segunda-feira, 16 de maio de 2005
Três Tristes Tigres
"uma cousa são razões, outra coisa regateiradas" [Pe. J. Agostinho Macedo]
O prof. Marcelo, absorto no espírito de comentador dos crentes, disserta inquieto sobre tudo o que é impresso no reino. E sem qualquer sensatez, bom critério ou precisão analítica, destrói tudo aquilo onde se mete. Na verdade o professor é o seu próprio coveiro. O comentador, em sucessivos pinotes de análise política, é de uma delicadeza sem limites, de uma ternura instruída, de uma provocante graciosidade, porém, o aconchego da vaidade de se ver criador de factos políticos impede-o de melhor resguardo previsional ou visão estratégica.
Este domingo, a propósito do défice orçamental, resolve zurzir em Santana Lopes e no inefável ministro Bagão Félix. De caminho aponta baterias para a (não)governação Socrática. Curiosamente, em todo este cenário de crise orçamental, a faca governativa da sra. Ferreira Leite não se vislumbra no atoleiro luso. O que nos é sugerido (e não só pelo professor, entenda-se) é uma picaresca retirada, no cenário de crise, das políticas recessiva da santa senhora. A teoria das influências marcelistas tem sempre este arrojo diletante.
Ora, em fase de pronunciamento presidencial de Cavaco Silva, a estafa alucinante do comentador é cega e grotesca. O problema do prof. Cavaco é como lidar com o desaconchego das péssimas políticas do governo de Barroso. Não nos parece que a presença de Ferreira Leite na comissão de honra do sr. Silva seja algo de bom. À sua simples enunciação a caridade do portuga vacila, o auditório range os dentes. Só o prof. Marcelo aplaude frenético. Eis, de novo, o coveiro Marcelo, no seu melhor, a verberar o militante Rebelo de Sousa. Como deve andar febril o candidato Cavaco Silva com o prosista da RTP. Até dá pena.