domingo, 14 de junho de 2009


MANUEL DE LIMA - O REBELDE

Manuel de Lima [1918-1976] está de regresso com "O Rebelde", obra póstuma publicada pela Edium Editores. Manuel de Lima foi um notável ficcionista [quase sempre ignorado pela gentinha intelectual da paróquia] que faz parte daqueles que Maria de Fátima Marinho [autora do mais importante estudo sobre "O Surrealismo em Portugal", INCM, 1987] apoda de "surrealistas sem escola" ou de autores com "traços surrealizantes".

Manuel de Lima ou o "Mestre do non-sense português", como Luiz Pacheco o intitulou [ver a dedicatória ao texto de Pacheco, "O Caso das Salsichas Inimigas" – ref. Maria de Fátima Marinho], nasceu em Lisboa em 1918. Foi violinista profissional em várias orquestras sinfónicas [o "seu sonho era a orquestra sem maestro" – in Luiz Pacheco, "Figuras, Figurantes e Figurões", O Independente, 2004. Leia-se esse espantoso texto de Pacheco sobre Manuel de Lima, "O careca evidente retratado pelo caixa de óculos", pp. 130-135, aliás reprodução da "Ler", nº31, 1995], crítico musical [no estimado Jornal de Letras e Artes, na Arte Musical, Século e Século Ilustrado, Diário de Lisboa, Diário Popular] e autor dramático. A sua narrativa "inverosímil", o nonsense e a densidade das situações recriadas, o ambiente fantástico das suas personagens, a sua escrita de uma riqueza irónica e o seu refinado "humor negro", fazem de Manuel de Lima uma personagem, ela própria, insólita e de assinalar no quadro novelístico português.

Não deixa de ser curioso que o primeiro livro de Manuel de Lima, onde pontifica uma "impossibilidade realista" e um curioso "ambiente fantástico", seja datado de 1944 ["Um Homem de Barbas", ed. de autor, com desenhos de Bernardo Marques e prefácio de Almada Negreiros], pois até 1945, entre nós, o espírito neo-realista entre os intelectuais era ainda enorme respeitabilidade. Note-se que Pedro Oom, em Outubro desse ano, escreve [ref. Maria de Fátima Marinho, ibidem] um artigo no jornal "A Tarde", do Porto, justamente intitulado "Nota sobre o neo-realismo nas Artes Plásticas em Portugal", onde critica o denominado surrealismo; e do mesmo modo, ainda no jornal "A Tarde", Mário Cesariny [ibidem] no artigo "Futurismo e Cubismo" não acede à critica fácil ao neo-realismo, fazendo-o apenas, e indelevelmente só a partir do fim desse ano.

Manuel de Lima integra-se no grupo [entre eles, Mário Cesariny, Luiz Pacheco, António José Forte, Herberto Helder, João Rodrigues, Manuel Castro] que se reunia em 1955 no Café Gelo [quase todos eles vinham de igual tertúlia no Café Royal], de que tanto se fala. Publicou, antes, em 1953, uma importante obra, "Malaquias ou a História de um Homem Barbaramente Agredido" [ed. Contraponto], com um prefácio de António Maria Lisboa [republicado, depois, n’A Intervenção Surrealista e na "Poesia", do mesmo A.M.L.]. Em 1958, Manuel de Lima, Luiz Pacheco e Natália Correia [amiga muito "especial" de Manuel de Lima], escrevem "Caca, Cuspo & Ramela", uma paródia insolente ou diatribe contra Mário Cesariny e o seu grupo [ver, "Pacheco versus Cesariny", de Luiz Pacheco, Estampa, 1974, e onde são transcritas "deliciosas" cartas de Manuel de Lima para Luiz Pacheco]. Em 1965 publica Manuel de Lima uma peça teatral, "O Clube dos Antropófagos" [reedição pela Estampa em 1973, aliás como toda a sua obra]. Por último, na Estampa (1972) sai "A Pata do Pássaro Desenhou uma Nova Paisagem".

"O REBELDE" (Obra póstuma), de Manuel de Lima, recolha e coordenação de Susana Custódio e Isabel Fontes, Edium Editores, 2009.

sábado, 13 de junho de 2009


O RESSAIBADO

"Ninguém tem mais peso que o seu canto" [Herberto Helder]

Leonel Moura (o "artista"), em texto de rara crueldade testicular, introduziu uma architectonicé avisada sobre o futuro da paróquia pós-eleitoral. Obedecendo a um rigoroso espectáculo paródico in adjecto e banalizando o discurso do seu maître à penser Augusto Santos Silva, o artista Leonel, numa elegia erótica irresistível considera que o "PCP, Bloco, PSD e CDS irão juntos formar o próximo governo de Portugal".

A emulação neo-modernista que deu ao seu ocioso pensamento, bem ao estylo da sacristia do sr. Sócrates, enclausurou-o na galeria dos vassalos não arrependidos da governação. O artista dos 45 "jardins portáteis" passou a sua bula projectual directamente do Jornal de Negócios – o seu "habitar poético" (Heidegger) – para a estreiteza dos muros do casebre do Largo do Rato. A guia de marcha (versão kitsch) dispôs de uma construtividade decorativa meta-artificial curiosa e dava um bom candeeiro para o pesiché da D. Câncio.

