
A notícia publicada no
Público (dia 13 de Junho) deixou atónitos alguns amadores de livros e bibliófilos: a venda em leilão (leilão da
Biblioteca de Sérgio Oliveira) de supostas cartas originais trocadas entre
Camilo Pessanha e
Ana de Castro Osório, de elevado valor em praça, e que mais tarde se verificou serem reproduções saídas à estampa pela
Colóquio Letras. Ora, se de facto o erro em causa é lamentável num leilão daquela envergadura, parece-nos justo que se diga que o nome do livreiro e excelente catalogador
Manuel Ferreira não pode estar em causa sob pretexto algum. Porque não passa pela cabeça de quem quer que seja, que Manuel Ferreira tenha deliberadamente forjado qualquer fraude.
Manuel Ferreira, com provas dadas ao longo de dezenas de anos não é desses. Como reconheceu, ao
Público, 'facilitou' e quando soube do erro rapidamente resolveu o caso com o cliente, como sempre o faria. O mesmo procedimento ético, segundo se lê na notícia, não se pode dizer do anterior proprietário da biblioteca, que não só sabia que as cartas não eram originais e se calou, bem como entendeu não ressarcir o livreiro alfarrabista. O que é lamentável.