiosa Livraria Bizantina, acima do Tavares Rico, sob direcção do nosso habilitado livreiro Carlos Bobone. Temos saudades desse generoso lugar de culto (o Tavares e a Bizantina), pelo que prometemos ser breves.

- está online o inexcedível Boletim (nº98) do livreiro J. A. Telles da Sylva, que, como sempre, reproduz copiosa informação sobre as peças bibliográficas e os seus autores. De consulta obrigatória para o amador de livros.

- a não perder as "Últimas Aquisições" da Livraria Olisipo, ancorada no Largo Trindade Coelho (Lisboa). No caminho vá visitar a Artes & Letras, mesmo ao lado. Pode, de permeio, beber um tinto (ou branco) no curioso estabelecimento que fica entre essas duas livrarias. E que era um dos locais de "desporto líquido" do mestre Luís Pacheco. Talvez a sua alma inspire V. Excia ao dever do ofício.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

AMANHÃ – DIA DO PRÉ DO DR. VITOR CONSTÂNCIO


É já amanhã que o viril dr. Vítor Constâncio, o funcionário público mais douto e de mais forte cabedal da paróquia (25.000 Euros/mês), recebe os aplausos morigerados dos laboriosos financeiros do BCE. O dia de amanhã presenteia esse maravilhoso funcionário público português que ao longo da sua estimada vidinha nunca acertou o que quer que fosse, foi pródigo em cambalhotas financeiras e um desastre na avaliação de desempenho. Apanhado ao acaso pela "estória" do deficit, este nosso faroleiro indígena, ganha o pousio no cadeiral do BCE, lugar de culto dos inadaptados do trabalho. É uma honra para a fazenda lusa e uma bisonha esperança para o funcionalismo estadual. Estamos orgulhosos e de parabéns!

Assim, com infinito regalo, a rede social do Facebook – mural de prazer e de altíssimo gozo – não se esqueceu desse enternecido patriota e lançou um curioso Grupo, de grande generosidade, que dá pelo lascivo nome: "GRUPO A FAVOR DE QUE VITOR CONSTÂNCIO GANHE O SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL”.

A inchada proposta, tem a seguinte ornamentação: “O Govenador do Banco de Portugal ganha mensalmente 25000€! E é contra o aumento do salário mínimo nacional. Achamos justo que o senhor Vítor Constâncio - funcionário público - passe a ganhar o salário mínimo nacional: 475€. E já agora que o seu salário seja "congelado" como a restante função pública em 2010”.

E, aqui, se apresenta a fragorosa defumação do dr. Constâncio. Carpe diem ... Vítor!

FOLIES, FRESQUES, FORCES ET FAIBLESSES DU BIBLIOPHILE


"... Je veux dire par là qu'il y aurait tant à dire sur le caractère du bibliophile ou plutôt pour être plus juste sur sa physiologie, qu'un livre reste à écrire sur le sujet. Une approche purement psychologique du sujet en quelque sorte. Que cela ne vous empêche pas de nous signaler des travers et des éclats de génie que vous jugerez propres au bibliophile et qui pourtant s'attachent plus à son aspect physique ou son comportement. Tout ici sera bon à prendre, pour nous esclaffer des autres ou rire de nous-même, tenter une amélioration par biblio-blogo-thérapie ..."

ler TUDO AQUI

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SÓCRATES, A FECHADURA E A RUA


"A liberdade é sempre e só liberdade dos que pensam de outro modo”" [Rosa Luxemburgo]

Estes "estupendos" 5 anos, com marca e talento do sr. Sócrates & amigos, obraram uma fazenda em ruína, uma propaganda sinistra, uma paróquia raivosa. O compêndio político destes dias faz mesmo esquecer o infausto tempo do dr. Cacavo & amigos e suas posteriores sequelas. Um grupo de sujeitos repugnantes (e disciplinados) tomou de assalto a coisa pública, banqueteou-se sem cerimónia, armadilhando meticulosamente tudo de passagem. Não há nenhum lugar na paróquia onde essa catrafilada de gente não esteja presente. Para glória de poucos, vergonha de alguns e miséria de tantos!

