Em trânsito de veraneio Estamos por aqui, distraídos, sem quaisquer trabalhos de vida. O bloganço assim interrompido é um sossego precioso.
Não há saudades. Do lado de cá do mar a noite circula, choradinha de arrufos. Não se vê ministro nem candidatos carnais ao ofício (tá descansado, ó
A. Costa!). Ao longo do dia, cada vez mais rectos e espirituosos, "
havemos de supliciar livros / e nas piscinas roubar velhotas". Temos braços vigorosos e a mão firme. No resto
ainda temos talento & arte para a luminosa que nos tem cativa. Não há queixas à gerência, dizem-nos. Estamos de sentinela.
Copacabana é um túmulo.
Pelo que se descobre nestes idos de Julho, aí na paróquia
Socrática & cousa para durar nos dias estrelados do
ISCTE (a velha
corporação que lava melhor) ou até nos puxa-saco dos jornais, a efusão dos amigos da
Ministra da Educação nessa bem-aventurança dos
exames em eduquês, tem sido de choro desvalido. Mesmo anteriormente avisados, os amigos da
Ministra juram que da incompetência sai sempre a linha justa, aprumada, responsável, séria. Eis a
doença infantil do eduquês. E mesmo que a bagunça seja total nas Escolas, os devotos admiradores da
Ministra acreditam. Coisa sublime!
Entretanto, os mesmos & os outros
activistas militantes persistem numa
retórica sobre o ódio e no
discurso do fascínio da guerra. Em nosso nome, a palavra vazia, a loucura do presente e a barbárie, presentes no
Líbano e em
Israel, e que esses escribas indígenas reinventam entre a angústia do espectáculo mediático e a soberba ideológica, asseguram-nos que "
o mais belo espectáculo de horror somos nós". Não têm emenda. O
nosso inferno é esta insanidade da estética de guerra, é este cansaço de tanta comunicação, é esta vida ser, sempre, um eterno
vídeo-game. Mas que queiram,
em nosso nome, incendiar corações, instalar pesadelos, exigir caminhadas vilmente desfraldadas de um lado contra o outro ou vice-versa,
não o podemos consentir. Aprendemos há muito que as noites já não são de luar e o "futuro já não é aquilo que era". E sim,
ainda há olhares envergonhados em cada manhã.
Os nossos.