segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Fenda
"Fenda é uma bola de ice cream partida por entre os muros altos da universidade a bocejar de tédio
Meteoricamente fálica no rabo imenso da ciência catedrática
Ah minha gente
Como somos impuros e belos! ..."
[Vasco Santos, Palavras, in Fenda nº 1, 1979]
"... Nesta paisagem de desassossego, que discurso corporal poderemos inscrever quando a crise do desejo é o vértice de uma ruína largamente apetecida?" [Fenda, 1982]
"... Estamos num tempo em que a literatura deixou de fazer parte da cultura geral, num tempo de espectadores, e até acho engraçado que ainda não me tivessem perguntado pela crise. Editor que não esteja em crise até é mal visto. O português sempre teve gosto por roer ossos - creio que era Jorge de Sena que dizia isto -, portanto estamos bem 'posicionados' para por os óculos de sol e ficar à espera. De quê? Da bactéria antropófaga da modernidade e dos dinheiros da CEE, e com isto vamos aliviando a dor de corno (...) Que livros editar nesta crise? Que livros para este mundo irrespirável? Que livros na doença e na assepsia? ..."
[Vasco Santos, entrevista ao Mil Folhas, ??]