quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Discursos que "impõem respeito"



"Frases que impõem respeito"

"O que eu acho faraónico é fazer o aeroporto na Margem Sul, onde não há gente, onde não há escolas, onde não há hospitais, onde não há cidades, nem indústria, comércio, hotéis e onde há questões ambientais da maior relevância que é necessário preservar" [sr. Mário Lino]

"Até estou convencido que um aeroporto na Margem Sul JAMAIS teria o aval de Bruxelas, dadas as mesmas questões ambientais" [Ministro Mário Lino - Jornal de Negócios, 24/5/2007]

“O aeroporto na margem sul era o mesmo que transformar o Norte do Alentejo em Brasília” [Eng. Mário Lino – Jornal de Negócios, 24/5/2007]

"Para construir o aeroporto na margem sul era preciso transportar para lá milhares de pessoas" [Mário LinoJornal de Negócios, 24/5/2007]

"Um aeroporto na margem sul tem um defeito: precisa de pontes. Suponham que uma ponte é dinamitada? Quem quiser criar um grande problema em Portugal, em termos de aviação internacional, desliga o norte do sul do país" [padrinho Almeida Santos no final da reunião da Comissão Nacional do PS]

O Tratado preventivo e a carneirada

O sr. Sócrates, com o dr. Cavaco pela mão e o fodaz Barroso de permeio, entendeu não referendar o Tratado (dito) de Lisboa. Fez bem! Muito bem!

Sabe-se como é difícil explicar à carneirada do Largo do Rato qualquer retórica de teor constitucional (atente-se, apenas, no lustre intelectual do sr. Vitalino Canas, para ver a dificuldade de tudo isso) e imagine-se, portanto, o trabalhão que seria ensinar a gramática do Tratadus à canalha. Suspeitamos que nem o dr. Vital Moreira, agora afincadamente a labutar nas Novas Oportunidades Socratistas, conseguiria, mesmo com o auxílio (bestial) da labita do dr. Miguel Abrantes, dar conta do recado. Os indígenas lusos são admiravelmente analfabetos, deliciosamente insanos, inspiradamente discretos para a coisa pública. E ficam emocionados no acto referendário. Não o praticam. De todo!

Incapaz de analisar o que quer que seja - para as dúvidas e outras minúcias técnicas têm sempre à mão, entre outras prosas, a provisória opinião do dr. Júdice, a oração presidencial do dr. Cavaco ou a coluna enfatuada do sr. Henrique Monteiro -, o nativo português não distingue a substância do Tratado no meio daquele ajuntamento de palavras, perde-se nos capítulos, não vê a elevação de forma dos seus protocolos e corre as emendas como se estivesse num arraial. Tal maravilha hermenêutica justifica o serviço pátrio do Senhor Presidente do Conselho de Ministros. E a ordem expressa do governo da União Nacional, a todos os seus vassalos. Absolutamente!

Assim sendo, a aprovação preventiva do Tratado (dito) de Lisboa, pelos óptimos cús alapados no cadeiral de S. Bento, faz todo o sentido. Estamos, pois, com o sr. Presidente da União Nacional. Bem-haja!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008


In Memoriam Luiz Pacheco

"Pode-se gostar ou não gostar, de Pacheco; pode-se estimar ou odiar Pacheco - não se pode é ignorá-lo. Este sátiro de três ao vintém, libertino de extracção caseira; redutor da vulgaridade e da grosseria, alcoólico, intriguista maior, retirante de todos os sítios, lítera do sec. XIX, ressurrecto em truculência, saltimbanco, incongruente, inconsequente - fez da literatura um meio de vida e desta um universo próprio (...)

Aí está ['Textos Malditos'] a degradação de um certo viver quotidiano; a lucidez militante de uma criatura que recusa os prestígios fáceis; as tonterias de uma prosa singularmente ladina e asseada, quero dizer: viva e sem enxúndia; o traço de união entre a miséria e a gloria (...)

Luiz Pacheco é a antítese do caligrafismo, seja: bate-se contra a frase padreca de uma literatura se santões e de arcanjos de asa branca. A estória sem historinha, a dilaceração sem uma lágrima (...)"