As obrinhas que o artista Leonel esfiapa nos jornais, os seus esquisses de engenharia social reaccionária e o seu tédio contra a "construção da aventura" [I.S., claro!] da dissidência (leia-se a sua vulgata contra os professores) ou a "circulação dos homens com base da vida autêntica" [Guy Debord], têm expertise à medida que as encomendas artísticas do poder lhe caem no regaço. O rendering exposto do sr. Leonel Moura tem apenas a utilidade (objecto de uso) que a mercadoria do regime prescreve. A sua obediência perinde ac cadaver pela Obra do Governo, robótica à parte, diz-nos que o abuso das políticas do sr. Sócrates não prejudica a saúde dos indígenas. O que Henrique Garcia Pereira dirá da matéria e método do sr. Leonel Moura é assunto para este "tempo consumível" de homens livres. Vamos esperar!

quinta-feira, 11 de junho de 2009


LUIZ DE CAMÕES

"Nascer para viver, e para a vida
Faltar-me quanto o Mundo tem para ela …
E não poder perdê-la,
Tendo-a tantas vezes, já, perdida!
"

Luiz de Camões

Foto: capa d'As Memórias Astrológicas de Camões, de Mário Saa, 1940

segunda-feira, 8 de junho de 2009


ENFIM ... "OS VOTOZINHOS"!!!

"Maria não me mates, que sou teu pai" [José Sócrates, perdão, Camilo C. Branco]

As eleições d’hoje acabaram (supõe-se de vez) com o cárcere imposto pelo sr. Sócrates. Contra o pensamento único, contra o autoritarismo e a delação, contra a soldadesca que tomou de assalto o Largo do Rato, contra a espuma dos interesses instalados, contra o medo derramado, contra as marionettes a soldo deste governo, contra os caluniadores das classes profissionais (os docentes, em especial), contra o jornalismo manipulativo (Habermas), contra o putedo intelectual, os eleitores que deram a vassourada impiedosa nessa gentinha do sr. Sócartes & amigos bradaram alto o direito à discordância. A rua – essa admirável prostituta – tinha razão!

A sra. D. Lurdes Rodrigues queria contar os "votozinhos" e os eleitores, por uma vez (sem exemplo), fizeram-lhe a vontade. Um beijo, Ana Drago! O sr. Santos Silva (vulgo S.S.), oficioso publicista da governação, "morreu" de boca. Graças, senhor! O paternal sr. José Lello, oráculo do regime, desapareceu em combate. Discretamente! O sr. Vitalino Canas, apóstolo da superstição socrática e sua testada, não se recomenda doravante a ninguém. Felizmente! O sr. Silva Pereira, animador de imposturas e orquestras únicas, foi esmagado. Estupendíssimo! O sr. Alberto Martins, reluzente de "democracia" interminável, lacrimejou. Inaudito! O gentio - farto do colégio interno do sr. Sócrates – fulminou-os. Inteligentemente!

Perdedores: o sr. Sócrates e os seus idiotas úteis; Vital Moreira, mais a sua trovoada de argumentos indecorosos; a sra. Lurdes Rodrigues e o seu rosário educativo; a Eurosondagem e a sua proverbial açorda estatística; o folião dr. Mário Lino; o sr. Vieira da Silva e o seu engenho social demagógico; o desconexo e brejeiro sr. Manuel Pinho; o sr. Carlos César; o sr. cavernoso Almeida Santos; os vassalos jornaleiros do DN; o nosso querido e jovem Mário Soares; o amestrado sr. José Miguel Júdice; o sr. Emídio Rangel e a sua neurose indiscreta; a incrível comissária Câncio; o sr. Miguel Sousa Tavares e a sua rincharia afamada; a sempre sorridente Edite Estrela; o indescritível sr. Bettencourt Resendes; os suspeitosos escribas do JN; o autorizado funcionário (cheio de graça), o escriba Miguel Abrantes; aquele rapaz da mui "esquerda" alta, o doutrinal Pedro Adão e Silva; a gentinha escolástica dos blogs ou boudoir do sr. engenheiro.

Vencedores: o curioso e notável Paulo Rangel; a sra. Manuela F. Leite, pela sua arte de recato; o Bloco de Esquerda e a sua direcção; o PCP, pela sua resistência; o sr. Paulo Portas, pela sua arte de sobreviver; os professores e as suas associações ou grupos; o sempre fraterno Manuel Alegre e os socialistas honrados; as classes profissionais; o jornal Público e o seu director; o inteligente e imprescindível Rui Tavares; a TVI; a blogosfera livre, cívica e democrata; os homens dignos e os livres-pensadores.

Boa noute!

sábado, 6 de junho de 2009


V FESTIVAL INTERNACIONAL DE BD DE BEJA

De 30 de Maio a 14 de Junho, decorre o V Festival Internacional de BD de Beja: Exposições e Mercado do Livro de BD, Workshops, Conferências, Sessões de Cinema - na Casa da Cultura (Bedeteca), Biblioteca Municipal, Museu Jorge Vieira Casa das Artes e Museu Regional de Beja.

sexta-feira, 5 de junho de 2009


ELEIÇÕES NA PARÓQUIA!

