quinta-feira, 31 de agosto de 2006


Catálogo (Especial) Monografias da In-Libris

Saiu um Catálogo extra da In-Libris (Porto) de temática monográfica. A consultar on line.



"... salut, vieux livres, mês amis, mês consolateurs, mês plaisirs et mês espérances"

[Bibliophile Jacob]

García Lorca 70 anos depois

"Era de izquierdas, tenía gran éxito
como escritor y era homosexual
" [Ian Gibson]

"... Federico García Lorca ha sido uno de los poetas más y peor leídos de nuestra lengua. Quizás deba su gloria también a su muerte absurda. Pero, contrario a tantos otros poetas militantes igualmente prestigiosos, nunca perteneció a partido alguno, ni asumió principios políticos e ideológicos de los cuales desdecirse una vez pasado el triunfalismo de atroces dictaduras. Como Esenin, Maiakovski y Vallejo, fue uno de los verdaderos espíritus libres del siglo XX?"

[ler aqui]

quarta-feira, 30 de agosto de 2006


Naguib Mahfouz [1911-2006]

"La mort! La mort, quand j'ai perdu mon père, je ne m'y faisais pas. Maintenant, je la regarde comme une partie intégrante de la vie. Je l'ai acceptée et je peux même dire que je me suis réconcilié avec elle en tant que réalité. Bien plus, si l'on avait proposé à l'homme de vivre éternellement, je l'aurais, quant à moi, refusé, car l'éternité est insupportable"

"En vérité, j'ai toute une histoire avec le roman policier (...) Le roman policier est en vérité une forme très séduisante, à tel point qu'il suffit de se rappeler que le roman d'avant-garde, ce qu'on désigne par «anti-roman» ou «a-roman» a eu recours à la forme policière pour alléger son hermétisme ..."

"Dire que la littérature est un jeu avec les mots est une idée avec laquelle je ne suis pas tout à fait d'accord. La littérature est une quête de mots, une quête du mot juste pour exprimer ce qu'imagine ou ce que sent l'auteur. Et comme toute quête, elle s'accompagne de douleur. Mais une fois le but atteint, on sent une grande joie.

C'est donc une opération qui comporte jouissance et douleur en même temps. Les motivations profondes de cette quête, sa pratique, sa prise de possession de tout l'être de l'écrivain, c'est tout cela qui fait qu'il persévère, malgré toutes les épreuves, jusqu'aux ultimes limites de ces forces. Il n'y a ni jeu avec les mots, ni manipulation des mots. C'est une quête ... Une quête du mot juste"

"Quant au rôle des intellectuels, je crois qu'ils doivent être le porte-parole de la pensée éclairé, de la modernité et des valeurs supérieures. Ils ont à les propager, chacun selon ses moyens. L'écrivain avec sa plume, le journaliste avec sa voix, le militant politique à travers les partis et les syndicats ... Toute voie consolidant l'humanisme doit être utilisée. C'est en cela que réside l'espoir"

[in Entretien inédit avec Naguib Mahfouz, par Rachid Sabbaghi]

quinta-feira, 24 de agosto de 2006


Arrumações - Vynil, CD's e Cassetes Piratas

"le nom des passages devint comme un filter qui ne laissait passer que l'essence la plus intime, l'essence la plus amère de l'Autrefois. Ce pouvoir étrange de distiller le présent comme l'essence la plus intime de l'Autrefois est ce qui confère au nom, pour les vrais voyageurs, sa puissance mystérieuse et excitante" [Walter Benjamin, Le Livre des Passages]

Jane Birkin - Sans ToiCastpost
BLOGS [Libano e Israel]

All Kinds of Writing / Angry Arab / Bassem Mroue [Beirute] / Beirut Spring / Biur Chametz [Israel] / Bob's Blog [Libano] / Chercheuse d'or / Cold Desert [Beirute] / CoNsCiEnCe TrAnQuIlLe / Dovbear / Dove's Eye View / From Beirut to the Beltway / Israel Matzav [Jerusalem] / Jerusalem Diaries / Kerblog [Beirute] / Lebanese Blogger Forum / Letters Apart / Life, or Something Like It... [Libano] / Life in the Styx / Me, myself, and my Lebanon / Medad's Words / Muqata / My Right Word [Samaria] / On the Face / Rampurple / Ramzi Blah Blah / Realm of R / Shiloh Musings / The Lebanese Bloggers / The Perpetual Refugee / Tikun Olam / Welcome to My Lebanese Dream / Zionist Conspiracy

Anotações [Revisão da matéria ...]