O actual arresto das contas públicas e a servidão fascizante imposta à canalha da rua e do trabalho, não é mais que a reprise desse espectáculo indecoroso de apropriação da res publica por esses grupos de interesses e que confortavelmente se instalaram na vida pública. A barulheira, que por ai vai, em volta da putativa liberdade de imprensa será sempre uma récita abeiçada de mestre-escola, demagógica e populista. Todos os governos, sem excepção, usaram e abusaram da intimidação e propaganda para esmagar as investidas contra os interesses e estratégias do seu grupo. E, de outro modo, sempre existiram jornalistas, acofiados ao poder, sem lealdade e dever deontológico, que tranquilamente souberam ser pulhas. Nada de novo, nenhuma desilusão.

O que há de original, por agora, é que o disfarce caiu de vez e tocou a rebate. Muito por culpa da situação económica e financeira, mas, principalmente, pela falta de carácter que manifesta o sr. Sócrates, mais os seus sensaborões amigos. Inúteis, vaidosos e histriónicos, o ajuntamento dos amigos da governação agravou a chinfrineira e a multidão, de pés para a cova, percebeu-a. A pirotecnia jurídica levada a cabo pelo sr. Procurador, o sanfonar irado do sr. Lacão, as brejeirices incansáveis de Santos Silva ou a prosápia de José Lello, agravou por demais a coisa. Curiosamente, também pela blogosfera, os muito arranjadinhos Abrantes ruminaram lascivas lendas em prol do altíssimo chefe Sócrates & amigos. Muitos receberam o prémio Simplex, uns tantos ainda cismam piedosas intenções, outros já trataram das feridas. A alma humana é, de facto, um abismo!

Entretanto, parece que a extenuante lide pela "liberdade de imprensa", presumidamente desatrelada que está dos interesses económicos do grupo prevaricador, vale uma petição, uma burlesca manif e um consequente orgasmo político. Ao que se sabe, o sempre rijo João Miranda, por uma vez, recolheu a sua vocação liberal e aderiu a essas "manifestações organizadas por blogs e SMS". O que, como se sabe, "são aquilo com que uma certa esquerda sempre sonhou". Está, pois, o nosso João Miranda, quase um professorzeco arremelgado contra o poder, quiçá um enternecedor sindicalista, desses que singram pela rua, essa putain respectueuse. Que tudo lhe corra bem, na sua reclusão de revolucionário, é o que desejamos. E aos demais!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

RESERVADO AO VENENO



Hoje é um dia reservado ao veneno
e às pequeninas coisas
teias de aranha filigranas de cólera
restos de pulmão onde corre o marfim
é um dia perfeitamente para cães
alguém deu à manivela para nascer o sol
circular o mau hálito esta cinza nos olhos
alguém que não percebia nada de comércio
lançou no mercado esta ferrugem
...
não é uma pátria
não é esta noite que é uma pátria
é um dia a mais ou a menos na alma
como chumbo derretido na garganta
um peixe nos ouvidos
uma zona de lava
hoje é um dia de túneis e alçapões de luxo
com sirenes ao crepúsculo
...
hoje não é um dia para fazer a barba
não é um dia para homens
não é para palavras

António José Forte (Uma Faca nos Dentes)

domingo, 24 de janeiro de 2010

BASIC SPACE



"Basic space, open air
Don't look away, when there's nothing there

I'm setting us in stone
Piece by piece, before I'm alone
Air tight, before we break
Keep it in, keep us safe
"

The xx - "Basic Space"

Boa noute!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

COOPERATIVA BONIFRATES - 30 ANOS


30 ANOS DA COOPERATIVA BONIFRATES

A Bonifrates, guarita de vozes em lábios cânticos, vive há 30 anos. Essa "Casa", que se estende pelos tempos de Coimbra, foi uma aventura de bem amar o Teatro, uma lição de cumplicidade de corpos & afectos, um movimento de reinventar a arte, um exercício de respiração doce e livre. Na luz da cidade de Coimbra, os 30 anos de caminho da Bonifrates foram sempre essa arte de desmitificação do real, inteligente e criadora, nesse sonho de respiração colectiva ou arte de representar. 30 anos de narrativas, de inquietudes poéticas, de exercícios sacros. Exemplares!