"O incrível país da minha tia, / trémulo de bondade e de aletria" [Alexandre O’Neill]

Domingo há as voltinhas das eleições domésticas. As regras da "arte de eleitorar", animadas pelas boticas partidárias & pasmosas nas suas incursões europeias, foram tormentosas. As investidas e as trapalhadas que as acompanharam foram tão extenuante que o silêncio ruidoso sobre essa Europa (sem corpo e espírito) só é comparável com estes anos de cárcere do sr. Sócrates. Domingo, o "sapatinho está na chaminé". Mesmo que o ruído, a agitação e as palmadinhas nas costas sejam frenéticas, a admoestação será de boa nutrição. As lamentações não podem ficar em casa! Mesmo que este país, engasgado & sem remendo possível seja uma deliciosa balbúrdia, a ("petit") vassourada virá por bem. Assim o queiram Vossas Mercês!

Sobre o movimento dos candidatos & suas novenas:

Vital Moreira: redactor das mais extraordinárias diatribes (palavrosas) publicadas. O lente engasgado, o irritado professo do sr. Sócrates em remanso europês, fez o que se esperava. Muito pouco lhe saiu perfeito, nessa lide que não é a sua. A sua estatura de académico foi liquidada, coisa que Vital não tinha pensado. Mesmo que ganhe, o desastre virá por si. O que disse sobre as classes profissionais, nos quatro anos de terror governamental, desqualificam-no. Ninguém esquece!

Paulo Rangel: vaidoso, arguto q.b., este curioso liberal debruçado no regaço da dra. Manuela, à falta de apoio caminhou sozinho. Ganhou em respeito, o que perdeu em propostas. O pântano de ideias que é esta Europa salpicou-lhe os efeitos decorativos caseiros. Durão Barroso (ou o que ele representa) fez-lhe perder a autoridade e a pronúncia anti-governo. Ganhou-se um deputado europeu, perdeu-se um excelente leader parlamentar. A incompetente dra. Manuela está salva!

Ilda Figueiredo: esforçada, séria, faz a autópsia da Europa com a ladainha costumeira. Seja em que media (ou palco) for, as artes discursivas nunca variam. É admirável como se sabe sempre o que vai dizer! Um cansaço, a sua agitação. Fez parte da maior (e única) arruada anti-governamental. Manteve, com apoio inestimável de Jerónimo Sousa, o eleitorado do seu partido. Sabia-se que seria assim, mas a dúvida era impiedosa.

Miguel Portas: mais solto, mais estudioso, mais esclarecido. Consente o debate e o contraditório (o que é raro), de modo informado e crítico. O único que disputou importantes (a crise financeira!) questões europeias, em termos globais. Esteve quase sempre bem. Fez subir a votação do seu partido, o que será sempre uma curiosa desinquietação para alguns iletrados de direita. Um vencedor, antecipado.

Nuno Melo: actor de feira, num palco de gente. Descabelado! A chateza e o palavrório dos seus putativos ataques a Vital (ou Rangel) destoam do (bom) trabalho parlamentar que faz. Sem lisura nem argumentos, mantêm (discretamente) essa curiosa espiritualidade anti-Europa. Uma grande incógnita, essa sua arremetida posição.

Boa reflexão!

quarta-feira, 3 de junho de 2009


PORTUGAL DOS PEQUENINOS

«Considero haver algumas analogias entre um pensador como o autor de «Esta grande época ainda tão pequena» [Karl Kraus] e o nosso João Gonçalves. Ambos convocam o escândalo do julgamento e a errância de caminhos. Ambos marcam a sua época em meios de expressão fora do «sistema». Um com uma folha de jornal, o Die Fackel, o outro com o seu blogue Portugal dos Pequeninos. Como escreve na ante-câmara deste livro:«Um blogue pode ser mais fidedigno do que uma notícia. E, seguramente, mais livre.» Ora a liberdade de espírito é a grande característica desta obra, como se fosse a sua verdadeira impressão digital.» [José Medeiros Ferreira, in prefácio ao livro "Portugal dos Pequeninos" - via João Gonçalves]

Hoje (dia 3), apresentação do livro de João Gonçalves - Livraria Bertrand (Chiado), pelas 18.30h - por José Pacheco Pereira.

terça-feira, 2 de junho de 2009


LEILÃO NO PALÁCIO DO CORREIO VELHO

Decorre entre o dia 3 (amanhã) e o dia 5 (sexta-feira), pelas 10.00h na Calçada do Combro, 38 A (Lisboa), um Leilão de Livros e Manuscritos:

"Arte, Autores Estrangeiros sobre Portugal, Geneologia, Heráldica, Literatura Portuguesa dos Séculos XIX e XX, com destaque para importantes obras de Camilo, Antero de Quental, Eça de Queiroz e Neo-Realismo Português. Notável Espólio Fotográfico do Marquês do Soveral" [in Palácio do Correio Velho]

Catálogo online AQUI.

domingo, 31 de maio de 2009


A MINISTRA – MIGUEL REAL

"Uma mulher seca, que nunca conheceu o amor, de passado trágico e futuro marcado pelo desejo de auto-afirmação; uma mulher de mentalidade despótica, adversa à espiritualidade dos valores, crente de que a única dimensão do bem reside na sua utilidade social; uma mulher cuja especialização académica consiste na manipulação de estatísticas, moldando a realidade à medida dos seus interesses; uma mulher que usa o trabalho, não como forma de realização, mas como modo de exaltação do poder próprio, criando, não o respeito, mas o medo em seu redor; uma mulher ensimesmada, arrogante, feia e triste, que ama a solidão e despreza os homens; uma mulher autoritária e severa consigo própria, imune ao princípio da tolerância; uma mulher que ambiciona ser Ministra". [Miguel Real, A Ministra, Quid Novi - via LER]

