quinta-feira, 15 de novembro de 2007


A comissão política reunida

"A democracia seria ideal se não tivesse sovaco; tudo! tudo, menos tal cheiro de suor honrado" [Paula Ney]

Conforme rezam alguns escribas mais afoitos, parece que hoje reuniu a Comissão Política Nacional dos amigos do sr. Sócrates. Os bravos e alegres folgazões que adornam tal comissão de festas andavam muito folgados: há três meses que não aliviavam o espírito socialista do sr. Presidente do Conselho de Ministros.

Os nativos andavam, por isso, pesarosos. Com muita razão. Nestes dias passados não se ouviu mais o riso do dr. José Lello – puro, cintilante e vicioso – o que dá sempre matéria para qualquer croniqueta proveitosa. Não voltámos a conhecer o génio venatório do sr. Vitalino Canas (até agora) e nem mesmo brotou (salvo ... seja!) qualquer invulgar suspiro da dr. Edite Estrela, evidentemente para enobrecer os indígenas filiados na agremiação. Enfim, três santos meses em que não se ouviu tartamudear nenhum "bem-haja! sr. Presidente do Conselho de Ministros".

Adivinhou-se, portanto, neste encontro festivo, a ocasião (assim consta, pelo gorjeio de Vitalino Canas) para cintilar a tremenda luz operária do sindicalista João Proença. Até mesmo se pode antever o ecoar da voz possante de Marcos Perestrello, coisa que terá encantado, decerto, os infaustos comissionistas; do mesmo modo, amanhã saberemos o efeito do ardente eco político dessa inolvidável figura que é Miranda Calha. Ou humedeceremos com a presuntiva lição oratória do ex-estudante Alberto Martins, agora a banhos no seio socrático, que não se negará à empolgada assistência.

Entretanto nas soçobradas Concelhias, sem o arrimo de outrora e convulsas de terror socrático, alguém apontará a impostura daquilo tudo. Mesmo que o dr. Vítor Ramalho se afadigue em juras públicas socializantes, sente-se e ouve-se por todo o lado vitupérios sem fim. O vernáculo regressa em força, pois o hálito da rosa anda fétido. E ninguém correu a avisar o dr. Jorge Coelho. Não há direito. Ingratos!