Bush: U.S. at War with "Islamic Fascists" [Anthony Arend] / Death to Yuppiestan, or, Nasrallah was right [Haaretz] / Former diplomats and retired generals letter to president Bush. Words not War, A Statement on Iran [August 2006] / From Mania to Depression [Uri Avnery] / Guerre en Orient ou paix en Méditerranée? [Etienne Balibar e Lévy-Leblond, Le Monde] / Israël à l'heure des révisions stratégiques [Le Monde] / L'échec de la stratégie Bush [Le Monde] / Let's declare victory and start talking [Zeev Sternhell, Haaretz] / "Notre famille a perdu la guerre" [David Grossman] / Only democracy stood the test [Zeev Sternhell, Haaretz] / Texte de la résolution 1701 / The most unsuccessful war [Zeev Sternhell, Haaretz] / What Next? [sobre o Iraque, via Washington Post] / You are terrorists, we are virtuous [London Review of Books] / 'Your son was killed in action. We're sorry' [Times]


"If you have ten thousand regulations you destroy all respect for the law"

[Winston Churchill]


"Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando"

[Fernando Pessoa, Tabacaria]

quarta-feira, 23 de agosto de 2006



Certa vez, um erudito resolveu fazer ironia comigo. Perguntou-me: «O que é que você leu?» Respondi: «Dostoievski». Ele queria me atirar na cara os seus quarenta mil volumes. Insistiu: «Que mais?». E eu: «Dostoievski». Teimou: «Só?».

Repeti: «Dostoievski». O sujeito, aturdido pelos seus quarenta mil volumes, não entendeu nada. Mas eis o que eu queria dizer: pode-se viver para um único livro de Dostoievski. Ou uma única peça de Shakespeare. Ou um único poema de não sei quem. O mesmo livro é um na véspera e outro no dia seguinte. Pode haver um tédio na primeira leitura. Nada, porém, mais denso, mais fascinante, mais novo, mais abismal do que a releitura"

[Nelson Rodrigues]

Nelson Rodrigues [n. 23 Agosto 1912 - 1980]

"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha óptica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico" [N. R.]

"Segundo Bernard Shaw, o inglês fala muito mal o inglês. Eu acrescentaria que o americano fala pior. Portanto, não seria exagero afirmar-se que a língua inglesa não existe, ou por outra, não existe como língua falada. Mas há pior e. repito, há pior. O inglês, tal como o imaginamos, também não existe. Sim, nós o vemos como um sujeito de nobilíssimo porte, de nobilíssimas maneiras, de nobilíssimos sentimentos. É uma figura quase irreal de tão melíflua. Eu disse "quase irreal" e já rectifico: absolutamente irreal.

Com o mínimo de lucidez critica, verificamos que o comportamento passado, presente e futuro do Império Britânico e do homem que o fez não corresponde à nossa furiosa idealização. Em vez de estar isento de paixões, o inglês é, inversamente, vítima das paixões. Na História e na Lenda, age e reage como passional. E, como todo passional, é capaz do sórdido e do sublime, do heróico e do abjecto, da generosidade e do saque. Tais contradições explicam a eternidade do inglês. Foi ele que salvou o mundo. Não fosse sua resistência, estaríamos hoje engraxando as botas nazistas ..."

[Nelson Rodrigues, A Insuportável Delícia Auditiva, in O Remador de Bem-Hur]

terça-feira, 22 de agosto de 2006


Catálogo de Agosto da In-Libris

Saiu o Catálogo do mês de Agosto da In-Libris (Porto). A consultar on line.

Folheto da reentré

"Com orelhas direitas como livros amados,
eu ouvia a chegada ...
" [Herberto Helder]

Depois de afagos de veraneio pendurámos a lembrança, em local decente. Nas muitas noites-ligados-a-dias sem novelas da paróquia, sem ambição de coisa alguma e em salutar "metafísica do ócio", a iluminação teria de ser total. E, na verdade, foi a nossa abastança virtuosa. A "estrita" observância a paixões deliciosas e sentimentos d'ócio peculiares, fez prolongar a visitação extraordinária, assim a modos "como gatos espapaçados ao sol" [M. Bandeira]. As instruções, os preceitos e as exortações do vate Sócrates & sua imprensa amestrada, não nos importunaram. Fomos piedosamente poupados à erudição doméstica. E, claro está, podemos dizer, humildemente ... que "cumprimos"!

Feito o devido reparo a ledores atentos e a outros mais ditosos, que bem alegres estão na cobiça do "lava-pés" algarvio ou em convivência bloguística continuada, diremos que, apesar do macio dos lábios, do coração pulsando e da mentira dos homens, não nos perdemos das correntezas da infame humanidade.

E lembrando Jorge de Lima:

"... A vida está malograda.
Creio nas mágicas de Deus.
Os galos não cantam,
A manhã não raiou.
Vi os navios irem e voltarem.
Vi os infelizes irem e voltarem.
Vi homens obesos dentro do fogo.
Vi zigue-zagues na escuridão ...
"

espero que tenham uma agradável ceia e ... café gostoso. Até lá, aguçamos o teclado. Gratias!