Miguel Real (aliás, Luís Martins; n. 1953), professor de Filosofia [da Escola Secundária de Mem Martins] e Mestre [tese sobre Eduardo Lourenço], estudioso da cultura portuguesa e da tradição ou Alma Portuguesa [dizemos, nós], ficcionista [leia-se "O Último Minuto na Vida de S.", 2007], crítico literário, ensaísta [ver o notável, "Portugal – Ser e Representação", 1995; e o imprescindível, "A Morte de Portugal", 2007], amante da leitura e dos livros, publica já em Junho o seu novo livro, com o título "A Ministra" [edição da Quid Novi].

Nota: Miguel Real [ler entrevista] colabora no Blog, Prazeres Minúsculos.

PROFESSORES – A MANIFESTAÇÃO DE 30 DE MAIO

"A união dos professores merecia ser avaliada há muito mas a linha editorial do DN parece que andou demasiado desatenta e permeável a fantasmas. Os professores não estão unidos por causa de eventuais ambições deste ou daquele.

Enquanto não entenderem isso, não entendem nada. E já vai sendo mais do que tempo de abrirem os olhos e perceberem que quem anda a reboque são alguns opinadores que nunca olharam para a realidade da vida nas escolas, mas apenas para os dossiês de propaganda da 5 de Outubro
". [in A Educação do Meu Umbigo. Foto de João Francisco]

LER: a análise, os textos, as fotos, o cantar, a festa, a cidadania, a resistência, comentários, a arte, editais, a luta, notas várias, vídeos, a liberdade, a poesia, o silêncio ruidoso, o coração ao alto, a presença responsável de uma classe ou de como "as mentiras aceites como verdades devem ser substituídas pelas verdades que se julgavam ser mentiras" [Jesus Hernandez] - A Sinistra Ministra, Anovis Anophelis, Anterozóide, APEDE, Catarse, Comissão de Defesa da Escola Pública, Correntes, Dardo Meu, Educação do Meu Umbigo, Eduquês, Escola do Presente, Escola Revisitada, Educação SA, FENPROF, Fotografando por aí, Lux Ad Lucem, MUP, Murros no Estômago, Palavrossavrvs Rex, Pimenta Negra, ProfAvaliação, Professores Lusos, PROmova, Protesto Gráfico, (Re)Flexões, Sopro dos Sentidos, Terras Altas, Topo da Carreira.

sexta-feira, 29 de maio de 2009


COM OS PROFESSORES: RESPEITO E VERDADE!


MANIFESTAÇÃO NACIONAL DE PROFESSORES - 30 DE MAIO DE 2009 - LISBOA

O PREC DO DR. VITAL

Nota educativa ou repositório de curiosidades & reflexões do cardeal Mazarin que deve observar o candidato independente do mundo do sr. Sócrates e da tortura de Maria de Lurdes em quaesquer invectivas apologéticas para uso do vulgo em sessões de esclarecimento & outros logares do termo:

"Se num compromisso escrito, descobres algum risco que te possa lesar, acrescenta algumas cláusulas vagas para poderes interpretá-lo diferentemente. Por exemplo, aquando da rendição de uma cidade, promete respeitar todos os bens dos habitantes, contanto que nenhuma desordem nem rebelião se produza – sem precisar se se trata de desordens devidas à população no seu conjunto ou apenas provocadas por um punhado de indivíduos (que, de resto, podem ser pessoas da tua própria confiança). Depois, se te convier, ou se a justiça o exigir, poderás anular o teu compromisso.
Faças tu as promessas que fizeres, age sempre como acabo de te indicar: depois terás facilidade em faltar".

"Finge-te bem informado acerca de um caso de que, na realidade, não sabes grande coisa, na presença de pessoas das quais tenhas motivos para crer que estão perfeitamente ao corrente: verás que se trairão, ao corrigirem o que disseste".

in "Mazarin. Breviário dos Políticos", Guimarães, 1997.
Gravura: de Antero Valério.

quinta-feira, 28 de maio de 2009


HOMENS SEM QUALIDADES

O dr. Cavaco, verdadeiramente, nunca foi bem um político ou estadista convincente e providencial. Um chefe que inspirasse confiança. Um espírito à altura do seu papel. Para tal era preciso carácter, integridade, autoridade pessoal, lucidez, vigor, cultura. Não era necessário ser intelectualmente grande, bastava prudência e sinceridade pela "coisa" pública. No invés, o dr. Cavaco apenas quis sobreviver para a sua viagem pessoal, mesmo quanto sugeria estar a tutelar os desígnios pátrios. Sorte grande a sua, desilusão a de todos nós.

As vagas teorias sobre a Democracia, Portugal ou a Europa desse filho pródigo de alguma direita saudosa (o novo Messias) morreram logo na razão dos curiosos desmandos que a sua governação divulgou. A felicidade pública do nativo, artificialmente excitada, expirou mesmo antes de se avistar a "aritmética economista" do seu vindouro "oásis". Como diria Ramalho Ortigão: "os deuses eram de palha".

