terça-feira, 22 de março de 2005


Miscelânea política & novenas devotas

- ausentes em terras do sul ou na planície heróica alentejana, inspirados nas recordações que a nossa inocente alma reclamava, entre transumâncias que a solenidade reuniu e a paisagem invocou, subimos mais para norte e depois de porfiada colheita nos terrenos d'Alvalade - graças senhor Pinto da Costa! - respeitámos a caminhada até terras do Mondego. O espanto e o horror da populaça jornaleira e bloguista pelos presumidos atributos do eng. Sócrates - ao que parece, diz, consagrou a alma e a governação a voto de silêncio - foram-nos indiferentes. Mas admirámos a curiosa cruzada erguida contra o programa do governo, dito copy paste do programa eleitoral. Tal movimento afectuoso é contrário à repugnância que outros, anteriormente, seguiam, o que se compreende. A vida airosa de Barroso, Lopes & Portas sempre foi o choro desvalido dos trânsfugas da política. E o que se precisa é liberalizar por aí. Há que seguir a canção.

- mas tivemos atentos e via Causa Liberal, fomos esclarecidos do talento do vate Sérgio Figueiredo, agora mergulhado na dor da queda do dólar, a partir de uma instruída redacção virtual. A comovente prédica económica, caridosamente tricotada no Jornal de Negócios a partir dos alinhavos de Antony P. Mueller ou vice-versa, que nisto de economia o (des)amor é cego, retrata bem a bondade dos nossos jornaleiros da economia. Como não vislumbramos o fascinante Figueiredo numa qualquer TV a tecer os seus rosários económico-liberais sobre o estado da nação, supomos que a plagiada foi admirável. E ficará para mais tarde recordar.

- e não deixámos de ler O Público, que agora, graças à originalidade do camarada José Manuel Fernandes, persiste numa incansável campanha de mau gosto. Não só tecendo loas ao execrável Wolfowitz, no que está em perfeita sintonia com os "ambiciosos planos" presentes nos desígnios da "nova" Mãe Pátria (JMF fez um transfert admirável, que é um study case. Da Mãe Rússia passou-se de armas e bagagens para a doce USA. Sempre e afinal o eterno problema da mãe ou da mulher).

De outro modo, para que a vergonha seja perfeita, cedeu o inefável JMF as páginas d'O Público à nata da sandice da classe política, permitindo um depoimento insano de Pedro Pinto, no mais perfeito estilo estalinista. Sabe-se como o JMF não resiste ao senhor do bigode, mas não seria aconselhável que tais ódios partidários fossem acolhidos no jornal do PSD, em vez de o ser num jornal que se quer sério? Já não há recato?