quinta-feira, 2 de setembro de 2004


O tempora, O mores!

[Quo usque tandem abutere, Portugal, patientia nostra?]

- o Presidente da Republica de turno esta semana lembrou, a propósito da "campanha alegre" da organização "Woman on Waves", que "era comandante supremo das forças armadas". A inventiva do dr. Sampaio teve a frescura de um discurso grave e insólito. Raramente se ouvia, na costumeira chateza espiritual do presidente de turno, tal assombro. Louvemos esta pujança de fim-de-estação.

Porém, ao que parece, o putativo Lopes, muito serenamente e com a tolerância emprestada do velho Botas de S. Comba, faz coro na missa pontifical do casto Portas. O "brio patriótico" iluminado pelo glorioso vaso de guerra em vigia aos perigosos "terroristas" do "Barco do Aborto" premeia a fúria louca neoconservadora e moralista. O que é magistralmente estupendo pelo resultado conseguido. Mesmo assim, a originalidade do dr. Sampaio, comovente "até às lágrimas", não obteve o resultado esperado. Ainda não foi desta que tivemos comandante. Per supoesto!

- as opiniões dos adeptos nativos e demais autoridades do futebol de bancada estão cada vez mais judiciosas. Os folhetos que imprimem nos jornais, televisão, rádio e blogs, são uma declaração surpreendente de espalhafatosas profecias, a saber: o temível FCP, sob o patrono desse jongleur Pinto da Costa, vai vassourar "cientificamente" as equipas adversárias. Implacável, a (agora) consolidada equipa azul e branca, irá registar, além de um futebol de ataque de grande fulgor filosófico e de uma viçosa defesa que causa inveja, infames vitórias sobre os ímpios. Os simpatizantes do Estádio do Dragão estão estimulados. A rapaziada indígena dos outros clubes, ao que parece, está resignada. Que malvadez! Deve o excelso campeonato continuar? Ou vamos ao próximo!? E há tempo?