O dr. Cavaco não nos salvou da ruína, da decadência, não modificou o regime ou o sistema político, não soube construiu uma Res Publica, uma democracia. Apenas se rodeou no poder (sem que qualquer indignação se lhe visse) de um sem número de "adesivos" ou curiosos "senadores" que, mesmo aparentemente servis, astutamente o utilizaram para despojarem o orçamento do Estado. Os seus "procuradores do povo" arrumaram, antes de tudo, a sua própria clientela e souberam bem representar os seus interesses pessoais.

O dr. Cavaco, no meio do seu azedume contra a canalha, só conduziu o país para a confusão e abuso de uma "rede clientelar" de consequências absolutamente desastrosas. A política pós-Cavaco passou a ser uma "questão de compadres", de intrigas e as "avenidas do futuro" construídas, herança da sua obra financeira, foram um inegável "brinde" aos novos caudilhos. A trágica destruição das instituições, o desamparo à sociedade civil, o cansaço e a desmoralização a que hoje assistimos (e a que estamos condenados) venceram-nos definitivamente. Não por acaso estes dias irae da desvairada governação do regedor Sócrates são consequência funesta disso tudo. A lista dos Dias Loureiros, Oliveira e Costa, os prebentados de Macau, os melífluos Constâncios, o Lopes da Mota e os Freeport intermináveis que lentamente surgem, não têm fim à vista. A degeneração é total. Não há que estranhar!

NOTA: Ontem o dr. Cavaco, depois do pedido de demissão de Dias Loureiro do Conselho de Estado, disse que não distingue "um de outro dos 19 conselheiros de Estado" e que todos lhe mereciam "igual respeito". Esta infeliz observação é quase um insulto ao próprio Conselho de Estado e, reconhecidamente, os conselheiros não mereciam tal "entusiasmo". O dr. Cavaco fez de Dias Loureiro o cérebro da sua campanha presidencial, levou-o para o Conselho de Estado e fez a sua apologia até ao fim. Que mais imprevistos ou incidentes precisamos de assinalar?

Boletim Bibliográfico 41 de Livraria Luis Burnay

Está online o Boletim 41 da Livraria de Luis Burnay [Calçada do Combro, 43-47, Lisboa], que apresenta 710 peças estimadas, procuradas e raras.

De registar uma curiosa, invulgar e valiosa “colecção de revistas infantis portuguesas ilustradas reunidas pacientemente ao longo de muitos anos por um coleccionador amigo". Assim temos Abc-zinho (1921-25), Cavaleiro Andante (1952-62), Album do Cavaleiro Andante, Bip-Bip (1961-62), Diabrete (1941-51), O Falcão (1958-60), Foguetão (1961), O Gafanhoto (1903-04), O Jornal dos Pequeninos (1907-09), O Mosquito (1936-53), O Mundo de Aventuras (1949-59), O Senhor Doutor (1933-43), o Tic-Tac (1932-36).

Consultar o Catálogoaqui.

quarta-feira, 27 de maio de 2009


COSTAS & DIAS ASSIM!

"Este aldrabão a reinar com a gente ... Devolve-nos mazé a massa, irresponsável" [Ernesto Sampaio]

O país acordou hoje numa cacofonia emocional notável. Pudera! Os coriscos acumulados por esse génio da gestão financeira (uma lenda do Cavaquismo empresarial), de nome Oliveira Costa, na sessão de ontem no Parlamento, foram um rendez-vous irrepreensível. O bom do nativo, ele próprio sofredor dessa "problemática do ego" que o sábio Costa atribui ao não menos sábio Dias Loureiro, depois do prudente silêncio que sempre legitimou a cantilena do poder, numa náusea aprumada & autorizada, estremeceu do seu desespero profundo e atirou-se ao Costa & Dias ... assim.

Tantos anos de rasgados oásis Cavaquista, bem plantados na paróquia; alguns mais sob louvação & requinte do bloco-central; outras tantas páginas lusas que o regaço do Barrosismo e as sinecuras do sr. Sócrates (agora sob manutenção do obcecado crente Vital Moreira) inventivaram nesta doce estrivaria, que o bom do nativo – lambuzando a esmola e desfeiteando o tempo perdido –, desata em impropérios contra a bem montada "rede clientelar", zurzindo curiosamente nos "despojos do cavaquismo" & demais "ismos". E não perdoa!

A elite que Abril fez nascer e multiplicar-se, essa geração sem valores nem curriculum e que laboriosamente correu à esfregação do poder político (para partir, depois, para o económico e financeiro), criou a reputação de ser quem "mais-pilha", numa infamante acção de destruição pública, sem precedentes. Oliveira e Costa & Dias Loureiro podem ser um enjoativo caso de falta de "decência", ou mesmo configurar uma banal "ajuste de contas" nesta estância à guarda do dr. Cavaco, mas seguramente que exibem o "melhor" que as elites lusas podem dar. O que não é de admirar!

sexta-feira, 22 de maio de 2009


JOÃO BÉNARD DA COSTA (1935-2009)

"... e ter-te-ia dado uma água viva" [Jo. 4,10 – in Os Dias do Senhor, 1962]

Entraram muitas vidas na vida de João Bénard da Costa. A religião e a política, a arte e a vida, a literatura e a música, o cinema e a festa, e que são - tão só - uma "forma de nos defendermos contra a morte e uma forma de compensação diante do terror que a vida inspira" [J.B.C., in D.N., 2005]. Muito cá de casa, também Bénard da Costa foi o nosso portfólio de emoções. E tal como ele próprio disse, em salvaguarda de um futuro a fazer, só se restitui ao tempo "o que cada tempo a seu tempo trouxe". E o tempo de Bénard da Costa foi magnífico, para nossa glória.