[Baptista-Bastos, Diário Popular, 22/12/77]

Foto in jornal Público, com a devida vénia

Bons Dias

"Hão-de reconhecer que sou bem criado. Podia entrar aqui, chapéu à banda, e ir logo dizendo o que me parecesse; depois ia-me embora, para voltar na outra semana. Mas, não, senhor; chego à porta, e o meu primeiro cuidado é dar-lhe os bons dias. Agora, se o leitor não me disser a mesma coisa, em resposta, é porque é um grande malcriado, um grosseirão de borla e capelo; ficando, todavia, entendido que há leitor e leitor, e que eu, explicando-me com tão nobre franqueza, não me refiro ao leitor, que está agora com este papel na mão, mas ao seu vizinho. Ora bem! (...)

Feito esse cumprimento, que não é do estilo, mas é honesto, declaro que não apresento programa (...)

Portanto, bico calado. No mais é o que se está vendo; cá virei uma vez por semana, com o meu chapéu na mão, e os bons dias na boca. Se lhes disser desde já, que não tenho papas na língua, não me tomem por homem despachado, que vem dizer coisas amargas aos outros. Não, senhor; não tenho papas na língua, e é para vir a tê-las que escrevo. Se as tivesse, engolia-as e estava acabado (...)

Boas Noites"

[Machado de Assis, in Diálogos e Reflexões de um Relojoeiro, Ed. Civilização, Rio de Janeiro, 1956 - sublinhados nossos]

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007


Leilão da Biblioteca de Diogo e José Bayolo Pacheco de Amorim – II sessão

Hoje pelas 21 horas decorre o segundo dia do Leilão da Biblioteca dos Professores Doutores Diogo e José Bayolo Pacheco de Amorim, que está a ser organizado pela livraria de Luís Burnay, conforme aqui dissemos.

Algumas referências: Iardim da Sagrada Escriptura ..., de Fr. Cristóvão de Lisboa, 1653 / Livro de Marinharia. Tratado de Agulha de Marear de João Lisboa, 1956 / Chronica del rey D. Pedro I, ..., de Fernão Lopes, 1760 (2ª ed.) / O Veo levantado, ou o Maçonismo desmascarado; ..., anónimo [José Agostinho de Macedo], 1822 / O Segredo Revelado ou a Manifestação do Systema dos Pedreiros Livres, ..., de José Agostinho de Macedo, 1809 / Príncipes d'Économie Politique ..., por T.R. Malthus, Paris, 1820 (1ª ed. francesa) / [Ms] Livro de Horas. Igreja católica. Liturgia e Ritual, sec. XV / Manvale Secvndvm. Ordinen almae Bracarensis Ecclesiae, 1562 (of. António Mariz) / Poblacion General de España ..., de Rodrigo Mendez de Silva, Madrid, 1675 / Dicionário Geographico das Províncias e possessões portuguezas no Ultramar, ..., por José Maria de Souza Monteiro

terça-feira, 11 de dezembro de 2007


Hoje - Leilão da Biblioteca de Diogo e José Bayolo Pacheco de Amorim

Vai hoje e amanhã a leilão – Hotel Roma (sala Veneza) pelas 21 horas - alguns livros antigos e manuscritos da Biblioteca dos Professores Doutores Diogo e José Bayolo Pacheco de Amorim, organizado pelo livreiro-antiquário Luís Burnay.

A magnífica e valiosa biblioteca, com importantes e raras peças setecentistas e oitocentistas, de um classicismo invejável, a par de um precioso lote de manuscritos do século XV a XVII, é absolutamente notável. Daremos conta das peças a leilão para o dia de amanhã (12 de Dezembro)

Um leilão notável e a não perder.

