terça-feira, 19 de dezembro de 2006

ANÚNICOS GRATUITOS


O rato de automóveis não se reforma como o rato de hotel

Ao volante do Supercarro, o rato Super-Homem espatifou-se. Antes de morrer, chamou pela mãe.

«Tira a pata!» disse um rato que encontrou outro rato a roubar o seu automóvel. Brigaram. A cem metros, um guarda-nocturno tilintava as suas chaves.


[Alexandre O'Neill, Dos ratos e dos Carros]

CONSELHOS AO MORDOMO


"Se servir as bebidas, tenha maior cuidado em poupar trabalho, assim como a garrafeira e os copos de seu amo. Por isso, como se pressupõe serem amigos todos quanto jantam à mesma mesa, faça com que bebam pelo mesmo copo, sem o lavar, o que lhe evitará muita canseira, assim como a possibilidade de os partir (...)

Limpe as pratas, esfregue as facas e sacuda o que estiver na mesa com os guardanapos e as toalhas que tiverem servido, na altura, porque nem sempre é dia de lavagem, além disso poupará os esfregões e, como recompensa de tanta economia, acho que o mordomo pode, com toda a legitimidade, usar os mais lindos guardanapos como gorro de noite (...)

Mandam-lhe decantar uma garrafa suspeita? Quando estiver aí a meio, dê-lhe uma sacudidela a preceito e mostre, num copo, que o conteúdo começa já a aparecer turvo (...) [meta o dedo em todas os gargalos, para ver, se as garrafas estão cheias; é o método mais seguro, porque nada há como o tacto]

Quando, meu caro mordomo, um convidado se retira, tenha a preocupação de se pôr bem à vista e de o acompanhar até à porta, e, assim que tiver oportunidade para isso, fite-o bem na cara, com o que poderá ganhar um xelim (...)

Feche, todos os dias, um gato, no compartimento onde se guardam as porcelanas, não se dê o caso de os ratos se meterem lá dentro e escaqueirarem a louça toda (...)

Amole as costas das facas de modo que cortem tanto como o gume; isto terá a vantagem de os convidados poderem experimentar o outro lado se lhes parecerem embotadas; e para mostrar que se não poupa a afiar facas, passe-as tanto que gaste boa parte da lâmina e até mesmo o punho de prata. Isto aumentará o bom nome de seu amo, como indício de casa bem governada, e o ourives poderá, algum dia, ter consigo uma lembrança

[Jonathan Swift, in Preceitos para uso do pessoal doméstico, Estampa, 1979. Nota: sublinhados nossos]

REVISTA PRELO



"pensar no presente, na certeza de que nenhum passado chegará para redimir a sua eventual omissão ou incapacidade, mas convictos também de que aquilo que foi antes interroga e de algum modo responsabiliza o que é hoje"

[Prelo nº1, Outubro, 1983]

Estimada revista (trimestral) da INCM, publicada a partir de 1983 (agora na sua III série), sob direcção inicial de Diogo Pires Aurélio.

domingo, 17 de dezembro de 2006

ANÚNCIO



Aviso totalmente gratutito:

Informam-se os nossos estimados Leitores e as nossas Ledoras (de paixão) que o ab(uso) do Governo faz mal à saúde e provoca impotência. Havendo o propósito de andanças mui alevantadas ou de entretimentos mui destemperados, é mister que tudo o que seja "sotto coperte" o seja pouco suspeitoso. Eis a boa doutrina.

Boa noute!

sábado, 16 de dezembro de 2006

EX-LIBRIS



Ex-Libris

CATÁLOGO DE LIVROS


Catálogo LVI da Livraria Moreira da Costa

Saiu o Catálogo LVI da Livraria Moreira da Costa (Rua de Avis, 30 - Porto). Peças esgotadas, algumas raras. Pode ser consultado on line.