João Bénard da Costa nasceu a 7 de Fevereiro de 1935. Estuda no liceu Camões, transfere-se para o liceu Pedro Nunes para seguir Direito, que troca por Ciências Histórico-Filosóficas. Contra aquilo que denomina "desordem estabelecida" [entrevista ao Público], porque "um cristão não poderia aceitar aquilo", João Bénard da Costa (como muitos outros) participa civicamente nas lutas de antanho contra o situacionismo e em prol de uma Igreja livre e de respeito pela pessoa humana. Na faculdade (no 2º ano) pertence à Juventude Universitária Católica (J.U.C.), tendo sido nomeado seu presidente (1957). Nas eleições presidenciais de 1958 [Humberto Delgado] aparece como primeiro subscritor de uma Carta ao director do jornal "Novidades" [jornal criado pela hierarquia da Igreja e que apoiava Américo Thomaz] apelando a que o jornal exerça uma "acção esclarecedora de princípios e de problemas, que pudesse orientar ... a consciência política dos católicos portugueses" [sobre o assunto consultar, "Católicos e Política", Pe José da Felicidade Alves, 1970, 2ª ed., p.13-16].

Ao mesmo tempo (1956) funda com Pedro Támen e Nuno Bragança o "Centro Cultural de Cinema", de orientação católica, que curiosamente marca um tempo de ruptura com a "arte" e estética de referência "neo-realista", via defesa do "cinema de autor".

Forma-se em 1959, mas não fica na Faculdade com o lugar de assistente (foi convidado por Delfim Santos) porque toma, anteriormente, posição – como católico e homem livre – contra a ditadura, na campanha de Humberto Delgado (1958), o que o impede de seguir a carreira pública. Concorre a uma bolsa da Fundação Gulbenkian, para continuar a sua tese de licenciatura sobre Emannuel Mounier. Lecciona em colégios (como o Liceu Francês Charles Lepierre e o Colégio Moderno) e só na década de 60 regressa ao antigo liceu Camões, onde nas suas instalações organiza o "primeiro festival de cinema".

Como membro da J.U.C., e na qualidade de seu presidente, dirige o jornal da organização "O Encontro". Nasce então essa curiosa tentativa de fundar uma revista como a francesa "Esprit" (revista humanista personalista, de clara inspiração via Emmanuel Mounier) e, sob providencial ajuda de António Alçada Baptista (na altura sócio principal da livraria-editora Moraes), juntamente com Pedro Támen, Nuno Bragança, Alberto Vaz Silva, nasce a importante e saudosa revista "O Tempo e o Modo" (nº1, Janeiro de 1963).

Participa, ainda, na cooperativa Pragma - fundada por um grupo de católicos [a 11 de Abril de 1964, curiosamente primeiro aniversário da encíclica Pacem in Terris – sob a Pragma, consultar "Entre as Brumas da Memória. Os Católicos Portugueses e a Ditadura", de Joana Lopes, Âmbar, 2007, p.61-79] – importante "plataforma de diálogo entre intelectuais de esquerda, crentes ou não" [ibidem] e que foi, evidentemente, perseguida pela PIDE, dando lugar a um conjunto vasto de protestos e (de memoráveis) abaixo-assinados direccionados quer ao poder político quer as entidades eclesiásticas, o que levou a uma maior consciencialização e radicalização de grande número de católicos contra a ditadura. Do mesmo modo, intervém nas tertúlias e debates da revista "Concilium" (1965 – vidé Joana Lopes, ibidem), lançada pela editora Moraes e que vem "aprofundar" e dinamizar o espírito do Vaticano II.

É na coluna de "Artes e Letras" da revista "O Tempo e o Modo" que Bénard da Costa escreve e faz crítica de cinema, sua antiga, sólida e grande paixão. Convidado pela Gulbenkian para ser o responsável pela secção de cinema da Fundação, aceita de bom grado. Participa, integrado na C.D.E., nas eleições de 1969. No princípio dos anos 1970, João Bénard da Costa dirigiu o Centro Nacional de Cultura.

O dia 25 de Abril, por que tanto esperava, apanhou-o a caminho do Conservatório Nacional (onde leccionava História do Cinema) e é aí que Villaverde Cabral [ver entrevista sua ao Público] o informa do golpe que decorria. Curiosamente, nessa noite, encontra-se num jantar em casa de Nuno Bragança (e Maria Belo) com um dos grupos que formaram o M.E.S., até sair em Dezembro desse ano, em ruptura com a organização [vidé I Congresso], acompanhando o "grupo do Florida" [Jorge Sampaio, Joaquim Mestre, João Cravinho, Galvão Teles, César Oliveira, Nuno Brederode dos Santos. O nome "grupo da Florida", refere-se ao grupo de comensais que se reuniam na "mesa reservada no snack-bar do hotel" do mesmo nome – cf. Os Anos Decisivos, César de Oliveira, 1993, p. 147]. Integra com os seus companheiros ex-MES, posteriormente, o Grupo de Intervenção Socialista [GIS]. Em 1980 foi subdirector da Cinemateca Nacional, depois director, entre 1991 e 2008. Publicou e colaborou em diversos livros [lembrar o nunca citado "Os Dias do Senhor", editado pela Moraes em 1962], folhetos, catálogos e periódicos, sendo notáveis os seus textos no jornal Independente e no Público.