Leilão – Pintura Moderna e Contemporânea

No próximo dia 13 de Dezembro (21.30h) na rua de Santo António à Estrela, 31B (Lisboa) vai decorrer um Leilão de Pintura Moderna e Contemporânea, a cargo da Leiria e Nascimento. Apresenta quadros de Álvaro Lapa, Antoni Tapiés, António Martinez, António Saura, António Soares, Artur Bual, Artur Loureiro, Artur Varela, Augusto Barros, Cândido Costa Pinto, Carlos Botelho, Cesariny de Vasconcelos, Costa Camelo, Domingos Pinho, Domingos Rego, Guilherme Parente, Henrique Tavares, Isabel Laginhas, J. J. Ramos, Jorge Barradas, José de Guimarães, Júlio Pomar, Júlio Resende, Leonel Moura, Luis Neuparth, Maria Fernanda Amado, Manuel Gregório Pereira, Mónica Morais, Noronha da Costa, Onik Sahakian, Rocha Pinto, Stuart Carvalhais, Vieira da Silva, entre outros.

O Catálogo ser consultado on line.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007


Noite Marinheira

"A ternura é húmida" [Raul Brandão]

Afonso Duarte disse num poema:"vive-se de olhar uma flor/contar-lhe as pétalas". Estamos exaustos dessa preguiça demorada. Que o amor não me engana. Viemos compor a seiva da língua, (des)prender a manta, embaraçar o silêncio e voltamos de novo.

"Muito à flor das águas
Noite marinheira
Vem devagarinho
Para a minha beira
"

Para quem levanta a cabeça, sem esquecimento. Para quem demora o olhar, pelo mar fora. Para quem o segredo morre sem grito ... nesta noite marinheira vos damos

Frei Fado d'El Rei - Que o amor não me engana


Boa Noite!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007


Catálogo da Livraria Manuel Ferreira

Saiu o LXXXVI Catálogo de Livros raros e Esgotados da Livraria Manuel Ferreira (Rua Dr. Alves da Veiga, 89, Porto). Peças estimadas e curiosas, edições quinhentistas, manuscritos setecentistas, raros folhetos, alvarás, peças curiosas e invulgares sobre Tabacos e Vinhos, colecção dos Inventários Artísticos de Portugal, Monografias, História, Teatro, etc.

Algumas referências: D. AVRELII AVGVSTINI HIPPONENSIS EPISCOPI ..., de Santo Agostinho, 1546 / Dicionário de citações, de A. Tenório de Albuquerque, Rio Janeiro, 1957-1960, VIII vols / Conjunto curioso de Alvarás setecentistas / Conjunto estimado de Manuscritos [Documento históricos sobre o Brasil assinados pelo Marquês de Pombal; Bulas e Graças Concedidas à Ordem de S. Jerónimo / Imposto do Subsidio Literário em Viana do Castelo / ...] / Homens de Outros Tempos, por J. M. Teixeira de Carvalho, 1924 / Guignol's Band, de Celine, 1944 / Congresso Internacional de História dos Descobrimentos. Actas, Lisboa, 1961, VII tomos / Chroniques Chevaleresques de L’Éspagne et du Portugal ..., de Ferdinand Denis, 1839, II vols / Os Primórdios da Maçonaria em Portugal, de Silva Dias, 1986, II vols em 4 tomos / A Capella de Santo Abdão na Correlhã (Ponte de Lima), de Luís de Figueiredo Guerra, 1924 / História da Literatura Portuguesa Ilustrada, dir. Forjaz de Sampaio, 1929-42, IV vols / O Estado e a Revolução do Direito, por Campos Lima, 1914 / Pólvoras. Explosivos Modernos e suas Aplicações, de Luís Mardel, 1893-96, II vols / D. Carlos. História do seu Reinado, de Rocha Martins, s.d. / Reflexões sobre o Pauperismo ou as Classes Indigentes da Sociedade, por José Borges Pacheco Pereira, Braga, 1857 / O Algarve (Notas Impressionistas), por Júlio Lourenço Pinto, 1894 / Obras de Eça de Queiroz (ed. do Centenário), Lello & Irmão, 1946-48, XV vols / A Velha Casa, por José Régio, 1945-73, VI vols / O Século. Número Extraordinário Comemorativo do Duplo Centenário da Fundação e Restauração de Portugal, Lisboa, 1940