Á Cooperativa Bonifrates muitas felicitações. Ao João Maria André, Rui Damasceno, João & Cristina Janicas, à Xana (Silva), ao Fernando Taborda, entre outros, a nossa gratidão.

ESTILHAÇOS - 29 de Janeiro 2010, 22 horas, Cine-Teatro de Condeixa

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

BIBLIOTECA DO DR. LAUREANO BARROS


LEILÃO – BIBLIOTECA DO DR. LAUREANO BARROS (II Parte)

DIAS DO LEILÃO: 21 a 23 e (ainda) do dia 27 a 30 de Janeiro – 21 HORAS
LOCAL: Junta de Freguesia do Bonfim (Campo 24 de Agosto), Porto
CATÁLOGO(s) Online: AQUI

Trata-se da “segunda parte do leilão da biblioteca, pertencente ao distinto bibliófilo Dr. Laureano Barros, uma das mais valiosas bibliotecas particulares do século XX

Este Leilão dividido em 3 partes, teve a sua primeira parte em Maio de 2009 e a terceira parte ainda com data a anunciar


Nesta segunda parte destacamos o excepcional espólio de manuscritos e edições de Luiz Pacheco [originais manuscritos e dactiloscritos], que apresentaremos para venda em exclusivo no último dia [dia 30 de Janeiro]; as «Leis Extravagantes» de Duarte Nunes de Leão, datadas de 1569; a edição original de «» de António Nobre: de Almada Negreiros [ver Livro II, pp 150-162] salientamos a polémica edição do «Manifesto Anti-Dantas», «K4 Quadrado Azul», «Bailados Russos em Lisboa», assim como a muito esclarecedora edição d’«A Questão dos Painéis»; entre outras, as revistas «Orpheu» e «Manifesto» estarão disponíveis nesta segunda parte; de Almeida Garrett [a Garretiana vai da p. 86 à p. 101, do Vol. I], «Viagens na Minha Terra», «Folhas Caídas», o semanário «O Chronista» totalmente redigido por Garrett; de Herberto Helder, a raríssima edição publicada por Luiz Pacheco nas edições Contraponto, «O Amor em Visita», «A Colher na Boca», segundo livro do autor, assim como o raríssimo catálogo de uma exposição de pintura de Maria Paulo, com texto em prosa de Herberto Helder.

Entre muitos outros, salientamos ainda autores incontornáveis da cultura portuguesa como Frei Bartolomeu dos Mártires, Francisco Rodrigues Lobo, Francisco Manuel de Melo, António de Sousa Macedo, Francisco Sá de Miranda, Damião de Gois, Fernão Lopes, António Pereira de Figueiredo, Tomás António Gonzaga, Agostinho de Macedo, Alexandre Herculano, Guerra Junqueiro, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Gomes Leal, Wenceslau de Moraes, Manuel Laranjeira, Egas Moniz, Vitorino Nemésio, Fernando Namora, Pedro Homem de Mello, Vergílio Ferreira, Alexandre O’Neill, António Maria Lisboa, António Gedeão, ana hatherly. [via Livraria Manuel Ferreira]

AMANHÃ – DIA 21 DE JANEIRO (pelas 21 horas) e DIAS SEGUINTES

Catálogo(s) online - AQUI

A não perder.

domingo, 3 de janeiro de 2010

VOTOS PARA 2010



"Desejamos que os leitores, as livrarias e as editoras independentes resistam a mais um ano de bombardeamento dos grandes grupos"

