domingo, 15 de maio de 2005
Meme de Jour ou exercício devoto à professa Gerência
Respondemos hoje [13 Maio] à encomenda do dr. Chan e sr. Guito, paga adiantadamente em báquica libação p'la calada da noute. O Courvoisier XO Imperial foi bravo no beber. Portanto, attendite et videte na existência deste vosso pecador. E sede piedoso, ó ilustrado auditório!
- Que fazes neste momento?
Tomávamos conhecimento do silêncio meditativo dos bloguistas neoliberais sobre o caso Sobreirogate & como vão lavrando o campo da refundação da direita neste jardim da corrupção. Confeccionar o liberal libérrimo em banho de mercado é um puríssimo costume com que meneiam os neurónios. A ensaboadela económica, amputada desse charivari da livre concorrência, cria uma atmosfera absolutamente modernista. E pensar que a paixão do liberal p'la corruptela é uma magia que crepita nas abóbadas do templo de Adam Smith!? Mas lá no íntimo estávamos era a tentar partilhar a cama da vizinha, como se nota ali em cima. No pior dos cenários íamos urinar.
- Que planos tens para este fim-de-semana?
Preparar a comunhão do peito benfiquista. Vemos tantos lagartos de joelhos pelo chão, qual místicos e em silêncio desportivo, que temos o mester de lhes adubar a eucaristia na Catedral. Domar a fera, pôr as coisas no devido lugar, é coisa que se faz na Luz com simplicidade. Lá estaremos a aliviar a coisa. E Domingo, depois da janta, caminharemos p'la "cidade dos livros", em Taveiro. Em cadência triunfante para emudecer o vício.
- Que coisas te causam stress neste momento?
Além da mortificação de não termos os 70,50 mérreis finais para a entrada da tranche de um terreno na Companhia das Lezírias, nada mais temos a declarar. Só mesmo quando, em vadiagem mundana, nos ecoa a célebre máxima da Bruxa da Areosa - "mulher que sai demasiado, torna-se vadia" - é que o assombro do stress nos torna pouco heróicos. A bem dizer, o ser de prazer cai arremessado para os abismos do infortúnio. É a vida!
- Que fizeste desde o acordar até agora?
Verificámos, com alguma desconfiança (há que dizê-lo!), se os tomates não estavam enlatados, seguindo o dizer do casto Péret. Sem qualquer adversidade de permeio, valha-nos os deuses, seguimos em campo aberto para a pregação diária. Pelo caminho trememos com o "grande susto" apalavrado pelo beato José Manuel Fernandes do Público, salvo erro lá para os confins dos tempos. E, sem saber como, demos por nós a marchar para as Lísbias. Ainda era tempo de nos agasalharmos nos alfarrabistas antes que a bula do demiurgo liberal se elevasse novamente. E assim foi, de facto.
- A quem irás passar este teste fantástico?
Hesitamos entre Telmo Correia e o Tino de Rans. A experiência do trabalho trabalhado do primeiro e paixão musical do segundo é terreno sáfaro. Que fazer? (Lenin dixit). Vamos é passar o teste ao Murcon. Nestas coisas um sexólogo dá sempre muito jeito.
Saúde e fraternidade.
[P.S.: a encomenda, do Bar a Barraca, devia sair para o prelo ontem à tarde. Porém, a funcionária lá de casa, ainda não abraçou totalmente o choque tecnológico do eng. Sócrates, pelo que só agora o responso sai à estampa]