Livros & Arrumações
- Com o título "D. Carlos de Bragança e a Sua Arte" (1964), José Dias Sanches da Real Academia Galega, ensaia uma biografia sobre D. Carlos pintor e aguarelista, estabelecendo um retrato precioso do Rei e dos artistas do seu tempo. Alguns dados curiosos: "No séquito que acompanhara aquele Rei [trata-se de D. Fernando, que casou com D. Maria II] ... viera da Alemanha para Portugal Wenceslau Cifka, com o cargo de caçador da Casa Real, ao serviço do Rei. Cifka era exímio conhecedor de obras de arte, e possuía vasta cultura. Em breve, travou convívio com alguns dos nossos principais artistas ... os gabinetes de trabalho daquele Rei, passaram a ser então, o ponto de reunião das pessoas mais cultas do nosso meio"; é referido o papel crucial do espanhol Henrique Casanova, "exímio desenhador especialista em aguarela", para a aprendizagem e o entusiasmo de D. Carlos pela pintura e arte.
- O anarquista Edo Metzner publica uma sátira a D. Carlos ("No Agonisar da Monarchia", 1906), onde em nota final diz: "... O vexame da chacota é um cautério bastante corrosivo e dissolvente. As chagas putrefactas não resistem à sua acção benéfica e nihilista. Escrevi uma satyra revolucionaria e responsabilizo-me pelo que escrevi. Insultei o Sr. D. Carlos de Bragança; não espero o seu indulto..."
- Rara biografia de Pedro Fernando Tomás (irmão do bibliófilo Aníbal Fernandes Tomás), "professor, escritor e jornalista de raro merecimento", datada de 1927, publicada como separata do "Boletim dos Professores do Ensino Industrial e Comercial" e mandada executar por Eloy do Amaral, antigo professor e secretario da Escola Industrial Bernardino Machado, da Figueira da Foz, "como homenagem de respeito e saudade, prestada ao seu querido Director...". Com uma fotografia de Pedro Fernandes Tomás.