And Now Something Different

"Dê um coice no mundo e passará a viver com ele no melhor dos entendimentos" [Swift]

Há governos maus, outros demasiado infames. Uns são seriamente decadentes, outros piedosamente manipuladores. Há governos com o vício do disparate, outros são calamitosos de tanta soberba. Alguns não caem nas boas graças dos indígenas, outros ficam nas mãos dos lacaios partidários. Há governos curiosamente fanáticos, outros nem vergonha têm de esconder esse luxo, da idiotia nativa. Uns são incompetentes por nada fazerem, outros ineptos por tudo controlarem. Há governos laboriosamente reaccionários, outros usam cínicas terapias reaccionárias para enganarem e dominarem. Alguns zelam pouco pelo Estado, outros vivem a obrar virtuosas bravatas sobre o Estado. Há governos que têm a inocente arte de cair no espectáculo da política, outros vivem para ilusão e para elogio do seu próprio espectáculo. Alguns são trapalhões, outros pastam numa trapalhada de doutas opiniões. Mas todos bem animados e sempre, como sabem dizer, a Bem na Nação. Foi sempre assim, sempre assim será. O velho Botas de S. Comba deixou-nos bons e curiosos herdeiros. Sem nenhuma dúvida.

O que há de novo no governo doméstico do sr. Sócrates & Cia, e que não ensombra ou atropela as historietas de antanho, é que todo esse novo cobertor - da destruição organizada, da incompetência generalizada, da admoestação pífia, da arrogância funcional, da ameaça e humilhação, da submissão abjecta -, virtuosamente puxado por um grupelho de falsários "reformadores", consegue tudo isso ao mesmo tempo. As últimas semanas revelaram, ainda mais, a esquizofrenia dessa emproada gente e o fantástico espírito com que governam a paróquia. E a miséria moral do país e de todos nós.

Idiotia & Felicidade

"Como pode ser-se idiota e, ao mesmo tempo, feliz (...)

Pois explico já. A idiotia e a felicidade são ideias muito vagas, difíceis de cingir em conceitos de circulação universal, digamos. Mas, pensando melhor, acho que certa idiotia é susceptível de conferir ao idiota seu proprietário (ou seu prisioneiro) uma espécie de segurança em si própria que o levará, em determinados momentos, julgo eu, a uma beatitude muito próxima do que se pode chamar estado de felicidade (...)

Não se espante, por conseguinte, o leitor de que um qualquer idiota possa, ao mesmo tempo, ser feliz. É, até, assaz corrente. Há idiotas que se consideram inteligentíssimos, o que é uma forma muito comum de idiotia, e extraem dessa certeza alguma felicidade, aquela maneira de felicidade que consiste em uma pessoa se julgar muito superior à que a rodeiam (...)

Os idiotas, de modo geral, não fazem um mal por aí além, mas, se detêm poder e chegam a ser felizes em demasia podem tornar-se perigosos. É que um idiota, ainda por cima feliz, ainda por cima com poder, é, quase sempre, um perigo ..."

[Alexandre O'Neill, Idiotia & Felicidade, in "Uma Coisa em Forma de Assim", 1985 - sublinhados nossos]

domingo, 25 de novembro de 2007


Letra de Forma

"... Letra de Forma será uma página de crítica e opinião, prosseguindo no espaço digital aquela que foi a minha actividade na imprensa ao longo de muito anos. Como tal, e de acordo com a defesa que sempre fiz de que a crítica deve ser também uma actividade profissionalizada, este espaço, diferentemente da generalidade dos blogs, é também ele feito numa base profissional. De algum modo, aliás, retomam-se assim questões que tem vindo a suscitar importantes controvérsias sobre as relações dos espaços críticos na imprensa e nos blogs, e sobre se eventualmente estes estão a contribuír para o definhamento de tais espaços no meio imprenso. O anacronismo do título, Letra de Forma, é também uma resposta pessoal: aqui se escreverá tal como na imprensa, interessando menos, mesmo muito pouco, algumas das interacções características da blogosfera ..."

