sábado, 16 de dezembro de 2006
CATÁLOGO DE LIVROS
Catálogo LVI da Livraria Moreira da Costa
Saiu o Catálogo LVI da Livraria Moreira da Costa (Rua de Avis, 30 - Porto). Peças esgotadas, algumas raras. Pode ser consultado on line.
Algumas referências: Os Intelectuais Galegos e Teixeira de Pascoaes. Epistolário, por Eloisa Alvarez, 1999 / Annaes da Sociedade Promotora da Industria Nacional (contém listagem dos seus membros, em 16 de Maio de 1823), Impr. Nacional, 1822 / A Arte Popular em Portugal (dir. de Fernando de Castro Pires e Lima), Verbo, VI vols / Estudo de Clínica Therapeutica das Aguas d'Entre-Os-Rios, de A. M. Sousa Baptista, Porto, 1915 / O Rancho de Carqueja, de António Francisco Barata, Coimbra, 1864 / Diccionario Chorographico de Portugal ..., por E. A. de Bettencourt, Lisboa, 1874 / Boletim do Instituto de Angola, 1953 (nº1, Jul-Ag-Set. 1953) a 1960 (nº 14, Jul-Dez) / Bulletim des Campagnes Scientifiques, de D. Carlos de Bragança, 1902 / Os Lusíadas (com pref. Hernâni Cidade), Artis, 1956 / Leitura para letrados, pelo Visconde de Carnaxide ("compreende a presente colectania determinadas teses juridicas"), Coimbra, 1925 / Tratado da Propriedade Literária e Artística, pelo Visconde de Carnaxide, Porto, 1918 / O Dólmen da Barroza, pelo General Mesquita Carvalho, Porto, 1898 / Dispersos de Camillo, por C.C.Branco, 1848-1852, V vols / A Rússia de Hoje e o Homem de Sempre, de Leonardo Coimbra, 1935 /Problemas da Economia Nacional, de Constâncio Roque da Costa, 1909 / Questões Económicas, Financeiras, Sociaes e Coloniaes, por C. Roque da Costa, 1916 / O Anno Politico (1896), de Fernandes Costa, 1897 / In Memoriam de Ferreira de Castro, Braga, 1976 / L'Hypnotisme, por Gilles de La Tourette, 1887 / "Livro das Communas" [trilogia: o parocho (com pref. Camilo), o mestre-escola e o administrador], por Roselly de Lorgues, 1868 / Diccionario Geographico Abreviado de Portugal e suas Possessões Ultramarinas, por Fr. Francisco Dos Prazeres Maranhão, 1852 / Promptuarium Juridicum, P. Bento Pereira, 1664 / Código Pharmaceutico Lusitano, de Agostinho Albano da Silveira Pinto, 1858 / Carta Directiva, por Affonso dos Prazeres, Coimbra, 1765 / A Velha Casa, por José Régio, 1945-1966, V vols+1 vol (Vidas são Vidas, rascunho do 6º romance)
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
ALMANAQUE REPUBLICANO
Almanaque Republicano - Actualização
A demanda da Alma Republicana renova-se, cada vez mais vigorosa e alevantada. Para ledores que o tempo habitou, para aqueles que as dissoluções passadas são ainda o temp(l)o educativo, para todos os grémios que resistem, temos a modos que argumento:
O Mundo Fascinante de Lima de Freitas; bibliografia e artigos da revista Vértice de Flausino Torres; Efemérides Republicanas do mês de Dezembro; biobibliografia de António de Oliveira Marreca; extractos de textos de Flausino Torres; anotação sobre o falecimento de Alfredo Pereira Gomes (1909-2006); novas Efemérides Republicanas para Dezembro (em continuação); leituras sobre Capitão Barros Basto; biobibliografia de Albano Coutinho (membro fundador do Partido Republicano); biobibliografia de José Caetano de Amorim Benevides (jurista natural de Loulé); foto da redacção do jornal O Mundo, no funeral do seu director França Borges (por Joshua Benoliel); um post-nota sobre o descerramento da lápide em nome da vítimas dos tribunais plenários (que alguns pretendem branquear), organizado pelo Movimento Cívico 'Não Apaguem a Memória'.
Eis o Almanaque Republicano. Ao V. inteiro dispor!
