sexta-feira, 26 de janeiro de 2007


Mais do mesmo na CML

O desmanchar de feira na Câmara Municipal de Lisboa - imortalizada entre os inefáveis adeptos do sr. professor Carmona (o técnico ex officio) e a galeria da putativa oposição (muito loco dolenti) - é um admiravel espectáculo. Os sintomas são os do costume. O tratamento, mais do mesmo. Não há, portanto, enxerto que lhes valha.

O caso, ainda assim, não deixa de ser curioso pela clientela que amotina. Os bons espíritos, que nestas ocasiões argumentam, expõem-se, inconsoláveis. Nada os demove. Os amigos do sr. professor Carmona - um génio, com doutoramento e tudo, dizem - abraçam o virtuoso presidente, à falta de memória cívica. Os ausentes da oposição disfarçam e assobiam abnegadamente para o lado. O dr. Sá Fernandes tem a cabeça a prémio, se ainda a tiver sobre os ombros. O dr. Santana arregimenta as tropas, com meia dúzia de girls à ilharga. Manuel Maria Carrilho, em superstição filosófica, já tinha saído com o seu próprio pé. O dr. Marques Mendes conta os dias para o final do seu talentoso apostolado. O eng. Sócrates, depois de correr com o missionário anti-corruptela Cravinho, quer é que o deixem em paz e não quer falar de eleições, coisa nenhuma (ao que parece o gentio anda a cismar demais e de bolsos vazios, o que não augura nada de bom). E, enfim, nós próprios andamos muito afadigados. Mas nada de maior. Descansem as nossas leitoras.

Deste modo, o fait divers da CML, que a politica oblige e os indígenas observam (à falta de melhor), é uma usual repetição, nemine discrepante. Ninguém ignora que nossa paróquia é um cantinho onde toda a gente se conhece, onde andamos alegremente ocupados uns com os outros. Não espanta, pois, que a senhora Gabriela Seara surja a pagar as moléstias de outros. A coisa era há muito comentada e esperada. O talento dessa gente para tentar desviar atenções e converter a manada politica (coisa que o eng. Cravinho entendeu por demais e Sócrates, vaidosamente, galhofou) não é só pouco cavalheiresca, mas insultuosa. O bloco central continua, assim, no melhor dos martírios. Quase nada o salva. O que virá em seguida, confirmará. Um dia ... qualquer!