domingo, 12 de outubro de 2003

13 DE OUTUBRO DE 1307 - TEMPLÁRIOS SÃO PRESOS EM FRANÇA



13 de Outubro de 1307 - Templários são presos em França

"... Apesar de ainda na véspera o grão-mestre acompanhar o Rei [Filipe O Belo] às exéquias de uma cunhada deste, a notícia da prisão estala como uma bomba a 13 de Outubro de 1307, em que os Templários são presos nas suas comendadorias. Desde então, o Rei promove, através de Nogaret [Guillaume de Nogaret, professor de direito em Montpellier, e Chanceler do Reino] e dos inquisidores dominicanos, a divulgação de acusações contra a Ordem, como heresia, idolatria, sodomia e blasfémia, acompanhadas de um sistema de delações e torturas que pretensamente as confirmavam, descrevendo sacrilégios, ritos iniciáticos ..."

[Jorge de Matos, A Coroa Francesa e o Processo Templário, in jornal «V Império», nº 4, Maio 1991]

"... A Ordem, não consegue escapar ao processo que irá ser montado pelo rei francês. O inquérito por ele levantado, irá durar 7 anos, culminados com a morte de Jacques de Molay, o último Grão-Mestre da Ordem. Condenado à morte pelo fogo, em praça publica, a 18 de Março de 1314 (…) Clemente V, tinha sido o Papa que dois anos antes, mais precisamente a 3 de Abril de 1312, pela Bula Vox in Excelso, submetida ao Concílio de Viena, extinguira a Ordem do Templo, sem se pronunciar, no fim do inquérito, sobre a sua condenação canónica, por certo, devido às irregularidades do processo. O Processo iniciara-se a 13 de Outubro de 1307, em que era determinado a «todas» as Casas da Ordem, em França e no resto da Europa, fossem alvo de um inquérito semelhante e todos os seus bens imediatamente confiscados e que revertessem para as respectivas Coroas europeias ..."

No entanto, o processo dos Templários não vingará em terras portuguesas (...) D. Dinis, unido por forte laços de amizade com o Mestre Templário em Portugal, acedeu elaborar um inquérito, tal como o Papa o ordenara. Mas o inquérito leva o tempo sufuciente, para proporcionar a fuga dos templários para terras do Norte de Africa. Os seus bens passam temporariamente para a Coroa, enquanto D. Dinis se reúne com Fernando IV de Castela e Jaime II de Aragão. Nesse «Concílio», os templários portugueses e espanhóis são declarados inocentes ... [D. Dinis] prepara uma embaixada a Avinhão, encarregada de expor ao Papa João XXII (que em 1316 tinha sucedido a Clemente V) as razões da necessidade portuguesa na criação de uma nova «ordem», uma «santa milícia» ... É assim, que a Ordem do Templo extinta em 1312, por Clemente V, ver-se-á recriada na nova Ordem, por sugestão do rei D. Dinis em 1319, passando a denominar-se Ordem da Milícia de Jesus Cristo ou Ordem de Cristo ..."

[Teresa Mesquitela, A Mística das Descobertas (Portugal Profundo e Encoberto), Tomar, 1989]


"... O que é que permitiu que, em Portugal, a Ordem da Milícia do Templo continuasse a existir coberta pela Ordem da Milícia de Cristo? Este facto é simples: Portugal é a Ordem do Templo até D. Manuel I e desde a sua origem ..." [António Telmo, Historia Secreta de Portugal, Vega, 1977]

"... O silêncio de René Guénon sobre tudo quanto se passou em Portugal, depois da destruição na Europa da Ordem da Milícia do Templo, tem surpreendido e perturbado os raros investigadores que verificaram a relação directa existente entre o que ele escreveu no Rei do Mundo e os descobrimentos marítimos portugueses ... [idem]

"Todos os symbolos e ritos dirigem-se, não á intelligencia discursiva e racional, mas á intelligencia analogica. Por isso não ha absurdo em se dizer que, ainda que se quizesse revelar claramente o occulto, se não poderia revelar, por não haver para elle palavras com que se diga. O symbolo é naturalmente a linguagem das verdades superiores à nossa intelligencia, sendo a palavras naturalmente a linguagem d’aquellas que a nossa intelligencia abrange, pois existe para as abranger" [Fernando Pessoa, in Fernando Pessoa e a Filosofia Hermética (Yvette Centeno), Presença, 1985]

"Em todas as ordens definidas, mas com fundamento occulto, ha a ordem externa e a ordem interna. Assim os Templarios, na data da sua extinção violenta, era Chefe Externo (Grão Mestre) o cavalleiro francez Jacques de Molay, e era Mestre Interno (Mestre do Templo) o cavalleiro escocez Robert de Heredom" [idem]