Saúde e fraternidade
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
COLISEU & O FANTÁSTICO CHANG
Vem este acrescento a propósito de cativas reminiscências que ditosas preces & freguesias viciosas nos elevaram no dia d'hoje. Basta recordar-nos dos "mundos dos impossíveis" ou poder louvado que, felicidade nossa, fizeram luz (ou Lux, conforme as criaturas) na nossa fabulosa vetustez. Coisa antiquíssima essa - a ida ao Coliseu. Diabólicos magos, a celebre mulher das barbas, a civilização por num dia, o palhaço pobre, os animais amestrados, o malabarista prodigioso (versão Teixeira Santos), o domador bíblico, o faminto leão (d'Alvalade, é claro!), a bailarina sequiosa. Tal como hoje, um mundo de vitalidade. Basta acompanhar o martírio dos colunistas, os textos obscuros do Azeredo Lopes, via comissão de exame prévio ou dita ERC, a languidez do dr. Cavaco ou a doutrina caseira do fenómeno Sócrates, a letra sensorial de João Miranda & as pinochadas d'O Insurgente. Abençoado Coliseu.
PS: em prece social(izante) enviamos os votos de Boas Festas à gerência.
PORTUGAL - DO QUE É PORTUGAL
"Não há mais que silêncio em toda esta cidade. Silêncio e fome. Acabo de percorrer toda a Rua do Ouro e a Rua Augusta e reparei que ninguém falava, As pessoas cruzam-se em silêncio, e mesmo que se conheçam não se cumprimentam; e nem no Chiado, onde está o maior comércio, ouvi uma só voz. Que silêncio. Que diferença entre a ruidosa Madrid e a cidade de Lisboa (...)
Que fazer para sobreviver num lugar onde bem sequer se pode pedir esmola em voz alta, porque é considerado como um estrago de riquezas. Que fazer ..."
[Reynaldo Arenas, O Mundo Alucinante (de 1966), Dom Quixote, 1971]
CONSELHOS AO PORTEIRO
"Se estiver ao serviço de um Ministro de Estado, seu amo só se encontrará em casa para o alcoviteiro, o lisonjeador-mór, os escritores que subvenciona, o espião e o informador sob contrato, o impressor em serviço activo, o solicitador, o corrector ou inventor de novos fundos, e o usurário"
[Jonathan Swift, in Preceitos para uso do pessoal doméstico, Estampa, 1979]
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
TERTÚLIA ANTIGA
Um grupo de notavéis na Brasileira do Chiado (1928): à mesa, em amena converseta, podemos ver Teixeira de Pascoaes, Matos Sequeira, Jorge Barradas, Benoliel, Teixeira de Vasconcelos e Augusto Ferreira Gomes.
domingo, 10 de dezembro de 2006
IN-LIBRIS - CATÁLOGO
Montra de Natal da In-Libris - catálogo
Eis a "Montra de Natal" da In-Libris (Porto). Depois do Catalogo de Natal, propriamente dito, temos novas peças. E apresenta algumas bem raras e outras bem curiosas: a edição completa da rara, estimada e valiosa revista Presença (ou Folha de Arte e Crítica, de Coimbra, 54 numrs), num "estojo em inteira de chagrin"; a Manhã Submersa de Vergílio Ferreira; a Nova Escola para Aprender a Ler, Escrever, e a Contar, de Manuel de Andrade de Figueiredo, excelente para revisitações e comparações para este insano tempo educativo; um outro para linguísticos cheios de graça, o Diccionario Portuguez e Latino, de Pedro José da Fonseca, impresso nos bons anos de D. José; desenhos de Almada Negreiros; o estimado Dictionnaire Universel de la Geographie Commerçante, de J. Peuchet, 1799-1800; a Vinha e o Vinho de Batalha Reis; o estudo de Mário Simões dos Reis, A Vadiagem e a Mendicidade em Portugal, de 1940; o Povo Português, estimado livro de Bento Carqueja, 1916; e muitos mais.
A consultar on line.
REINA A CALMA EM TODO O PAÍS
Nesta quadra natalícia, onde as lamúrias são infantilmente sonegadas (obra do incansável Silva Pereira) e os danos bem diluídos em irónicos fait-divers, não se sabe bem quais os mais astutos dos posporrentes. Se bem que tal não importune os indígenas - entretidos em futebóis, nas sandices de Carolina Salgado & Pinto da Costa, ou em visitas às dunas da Caparica - nota-se que, duma assentada, desponta um raminho de opinion-makers e jornalistas amestrados, que é um regalo ver e ler.
Para acompanhar o raminho saltareco (o bloco central sempre gerou estas graciosas criaturas), que como praga se instala por todo o lado (e, curiosamente, até nos jornais e blogs), surgem por aí uns ladrilhadores políticos ou económicos que espantam pela monotonia do espectáculo.