Foto: Holland House Library (Kensington, Londres, Setembro de 1940). A livraria (onde agora funciona um teatro ao ar livre), construída em 1605 (por Sir Walter Cope), sofreu sucessivas investidas, desde a ocupação pelo exército de Cromwell (Guerra Civil) até à sua devastação pelos bombardeamentos (Blitz) da Luftwaffe na II Guerra Mundial. A curiosa foto (tirada por um fotógrafo anónimo para a agência Fox Photos), datada da manhã seguinte ao bombardeamento, mostra três homens, aparentemente descontraídos perante o caos instalado, a seleccionar e folhear livros que escaparam a mais um noite de terror. A livraria manteve-se em ruínas até 1952. [clicar na foto]

via Livraria Letra Livre, com forte abraço!

sábado, 2 de janeiro de 2010

ALMANAQUE REPUBLICANO: Historiografia Contemporânea Portuguesa de 2009


ALMANAQUE REPUBLICANO: Historiografia Contemporânea Portuguesa de 2009 - 10 Livros

"O homem não é uma inutilidade num mundo feito, mas o obreiro dum mundo a fazer" [Leonardo Coimbra]

O Almanaque Republicano, sopro de antiquíssimos cantares & memória saudosa da "forte gente", é um pouso aberto da alma republicana (qualquer que seja a sua viagem iniciática), um cântico largo aos "apóstolos de 5 de Outubro". Dada à luz por dois cavalleiros d’alma lusitana, mais que trabalho sobre a "pedra bruta" será sempre essa "virtude de posição" (R. Proença), esse locus de passagem, independente e liberta, esse ponto ou condição de "retrocesso ao seu princípio deslumbrado".

Para recusar a fadiga destes dies irae (culturais e políticos), diremos que, para V. caros ledores, nesta hora e pensamento nas comemorações do Centenário da República, entre nós habita o sonho interior da "República Nacional" (Sampaio Bruno) como padrão de vida ética e de tolerância, essa "cidade humana" fraterna e livre. Isto é, cumpre não esquecer a exaltação de um republicanismo como "conjunto de liberdades vivas" (R. Proença). Como será devido!

Como anteriormente – AQUI, AQUI e AQUI – regressamos, sem pretensões críticas ou conflitos de interpretações, aos textos e peças que, este ano findo, a historiografia contemporânea portuguesa publicou de mais marcante (...)

... a nossa escolha para 2009, que ocorre num período conturbado da nossa história, sendo a rememoração da Historiografia Contemporânea Portuguesa de 2009, será sempre para nós um devir, até porque "o que há de vivo na tradição não é no passado, mas no presente que existe", como diria Raul Proença. [J.M.M. - ler todo o texto AQUI]

Historiografia Contemporânea Portuguesa de 2009 - 10 Livros

1. História da Primeira República Portuguesa – coord. Fernando Rosas, Maria Fernanda Rollo (Tinta da China)
2. Vem aí a República! 1906-1910Joaquim Romero Magalhães (Almedina)
3. A Crise da República e a Ditadura MilitarLuís Bigotte Chorão (Sextante Editora)
4. Cunha Leal, Deputado e Ministro da República: um notável rebeldeLuís Farinha (Biblioteca da Assembleia da República/Texto Editora)
5. Estados Novos, Estado NovoLuís Reis Torgal (Impr. da Un. de Coimbra)
6. Afrontamento político-religioso na Primeira República: enredos de um conflitoAntónio Teixeira Fernandes (Estratégias Criativas)
7. As Mortes que Mataram a Monarquia – Luís Vaz (Via Occidentalis)
8. Henrique Tenreiro. Uma biografia políticaÁlvaro Garrido (Temas e Debates)
9. Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo: um Dicionário – Mário Matos e Lemos, coord. Luís Reis Torgal (Biblioteca da Assembleia da República/Texto Editora)
10. A Maçonaria e a Implantação da República: documentos inéditos [Simões Raposo/Carvalhão Duarte] – coord. Alfredo Caldeira e António Lopes (Grémio Lusitano/Fund. Mário Soares)

in ALMANAQUE REPUBLICANO

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009


2010 - FELIZ ANO NOVO

"Para ti, para que não julgues que a dedico a outra" [Almada]

"A doçura mata.
A luz salta ás golfadas.
A terra é alta.
Tu és o nó de sangue que me sufoca.
Dormes na minha insónia como o aroma entre os tendões
da madeira fria. És a faca cravada na minha
vida secreta. E como estrelas
duplas
consanguíneas, luzimos de um para o outro
nas trevas"

Herberto Helder - "Dedicatória"

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009



FELIZ NATAL!