Algumas referências: Os Intelectuais Galegos e Teixeira de Pascoaes. Epistolário, por Eloisa Alvarez, 1999 / Annaes da Sociedade Promotora da Industria Nacional (contém listagem dos seus membros, em 16 de Maio de 1823), Impr. Nacional, 1822 / A Arte Popular em Portugal (dir. de Fernando de Castro Pires e Lima), Verbo, VI vols / Estudo de Clínica Therapeutica das Aguas d'Entre-Os-Rios, de A. M. Sousa Baptista, Porto, 1915 / O Rancho de Carqueja, de António Francisco Barata, Coimbra, 1864 / Diccionario Chorographico de Portugal ..., por E. A. de Bettencourt, Lisboa, 1874 / Boletim do Instituto de Angola, 1953 (nº1, Jul-Ag-Set. 1953) a 1960 (nº 14, Jul-Dez) / Bulletim des Campagnes Scientifiques, de D. Carlos de Bragança, 1902 / Os Lusíadas (com pref. Hernâni Cidade), Artis, 1956 / Leitura para letrados, pelo Visconde de Carnaxide ("compreende a presente colectania determinadas teses juridicas"), Coimbra, 1925 / Tratado da Propriedade Literária e Artística, pelo Visconde de Carnaxide, Porto, 1918 / O Dólmen da Barroza, pelo General Mesquita Carvalho, Porto, 1898 / Dispersos de Camillo, por C.C.Branco, 1848-1852, V vols / A Rússia de Hoje e o Homem de Sempre, de Leonardo Coimbra, 1935 /Problemas da Economia Nacional, de Constâncio Roque da Costa, 1909 / Questões Económicas, Financeiras, Sociaes e Coloniaes, por C. Roque da Costa, 1916 / O Anno Politico (1896), de Fernandes Costa, 1897 / In Memoriam de Ferreira de Castro, Braga, 1976 / L'Hypnotisme, por Gilles de La Tourette, 1887 / "Livro das Communas" [trilogia: o parocho (com pref. Camilo), o mestre-escola e o administrador], por Roselly de Lorgues, 1868 / Diccionario Geographico Abreviado de Portugal e suas Possessões Ultramarinas, por Fr. Francisco Dos Prazeres Maranhão, 1852 / Promptuarium Juridicum, P. Bento Pereira, 1664 / Código Pharmaceutico Lusitano, de Agostinho Albano da Silveira Pinto, 1858 / Carta Directiva, por Affonso dos Prazeres, Coimbra, 1765 / A Velha Casa, por José Régio, 1945-1966, V vols+1 vol (Vidas são Vidas, rascunho do 6º romance)

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

ALMANAQUE REPUBLICANO


Almanaque Republicano - Actualização

A demanda da Alma Republicana renova-se, cada vez mais vigorosa e alevantada. Para ledores que o tempo habitou, para aqueles que as dissoluções passadas são ainda o temp(l)o educativo, para todos os grémios que resistem, temos a modos que argumento:

O Mundo Fascinante de Lima de Freitas; bibliografia e artigos da revista Vértice de Flausino Torres; Efemérides Republicanas do mês de Dezembro; biobibliografia de António de Oliveira Marreca; extractos de textos de Flausino Torres; anotação sobre o falecimento de Alfredo Pereira Gomes (1909-2006); novas Efemérides Republicanas para Dezembro (em continuação); leituras sobre Capitão Barros Basto; biobibliografia de Albano Coutinho (membro fundador do Partido Republicano); biobibliografia de José Caetano de Amorim Benevides (jurista natural de Loulé); foto da redacção do jornal O Mundo, no funeral do seu director França Borges (por Joshua Benoliel); um post-nota sobre o descerramento da lápide em nome da vítimas dos tribunais plenários (que alguns pretendem branquear), organizado pelo Movimento Cívico 'Não Apaguem a Memória'.

Eis o Almanaque Republicano. Ao V. inteiro dispor!

Saúde e fraternidade

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

COLISEU & O FANTÁSTICO CHANG



Vem este acrescento a propósito de cativas reminiscências que ditosas preces & freguesias viciosas nos elevaram no dia d'hoje. Basta recordar-nos dos "mundos dos impossíveis" ou poder louvado que, felicidade nossa, fizeram luz (ou Lux, conforme as criaturas) na nossa fabulosa vetustez. Coisa antiquíssima essa - a ida ao Coliseu. Diabólicos magos, a celebre mulher das barbas, a civilização por num dia, o palhaço pobre, os animais amestrados, o malabarista prodigioso (versão Teixeira Santos), o domador bíblico, o faminto leão (d'Alvalade, é claro!), a bailarina sequiosa. Tal como hoje, um mundo de vitalidade. Basta acompanhar o martírio dos colunistas, os textos obscuros do Azeredo Lopes, via comissão de exame prévio ou dita ERC, a languidez do dr. Cavaco ou a doutrina caseira do fenómeno Sócrates, a letra sensorial de João Miranda & as pinochadas d'O Insurgente. Abençoado Coliseu.

PS: em prece social(izante) enviamos os votos de Boas Festas à gerência.

PORTUGAL - DO QUE É PORTUGAL


"Não há mais que silêncio em toda esta cidade. Silêncio e fome. Acabo de percorrer toda a Rua do Ouro e a Rua Augusta e reparei que ninguém falava, As pessoas cruzam-se em silêncio, e mesmo que se conheçam não se cumprimentam; e nem no Chiado, onde está o maior comércio, ouvi uma só voz. Que silêncio. Que diferença entre a ruidosa Madrid e a cidade de Lisboa (...)

Que fazer para sobreviver num lugar onde bem sequer se pode pedir esmola em voz alta, porque é considerado como um estrago de riquezas. Que fazer ..."

