quinta-feira, 10 de março de 2005
Boris Vian [n. 10 Março de 1920-1959]
"... O erotismo de Os cento e Vinte Dias de Sodoma quando não cai num ridículo assaz cómico não vai nunca além de um Petit Larousse perverso; e os preparativos da orgia que duram páginas e páginas são maçadoras e bem inferiores em sugestão ao Catalogue Général de la Manufacture d'Armes et Cycles de Saint-Etienne, ou ainda aos anúncios matrimoniais do Chasseur français. (...) Pseudo-erotismo também os livros de Delly, de Max du Veuzit e de todas as damas cuja função principal parece se a de fabricar, a longo prazo, novos complexos para uso das jovens católicas (...)
Um outro grande erótico: Ernest Hemingway. Coisa curiosa, é perto das mulheres, reputadas como menos sensíveis que os homens às solicitações do livro, que Hemingway tem maior peso. As cenas de Por quem os sinos dobram onde o herói e a heroína fazem uma data de coisas dentro de um saco de dormir foram-me descritas e relembradas por todas as amáveis pessoas que interroguei sobre a sua concepção de literatura erótica ..." [Boris Vian, in Escritos Pornográficos, Livraria Utopia, 1988]
"Monsieur le Président,
je vous fais une lettre,
que vous lirez peut-être,
si vous avez le temps.
Je viens de recevoir
mes papiers militaires
pour partir à la guerre
avant mercredi soir.
Monsieur le Président
je ne veux pas le faire,
je ne suis pas sur terre
pour tuer de pauvres gens.
C'est pas pour vous fâcher,
il faut que je vous dise,
ma décision est prise,
je m'en vais déserter ..." [Boris Vian, in Le Déserteur]
Locais: Boris Vian (1920-1959) / Boris Vian / Boris Vian e il jazz / Boris Vian, Artista Multifacetado / Vernon Sullivan ou les pseudo-traductions de Boris Vian