Nota: hoje (21,30 m) a Cinemateca fará uma sessão especial de homenagem a Bénard da Costa, passando um dos filmes da sua vida "Johnny Guitar".

[texto também publicado no Almanaque Republicano]

quarta-feira, 20 de maio de 2009


LEILÃO DA BIBLIOTECA DO DR. LAUREANO BARROS

Conforme AQUI referimos, começa amanhã o Leilão - consultar AQUI os Catálogos - da magnífica e invulgar Biblioteca do Dr. Laureano Barros. No jornal Público de hoje (ver P2), Luís Miguel Queirós refere o seguinte:

"A Livraria Manuel Ferreira inicia esta noite, na Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, o leilão da biblioteca de Laureano Barros (1921-2008), um professor de Matemática e figura da oposição ao regime salazarista que, ao longo de décadas, reuniu na sua casa de Ponte da Barca aquela que é, muito provavelmente, a mais notável colecção privada de literatura portuguesa constituída na segunda metade do século XX.

Nascido em Matosinhos em 1921, Laureano Barros não foi, nem nunca quis ser, uma figura pública, mas a sua biblioteca era bem conhecida dos muitos investigadores que a frequentavam, e todos os bibliófilos lhe conheciam o nome, pronunciado com reverência pelos alfarrabistas. Não era caso para menos. Os mais de seis mil lotes que agora vão ser leiloados incluem, por exemplo, a primeira edição da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, de 1614, um objecto mítico da bibliofilia internacional. O coleccionador devia ter, aliás, uma admiração particular pelo aventureiro e prosador quinhentista, já que se deu ao trabalho - e à decerto não pequena despesa - de encontrar e adquirir todas as primeiras dez edições da Peregrinação.

Para se ficar com uma ideia do gigantismo desta biblioteca, basta verificar que a sessão inaugural do leilão, amanhã à noite, irá terminar com uma série de lotes compostos por livros de Sophia de Mello Breyner Andresen, tendo a ordem de licitação sido organizada por ordem alfabética dos apelidos dos autores, ou seja, não se conseguirá chegar, sequer, ao final da letra "A". Seguem-se mais duas sessões, na sexta-feira e no sábado, e o leilão será depois interrompido até à quinta-feira seguinte, prolongando-se então novamente até sábado.

Os potenciais compradores vão dispor de um cuidado e volumoso catálogo em seis volumes - ele próprio um utilíssimo instrumento bibliográfico - e poderão ainda apreciar todas as peças na sede da Junta de Freguesia do Bonfim, onde estarão expostas já a partir de hoje à tarde (...)"

Ler tudo AQUI, Caderno P2.

sábado, 16 de maio de 2009


IN MEMORIAM DE EDGAR RODRIGUES (1921-2009)

O militante libertário, escritor anarquista e infatigável pesquisador do movimento operário, Edgar Rodrigues (aliás, António Francisco Correia) faleceu no dia 14 deste mês, no Rio de Janeiro. Nasceu em Angeiras (Matosinhos) a 12 de Março de 1921, "filho de um militante anarco-sindicalista português do Sindicato da Construção Civil filiado à CGT" [cf., aqui] e desde muito jovem (em casa dos pais) entra em contacto com o ideário anarquista e as doutrinas libertárias. Exila-se no Brasil (1951), fugindo à ditadura de Salazar, tendo adquirido, mais tarde, a nacionalidade brasileira.

Edgar Rodrigues trabalha inicialmente na construção civil, enquanto colabora dedicadamente com os exilados oposicionistas portugueses [apoia Humberto Delgado] e denúncia vigorosamente a ditadura do Estado Novo. Publica, por isso mesmo, os livros "Na Inquisição de Salazar" (Rio de Janeiro, 1957) e "A Fome em Portugal" (Rio de Janeiro, 1958), o que lhe vale a proibição de entrada em Portugal. Liga-se, entretanto, ao movimento anarco-sindicalista e libertário brasileiro, adoptando o pseudónimo de Edgar Rodrigues. Conhece os "velhos" militantes libertários brasileiros José Oiticica (colaborando no jornal "Acção Directa" e, depois da morte de Oiticica, dá continuidade ao Centro de Estudos, com o seu nome) e Edgard Leuenroth, com os quais trabalha activamente. Mais tarde será preso (1969) "durante a repressão desencadeada pela ditadura militar contra os anarquistas do Centro de Estudos José Oiticica do Rio de Janeiro".Trabalha na "reorganização do MLB", no Rio de Janeiro, participa no Congresso Anarquista de S. Paulo (1986), faz parte dos fundadores do "Círculo e Arquivo Alfa" (dota o Centro com um vasto espólio arquivístico, saindo do Centro em circunstância pouco esclarecedoras) e do Grupo Libertário Fábio Luz. Escreveu em diversos jornais e revistas de diversos países e é um dos fundadores da célebre Editora Mundo Livre (1960, Rio de Janeiro).