Está neste caminho de audácia o arrependido Silva Lopes, em jogo de braços contra o BCE enquanto namorisca (ainda e sempre) o PEC, e mais uns economistas disfarçados, inchados de nada entenderem do que se está a passar. Todos eles, em delicados pensamentos, escandalizam-se com o aumento das taxas de juro do infame BCE. A cacofonia não chega sequer à fronteira. Podemos descansar. O eng. Sócrates agradece o zelo académico, depois da consoada.
Com outro sabor, Sócrates, o ainda presidente do partido socialista do governo, para subliminar, propõe uma "new direction" na "agenda entre a Europa e os americanos". Assim mesmo. Os indígenas americanos, obscenamente, dispersaram em paz. Nós por cá esperamos que o engenheiro responda, se este nosso pragmático amigo o permitir, à pergunta de algibeira: ouve ou não conivência do Estado português para o sequestro de cidadãos pela CIA? Ah! E faça-nos a fineza de mandar o atrevido Jaime Gama a banhos, principalmente quando temos visitas da Europa civilizada. Agradecido!
Enquanto isso o inefável Luís Amado anda atrás do "paradigma pós-colonial" perdido. Fantasias natalícias. Do mesmo modo, eis que aparece a fronte enlevada de Judite de Sousa a jurar que a "senhora Maria Cavaco Silva [podia ser] a Hillary Clinton" portuga. Extraordinário. A intensidade da época natalícia é uma chiadeira. Note-se só, como o ungido Cravinho (o pai das Scuts) vai de esculpir para o território doméstico a futurista "italianização", via lugarejo da corrupção. Com efeito, a trovoada de ditos e fait-divers é, deveras, incomensurável que nem é preciso esperar pelo festivo Alberto João para os encómios natalícios. Não há estação tão mundana como esta. Nem alarido. E o país? Que será feito dele!?
sábado, 9 de dezembro de 2006
LIVROS & ARRUMAÇÕES
Cadernos 10 (Setembro 1995), revista de Teatro editada pela Companhia de Teatro de Almada, é dedicada totalmente a Virgílio Martinho. Este In Memoriam, apresenta um conjunto curioso de "Depoimentos" sobre o escritor e dramaturgo, bem como vários desenhos (Virgílio por Mário Cesariny, por João Rodrigues, de Mário Alberto, desenho da tertúlia do café Gelo por Benjamim Marques ) e fotos (do autor, com Mário Castrim, com Carlos Porto, com Cardoso Pires, com Ernesto Sampaio no café Gelo, com Mário Alberto, com Ricardo-Dácio em 1975).
Número estimado, evidentemente, registando-se textos de Vítor Silva Tavares (O Meu Virgílio) , Luiz Pacheco (Um livro a ler, texto de 1975), Júlio Moreira (O grande cidadão Virgílio Martinho), Ernesto Sampaio (Independência, pudor, simplicidade), Baptista-Bastos (Um velho carvalho ressequido, porém nobre), José Alberto Marques (Carta entre-aberta ao Virgílio Martinho), Paulo Pacheco (Virgílio Martinho, autor que conheci), Fernando Midões (Outono), Carlos Porto, Luiz-Francisco Rebello, Joaquim Benite, Serafim Ferreira (Virgílio Martinho entre a ficção e o teatro, 1989), um poema de Maria Velho da Costa, uma entrevista do escritor ao Jornal de Letras e Artes (1963), uma outra dada a António Cabrita (1989), várias notas sobre a peça "Filopópolus", um documento curioso enviado da prisão ao autor por Carlos Coutinho e uma biobibliografia.
ESPECIAL MÁRIO CESARINY
Mil Folhas - Especial Mário Cesariny
"Enquanto a classe merda passeava os cães
e votava por Kim Il-Sócrates
deu o tranglomanglo no poeta
e ele morreu foi desta
para melhor" [Mário Santos]
"Há coisas a fazer, tarefas misteriosas a cumprir, o vento ameaça partir sem um beijo na boca." [Cesariny)
["Hão-de os doutores, em seus saberes, engavetá-lo: não sei quê surrealista (estou a ouvi-lo: 'só à lista'). E pintor, upa pioneiro, do 'informalismo abstracto'. Lupas a cagar caganitas. Palavrões de alto raciocínio e pouca luz. 'Não está morto, está é mal enterrado'. Puna-se de novo, agora com ditirambos, que muitos ilustram quem os profere. Cheira mal, cheira a Lisboa" - Vítor Silva Tavares]
[livrado do passadiço Mil Folhas - 8/12/2006 - e aqui lançado para as vistas de todos vós, ó bem trajados de letras de papel]
sexta-feira, 8 de dezembro de 2006
AVISO
"Que não me capem com palavras doces,
Insinuantes
(ou tão severas)
Ando na feira dos mitos
E só compro coração
...
