segunda-feira, 31 de maio de 2004


Walt Whitman [1819-1892]

n. em Long Island a 31 de Maio de 1819

"Nasceu em Long Island ... quem seria o maior poeta da América, e um dos mais originais e corajosos poetas líricos da poesia universal. Os seus costumes, a sua franqueza, o seu erotismo, o seu radicalismo político, a sua expressão anaforicamente tumultuária e repetitiva, o seu gosto das apóstrofes e das enumerações, o seu verso esplendidamente livre, é muito escândalo junto para ele ser o poeta nacional que ninguém foi como ele, ainda que muito mais crença na democracia que por nacionalismo. (...) Vivendo de empregos ocasionais, jornalista frustado (mas as suas reportagens da Guerra Civil da Secessão são obras primas), Whitman foi um Verlaine sem senso de pecado, e com um sentido de grandeza e da magestade do mundo e da vida, que Verlaine não teve.(...) [Jorge de Sena, in Poesia de 26 Séculos]

"... De aqui de Portugal, todas as épocas no meu cérebro,
Saúdo-te, Walt, saúdo-te, meu irmão em Universo,
Eu, de monóculo e casaco exageradamente cintado,
Não sou indigno de ti, bem o sabes, Walt,
Não sou indigno de ti, basta saudar-te para o não ser...
" [Álvaro de Campos]

"Ainda mais coragem, meu irmão ou irmã
Não vaciles - a Liberdade tem de ser servida, haja o que houver;
Que importa que ela falhe uma vez, ou duas vezes, ou muitas vezes
Ou seja ferida pela indiferença ou ingratidão do povo ou pela infidelidade
Ou pelo aparato das mordaças do poder, soldados, canhões, códigos penais.

Aquilo em que nós cremos aguarda latente em todos os continentes,
A ninguém convida, não promete nada, repousa em calma e claridade.
[é teimoso e tranquilo, não conhece o desanimo,
Esperando com paciência, esperando a sua hora ..."

[WW, A Um Revolucionário Europeu Vencido, trad. Jorge de Sena]