HOT CLUBE


O reportório destes tempos infaustos, que são os nossos, todos os dias observa anacronismo curioso. Gasta-se farto cabedal em lindismos culturais para a canalha, sempre de fazer corar de inveja os nobres empresários made in sr. Van Zeller ou vibrar por genuflexão essas verduras neoliberais abundantes no mercado cultural indígena, que parecemos estar num respeitável e civilizado país.

Não existe um único autarca, bem estabelecido no ramo, que não lance tão alucinantes prebendas ou festividades na sua paróquia – como o pífio Red Bull, circuitos majestosos para gente fabulosa, incensuráveis jogatinas de futebol, desfile de putedos intelectuais pelas charnecas literárias ou artísticas, ranchos musicais autorizados pelo povo anónimo, e por ai fora -, delapidando a fazenda e o erário público, evidentemente sempre a bem dos paroquianos. Nunca ninguém viu o fundo desse original saco financeiro, pelo que deve ser de peso e sem medida.

Entretanto o património arquitectónico jaz em ruína, as ancestrais associações culturais restam em incrédulo esquecimento, as artes esvaem-se sem honra nem afronta e espólios inteiros "fogem" para o estrangeiro. O absurdo silêncio sobre esses destroços públicos, que envergonha qualquer alma civilizada, imortaliza os “nossos” intelectuais e políticos.

O Hot Clube, lugar de culto na divulgação & promoção do jazz, solicita há anos apoio a quem de direito para ter uma casa funcional e de conforto. Nada se conseguiu. Como sempre, tudo ficou por fazer. E agora, quando a situação é trágica e o "crime" não aproveita ninguém (ou não será assim?), o que fazer para limpar a inépcia do município e o disparate disto tudo? Esperemos.

ALFARRABISTAS



- texto publicado na revista Illustração Portuguesa, nº97, de 30 de Dezembro de 1907, pags. 862-864 [ler online na Hemeroteca Municipal]

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

DO PODER


"Nunca além do poder, se encarou o paiz; nunca o estado servio de ponto de apoio, do centro promotor do progresso individual e social. Tem-se empunhado o poder, como meio de acquisição de fins privados, de clientela: tem-se sido governo, mas não se tem governado.

A governação, tem sido convertida em uma espécie de Igreja militante, em que só são admittidos os iniciados nos mistérios da seita theocratica do poder, que fazendo-se a donatária exclusiva do paiz, se tem collocado, por esse exclusivismo mesmo, muito longe de poder governar, curando como lhe cumpria dos interesses públicos. Em semelhante modo de ser, taes interesses não podem ser attendidos; por que o interesse máximo de taes administrações, não pode ser outro, senão o interesse dessas parcialidades, de que fallamos; impor e sustentar uma situação anómala, em que as facções vigoram e dominam; em que o paiz enfraquece e se desmoralisa."

Francisco Joaquim de Almeida Figueiredo, in "Instrucção Publica e Governo", Lisboa, Impr. Commercial, 1854 [via off. de E. de Sousa, em bom papel e asseada edição]

PARA ELE



Para o André, que cada vez que via o mar deitava um curioso beiço caído. Já a mesma espiritualidade graciosa não tinha, o petiz, com o fascinante colorido e o balido dos srs. deputados, aquando dos trabalhos forçados via TV. Birrento! Manias obscenas, a do rapaz.

