quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006


José Marinho [n. 1 Janeiro 1904 -1975]

"... Todo o problema da filosofia portuguesa e das filosofias nacionais outro não é, conforme nos parece, senão o de garantir a universalidade da filosofia, mas concretamente situada nos diferentes homens, povos e civilizações (...) Tal qual o entendo, o sentido das filosofias nacionais é uma das formas de regresso às origens próprias do filosofar, um dos modos de distinguir a filosofia teorética e especulativa de uma filosofia cultural, livresca e universitária. Entre as duas há o abismo entre o que é vivo e o que foi ..."

[José Marinho, in Estudos sobre o Pensamento Português Contemporâneo, 1981]

"Um dos [primeiros] mais importantes aspectos [da aprendizagem] do estudo da língua natal era outrora o que se chamava 'tirar significados'. Pode discutir-se a legitimidade da expressão, pode discutir-se também o valor pedagógico dessa forma de aprendizagem.
A razão [(...) e] de uma dificuldade e de outra está em que [nesta] nesse modo de [aprendiz] apreender, as palavras são apreendidas [alcançadas] [atendidas] extrinsecamente. Professores e estudantes não atendem então ao que na palavra é [genesíaco] mais fundo ou [até] originário, a palavra é assim alcançada [de fora para dentro] desde a periferia da significação. [Por outro lado] Na busca de equivalência [perde-se o (...)] esvai-se ou não chega a assumir-se o que cada palavra tem de próprio e inconvertível. Se encontro por exemplo um significado para alegria e encontro prazer ou boa disposição, estou perto de perder ou não alcançar todo o radioso sentido [que tem] da primeira ..."

[ms de José Marinho, in Revista Leonardo, nº 4, Dez. 1988]

Locais: José Marinho (1904-1975) / José Marinho : "todo o pensar liberta" / Filosofia e Religião em José Marinho. Entre o drama da existência e o enigma do ser / O Enigma e a responsabilidade de cada dia