[Reynaldo Arenas, O Mundo Alucinante (de 1966), Dom Quixote, 1971]

CONSELHOS AO PORTEIRO


"Se estiver ao serviço de um Ministro de Estado, seu amo só se encontrará em casa para o alcoviteiro, o lisonjeador-mór, os escritores que subvenciona, o espião e o informador sob contrato, o impressor em serviço activo, o solicitador, o corrector ou inventor de novos fundos, e o usurário"

[Jonathan Swift, in Preceitos para uso do pessoal doméstico, Estampa, 1979]

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

TERTÚLIA ANTIGA



Um grupo de notavéis na Brasileira do Chiado (1928): à mesa, em amena converseta, podemos ver Teixeira de Pascoaes, Matos Sequeira, Jorge Barradas, Benoliel, Teixeira de Vasconcelos e Augusto Ferreira Gomes.

domingo, 10 de dezembro de 2006

IN-LIBRIS - CATÁLOGO


Montra de Natal da In-Libris - catálogo

Eis a "Montra de Natal" da In-Libris (Porto). Depois do Catalogo de Natal, propriamente dito, temos novas peças. E apresenta algumas bem raras e outras bem curiosas: a edição completa da rara, estimada e valiosa revista Presença (ou Folha de Arte e Crítica, de Coimbra, 54 numrs), num "estojo em inteira de chagrin"; a Manhã Submersa de Vergílio Ferreira; a Nova Escola para Aprender a Ler, Escrever, e a Contar, de Manuel de Andrade de Figueiredo, excelente para revisitações e comparações para este insano tempo educativo; um outro para linguísticos cheios de graça, o Diccionario Portuguez e Latino, de Pedro José da Fonseca, impresso nos bons anos de D. José; desenhos de Almada Negreiros; o estimado Dictionnaire Universel de la Geographie Commerçante, de J. Peuchet, 1799-1800; a Vinha e o Vinho de Batalha Reis; o estudo de Mário Simões dos Reis, A Vadiagem e a Mendicidade em Portugal, de 1940; o Povo Português, estimado livro de Bento Carqueja, 1916; e muitos mais.

A consultar on line.

REINA A CALMA EM TODO O PAÍS


Nesta quadra natalícia, onde as lamúrias são infantilmente sonegadas (obra do incansável Silva Pereira) e os danos bem diluídos em irónicos fait-divers, não se sabe bem quais os mais astutos dos posporrentes. Se bem que tal não importune os indígenas - entretidos em futebóis, nas sandices de Carolina Salgado & Pinto da Costa, ou em visitas às dunas da Caparica - nota-se que, duma assentada, desponta um raminho de opinion-makers e jornalistas amestrados, que é um regalo ver e ler.

Para acompanhar o raminho saltareco (o bloco central sempre gerou estas graciosas criaturas), que como praga se instala por todo o lado (e, curiosamente, até nos jornais e blogs), surgem por aí uns ladrilhadores políticos ou económicos que espantam pela monotonia do espectáculo.

Está neste caminho de audácia o arrependido Silva Lopes, em jogo de braços contra o BCE enquanto namorisca (ainda e sempre) o PEC, e mais uns economistas disfarçados, inchados de nada entenderem do que se está a passar. Todos eles, em delicados pensamentos, escandalizam-se com o aumento das taxas de juro do infame BCE. A cacofonia não chega sequer à fronteira. Podemos descansar. O eng. Sócrates agradece o zelo académico, depois da consoada.

Com outro sabor, Sócrates, o ainda presidente do partido socialista do governo, para subliminar, propõe uma "new direction" na "agenda entre a Europa e os americanos". Assim mesmo. Os indígenas americanos, obscenamente, dispersaram em paz. Nós por cá esperamos que o engenheiro responda, se este nosso pragmático amigo o permitir, à pergunta de algibeira: ouve ou não conivência do Estado português para o sequestro de cidadãos pela CIA? Ah! E faça-nos a fineza de mandar o atrevido Jaime Gama a banhos, principalmente quando temos visitas da Europa civilizada. Agradecido!

Enquanto isso o inefável Luís Amado anda atrás do "paradigma pós-colonial" perdido. Fantasias natalícias. Do mesmo modo, eis que aparece a fronte enlevada de Judite de Sousa a jurar que a "senhora Maria Cavaco Silva [podia ser] a Hillary Clinton" portuga. Extraordinário. A intensidade da época natalícia é uma chiadeira. Note-se só, como o ungido Cravinho (o pai das Scuts) vai de esculpir para o território doméstico a futurista "italianização", via lugarejo da corrupção. Com efeito, a trovoada de ditos e fait-divers é, deveras, incomensurável que nem é preciso esperar pelo festivo Alberto João para os encómios natalícios. Não há estação tão mundana como esta. Nem alarido. E o país? Que será feito dele!?

sábado, 9 de dezembro de 2006

LIVROS & ARRUMAÇÕES


Cadernos 10 (Setembro 1995), revista de Teatro editada pela Companhia de Teatro de Almada, é dedicada totalmente a Virgílio Martinho. Este In Memoriam, apresenta um conjunto curioso de "Depoimentos" sobre o escritor e dramaturgo, bem como vários desenhos (Virgílio por Mário Cesariny, por João Rodrigues, de Mário Alberto, desenho da tertúlia do café Gelo por Benjamim Marques ) e fotos (do autor, com Mário Castrim, com Carlos Porto, com Cardoso Pires, com Ernesto Sampaio no café Gelo, com Mário Alberto, com Ricardo-Dácio em 1975).