Boa festas Ó filhos do choro

MOVIMENTO ASSOCIATIVO DOS PROFESSORES



"A Universidade Lusófona realizou recentemente um seminário com o tema 'Memórias do associativismo e sindicalismo docentes'. Propuseram-me [Helena Pato], então, que aí deixasse o meu testemunho, as minhas recordações, acerca de como nasceram os sindicatos dos professores. Acedi, com a satisfação de poder, deste modo, legar memórias. Memórias que, ao que sei, nem nas comemorações dos 30 anos dos Sindicatos dos Professores nascidos em Abril de 74, nem agora, na passagem do 40º aniversário do Grupos de Estudo (que estiveram na base da sua criação), interessaram às direcções sindicais. Desdobrámos essa intervenção em três partes1, 2 e 3para que se torne mais fácil a sua leitura nestes CAMINHOS DA MEMÓRIA. A primeira parte pode ser lida aqui (...) a segunda aqui" e a terceira aqui.

de Helena Pato, via Caminhos da Memória.

FOTOS: da esquerda, capa da "História do movimento associativo dos professores do ensino secundário - 1891 a 1932", de [José António C.] Gomes Bento [julgo que na época era docente da E.P. António Nobre, Matosinhos], Livraria Júlio Brandão,Janeiro de 1973; foto da direita, Caderno "O Professor" nº1, GEPDES, Julho de 1971, in "Educação, Acto Político", de Agostinho dos Reis Monteiro, Edições O Professor, 1975.

via Almanaque Republicano

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NOTÍCIAS DA FRENTE


"Porque bem desvalido é um livro. Mal viu a luz – ou ainda antes –, já o coro de inveja esta afiando os dentes, nunca atento às suas virtudes, apenas às faltas. E quantos perigos não espreitam o seu corpo ..." [Dâmaso Alonso]

O grande Palladio dizia:"Ao lavrador que for curioso, não lhe faltará que fazer do seu ofício, como recolher feno, estercar onde for necessário, pisar estarco e azer cordas; pode também no campo concertar valados e tapar cordas". Nós por cá, sustidos em tão requintada gesta, andamos à volta dos livros & papéis manchados. A humidade destes tempos exige trabalhos de casa. Deixemos a horta para o hortelão. A questão é a de sempre: as estantes devem ser abertas ou fechadas? Eis o nosso "ocioso" debate. Ao pé disso o landisco politiqueiro do sr. Sócrates é uma brincadeira de crianças. Avanti!

- o LXXXIX Catálogo de Livros Raros e Esgotados apresentado à venda pelo estimado livreiro Manuel Ferreira (Porto) já anda ou mora em altas estantes. O interessante conjunto de livros antigos & modernos, com valiosas peças bibliográficas, pode ser consultado AQUI. Refira-se que a considerada Livraria de Manuel Ferreira anda luxuosa de intenções e dilatada de fé bibliófila: chegou, em força, à net, via novo site, twitter e facebook. Oh! Nobilíssima visão.

- a esplêndida Livraria Luís Burnay forneceu aos estimados amadores de livros o seu 44º Boletim Bibliográfico. Temos 484 peças primorosas distribuídas por várias e apreciadas secções, de curiosidade bibliográfica, que um coleccionador anotará, decerto. Consultar, AQUI.

- para um bom apreciador de crónicas sobre livreiros & bibliófilos, informa-se que está (ainda) à venda na reputada Livraria Letra Livre (Lisboa), a edição fac-similada de "No Leilão Ameal. Crónicas amenas de uma livraria a menos", redigida por Gustavo Matos Sequeira. Esta interessante peça de colecção (a 1ª edição, 1924, teve apenas 500 exemplares, todos dedicados a bibliófilos), que retrata o que foi o invulgar e valioso Leilão da Livraria do Conde do Ameal, foi primitivamente publicada nas colunas do antigo jornal O Mundo. A edição traz caricaturas, com desenhos de Alberto de Souza, dos antigos bibliófilos que disputaram, arduamente, os cobiçados livros do Ameal. Ver, AQUI.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O TEATRO GOVERNAMENTAL: PARA QUE SERVE?


