segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Albarda da semana
"Munto gost' ê cá d'andar a caval' sem albarda...
- Oh, filh', iss' és tu qu' és novo. Agor' ê cá, se m' amontass' em osso, caía logo"
Esta semana, a bolsa de escribas indígenas, comentadores & condutores de artigalhos, teve gosto em demandar admiráveis empreitadas, serviços e fornecimentos curiosos. A praça pública, evidentemente em pastagens libertas e fecundas de fim-de-semana, andou pouco sensível à apalpação das circulares dos amanuenses, apesar de entender a digestão como grave. A coisa entre a canalha anda insidiosa e o bom governo da Nação, sorri. Sorri sempre! Lá para as bandas do Beato, Palácio Palmela, na EPUL ou no Rato, agora que o Gerez está mais perto e o dr. Cavaco anda feliz nos consensos, o riso é total. Gratuito. O gentio, porém, não entende tamanho esforço por tais delírios e nota que é simples "caturro da laringe". Ou, quanto muito, humor de olhos. Aliás o mesmo que tem vitimado o eng. do Tenta, ali para os lados da Luz.
A ver vamos. Por cá, com o assomar de novos escrivães à blogosfera lusa, entre os quais registe-se a pitoresca ameaça da aparição de um gracioso discípulo paleoliberal, a diversão promete durar. Será d'arromba. Ou como diria o infatigável mineiro das letras liberais - J.M. - em genuflexão teorética estimulante, "de ruim pano, muito bem saio". Absolutamente.
Quanto à albarda da semana, pela abastança do Dito & Feito na página de referência do Sol (Sol lucet omnibus) a modos que movendo admiração pelo zelo e caridade de pensamento, vai para o benevolente José António Lima. O abraço (solar) depositado em Souto Moura foi de grande inspiração. Para o bom do Lima, um sujeito, que por acaso é Procurador-Geral da Republica, ser amador no que faz, inábil e, principalmente, não cumprir com zelo as funções que lhe foram destinadas, não significa rigorosamente nada. Pelo contrário, tal sujeito, que por acaso é (ou foi) PGR, "colocou a justiça ao serviço da país". De tal modo que Lima, vindo do sepulcro da Justiça, considera que "nunca alguns poderes até então intocáveis haviam sido confrontados pela Justiça e (helás!) tratados em pé de igualdade com os restantes cidadãos". E acompanha a sublime exaltação judicativa, com referência ao caso da pedofilia, ao glorioso Apito Dourado, ao magnânimo caso Portucale, ao saudoso caso Fátima Felgueiras & Isaltino Morais, ao deduzido caso do Envelope 9, e por aí fora. Como se sabe, os resultados estão à vista. E no pensamento suspiroso do Lima, no "campo da justiça e da investigação criminal [somos] um país mais adulto, mais democrático e mais desenvolvido". Parabéns, pois, dr. Souto Moura. Muito agradecido. Encantados, ó Lima.
Trata-se, portanto, de chorar à memória de Souto Moura. E porque a sarabanda dos muitos Limas é livre de qualquer (auto)censura, medo, lisonja, subsídio ou perdição politica & para que não nos falte imperfeição alguma, enchemos o blog de
Tom Zé - Sem Saia, Sem Cera, CensuraCastpost
Como diria o M.E.C., "não fez mel? Não faz mal! / Amanhã vendemos tainhas!"
Bom dia.