Número estimado, evidentemente, registando-se textos de Vítor Silva Tavares (O Meu Virgílio) , Luiz Pacheco (Um livro a ler, texto de 1975), Júlio Moreira (O grande cidadão Virgílio Martinho), Ernesto Sampaio (Independência, pudor, simplicidade), Baptista-Bastos (Um velho carvalho ressequido, porém nobre), José Alberto Marques (Carta entre-aberta ao Virgílio Martinho), Paulo Pacheco (Virgílio Martinho, autor que conheci), Fernando Midões (Outono), Carlos Porto, Luiz-Francisco Rebello, Joaquim Benite, Serafim Ferreira (Virgílio Martinho entre a ficção e o teatro, 1989), um poema de Maria Velho da Costa, uma entrevista do escritor ao Jornal de Letras e Artes (1963), uma outra dada a António Cabrita (1989), várias notas sobre a peça "Filopópolus", um documento curioso enviado da prisão ao autor por Carlos Coutinho e uma biobibliografia.

ESPECIAL MÁRIO CESARINY


Mil Folhas - Especial Mário Cesariny

"Enquanto a classe merda passeava os cães
e votava por Kim Il-Sócrates
deu o tranglomanglo no poeta
e ele morreu foi desta
para melhor" [Mário Santos]

"Há coisas a fazer, tarefas misteriosas a cumprir, o vento ameaça partir sem um beijo na boca." [Cesariny)

["Hão-de os doutores, em seus saberes, engavetá-lo: não sei quê surrealista (estou a ouvi-lo: 'só à lista'). E pintor, upa pioneiro, do 'informalismo abstracto'. Lupas a cagar caganitas. Palavrões de alto raciocínio e pouca luz. 'Não está morto, está é mal enterrado'. Puna-se de novo, agora com ditirambos, que muitos ilustram quem os profere. Cheira mal, cheira a Lisboa" - Vítor Silva Tavares]

[livrado do passadiço Mil Folhas - 8/12/2006 - e aqui lançado para as vistas de todos vós, ó bem trajados de letras de papel]

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

AVISO

"Que não me capem com palavras doces,
Insinuantes
(ou tão severas)
Ando na feira dos mitos
E só compro coração
...
Tenho dito. É tudo palha
O que por bem me disserem
Justiça, sim, a que aurora
Um amor desconhecido
Um amor tão mal amado!"

[Ruy Cinatti, Aviso]

ANTIGUIDADES


Leilão de Antiguidades & Pintura Moderna - 12 e 13 Dezembro 2006

A Leiria & Nascimento realiza nos próximos dias 12 e 13 de Dezembro - Palácio das Exposições da Tapada da Ajuda, pelas 15 horas - um Leilão de Antiguidades, Pintura Moderna e Contemporânea (Pomar, Álvaro Lapa, Vieira da Silva, Thomaz de Mello, Paula Rego, Dórdio Gomes, Rogério Ribeiro, Roque Gameiro, António Soares, Sá Nogueira, José Contente, Mário Silva,...), Objectos de Arte e Jóias. Boas prendas!

Catálogo on line.

ESTA SEMANA ESTIVEMOS ... ASSIM



"A cada canto um grande conselheiro,
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro"

[Gregório de Matos]

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

MAGAZINE LITTÉRAIRE



Magazine Littéraire - 40 ans de littérature

40 ANOS DE LITTÉRATURE


Magazine littéraire - 40 ans de littérature

"Hegel disait que la lecture du journal quotidien lui tenait lieu de prière du matin. Mais pour le soir? Les longues soirées d'hiver? Rien ne vaut la lecture du Magazine littéraire à laquelle s'adonnent régulièrement quelque cent mille fins lettrés. Prions le ciel pour que perdure ainsi la passion des mots et des livres.Quarante ans déjà! Pour un journal, c'est un fort bel âge. En ces temps que l'on dit moroses pour la presse écrite, une telle longévité fait notre bonheur. Depuis son premier numéro, consacré en novembre 1966 à Stendhal, Le Magazine littéraire a su rester fidèle à ses principes fondamentaux. Son ambition: un mensuel exclusivement consacré aux livres ..."

[ler aqui]