Tenho dito. É tudo palha
O que por bem me disserem
Justiça, sim, a que aurora
Um amor desconhecido
Um amor tão mal amado!"
[Ruy Cinatti, Aviso]
Insinuantes
(ou tão severas)
Ando na feira dos mitos
E só compro coração
...
Tenho dito. É tudo palha
O que por bem me disserem
Justiça, sim, a que aurora
Um amor desconhecido
Um amor tão mal amado!"
[Ruy Cinatti, Aviso]
ANTIGUIDADES
Leilão de Antiguidades & Pintura Moderna - 12 e 13 Dezembro 2006
A Leiria & Nascimento realiza nos próximos dias 12 e 13 de Dezembro - Palácio das Exposições da Tapada da Ajuda, pelas 15 horas - um Leilão de Antiguidades, Pintura Moderna e Contemporânea (Pomar, Álvaro Lapa, Vieira da Silva, Thomaz de Mello, Paula Rego, Dórdio Gomes, Rogério Ribeiro, Roque Gameiro, António Soares, Sá Nogueira, José Contente, Mário Silva,...), Objectos de Arte e Jóias. Boas prendas!
Catálogo on line.
ESTA SEMANA ESTIVEMOS ... ASSIM
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
40 ANOS DE LITTÉRATURE
Magazine littéraire - 40 ans de littérature
"Hegel disait que la lecture du journal quotidien lui tenait lieu de prière du matin. Mais pour le soir? Les longues soirées d'hiver? Rien ne vaut la lecture du Magazine littéraire à laquelle s'adonnent régulièrement quelque cent mille fins lettrés. Prions le ciel pour que perdure ainsi la passion des mots et des livres.Quarante ans déjà! Pour un journal, c'est un fort bel âge. En ces temps que l'on dit moroses pour la presse écrite, une telle longévité fait notre bonheur. Depuis son premier numéro, consacré en novembre 1966 à Stendhal, Le Magazine littéraire a su rester fidèle à ses principes fondamentaux. Son ambition: un mensuel exclusivement consacré aux livres ..."
[ler aqui]
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
NEW YORK TIMES - BEST BOOKS 2006
Best Books of 2006 [N.Y.T.]
Em tempo de avaliação literária de 2006, o N.Y.T. Book Review avança com os "100 Notable Books of the Year".
Registe-se, aqui, alguns dos citados:
- Alentejo Blue, de Monica Ali, Scribner ["Alentejo Blue is set amid the cork oak forests of the southern Portuguese region known as the Alentejo"]
- America at the Crossroads: Democracy, Power, and The Neoconservatice Legacy, de Francis Fukuyama, Yale University ["Today Fukuyama has decided to resign from the neoconservative movement - though for reasons that, as he expounds them, may seem a tad ambiguous. In his estimation, neoconservative principles in their pristine version remain valid even now"]
- Collected Poems (1947-1997), de Allen Ginsberg, Harper Collins ["Gay, in the lotus position, with a beard, wreathed in a cloud of marijuana smoke and renowned as the author of a 'dirty' poem whose first public reading in a West Coast gallery was said to have turned the 1950s into the '60s in a single night, Allen Ginsberg embodied, as a figure, some great cold war climax of human disinhibition"]
- Everyman, de Philip Roth, Houghton Mifflin ["For three of the world's best novelists, Fuentes, García Márquez and Roth, the violent upsurge of sexual desire in the face of old age is the opposition of man to his own creation, death"]
- Flaubert: A Biography, por Frederick Brown, Little Brown ["Much of the time Flaubert's influence is too familiar to be visible"]
- Happiness: A History, de Darrin M. McMahon, Atlantic Monthly ["Happiness is not really a polemic. It is a history, one that takes us on a leisurely Great Books-style tour of Western thought, ranging from Herodotus and Aristotle through Locke and Rousseau down to Darwin, Marx and Freud. The musings on happiness of these and dozens of lesser thinkers are lucidly presented in fine, sturdy prose that is, on the whole, a delight to read"]
- New and Collected Poems (1964-2006), de Ishmael Reed, Carroll & Graf ["Reed is among the most American of American writers, if by "American" we mean a quality defined by its indefinability and its perpetual transformations as new ideas, influences and traditions enter our cultural conversation"]
- State of Denial, por Bob Woodward, Simon & Schuster ["Part 3 of the 'Bush at War' cycle, by the longtime Washington Post reporter and editor, describes the inept conduct of the invasion and occupation of Iraq"]
- The Courtier and the Heretic: Leibniz, Spinoza, and the Fate of God in the Modern World, de Mattew Steward, Norton ["In Spinoza's time, the question that gripped hidebound thinkers leery of flouting popular opinion or alienating wealthy patrons, was this: If you believed in Spinoza's God, were you not in actuality an atheist, an offense then punishable by exile, imprisonment or death?"]
sexta-feira, 1 de dezembro de 2006
ANTIQUÍSSIMO CANTAR
"Lustra o Sol o arnês, a lança, a espada.
