segunda-feira, 21 de junho de 2004


Portugal: Missão Cumprida

De vocação irremediavelmente prendada, a selecção de Portugal deu uma tosquia de primeira aos nossos hermanos. É mister dizer que fomos superiores em tudo. E não vale a pena ruborizarem-se os críticos de sofá com esta vitória. Nem é acertado aduzir que este exercício de futebol pátrio se deveu às substanciosas dissertações, dos ditos comentadores, sobre as escolhas de Scolari. Ao que se sabe, nenhum desses senhores alguma vez jogou futebol ou sabe o que isso representa. Se assim fosse, estariam no lugar de treinador e não de jongleurs de palavras. A não ser que o futebol já esteja no domínio do científico e, assim sendo, qualquer um pode ser um Mourinho, doutamente falando. Mas não e por isso, viva Scolari!

O que se assistiu nestes dias, e mesmo depois do resultado feito, foi um fartar vilanagem. As questiúnculas em torno do apuro da escolha dos nossos atletas, a investida fundamentalista com lunetas made in Antas contra o seleccionador (campeão do mundo ... ainda se lembram?), o desplante de alguns fanáticos jornaleiros em torno de alguns jogadores (Figo, Rui Costa, Fernando Couto, ...), a insânia bradada do púlpito dos jornais (e blogs, curiosamente) sobre tácticas e estratégias, divulgam a lista de mazelas com que é pródigo o autêntico portuga. E o original e comovente disto tudo, é que agora, com a vitória feita (que não esperavam, nem queriam) se atrelam à famosa "teimosia" Scolariana, e vai de desovar o fel tão extenuadamente guardado. Estão neste descarado cenário, onde não faltam os remoques ao seleccionador e a jogadores, o mulá António Tavares Teles e o profeta do futebol d'O Público Bruno Prata. Pode-se dizer que o futebol foi e será sempre assim. Seguramente que é verdade. Mas é tempo de acabar com essa soberba. E com o palavreado do desgraçadinho, e já agora com essa ideia do futebol objectivamente e cientificamente analisável. Era o que nos faltava!

Anotações: Ricardo Carvalho foi um bravo, inteligente e selecto jogador. Irrepreensível. E só uma UEFA (ou o Teles & Pratas juntos) não consegue ver isso mesmo. Nuno Valente um guerreiro. Miguel não comprometeu. Deco um mágico. Figo o boss elegante. Maniche um "mouro" de trabalho. Nuno Gomes ... apenas Nuno Gomes. Por tudo isso, obrigado a todos.