sexta-feira, 6 de fevereiro de 2004


"A vida é mesmo assim"

A Expansão Vertiginosa entrou em pousio. Para leedores caprichosos e soberbos, lobo em deserto puro, deu-nos ao longo de 6 meses prosa admirável, reflexões devotas e curiosidades mil. Antiquíssimo cantar da ciência, da arte ... da vida. Poemactos. Feitos por um cavaleiro da ciência, para nós ... profanos. A Expansão Vertiginosa entrou em dormência. Outros desafios, presumo. Até breve.

[Agosto de 1979 ?] Na mão, um rascunho de missiva manuscrita para o Luso, feita, talvez, depois da bica no Crespo ou a altas horas parida na Torre altaneira. Miscelânea de sinopses. Lá estavam, admiráveis de frescura, Sraffa, a equação de Bethe-Salpeter, Frobenius, Almada, o pêndulo de Foulcault, Luiz Pacheco (saindo insidioso da livraria Leitura), F. Pessoa, Manuel de Lima, os Smiths, Miles Davis e Filles de Kilimanjaro, Borges e Mishima, as máximas de Occam (filósofo e monge franciscano do sec. XII) com ligação aos Rosa Cruz de Max Heindel, o L'Ésprit, Antonioni à cause de "identificação de uma mulher", Deleuze/Guatarri (sempre!), a querida Natália Correia, a Sociedade literária e filosófica de Manchester e a teoria cinética. E tantos mais. 1979 (?). Jogava-se xadrez, fustigava-se o computador, ensaiava-se o pau chinês no bridge, saudava-se os amigos com garrafas de Porto, saídas de velhas caixas de madeira, made D. Adelaide Ferreira (a Barca Velha ficou para depois), Monte Cristo 4, tudo na mais deliciosa das confusões. E vigiava-se a Praça. A Torre era opulenta. Nós espantosamente vivos. Deo Gratias!