terça-feira, 11 de janeiro de 2005


Maçonaria Portuguesa

[a propósito das afirmações de Paulo Noguês, citadas no jornal Público, em que era dito que a maçonaria portuguesa "ou tem capacidade de projectar o futuro ou acaba"]

"... Em quanto o Maç. vulgar, satisfeito com uma apparencia mystica, se contenta se saber pronunciar algumas palavras, de que ignora o verdadeiro sentido, o Maç. philosopho se lança aos séculos passados, e lá vê as causas primeiras e os fins reaes da Instituição Maç. (...) [in Historia da Franc-Maçonaria ou dos Pedreiros Livres pelo autor da Bibliotheca Maçónica [Miguel António Dias], capítulo IV, Lisboa, 1843]

"A Bulla do papa João XXII de 19 de Março de 1319, pela qual foi fundada a Ord. de Christo em Portugal; a Ractificação da mesma por el-rei D. Diniz, feita em Santarém aos 5 de Maio do mesmo ano; e a Bulla do Papa Júlio III, de 4 de Janeiro de 1551, pela qual se fez a união dos Mestrados das Ord. de Christo, de San-Iago, e Aviz, à Coroa Portugueza, são documentos irrecusaveis, e provam que a Iniciação primitiva, fonte de Franc-Maç. actual, existiu primeiro em Portugal, do que em outras Nações da Europa (...)" [in Annaes e Codigo dos Pedreiros Livres em Portugal pelo auctor da Bib. Maç. e Arch. Mystica, etc, , p. 4 , Lisboa, 1853]

[Nota: o autor, a partir do que foi acima transcrito, procura, curiosamente ou não tanto, demonstrar que a origem da introdução da maçonaria em Portugal nada deve à Ordem dos Templários e muito menos à Ordem de Cristo, dado afirmar, estranhamente, que tais Ordens nada tinham de iniciáticas. Seja como for, os vários livros publicados, anonimamente, por António Miguel Dias são fundamentais para a história da Maçonaria Portuguesa]

"... Por conclusão, diremos mais que Portugal precisa reformar a sua Maçonaria, reduzindo todos os Ritos e todos os Orientes a um só Rito, e a um só Oriente - Não se diga que uma reforma entre os maçons portuguezes é hoje impossível: pelo contrário, sendo desejada de todos os verdadeiros maçons, como é, só lhe falta quem do coração lhe dê um impulso franco e sincero ..." [in Arch. Mystica do Rito Francez ..., 5843 (aliás 1843)]