[Augusto M. Seabra, in Uma página de crítica - ler mais aqui]

O final deste infausto ano, que não deixa saudades tão merdoso que foi, ensaia subtis venturas futuras. A chegada de Augusto M. Seabra à blogosfera – sempre muito afoita por lindismos políticos mansos com o poder – é uma boa notícia. Uma óptima notícia.

Leilão - Photographs, Rare & Photography Books and Advertising Art

Novo leilão, já devidamente anunciado pelos jornais [ver Público de 23/11/07] e que tem entusiasmado os amadores de fotografias e bibliófilos, da Leiloeira Potássio4 [Rua dos Navegantes, 16] no dia 6 de Dezembro próximo, a cargo de Luís Trindade.

Um conjunto de peças de colecção, valiosas e de enorme raridade, desde uma curiosa foto do Paço das Escolas da Universidade de Coimbra (1870), uma fotografia de Sarah Bernhardt com dedicatória a Silva Pinto, um conjunto valioso de fotos de Fernando Pessoa e familiares, a tão conhecida foto do poeta F. Pessoa acompanhado pelo jornalista Augusto Ferreira Gomes descendo o Chiado, o manuscrito (definitivo) de Indícios de Oiro de Mário de Sá-Carneiro, livros de recortes que pertenciam a Mário de Sá-Carneiro, os dois primeiros exemplares da revista inglesa Blast [1914] em que participaram T.S.Eliot e Erza Pound, um livro hermético do sec. XVI [De Secretis Libri XVII Ex varilis Authoribus collecti ..., de Johann Jacob Wecker, 1582] que estava na posse de Fernando Pessoa, vários e curioso cartazes editados pelo Estado Novo, fotografias de Sebastião Salgado. O Catálogo pode ser consultado on line.

A não perder.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Esta Noite ... estivemos (quase) assim!

"Antes do começo
Antes do nenúfar da origem ...
" [Ernesto Sampaio]



[descoberta feita por entre as "coléras da noite" e a "sombra dos olhos", via A.S.F.]

Ysabella ... Gracias

Boletim de Novembro da Livraria Moreira da Costa

Saiu o Boletim de Novembro da Livraria Moreira da Costa (Rua de Avis, 30, Porto). Peças raras, estimadas e curiosas de/sobre Camilo, Revistas Literárias, Monografias, História, Literatura, etc. Pode ser consultado on line.

Algumas referências: Diccionario Exegético que Declara a Genuína, e própria significação dos vocábulos da LINGUA PORTUGUEZA, adoptados unicamente pelos Sabios da Naçaõ ..., por Francisco Luiz Ameno, 1781 / O Aristarco Portuguez. Revista Annual de Crítica Litteraria. Coimbra, Impr. Univ. 1868 / Homenagem a Camilo no seu Centenário, de António Baião, 1925 / O Século e o Clero, de João Bonança, 1872 / Camillo Homenageado. O Escriptor da Graça de da Belleza, Famalicão, 1920 / O Mosteiro de S. Marcos, de J. M. Teixeira de Carvalho, 1922 / O Romance d'um Homem Rico, de C. C. Branco, 1861 / Cidade Nova. Rev. Coimbra, I série, nº1 (Set. 1949) à VI série, nº1, (1959) / Os Ratos da Inquisição, de António Serrão de Castro, 1883 / Iniciação à Bibliofilia, por João José Alves Dias, 1994 / Camilo e as Caturrices dos Puristas, de Eduardo José Pinheiro Domingues [João Curioso], Rio de Janeiro, 1924 / Camillo Castello Branco e Silva Pinto, ..., Lisboa, 1918 / A Astronomia Moderna e a Questão das Parallaxes Sideraes, por Henrique de Barros Gomes, 1872 / L'Illsustration Horticole. Journal special des Serres et des Jardins, ..., 1855-1869, XIII vols / Journal des Jornaux de La Comune, ..., 19 Mars au 24 Mai 1871, Paris, Garnier Frères, 1872, II vols / Dolos, Homens & Bestas, de Joaquim Madureira [Braz Burity], Porto, 1931 / Essai sur la Tactique de L'Infanterie, ..., por Gabriel Pictet, Geneve, 1761, II vols / Codigo Pharmaceutico Lusitano ou Tratado de Pahrmaconomia, ..., por Agostinho Albano da Silveira Pinto, Coimbra, Impr. Univ., 1841 / O Professor Maximiano Lemos, por Alberto Saavedra, Porto, 1923 / O Pensamento de Salazar, Ed. SNI, 1944-1966, XXX fasc. / D. Miguel I, obra anónima [António Ribeiro Saraiva] c. pref. José Agostinho Macedo, Lisboa, 1829 / Iniciação. Cadernos de Informação Cultural, de Agostinho da Silva, 1940-43, XI fasc.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O TRABALHO