Vão rinchando cavalos jaezados:
A canora trombeta embandeirada" [Camões]
"A cúspide e pedra de toque da civilização nossa é o Encoberto
O Encoberto é, precisamente, o que reverbera, anseia e deseja a Saudade.
Saudade é a expressão ferida e diferida do Amor Ilhano profundo e altaneiro que é o timbre do Espírito Lusíada.
Do Espírito Lusíada provém a nação lusitana, a nação do povo da Luz e a sua demanda. Dela emerge a pátria portuguesa (...)
É já amanhã o que ouvides ... há o que vela o que revela e a caravela do Ser. Estamos em Portugal.
[Francisco Palma Dias, in Treze Castelos da Portuguesia num Repente, revista Ultra nº1, 1983]
IDEAL
[Ideal]
"São tão inferiores as criaturas que se dedicam a um ideal. Só são superiores àquelas que não se dedicam a ideal nenhum. O homem verdadeiramente superior é aquele que gostaria de ter ideais. Não os pode ter por ser superior a tê-los"
[Fernando Pessoa, in Escritos Autobiográficos, automáticos e de reflexão pessoal, 2003]
"São tão inferiores as criaturas que se dedicam a um ideal. Só são superiores àquelas que não se dedicam a ideal nenhum. O homem verdadeiramente superior é aquele que gostaria de ter ideais. Não os pode ter por ser superior a tê-los"
[Fernando Pessoa, in Escritos Autobiográficos, automáticos e de reflexão pessoal, 2003]
PORTUGAL & DECADÊNCIA
"Somos incapazes de revolta e de agitação. Quando fizemos uma 'revolução' foi para implantar uma cousa igual ao que já estava. Manchámos essa revolução com a brandura com que tratámos os vencidos. E não nos resultou uma guerra civil, que nos despertasse; não nos resultou uma anarquia, uma perturbação das consciências. Ficámos miserandamente os mesmos disciplinados que éramos. Foi um gesto infantil, de superfície e fingimento?
"O português é capaz de tudo, logo que não lhe exijam que o seja. Somos um grande povo de heróis adiados. Partimos a cara a todos os ausentes, conquistamos de graça todas as mulheres sonhadas, e acordamos alegres, de manhã tarde, com a recordação colorida dos grandes feitos por cumprir. Cada um de nós tem um Quinto Império no bairro, e um auto-D.Sebastião em série de fotografias do Grandela. No meio disto (tudo), a República não acaba
Somos hoje um pingo de tinta seca da mão que escreveu Império da esquerda à direita da geografia. É difícil distinguir se o nosso passado é que é o nosso futuro, ou se o nosso futuro é que é o nosso passado. Cantamos o fado a sério no intervalo indefinido. O lirismo, diz-se, é a qualidade máxima da raça. Cada vez cantamos mais um fado.
O Atlântico continua no seu lugar, até simbolicamente. E há sempre Império desde que haja Imperador"
[Fernando Pessoa, in Portugal Sebastianismo e Quinto Império (org. António Quadros), aliás O Jornal, 8/04/1915]
PORTUGAL OU REVISITAÇÃO DE FERNANDO PESSOA
"Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!"
"... desde a entrada da dinastia de Bragança que se tornou notável a ausência do tipo do português, o desaparecimento da psicologia do português da superfície da terra. Houve sempre, graças a Deus, patriotas de Portugal; portugueses, deixaram de haver"
"Temos, felizmente, o mito sebastianista, com raízes profundas no passado e na alma portuguesa. Nosso trabalho é pois mais fácil; não temos de criar um mito, senão que renová-lo. Comecemos por nos embebedar desse sonho, por o integrar em nós, por o incarnar. Feito isso, cada um se nós independentemente e a sós consigo, o sonho se derramará sem esforço em tudo que dissermos ou escrevermos, e a atmosfera estará criada, em que todos os outros, como nós, o respirem. Então se dará na alma da nação o fenómeno imprevisível de onde nascerão as Novas Descobertas, a Criação do Mundo Novo, o quinto Império. Terá regressado El-Rei D. Sebastião"
Fernando Pessoa
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