O governo do sr. Sócrates anda frouxo, maçudo, encalhado. A desorientação governamental, bem visível no manguito de munições verbais postas a correr pelos panegiristas costumeiros, é formidável. As várias e incultas conspiratas & aranzéis provincianos, sem tacto nem decoro, que todos esses sujeitos liliputianos – cujo talento ninguém inveja – mantêm por todos os lados e em todas as cores, são desprezíveis como escola política e inúteis para um qualquer rendez-vous que se preze.

A agitação estéril de um Vieira da Silva, e a lamúria que a acompanha; o enxurro de intervenções críticas acerca do esmalte da nova oposição iniciada pelo sr. Francisco Assis (o novo picareta-falante); a vistoria alvoroçada às tropas socráticas dirigida pelo reaparecido sábio Almeida Santos ou os longos e trémulos registos sobre a ingovernabilidade, aludidos pelo sempre histrião Jorge Lacão, explicam o estado da coisa e a balbúrdia económica & política que virá a seguir. E o nosso infortúnio.

A ruidosa vaudeville teatral composta pelo grupo do sr. Sócrates não é uma mera provocação político-parlamentar ou uma natural estratégia de vitimização. A dramatização da coisa, pela raridade do descalabro financeiro a que a paróquia chegou, não permite concluir que essa piedosa estratégia vise a perpetuação futura do poder ou que, nesse requinte de intriga, se reclame a salvação da pátria, uma vez remida das suas moléstias. O expediente usado pelo grupo de interesses do sr. Sócrates significa apenas que nestes quatro anos de governação a "obra" ou a "encomenda" está cumprida e publicitada. Não há mais nada a fazer. Porque, simplesmente, se bateu no fundo mais depressa com que se contava e pouco há a recolher no futuro.

Que venha do sr. Sócrates o desejo de ser emparedado – quer via Parlamento, quer pelo sopro presidencial do dr. Cavaco ou mesmo pelo labor e honradez das secções do ex-Partido Socialista – não acrescenta nada ao desenrolar das acções futuras. O sr. Sócrates e os seus amigos (quase a lembrar os últimos dias do dr, Vale & Azevedo) estão em fuga maviosa. E de saída. Tudo recomeçará depois, sem recato e sem memória. Estranha maldição, a nossa!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A CRISE DA REPÚBLICA E A DITADURA MILITAR - LUÍS BIGOTTE CHORÃO


15 de Dezembro, pelas 18,30 horas, no PALÁCIO DO MARQUÊS DE LAVRADIO (campo de Santa Clara, Lisboa) - apresentação do livro "A Crise da República e a Ditadura Militar" de Luís Bigotte Chorão.

"Luís Bigotte Chorão, jurista, investigador e professor universitário, bibliófilo apaixonado e, não podemos também esquecer, um dos nossos ledores atentos e assíduos, vai lançar o seu último trabalho.

Depois de ter publicado Subsídios para a História do Direito Comercial I - A Comercialística Portuguesa e o Ensino do Direito Comercial na Universidade de Coimbra, Lisboa, 1998 e de O Periodismo Jurídico Português do Século XIX, Lisboa, 2002, aventura-se agora numa obra que procura estudar o período aliciante, mas simultaneamente conflitual e aparentemente algo errático que se estabelece no final da 1ª República e que se prolonga durante a Ditadura Militar, onde depois começam a avançar as forças que vão controlar o País durante quase meio século.

Uma obra que resultou da apresentação da sua tese de doutoramento na Universidade de Coimbra e que a Editora Sextante se aventurou a publicar.

A apresentação vai ser feita em Lisboa, no próximo dia 15 de Dezembro, conforme se pode ver na imagem, com a apresentação feita por Luís Reis Torgal, José Adelino Maltez e Fernando Rosas que suscitarão certamente um interessante e vivo diálogo com os intervenientes"

via Almanaque Republicano.