 
"- Como está a sair o trabalho?

- Uma merda!, diz o escritor-que-detesta-escrever com a náusea de quem está positivamente farto da amante.

Mas não está.
"

[Alexandre O'Neill, Achegas para a compreensão do caso de o-escritor-que-detesta-escrever, in "Uma Coisa em Forma de Assim", Presença, 1985]

quinta-feira, 15 de novembro de 2007


In-Libris – Livros de Novembro 2007

Mais livros disponíveis este mês na In-Libris (Porto).

Apresenta obras estimados de literatura, monografias portuguesas, culinária, gastronomia e tabaco, revistas, apresentando curiosas peças de Al Berto, Alexandre O’Neill, Aquilino Ribeiro, Camões, Cruzeiro Seixas, Dante Alighieri, João Cabral de Melo Neto, Jorge de Sena, Júlio Dantas, Leite de Vasconcelos, Luiz Pacheco, Ovídio, Rebello da Silva, Trindade Coelho, Vergílio Ferreira, Vicente Aleixandre, etc.

A consultar on line.

A comissão política reunida

"A democracia seria ideal se não tivesse sovaco; tudo! tudo, menos tal cheiro de suor honrado" [Paula Ney]

Conforme rezam alguns escribas mais afoitos, parece que hoje reuniu a Comissão Política Nacional dos amigos do sr. Sócrates. Os bravos e alegres folgazões que adornam tal comissão de festas andavam muito folgados: há três meses que não aliviavam o espírito socialista do sr. Presidente do Conselho de Ministros.

Os nativos andavam, por isso, pesarosos. Com muita razão. Nestes dias passados não se ouviu mais o riso do dr. José Lello – puro, cintilante e vicioso – o que dá sempre matéria para qualquer croniqueta proveitosa. Não voltámos a conhecer o génio venatório do sr. Vitalino Canas (até agora) e nem mesmo brotou (salvo ... seja!) qualquer invulgar suspiro da dr. Edite Estrela, evidentemente para enobrecer os indígenas filiados na agremiação. Enfim, três santos meses em que não se ouviu tartamudear nenhum "bem-haja! sr. Presidente do Conselho de Ministros".

Adivinhou-se, portanto, neste encontro festivo, a ocasião (assim consta, pelo gorjeio de Vitalino Canas) para cintilar a tremenda luz operária do sindicalista João Proença. Até mesmo se pode antever o ecoar da voz possante de Marcos Perestrello, coisa que terá encantado, decerto, os infaustos comissionistas; do mesmo modo, amanhã saberemos o efeito do ardente eco político dessa inolvidável figura que é Miranda Calha. Ou humedeceremos com a presuntiva lição oratória do ex-estudante Alberto Martins, agora a banhos no seio socrático, que não se negará à empolgada assistência.

Entretanto nas soçobradas Concelhias, sem o arrimo de outrora e convulsas de terror socrático, alguém apontará a impostura daquilo tudo. Mesmo que o dr. Vítor Ramalho se afadigue em juras públicas socializantes, sente-se e ouve-se por todo o lado vitupérios sem fim. O vernáculo regressa em força, pois o hálito da rosa anda fétido. E ninguém correu a avisar o dr. Jorge Coelho. Não há direito. Ingratos!