sábado, 28 de fevereiro de 2004
Vox Populi
Receitas Extraordinárias – Confirma-se que a blogosfera, fazendo gala de bem medir a crise económica e orçamental, está uma sublime congregação de oradores da coisa económica. Neófitos da economia política, saltando fatigados das sebentas imaculadas do défice, tacteiam o campo da lide esgrimindo aplausos do gentio. A cortês troca de opiniões entre o divino Terras do Nunca e este galhardo liberal eborense fulmina qualquer um. A trovoada de argumentos do verdadeiro crente do défice com receitas extraordinárias, novo menu chic neoliberal ou "conduto enganando a vontade de comer enquanto os sonhos passam", é uma espantosa rincharia que resulta numa promiscuidade interessante entre o que deve ser a politica económica e uma mera operação contabilística. Aliás, para quê tanta aplicação no estudo da economia? Bastava entregar o país a um esplêndido contabilista, que a coisa se desenvencilharia ad nauseam. Como se percebe, o facto das receitas extraordinárias equivalerem a 80% do défice é absolutamente normal. O cego do engenheiro Guterres é que não tinha sensibilidade para a contabilidade, pois se acedesse aos mimos contabilísticos do liberal eborense, não existiria hoje o tão malfadado défice. Nada mais justo.
Várias: Dispensando o branqueamento da situação económica do país, conscientes que a crise económica e orçamental é a pior que há memória, parece que os sindicatos e o patronato estão na mesma luta, a saber: abaixamento de impostos e fim imediato do congelamento salarial. Coisa que não deve incomodar os ultramontanos da Mercearia Barroso & Leite, entretidos que estão a contabilizar o défice * José Manuel Fernandes, combalido no seu affaire de democratizar todo o mundo e ninguém, discorre sobre os caminhos de Bagdad. A copiosa explicação segue dentro de momentos nas bancas perto de si. Sem armas de destruição maciça descobertas, com a opinião pública mundial a morder nas canelas dos fazedores de historietas, resta a JMF lutar, como dantes, pela revolução democrática e popular, procurando implementar a democracia em todos os quintais do planeta. Assim Bush queira e Fernandes & Delgado o aprovem. Observemos, pois.