quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006
Foi vc que disse ... estabilidade!?
O senhor Cavaco Silva (assim mesmo, que andam castos pelos blogs) ainda não tomou posse. O sublime mandato está a protocolos e outras iniciações. Mas se o eco do serviço público à República ainda não surtiu efeito, a verdade é que a paciência, dos instruídos eleitores do sr. dr., está a modos que incontinente. Os murmúrios dominantes dentro do partido do engenhoso Cavaco Silva, de tão pouco dissimulados são, produzem, por isso, consequências demasiado previsíveis. O trivial, já se vê, nada de somenos. Diz-se.
Sabe-se, no entanto, que alguns cavaquistas mais imperturbados entendem a pungente troca de opiniões, e de arrufos, entre os Menezes, os Passos Coelho ou o inefável Marco António, sempre de permeio, como um tranquilo affaire d'honneur democrático. E, confessam não existir gemido algum, evidentemente humano, que os perturbem de dormir mansamente. O professor & o engenheiro, asseguram, tratam de tudo, nos próximos 3 anos. A bem da Nação e da Europa. Lindamente!
Entretanto, os portistas andam atarefados na lavra de revistas & debates sobre a "coisa" liberal. Um encantamento espiritual, na verdade. A penúria transporta sempre fenómenos providenciais. Estamos, como se vê, ainda no começo. E pode ser que sim, que tudo isso dure os tais virginais 3 anos, mas esperemos a nomeação de Martins da Cruz, para Belém, e o avanço para PGR do incansável Laborinho Lúcio, para fazer as contas todas. Até lá, mesmo que os "ossos" do dr. Marques Mendes sejam "duros de roer" ou a esfinge iluminada de Santana Lopes nos fite, sem ânimo algum mesmo, a atmosfera política restará um pranto. Quem ousará desembainhar a espada, primeiro?
Por outro lado, o poeta Alegre, com atestado de bons serviços à República, e a sua corte reformatória lançam sobre os indígenas um inusitado movimento cívico. Nunca visto entre os eleitores socialistas & os carentes independentes lusos. Questões como "a igualdade do género", a "despenalização do aborto", "o casamento homossexual" ou a magna questão das "novas formas de pobreza" (no dizer do E.P.C., perplexo ao saber que ainda existem), são tão audazes e esperançosas, que se compreende porque a velha raposa socialista, o venerável Almeida Santos, prescreve e recomenda a caridade rosa contra os recalcitrantes do partido. Numa jogada perfeita, passa a "bola" ao poeta Alegre. E este, enquanto estiver condenado a ser comensal da Trindade, diz que está em reflexão. Em trabalhos didácticos. Presume-se que uma poesia pastoral nasça dentro de momentos. Até lá a vida continua. E a estabilidade política, supostamente.