Vigília e Maquilhagem de José Manuel Fernandes
"O facto é o mais doce sonho que o labor conhece"
Via Grande Loja, tomámos conhecimento da reacção do CR d'O Público face aos acontecimentos em torno da demissão de Ana Sá Lopes, editora da Secção Nacional do jornal. A ser verdade o que é aludido, dois aspectos ressaltam logo: a nobreza de carácter da jornalista, o seu profissionalismo em defesa de uma ética da informação, do jornalismo e da verdade; por outro lado, constatasse que o incidente entre o director do jornal, José Manuel Fernandes, e o conselho de redacção se situa, necessariamente, no campo do estatuto editorial do mesmo jornal, no que se refere à "relação rigorosa e transparente, autónoma do poder político e independente de poderes particulares", que consta do seu Livro de Estilo. Ora, é conveniente clarificar o que se passou para que a seriedade e a credibilidade do jornal não seja posta em causa.
Assim deve ser. O curioso da notícia, é que nos é dito que o inefável JMF teria "perdido a confiança" na editora da Secção Nacional e, há muito (pasme-se!) em João Ramos de Almeida, persona non grata pela Ministra das Finanças. Percebe-se o porquê deste manifesto sofrimento que engasga a senhora do deficit, mas não se entende o emparelhamento de JMF na soberba e arrogância da Ministra. A não ser que o exercício cortês de vigilância do director se esteja a tornar cada vez mais numa obscura falta de equilíbrio deontológico, ou num alucinado desatino, resultante das trovas ressaibiadas e humorísticas que o obstinado JMF nos atira cada semana sobre as nossas cabeças. Mais maquilhagem precisa-se!