É notável o seu trabalho de recolha, investigação e divulgação das lutas operárias e da cultura libertária, principalmente em Portugal e no Brasil. Sendo um autodidacta ou um "filósofo-autodidacta", não recorrendo à vulgata académica, este adepto do "anarquismo operário" e crítico do que denomina "anarquismo dos intelectuais" deu uma inestimável contribuição ao estudo do movimento operário e social e das ideias anarquistas, em especial, pela inquebrantável pesquisa feita e publicada e que é uma fonte bibliográfica inesgotável.

No que diz respeito a Portugal, além dos inumeráveis escritos em jornais e revistas, regista-se a publicação em livro das seguintes obras:

"Na Inquisição de Salazar", Rio de Janeiro, 1957; "A Fome em Portugal", Rio de Janeiro, 1958; "O Retrato da Ditadura Portuguesa", Rio de Janeiro, 1962; "Portugal Hoy", Caracas, 1963; "Breve História das Lutas Sociais em Portugal", Lisboa, Assírio e Alvim, 1977; "O Despertar Operário em Portugal (1834-1911)", Lisboa, Sementeira, 1980; "Os Anarquistas e os Sindicatos (1911-1922)", Lisboa, Sementeira, 1981; "A Resistência Anarco-Sindicalista (1922-1939)", Lisboa, Sementeira, 1981; "A Oposição Libertária à Ditadura (1939-1974)", Lisboa, Sementeira, 1982; "O Porto Rebelde", Porto, Editor Fernando Vieira, 2001; "Lembranças Incompletas" [Autobiográfico], S. Paulo, Editora Opúsculo Libertário, 2007.

Locais: Biografia de Edgar Rodrigues / Edgar Rodrigues: uma curta Biografia / Nota de falecimento de Edgar Rodrigues [de onde retiramos, a foto acima] / Morre Edgar Rodrigues, o mais antigo exilado político português no Brasil / Edgar Rodrigues e o Movimento Anarquista no Brasil

[publicado, também, no Almanaque Republicano]

sexta-feira, 15 de maio de 2009


LEILÃO DA RENASCIMENTO – LIVROS E MANUSCRITOS

No próximo dia 26 e 27 de Maio (21,30h), via RENASCIMENTO (Rua Agostinho Lourenço - ao Areeiro -, 20 C, Lisboa), haverá lugar a um Leilão de Livros e Manuscritos. Trata-se de 922 lotes (de merecida estimação) sobre diversos assuntos.

Algumas referências da I Sessão: A Arte Popular em Portugal (dir. F. de C. Pires de Lima), III vols / Obras Completas de Nicolau Tolentino de Almeida, 1861 / curioso álbum de Fotografias de Itália / Antiguedades Mexicanas publicadas en homenege á la memoria de Cristobal Colón por la Junta Colombina de México, 1892 (c. 145 Litografias) / Annuario da Sociedade Nacional Camoneana, 1881 / Archivo Republicano, dir. Victor de Sousa, Setembro 1911 (colec. imcompl.) / Orlando Furioso, Ariosto, Lx, 1895 / Histoire Pittoresque de L'Équitation, por Charles Aubry, 1833 / Voyage Dans les parties Sud de L’Amèrique Septentrionale ..., de William Bartram, Paris, 1801, II tomos / [3 Mapas] Battle of Mount Tabor (Napoleónica) / Exercícios Espirituaes ..., do Pe. Manuel Bernardes, Lx, 1757, II vols (IV impressão) / Bodas de Oiro Cientificas de António Cabreira e VII Centenário da Tomada de Tavira, Lx, 1942 / Trité de L’Art de Fabriquer La Poudre à Canon ..., Bottée et Riffault, Paris, 1811 / Os Lusíadas (ed. III Centenário, publ. Emile Biel), 1880 / Cancioneiro [da Ajuda e da Biblioteca Nacional) / Carta Constitucional da Monarchia Portugueza (ed. Microscópica), 1832 / Corografia Brazilica ou ..., pelo Pr. Manuel Ayres de Azal, Rio de Janeiro, 1817, II tomos / Obras de José Daniel Rodrigues da Costa / Ensaio Económico Sobre o Comercio de Portugal e Suas Colónias, de José J. da C. de Azeredo Coutinho, 1794 / [Cozinha] Cuisiniere La Bourgeoise, Suivie de L’Office ..., 1788 / Origem da Insigne Ordem Militar do Tusão D'Ouro ..., de António Pereira de Figueiredo, 1785 / conjunto curioso (e valioso) de Folhetos do Sec. XVIII e XIX / A Caça no Império Português, por Henrique Galvão, 1943, II vols / Gazeta de Lisboa (de 7 de Janeiro de 1716 a 31 de Dezembro de 1722), VII vols / In Memoriam de Camillo, 1925 / Jornal de Coimbra (vol. I ao Vol. XVI), Lisboa, 1812 (a 1820) / Historia da Vida, Morte e Trasladação de Sancta Isabel ..., Lisboa, 1680 / Amanhan, de Manuel Laranjeira, 1902 / Famílias de Portugal, por Jacinto Leitão Manso de Lima, 1925, XXVI vols / Livro de Horas (sec. XV), 171 folhas em pergaminho.

Pode-se consultar (em breve) o Catálogo - realizado por José Vicente - online, AQUI.